ARTIGO ORIGINAL
PAULA, Luiz Antônio Almeida de [1]
PAULA, Luiz Antônio Almeida de. A neurociência como analogia do processo de trabalho no desenvolvimento cognitivo e linguagem: para o conhecimento institucional e global dos (ACE) agentes combate às endemias e (ACS) agente comunitário de saúde. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 08, Ed. 07, Vol. 05, pp. 112-126. Julho de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/agente-comunitario-de-saude, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/agente-comunitario-de-saude
RESUMO
Se percebe que a neurociência tem sido uma forma de pensar ciência estrutural, e isso, leva em conta a sua própria dinâmica de estudo, no que se refere, a sua própria estrutura de conhecimento. Ou seja, a dinâmica didática que se faz entender os princípios e o desenvolvimento de como se dá esse processo pelas sinapses. “circuitos neuronais” o fluxo de energia que circula por todo o cérebro, entretanto, argumenta-se que os saberes são energias e que circulam na rede neuronal. (Os saberes aqui, denomina-se como experiências do dia a dia, e sem distinção de pessoas e idades) Com isso, o objetivo desse artigo é comparar o processo de trabalho, dos ACE e ACS no território ao processo de transmissão de energia da sináptica para os neurônios (chamado fluxo de energia). Isto é, os agentes de saúde, “Transmite” informações relevantes para a equipe da atenção básica (APS – Atenção Primária à Saúde) e assim sucessivamente. (uma rede de informações repassadas aos atores dos equipamentos sociais do território) com isso, fortalece a intersetorialidade. É notório que, o conceito de integrar às ações ao território é uma estratégia fundamental para o desenvolvimento dos serviços no ambiente de trabalho (através do seu processo de trabalho) isso, reflete na qualidade de vida da população. Da mesma forma, a integração a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde é sem dúvidas imprescindível para essa interação no desenvolvimento da (RAS) – Rede de Atenção à Saúde. Portanto, o fluxo de energia que mantém esse território vivo, as informações neuronais nessa dinâmica cognitiva mantém a qualidade de todo o sistema a se manter vivo. Neste contexto, conhecer o processo de trabalho dos Agentes de Saúde, isto é, contribui definitivamente para desenvolver os serviços em rede de Saúde: principalmente em nível de atenção primário, secundário e terciário, para uma estratégia de gestão. Sendo assim, a integração dessas ações e os agentes de saúde, gera oportunidades para viabilizar a integração do serviço de qualidade para a população. Além disso, os órgãos permanentemente desenvolvem educação permanente fortalecendo o entendimento e a compreensão de promover a integração desses serviços no território, e a neurociência cognitiva contribui definitivamente para esse entendimento apesar de suas complexidades. Logo, permite outros atores sociais, dentro desse arcabouço, que são os equipamentos sociais, com isso a rede pode desenvolver uma comunicação qualitativa.
Palavras-chave: Agente de saúde, Neurociência, Território, Equipamentos sociais, Ras.
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento dos estudos da neurociência tem sido desde o século 19, ademais, há um desafio para os profissionais das áreas da saúde, educação e outros que tem sido recente. Desde os anos 80, e isso está sendo percebido pela comunidade acadêmica em favor da ciência, a neurociência cognitiva desenvolve o raciocínio, a comunicação, a memória e a percepção dos sentidos. No entanto, a neurociência cognitiva debruça com o intento e interesse grandioso em entender como se processa o conhecimento, como se processa essa transmissão de mensagens de um neurônio para um outro neurônio é como se dá essa energia?
Os neurônios são a unidade anatômica e funcional do tecido nervoso. São células especializadas na recepção e transmissão de sinais. Ou seja, estão continuamente recebendo e transmitindo mensagens. São eles que levam informação de um ponto a outro do corpo. Os sinais que transmitem têm natureza eletroquímica e são denominados impulsos nervosos. Costumam formar redes complexas por todo o organismo (BARDINE, 2023).
