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Estratégias para minimizar o uso de telas por crianças: Revisão Integrativa

RC: 145462
1.375
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/minimizar-o-uso-de-telas

CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA

SILVA, Maria Heloísa do Nascimento [1], LOSSÁVARO, Brenda Paula Salomão [2], ANGELONI, Natália Liberato Norberto [3], GONÇALVES, Viviane Perbeline [4], CECILIO, Hellen Pollyanna Mantelo [5], DIAS, Renilda Rosa[6], SANTOS JUNIOR, Aires Garcia dos [7]

SILVA, Maria Heloísa do Nascimento et al. Estratégias para minimizar o uso de telas por crianças: Revisão Integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 08, Ed. 05, Vol. 02, pp. 157-174. Abril de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/minimizar-o-uso-de-telas, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/minimizar-o-uso-de-telas

RESUMO

Este estudo objetiva-se em identificar estratégias para minimizar o uso de telas por crianças. Trata-se de uma entre maio de 2021 a setembro 2021, nas bibliotecas virtuais: revisão integrativa da literatura realizada Biomedical Literature Citations and Abstracts (PUBMED) e a biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO). Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão a mostra final foi de 13 artigos selecionados. Emergiram 05 categorias temáticas: 1 – Ações educativas juntos aos pais (9; 64,29%); 2 – Promoção de atividade física (2; 14,29%); 3 – Equipamentos eletrônicos para controle de tempo (1; 7,14%); 4 – Promoção de saúde pelos profissionais de saúde (1; 7,14%) e 5 – Políticas de controle (1; 7,14%).

Palavras-chave: Saúde da criança, Pais, Televisão, Profissionais de saúde.

1. INTRODUÇÃO

No século XXI, assistimos à proliferação do uso da tecnologia nas atividades de vida diária das famílias, para fins diversos, desde trabalho ao entretenimento. E nesse cenário, as crianças crescem familiarizadas com o uso das tecnologias (RADESKY; CHRISTAKIS, 2016; BERNARD et al., 2017). É importante destacar que antes o uso de telas, se restringia apenas a televisão, porém ampliou-se o acesso aos dispositivos móveis (tablets, celulares, smartphones) os quais foram incorporados na rotina das pessoas de diferentes conjunturas sociais e faixas etárias, entre elas as crianças (NOBRE et al., 2021).

Neste sentido, o tempo recomendado por jovens em frente a aparelhos de televisão deve ser de 1 a 2 horas por dia, porém, essa exposição tem aumentado ao longo dos anos, principalmente no cenário atual de pandemia da COVID-19 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2020). O tempo gasto em frente às telas já vêm associado a grandes índices de ansiedade em crianças e jovens, alguns estudos mostraram que durante a pandemia COVID-19 o uso de telas aumentou entre este público devido às medidas de isolamento domiciliar (ANDRADE et al., 2022).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2019) crianças menores de 2 anos não devem ser expostas a tela sem necessidade e nem passivamente, para as crianças de 2 a 5 anos de idade o tempo sugerido é no máximo 1 hora por dia com supervisão dos responsáveis, para as idades entre 6 a 10 anos recomenda-se de 1-2 horas diárias com supervisão e adolescentes com idade de 11 a 18 anos de 2 à 3 horas diárias.

Entretanto, é frequente o uso das telas para além do recomendado. Um estudo transversal realizado na Índia, com 379 crianças (208 meninos, 171 meninas) menores de 6 anos, verificou que mais de 80% destas, passaram do tempo recomendado para uso de telas (1 hora ou menos) sendo a televisão e os smartphones os mais utilizados (SHAH et al., 2019). Em um estudo brasileiro realizado com 180 crianças entre 24 a 42 meses, apontou que 63% delas faziam uso de um período de telas superior a 2 horas por dia, sendo a televisão a principal forma de exposição (61%) seguida de mídias portáteis (41%) (NOBRE et al., 2021).

Dessa forma, observa-se um cenário de descontrole em relação ao tempo de uso desses dispositivos, com a tendência de constante aumento. É pertinente destacar que essas telas têm causado diversos danos à saúde desses jovens, desde o sedentarismo a complicações do sono (TREMBLAY et al., 2017). Não obstante, outras pesquisas demonstraram que o tempo excessivo à tela tem apresentado diversos impactos negativos na saúde das crianças e jovens, como: risco para as doenças cardiovasculares e metabólicas, redução de tempo de interação social e familiar, exposição a conteúdos impróprios, atraso nos domínios de linguagem e nas habilidades motora, aumento de peso corporal e menor prontidão escolar (MACÊDO, 2023).

É importante ressaltar que assistir televisão é uma atividade altamente atrativa, devido à grande disponibilidade de programação direcionados especificamente para esta jovem população. Dessa forma, é importante compreender a relação do tempo de tela e suas consequências na saúde física e mental do indivíduo, para que assim seja possível estudar as possíveis intervenções para a prevenção e redução do tempo de uso constante e sua efetividade (MENDONÇA et al., 2021).

São necessárias intervenções desde a primeira infância, uma vez que é nesse período que a criança desenvolve seus principais hábitos diários, tendo os pais como os principais exemplos. É pertinente destacar que a infância é o momento de aquisições importantes nos domínios motor, afetivo-social e cognitivo do desenvolvimento. Com isso, observa-se que os adventos da tecnologia, principalmente dos celulares, estão permitindo uma dependência desses dispositivos, em decorrência do tempo excessivo, que tem causado danos à saúde desses indivíduos (BLACK et al., 2017).

Dessa forma, o profissional de saúde atua diretamente na orientação dos pais e educadores, assim como das crianças, orientando-os quanto aos problemas relacionados ao uso excessivo de tela e seus impactos na saúde e no desenvolvimento infantil (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2019). Frente a esse contexto, este estudo teve por objetivo identificar na literatura estratégias para minimizar o uso de telas por crianças.

2. MÉTODO

Esta revisão integrativa da literatura foi realizada no período de maio a setembro de 2021. Para a construção optou-se por seguir os seguintes percursos metodológicos: definição da temática e questão norteadora, escolha dos critérios de exclusão e inclusão; captação dos artigos nas bases de dados escolhidas, análise dos artigos escolhidos (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Adotou-se a estratégia PICO na nortear a definição da questão norteadora: “Quais as estratégias para reduzir o uso de telas em crianças?”. Abaixo no Quadro 1, representando os elementos utilizados na construção da questão norteadora, utilizando-se do acrômio PICO (SANTOS; PIMENTA; NOBRE, 2007).

Quadro 1. Elementos para questões norteadoras

Fonte: Os autores, 2021.

Utilizou-se as seguintes bibliotecas virtuais: Biomedical Literature Citations and Abstracts (PUBMED) e a Biblioteca Virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO). Utilizou-se para 3 combinações de descritores em cada biblioteca. Sendo no SciELO, os descritores controlados em Ciência da Saúde (DECs), no idioma português: 1. (tempo de exposição) AND (criança) AND (Mídia Audiovisual). (tempo de exposição) AND (criança) AND (Mídia Audiovisual), encontrado 02 artigos; 2. (tempo de exposição) AND (criança) AND (televisão), encontrado 03 artigos; 3. (tempo de exposição) AND (criança) AND (Aplicativos Móveis), encontrado 02 artigos. Na biblioteca PUBMED, utilizou-se os termos MESH em inglês: 1. (Screen Time) AND (Child) AND (Video-Audio Media), encontrado 07 artigos; 2. (Screen Time) AND (Chil)) AND (Mobile Applications), encontrado 23 artigos; 3. (Screen Time) AND (Child) AND (Television), encontrado 429 artigos.

Estabeleceu como critérios de inclusão dos estudos: artigos originais, disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol, que abordassem estratégias para prevenção ao uso de telas, publicados entre os anos de 2016 a 2021, a delimitação desse período justifica-se no intuito de se obter publicações mais recentes sobre a temática. Adotou-se como critérios para exclusão: os artigos que não possuíam relação com a temática central do estudo, ou tratavam-se de estudos do tipo editoriais, cartas ao editor, resumos, opiniões de especialistas, correspondências, resenhas, capítulos de livros, guidelines e protocolos, teses e dissertações. Na perspectiva de maior rigor metodológico, os estudos foram selecionados balizado pelas diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (MOHER et al., 2009).