Com a finalidade de analisar e fortalecer alguns comportamentos externos em meio as atividades humanas. Nessa dinâmica se percebe um grande fluxo de energia processando no interior do cérebro e os movimentos (trabalho) acontecendo no dia a dia das pessoas – substâncias químicas no cérebro que geram movimentos –, como a dopamina, serotonina e outras com funções diferenciadas. O equilíbrio dessas substâncias são fundamentais para um melhor desempenho para todo o corpo, e que são também chamadas por neurotransmissores. “Os neurotransmissores são produzidos pelos neurônios e têm a função de enviar informações para outras células do corpo.” (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2023). Assim como, o desenvolvimento do trabalho técnico dos ACE e ACS se percebeu mudanças no processo de trabalho, nesse contexto, há o desafio de integrar as ações no território para que, juntos desenvolvam qualidade perceptivas dos problemas de saúde da população. Com isso, o objetivo deste estudo (através dos sentidos) é perceber o processo de trabalho, dos ACE e ACS no território e comparar o processo de transmissão de energia da sináptica para os neurônios chamado fluxo de energia, o que gera conhecimento e informação. Uma conexão entre a população mais vulnerável no território e o agente de saúde (ACE e ACS). Com isso, as informações passam a ser constantes, captar as informações (absorver e observar em uma dinâmica reflexiva) que precisa ser reflexiva para compreender as necessidades do usuário no território e gerar resolutividade para amenizar os problemas localizados da população. “A conexão com o usuário trata-se do estabelecimento de um vínculo a partir do qual construímos uma relação para fazer com que o processo de comunicação tenha o envolvimento ativo das pessoas assistidas.” (BRASIL, 2023a). Bem como, essa reflexão é estendida a outros setores institucionais, uma perspectiva que irá proporcionar e traduzir de forma cognitivo em uma linguagem única que vai entrelaçar os conteúdos, nessa atribuição exercidas no território. Para isso, a presença dos Agentes de Saúde é imprescindível e necessária para gerar qualidade de vida para o usuário.
2. METODOLOGIA
Em princípio, o tema a neurociência cognitiva gerou as ideias para esse artigo, devido os diversos saberes que circulam a área da saúde, todavia, o contexto a qual estamos sendo submetido no momento, com (o curso técnico de agente de saúde pelo CONASEMS) ou seja, (essa pesquisa está sendo desenvolvida paralelamente ao curso), o que motivou a desenvolver, produzir esse artigo. Além disso, consiste em um trabalho bibliográfico, investigativo de caráter exploratório das ideias desenvolvidas na plataforma do Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) – Levando formação continuada para os gestores, técnicos e trabalhadores do sistema de saúde pública do país –, nos fóruns de dúvidas e encontros periódicos com os participantes do curso. Outrossim, a busca por artigos que abrangem o assunto colocado nas questões sobre (Rede de Atenção à Saúde) – RAS. Bem como, O trabalho das sinapses, fluxo de energia que circula por todo o cérebro, como critério estudos em artigos acadêmicos, revistas acadêmicas da Scielo, artigos científicos sobre neurociência, Google Acadêmico, portal da Fundação Oswaldo Cruz, dentre outros. Portanto, para se ter uma ideia do todo, o filme “tempos modernos” de Charlie Chaplin compreende-se, como a força de trabalho precisa estar compreendida em todo o sistema de produção e do saber (na produção de conhecimento).
3. A NEUROCIÊNCIA COGNITIVA PARA COMPREENSÃO DO PROCESSO DE TRABALHO
A escolha do tema para esse artigo: A neurociência como analogia do processo de trabalho no desenvolvimento cognitivo e linguagem: como e para o conhecimento global dos (ACE) Agentes combate às Endemias e (ACS) Agente Comunitário de Saúde, foi inspirado no curso Técnico em vigilância em Saúde, com ênfase no combate às Endemias. “O Programa Saúde com Agente, foi criado para fortalecer a política de Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da formação ampla dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE)” (BRASIL, 2023b). com a perspectiva de efetivamente, desenvolver o processo de trabalho em Rede de atenção à Saúde, uma visão global na perspectiva (possibilidade) de unificar todos os equipamentos Sociais (ou dialogar e minimizar a ilha em que vivem esses equipamentos sociais) quer seja, o CRAS, Conselho Tutelar, Ministério Público, Secretaria da Mulher, e outros. Principalmente na área da saúde como, Atenção básica, Vigilância e assistência à Saúde. Que precisam amalgamar essas forças de trabalho, é óbvio, cada um tendo como base suas funções de trabalho. Da mesma forma, a portaria de número 2.436, de 21 de setembro de 2017, estabelece diretrizes e fundamenta dentro desse arcabouço ou estratégia ao apresentar o melhor serviço para as comunidades Locais. Outrossim, O conceito de integrar às ações no território dos Agentes de Saúde, sem dúvidas, é uma estratégia fundamental para o desenvolvimento dos serviços no ambiente de trabalho (através do seu processo de trabalho) por consequência, reflete na qualidade de vida da população. Da mesma forma,
esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define a organização na RAS, como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma complementar e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de saúde das pessoas do seu território (BRASIL, 2017).
Assim, a integração da Atenção Básica e a Vigilância em Saúde é sem dúvida imprescindível para essa interação. No que diz respeito a Neurociência, que amplia a reflexão a expansão (cerebral).
A percepção sensória não é um registro fiel do mundo externo, mas um processo de construção, no qual as percepções são acopladas, de acordo com regras inerentes das vias sensórias e das sinapses do sistema nervoso. Os indivíduos interpretam o ambiente externo a partir de um ponto de vista, de um ponto específico no espaço, bem como de um ponto específico de sua própria história (ZIFF e KONKIEWITZ, 2012).
Além disso, no mundo do trabalho o entendimento sobre o processo de trabalho, (as perdas dos direitos do trabalho) que está cada vez mais precarizado, é preciso compreender o todo, ou seja, se faz necessário conhecer as partes e depois o global. Ademais,
Vejamos alguns exemplos do trabalho que mais se expande no capitalismo de nosso tempo. Um deles, o zero hour contract (contrato de zero hora), por exemplo, nasceu no Reino Unido e se esparrama pelo mundo, ao permitir a contratação de trabalhadores e trabalhadoras das mais diversas atividades que ficam à disposição de uma “plataforma (CARELLI; CAVALCANTI; FONSECA, 2020).
Bem como,
Eles e elas ficam esperando uma chamada por smarthphone e, quando a recebem, ganham estritamente pelo que fizeram, nada recebendo pelo tempo que ficaram esperando. E essa modalidade de trabalho abrange um universo imenso de trabalhadores e trabalhadoras de que são exemplos médicos, enfermeiros, trabalhadores do care (dos cuidados de idosos, crianças, doentes, portadores de necessidades especiais etc.), motoristas, eletricistas, advogados, pessoas que executam serviços de limpeza, consertos domésticos, entre tantos outros. Tudo isso facilitado pela expansão do trabalho online e dos “aplicativos” que invisibilizam, ao mesmo tempo em que ampliam exponencialmente, uma parte expressiva da classe trabalhadora, especialmente (mas não só) no setor de serviços (IBIDEM, p.348).