Foram encontradas 466 publicações, sendo 459 na PUBMED e 07 no SciELO, para a coleta dos dados adotou-se um instrumento validado (URSI, 2005). A seleção foi realizada por 2 revisores independentes, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão chegou-se à amostra de 13 artigos (100%). Segue o fluxograma com os dados encontrados (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos estudos

Fonte: Os autores, 2021.

Para elencar o nível de evidencia considerou-se sete níveis: (1) nível I, revisão sistemática ou metanálise de ensaios clínicos randomizados controlados; (2) nível 2, ensaio clínico randomizado controlado; (3) Nível 3, ensaios clínicos bem delineados, porém sem randomização; (4) nível 4,estudo de coorte e de caso-controle; (5) nível 5, revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; (6) nível 6, único estudo descritivo ou qualitativo; (7) nível 7, opinião de autoridades e/ou relatórios de comitê̂ de especialistas (MELNYK; FINEOUT-OVERHOLT, 2005). No que permeia a síntese das publicações encontradas, para nortear a análise e organização os artigos foram agrupados em categorias temáticas.

3. RESULTADOS

Considerando os estudos selecionados 13 (100%), é possível verificar que conforme o quadro 1, em relação ao ano de publicação tem-se: (2; 15,38%) publicados em 2016, (5; 38,48%) publicados em 2017, (1; 7,69%) publicado em 2018, (1; 7,69%) publicados em 2019, (2; 15,39) publicados em 2020 e (2; 15,38%) publicado em 2021.

Quanto ao nível de evidência, (1; 7,69%) apresentam nível 2 – ensaio clínico randomizado controlado, (1; 7,69%) nível 4 – estudo de coorte e de caso-controle, (4; 30,77%) nível 5 – revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos e (7; 53,84%) nível 6 – único estudo descritivo ou qualitativo.

A seguir, os resultados são apresentados na figura 3, contendo nome da pesquisa, autores e ano de publicação, país, objetivo o estudo, tipo de estudo, faixa etária estudada, tempo do uso de telas, nível de evidência e   as estratégias utilizada pelos autores dos estudos para reduzir o uso das telas em cada faixa etária.

Figura 2. Síntese dos artigos incluídos nos estudos

Fonte: autores, 2021.

Posto isso, emergiram 05 categorias temáticas: 1 – Ações educativas juntos aos pais (9; 64,28%); 2 – Promoção de atividade física (2; 14,28%); 3 – Equipamentos eletrônicos para controle de tempo (1; 7,14%); 4 – Capacitação dos profissionais para a promoção da saúde (1; 7,14%) e Categoria 5 – Políticas de controle (1; 7,14%).

4. DISCUSSÃO

Considerando as 05 categorias temáticas elencadas nessa revisão, a maioria dos estudos (64,28%) estão incluídos na categoria 1, a qual versa sobre ações educativas juntos aos pais, destacando a influência que a família pode exercer em relação ao uso de telas. Corroborando com esse achado, em uma revisão integrativa publicada com a finalidade de analisar a interferência do tempo de tela no desenvolvimento infantil, os autores concluíram que os hábitos familiares tecnológicos influenciam na introdução antecipada do uso de telas, sendo recomendado o estabelecimento de limites para uso principalmente na primeira infância (MOREIRA et al., 2021).

O uso da mídia se faz de diferentes formas entre as famílias, há relatos de que ocorre a oferta de dispositivos móveis aos filhos pelos pais, para que a criança possa distrair, enquanto os responsáveis realizam atividades da vida diária em casa ou em momentos de lazer. Embora essa prática seja muito frequente, quando realizada de maneira excessiva pode desencadear aspectos negativos ao desenvolvimento, uma vez que limita a interação social da criança (COUNCIL ON COMMUNICATIONS AND MEDIA et al.; DOWNING et al., 2017; HISH et al., 2021).