A neurociência considera que o cérebro humano é formado por “circuitos neuronais”[2], faz com que o cérebro (ao se desenvolver) no processo natural do conhecimento e sobrevivência, de acordo com as questões externas, se adaptam as circunstâncias, da natureza, com esse entendimento a plasticidade e sua expansão, se desenvolvem e se liga aos neurônios, e as passagens acontecem pela “sinapse”[3], em demonstração do fluxo de energia que circula por todo o cérebro. Todavia, não seria diferente os Agentes de Saúde, ao transitar no território, na função de visitar os domicílios, (os neurónios) e absorver as demandas (o fluxo de energia), o cérebro seria o município (“a menor” Unidade da Federação) as UBS são as sinapses com a responsabilidade de ligar o fluxo de energia (as demandas) desenvolvidos pelo Agente de Saúde, munidos dessas informações que circulam por todo o cérebro, (o território é um local vivo) as informações, (o conhecimento, Fluxo de energia) trazidos pelos agentes de saúde inclusive, integrar a atenção básica e a vigilância em Saúde e os equipamentos sociais. Embora haja alguns problemas em adaptar, mas com o decorrer do tempo o desenvolvimento da educação permanente, isso possivelmente se equaciona.
4. A NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
No processo de trabalho dos agentes de Saúde, a visita domiciliar tem função importante. Nesse momento, ao chegar à casa do morador, um órgão do nosso corpo – em especial o cérebro –, está em ativação com mais intensidade (consciência) é nessa circunstância que as funções sensoriais do corpo vibram, através dos estímulos, formando capilaridades sensitiva influenciando em nosso comportamento externo. Assim como,
a cognição é a capacidade humana de processar as informações e as transformar em conhecimento. Nesse processo, o ser humano tem a base para o desenvolvimento de suas habilidades, como, percepção, imaginação, juízo de valor, atenção, raciocínio e memória. Por isso, a cognição é um dos conceitos elementares da teoria do conhecimento (PSICANÁLISE CLÍNICA, 2022).
Exemplificando:
Embora essas funções possam parecer básicas a condição humana, saiba que elas se desenvolvem e são interpretadas de forma diferente para cada pessoa. Cada processo cognitivo trará experiências únicas para a pessoa, conforme suas experiências e percepções. Ou seja, os estímulos são interpretados de maneira diferente para cada pessoa, não existe um padrão para as percepções individuais (PSICANÁLISE CLÍNICA, 2022).
Igualmente, na condição de agente de saúde, ou profissionais da rede de saúde como: médicos enfermeiros (as) representando o (PSF) melhor, (ESF) Estratégia Saúde da família, (AB) Atenção Básica, (APS) Atenção Primária Saúde, as vigilâncias (Ambiental, Sanitária, Epidemiológica) e Saúde do Trabalhador (a) ou até mesmo da assistência à Saúde. É importante relatar que essa percepção sensorial tem haver com o território e percepção das substâncias do meio ambiente. Como,
A percepção é nossa capacidade de entender o mundo conforme os estímulos que nos são dados pelos nossos sentidos principais: visão; olfato; paladar; audição; tato. Nesse sentido, a percepção exerce o seu papel no processo cognitivo para permitir que se entenda o ambiente que se vive através da interpretação dos estímulos, recebidos de várias formas, através de nossos sentidos (PSICANÁLISE CLÍNICA, 2022).
Diante disso, é uma missão responsável, o território tem suas dinâmicas específicas, dependendo do que encontrar nesse território, nessa casa, em se tratando de Saúde/doença sugere que os Agentes de Saúde terão o dever de partilhar os problemas encontrados no território. A formação da RAS é para isso, corrigir a ilha entre os equipamentos sociais e a gestão da saúde.