Dessa forma, é imprescindível que ações educativas sejam implantadas aos pais, com o intuito de diminuir e prevenir a exposição para além do recomendado. Cabe destacar que altos níveis de envolvimento dos pais, são fundamentais para a eficácia das intervenções com as crianças (DOWNING et al., 2017; GUERON-SELA; GORDON-HACKER, 2020; AYDIN; OFLU; YALÇIN, 2021).

A segunda categoria com maior número de artigos foi a intitulada: promoção de atividade física com 14,28% dos estudos. O comportamento sedentário baseado no tempo de tela está associado ao risco aumentado para uma variedade de doenças físicas, tais como doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. Além disso, também possui uma forte influência na saúde mental, o que pode ocasionar problemas de sono, transtornos de ansiedade e depressão (JANSSEN; ROBERTS; THOMPSON, 2017).

Dessa forma é fundamental que as crianças pratiquem atividades físicas/brincadeiras para reduzir esses riscos. Cabe citar que a atividade física, o comportamento sedentário e o sono foram historicamente considerados separados e independentes um do outro. No entanto, os pesquisadores reconhecem que esses três comportamentos são dependentes (JANSSEN; ROBERTS; THOMPSON, 2017).

Além disso, o uso de telas pode ser incorporado de forma positiva a vida desses jovens, o uso de videogame que envolvem a realização de atividade física, promovem a qualidade de vida. Principalmente os “Exergaming” que é um termo usado para videogames que também são uma forma de exercício, através de uma tecnologia que rastreia o movimento ou a reação do corpo, exigindo que o jogador se envolva em movimentos da parte superior e/ou inferior do corpo e não apenas um passatempo sedentário, sendo esse tipo de jogo indicativo para a melhora dos níveis de atividade física dos jogadores e, consequentemente, reduzir a gordura corporal e a obesidade (KRACHT; JOSEPH; STAIANO, 2020).

Nesse sentido, uma revisão integrativa com o objetivo de descrever a utilização de jogos eletrônicos na atenção à saúde de crianças e adolescentes, apontou que o uso de jogos eletrônicos com a finalidade de estimular a adoção da prática de atividade física, é uma ferramenta importante até mesmo no combate ao sedentarismo. Sendo uma possível estratégia utilizada pelos profissionais de saúde para promover a prática de exercícios físicos (BRANDÃO et al., 2019).

A categoria equipamentos eletrônicos representou 7,14% dos artigos selecionados. O monitoramento eletrônico do tempo de uso das telas por ser realizado atualmente por meio de aplicativos que bloqueiam o celular após um determinado tempo de manuseio. Em uma pesquisa realizada por Mhurchu et al. (2009) que cita que o monitoramento eletrônico de tempo de TV é uma estratégia viável com potencial para reduzir o uso de telas, no entanto, a aceitabilidade entre as famílias varia.

A capacitação dos profissionais para a promoção da saúde, foi a categoria que representou 7,14% dos estudos. De acordo com Swindle et al. (2018) o uso de TV acima do limite de 2 horas por dia, por crianças entre 3 a 5 anos, vem preocupando pela exposição exagerada, sendo necessário promover orientação aos pais por meio de profissionais da saúde. Corroborando com isso em um estudo com o objetivo de analisar a influência que a pandemia da COVID trouxe para a saúde mental das crianças, entre as conclusões dos autores está a necessidade de que a equipe multiprofissional seja capacitada para conseguir ofertar atenção à saúde com a redução e danos às crianças (MATA et al., 2020).

É necessário a construção em conjunto de um plano pela equipe de saúde e os pais, onde possam citar a importância de atividades física ao ar livre, favorecendo o desenvolvimento e encorajando os filhos ao hábito de lerem livros, sempre enfatizando os benefícios do uso de tela controlado (SWINDLE et al., 2018).