5. CADA LOCAL COMO UM CÉREBRO E SUAS COMPLEXIDADES
Comparar o território com o cérebro, como um local e suas especificidades seria muito didático do ponto de vista da sua complexidade e parte do todo, ou seja, organizar o cérebro (pensamento, ideias) para construir demanda, o que depende das condições externas que são os desafios sociais. Isso é muito particular, em outras palavras, não seria demais dizer que o cérebro é o centro e controle das ações que realizamos no dia a dia – isso é consenso –, mas os sentidos com suas especificidades têm grandes relevâncias nesse processo de compreensão e reflexão das questões externas no território. Com isso, às informações são percebidas no território os sentidos são receptores sensoriais, não é demais dizer que o processamento das reflexões e ideias são desenvolvidas no cérebro, após receber os estímulos dos receptores sensoriais, correspondentemente, “os sentidos são fundamentais para compreendermos tudo o que acontece no ambiente. Para captar essas informações, o organismo conta com receptores sensoriais, que recebem o estímulo e transformam-no em impulsos nervosos, que serão interpretados pelo sistema nervoso” (SANTOS, 2023). Logo, o território é um espaço geográfico que precisa ser percebido inclusive do ponto de vista da saúde/doença, às transformações e modificações ao ambiente são interceptadas pelo próprio homem. Desta forma,
O cérebro coordena as habilidades de mover-se, tocar, cheirar, provar, ouvir e ver. Ele permite formar a linguagem, a fala e a comunicação, compreender e fazer operações numéricas, compor e apreciar música, visualizar e entender formas geométricas, planejar e até mesmo imaginar e fantasiar. O cérebro também analisa todos os estímulos, provenientes dos órgãos internos, da superfície corporal, dos olhos, ouvidos, nariz e da boca. Então, ele responde a esses estímulos corrigindo a postura corporal, o movimento dos membros e a frequência de funcionamento dos órgãos internos. O cérebro também pode determinar o humor e os níveis de consciência e alerta (MAIESE, 2021).
Do mesmo modo, podemos identificar como uma arte, em que esses atores estarão desenvolvendo no primeiro momento um olhar magistral e digno da vigilância em saúde é essa atuação no local, é óbvio dependerá de uma formação de qualidade. Por isso,
São, portanto, trabalhadores do SUS fundamentais para execução de programas e ações da Vigilância em Saúde, e além de atuar diretamente no território, nas ações de controle de endemias e epidemias, atuam também na integração entre as vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental e de saúde do trabalhador (RECOMENDAÇÃO Nº 029, 2021).
6. O TERRITÓRIO PENSADO PARA O CUIDAR
O território é um espaço de poder, que precisa ser organizado e manipulado pelo poder público, a ação do Estado precisa se fazer presente nessa frente de (poder) trabalho. Por isso, pensar o território como ação estatal, é uma estratégia garantido pela Constituição Brasileira, principalmente com políticas públicas, por isso, desemboca na saúde como um direito de todos é dever do Estado. E o território (ou tecido urbano) é a base dessa arte que conurba (conurbação) de forma desorganizada.
A análise da natureza do Estado e do papel que ele desempenha, fortalecendo ou enfraquecendo a sua soberania e o território sobre o qual exerce o seu papel, é fundamental para a compreensão do momento político que ora se atravessa. Também o sistema de relações entre estados, entre Estado e sociedade civil, entre estados e empresas e entre e o Estado e as organizações não governamentais, em constante transformação, é essencial à compreensão do processo de globalização que o mundo atravessa, na ocasião em que se organizou, como um sistema em escala mundial, o sistema-mundo (ANTUNES, 2019).
Por isso, o Estado tem que tomar posse e desenvolver a soberania entre as nações e os povos. Além de,
A territorialização é base do trabalho das equipes de atenção básica para a prática da vigilância em Saúde. O propósito fundamental deste processo é permitir eleger prioridades para o enfrentamento dos problemas identificados nos territórios de atuação o que refletirá na definição das ações mais adequadas, contribuindo para o planejamento e programação local. Para tal, é necessário o relacionamento e mapeamento do território, segundo a lógica das relações entre condições de vida, saúde e acesso às ações e serviços de saúde. Isso implica um processo de coleta e sistematização de dados demográficos, socioeconômicos, político-culturais, epidemiológicos e sanitários que, posteriormente, devem ser interpretados e atualizados periodicamente pela equipe de saúde (TEIXEIRA e VILASBÔAS, P. 06, [s.d.]).
Por isso, a preocupação e a necessidade urgente de uma formação de qualidade e técnica, é preciso compreender toda uma sistematização do meio ambiente e suas diversidades evidentemente, “A complexidade do trabalho dos ACS e ACE requereu dos gestores públicos, priorizar a formação, para ampliar a compreensão dos trabalhadores acerca das bases que sustentam o seu trabalho, e acessar conhecimentos sobre a política de saúde na qual se concretiza sua atuação” (BRASIL, 2021).
7. O DESAFIO DA DESCENTRALIZAÇÃO PARA DESCENTRALIZAR
Outrossim, em 2004, um marco na definição das vigilâncias em Saúde, prossegue com seus desafios até aos dias atuais, por isso, a participação desse entendimento é vital para todo esse sistema corroborar na qualidade de vida dos cidadãos. acrescentando-se que,
em 2004, novo instrumento normativo é publicado, a portaria ministerial 1.172, indicativo dos esforços de aprimoramento do processo de descentralização das ações de vigilância. Nesse instrumento, define-se as atividades denominadas de vigilância em saúde, a saber: vigilância de doenças transmissíveis, vigilância de doenças e agravos não transmissíveis e de seus fatores de risco, vigilância ambiental em saúde e vigilância da situação de saúde. No entanto, vários estados e municípios incorporam a vigilância sanitária e a vigilância à saúde do trabalhador como atividades precípuas da vigilância em saúde (TEIXEIRA e VILASBÔAS, P. 02, [s.d.]).
Ademais, Continua a provocação em curso sobre a gestão aos municípios em ter que, descentralizar as vigilâncias como estratégia de saúde. Além do mais,
apesar dos esforços institucionais para assegurar os recursos financeiros e criar estruturas técnico-administrativas locais, constata-se que a descentralização da vigilância em saúde, ainda não provocou a esperada integração dessas práticas às ações de atenção individual executadas pelas unidades de saúde. Grande parte dos municípios ainda desenvolve ações de vigilância em saúde de modo centralizado, sem a devida capilaridade para as unidades básicas, o que provoca restrições nos efetivos controle das doenças e agravos prioritários e torna distante a possibilidade de operacionalizar o princípio da integralidade da atenção (IBIDEM, p.02, [s.d.]).
8. ORGANIZAR E PLANEJAR O PROCESSO DE TRABALHO É UMA PROPOSTA INTELIGENTE
A compreensão dos objetivos da (RAS) Rede de Atenção à Saúde, é sem dúvida uma proposta inteligente, que visa entender o todo na sua particularidade de cada ação desenvolvida. É fundamental os atores se reunirem para organizar e planejar as estratégias propostas (propositiva) com finalidade de ganho para a população, portanto, “O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica.” (BRASIL, 2010). Nesse contexto, de organizar e planejar o processo de trabalho, é muito importante para se ter noção da importância do trabalho que estamos desempenhando, isto é, o desempenho das nossas ações, corrobora para a qualidade de vida das pessoas, por isso, é significativo. Aliás, o filme tempos modernos de Charlie Chaplin esclarece bem isso, quando um operário perde a noção do seu trabalho numa linha de produção, se classifica como uma tragédia.
o operário desconhecia o valor do seu trabalho no momento em que desempenhava uma função isolada do processo global de fabricação de um determinado bem material. Com isso, ele não sabia quantificar em dinheiro o valor que sua contribuição influía na concepção de uma mercadoria industrializada (SOUSA, [s.d.]).