Ratifica-se ainda que a criação de políticas, leis, pesquisas e estratégia para o controle do tempo de tela para crianças, possui uma enorme importância para fornecer subsídios de controle e orientação aos pais (PEARSON et al., 2017). Cenário esse presente na categoria 5 desta revisão a qual versa sobre as políticas de controle, com 7,14% dos estudos encontrados.

É pertinente destacar que a criação da internet e redes sociais trouxeram muitos benefícios e incertezas, a inovações de jogos, sites e aplicativos para crianças e adolescentes requer uma supervisão de todos que cuidam de crianças e adolescentes, tanto por parte dos pais quanto pelos profissionais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2016).

Diante a isso, observa-se que as estratégias para minimizar o uso de telas em crianças podem ser estabelecidas de inúmeras formas, focadas principalmente nos pais, buscando abordar os efeitos adversos o uso inadequado como: obesidade, sedentarismo, menor comunicação familiar.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo permitiu elencar algumas estratégias em relação a redução do uso de telas, as quais estão relacionadas a aspectos multifacetados entre eles: o desenvolvimento de ações educativas aos pais, promoção da atividade física, uso de equipamentos para controle do tempo de uso das telas, capacitação dos profissionais para a promoção da saúde e políticas de controle.

Este estudo apresenta contribuições aos profissionais de saúde, à medida que os mesmos possuem um papel significativo no estabelecimento de ações promoção da saúde, visando o atendimento integral à saúde da criança. Além disso, tem-se notado um aumento significativo   no desenvolvimento de doenças crônicas, transtornos de saúde mental e problemas comportamentais em crianças, exigindo assim, ainda mais preparo dos profissionais para conscientizar os familiares sobre os riscos do uso excessivo de telas.

O estudo apresenta como limitação o uso de apenas duas bibliotecas para a busca dos dados, porém mesmo assim foi possível responder à questão norteadora do estudo. Sugere-se ainda que outros estudos sejam realizados, principalmente de intervenção, focados principalmente na avaliação da implementação de estratégias de redução do uso de telas, permitindo verificar a eficácia das estratégias adotadas.

REFERÊNCIAS

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[1] Bacharel em Enfermagem (UFMS-CPTL). ORCID: 0000-0002-7882-5307 . CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/9245548735911658.

[2] Bacharel em Enfermagem (CPTL). ORCID: 0000-0002-7652-8616. CURRÍCULO LATTES: https://lattes.cnpq.br/7310569015362211.

[3] Mestre em Enfermagem-UFMS (CPTL). Doutoranda em Saúde e Desenvolvimento na região Centro -oeste FAMED/UFMS (Campo Grande/MS). ORCID: 0000-0002-3416-2986. CURRÍCULO LATTES: https://lattes.cnpq.br/1474133684914771.

[4] Especialista em Urgência e Emergência/ Mestranda em Enfermagem (UFMS-CPTL). ORCID: 0000-0002-3245-175X. CURRÍCULO LATTES: https://lattes.cnpq.br/7565249366541708.

[5] Graduação em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (2010), Mestrado em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (2013) e Doutorado em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2019), com estágio (Doutorado Sanduiche CAPES) em Aix-Marseille Université, Aix-en-Provence, França. ORCID: 0000-0002-6597-432X. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/1864434082084936.

[6] Possui Graduação em Enfermagem pela Faculdade do Sagrado Coração (1984), Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública (1994) e Doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (2005). ORCID: 0009-0003-3676-255X. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/0141966850629395.

[7] Orientador. Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Três Lagoas (CPTL). Especialização em Enfermagem do Trabalho Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí/PR; Especialização em Atuação Docente em Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP (FAMERP); Especialização em Gestão de Serviços em Saúde pela Universidade Toledo de Araçatuba/SP (UNITOLEDO). Especialização em Enfermagem em Pediatria e Neonatologia (em andamento). Mestrado em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFMS/Campo Grande; Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste da FAMED/UFMS. ORCID: 0000-0002-5946-0197. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/5475908247737558.

Enviado: 7 de fevereiro de 2023.

Aprovado: 14 de abril de 2023.

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Natália Liberato Norberto Angeloni

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