O servidor público (Agente de Saúde) precisa compreender o quanto ele é importante nesse contexto, as suas ações geram, qualidade de vida para às pessoas nesse circuito de informação, (fluxo de energia) como o cérebro precisa estar ajustado em (equilíbrio químico ou elétrico) para criar possibilidades ao conhecimento e ensino como diz Paulo Freire (2003, p.22) “se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”
9. CONCLUSÃO
O tema desse artigo foi muito trabalhoso, não seria diferente para quem se pretende desenvolver pesquisa acadêmica, e me solidarizo com todos os pesquisadores que desenvolvem pesquisa. Porquanto, o conceito dessa pesquisa, objetiva o desejo de articular conceitos do processo de trabalho (como se desenvolve o processo de trabalho no território) e de forma cognitiva numa linguagem global ao conhecimento dos ACE e ACS, com Atenção Básica e a vigilância em Saúde, na perspectiva da (RAS) Rede de Atenção à Saúde. Há um grande desafio em desenvolver linguagem cognitiva, isto é,
O conhecimento, na perspectiva dos pesquisadores da mente humana, não é fragmentado, mas interdependente, interligado, inter-sensorial; é sinérgico, do cérebro integral; podem ser observadas diferenças de ênfase, de caminhos para acesso ao conhecimento, de sua expressão, mas não estão isolados (ECKSCHMIDT et al., p.09, [s.d.]).
Outrossim, a integração entre atores profissionais da saúde, é sem dúvida uma questão para desenvolver a intersetorialidade responsável em comunicar e educar a população sobre os riscos no ambiente. A intersetorialidade, integralidade e o Multiprofissional, são conceitos (princípios) que, em princípio, possibilita enfrentamento de problemas, no entanto, são organismos coletivos, ações deliberadas que pressupõem o respeito e a diversidade as particularidades dos atores envolvidos. Neste contexto, conhecer o processo de trabalho dos Agentes de Saúde: (ACE) Agentes de Combate as Endemias, (ACS) Agentes Comunitário de Saúde, isto é, contribui definitivamente para desenvolver os serviços em rede de Saúde: – nível de atenção primário (atenção básica), nível de atenção secundário (média complexidade) e nível terciário (alta complexidade) –, para uma estratégia de gestão. Sendo assim, a integração dessas ações e os agentes de saúde, gera oportunidades para viabilizar a integração do serviço de qualidade para a população. Logo, a educação permanente fortalece o entendimento e a compreensão de promover a integração desses serviços, conteúdos e conceitos no território e na rede de saúde. Isto é, há uma responsabilidade em desenvolver conteúdos no dia a dia, para além da saúde, espera-se que a sabedoria popular e o conhecimento técnico (acadêmico) se encontrem em uma sinergia para o bem da saúde e de todos os humanos. A cognição cerebral, em específico a neurociência cognitiva, promove toda essa dinâmica conceitual de informação – dos ACE e ACS) –, para a compreensão estrutural e o conjunto de saúde/doença.
REFERENCIAS
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CARELLI, Rodrigo de Lacerda; CAVALCANTI, Tiago Muniz; FONSECA, Vanessa Patriota da Fonseca. Futuro do trabalho: os efeitos da revolução digital na sociedade. Brasília-DF, 2020.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra – coleção e leitura 2003, 27ª Edição p.22.
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ZIFF, Edward; KONKIEWITZ, Elisabete Castelon. Construção, e percepção da realidade – parte 1: o cérebro integra, imagina e cria o seu mundo. Ciências e Cognição, 2012.
APÊNDICE – NOTA DE RODAPÉ
2. Expressão utilizada em entrevista ao ex-ministro da justiça. https://estudio.folha.uol.com.br/espm/2022/09/cursos-de-direito-devem-romper-com-passado-e-ampliar-aprendizado.shtml.
3. A sinapse é a região responsável por realizar a comunicação entre dois ou mais neurônios, ou de um neurônio para um órgão efetor, ou seja, um músculo ou uma glândula. Ela tem por função enviar sinais através da transmissão sináptica, para ocorrer alguma ação específica no corpo. https://www.significados.com.br/sinapse/ Disponível acesso em: 09.12.2022.
[1] Curso de Pós-Graduação Latu Senso em Docência no Ensino Superior Universidade Cândido Mendes (2022) – Ensino Superior em Curso de Licenciatura em Geografia Universidade do Estado do Rio de Janeiro – RJ – UERJ. ORCID: 0000-0001-6195-4586.
Enviado: 4 de janeiro, 2023.
Aprovado: 22 de junho, 2023.
