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Consequências Do Desmame E Da Introdução Alimentar Precoce Em Lactentes

RC: 83325
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

MACHADO, Dâmaris Varanda [1], SINES, Gabriely Dias [2], BIZERRA, Andréa Silivestre Brasil Villagelim [3]

MACHADO, Dâmaris Varanda. SINES, Gabriely Dias. BIZERRA, Andréa Silivestre Brasil Villagelim. Consequências Do Desmame E Da Introdução Alimentar Precoce Em Lactentes. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 04, Vol. 10, pp. 140-167. Abril de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/nutricao/introducao-alimentar

RESUMO

Objetivos: Apontar as principais consequências da introdução alimentar precoce frente às evidências cientificas. Métodos: Para a produção da presente revisão descritiva e integrativa, foram utilizadas informações encontradas nos bancos de dados PUBMED, SciELO, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), SCOPUS e Google Acadêmico com os seguintes descritores: Alimentação complementar, Alimentação precoce, Introdução alimentar, Alergias alimentares, Obesidade, primeira infância, desnutrição infantil, Intolerâncias Alimentares; esses descritores foram empregados em diferentes combinações. Resultados: A revisão bibliográfica em tese, conduziu ao levantamento de 5 consequências do desmame e da introdução alimentar precoce em lactentes, são elas: Distúrbios Nutricionais (Obesidade e Desnutrição), Anemias Carenciais (Ferro e Vitamina A), Intolerâncias Alimentares (Glúten e Lactose), Alergias Alimentares e Complicações Respiratórias. Discussão: A OMS e o Ministério da Saúde preconizam o Aleitamento Materno exclusivo até o sexto mês de vida, não sendo recomendada a oferta de sucos, chás e/ou água, No entanto, apesar das preconizações recomendadas pelo MS e das evidências científicas que enfatizam a importância do AM exclusivo, inquéritos nacionais revelam que tal prática ainda se encontra insatisfatória, pois dados coletados através da II Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno, mostraram que aproximadamente 41% das crianças menores de seis meses de idade recebem o LM como única fonte alimentar. Conclusão: A alimentação complementar realizada no tempo adequado é fundamental para o desenvolvimento do lactente, e que a introdução precoce aumenta o risco do desenvolvimento de inúmeras doenças. Ademais, intervenções de equipes multiprofissionais são de suma importância para que o atual quadro melhore.

Palavras-chave: Introdução precoce x desmame, Consequências, Lactentes.

1. INTRODUÇÃO

O aleitamento materno (AM) é considerado essencial para o desenvolvimento infantil. Isto se dá devido a sua composição nutricional, que além de garantir de forma completa todos os nutrientes necessários para a fisiologia do metabolismo dos lactentes, os protegem de futuras doenças, alergias e até mesmo a morte (VENDRUSCOLO et al., 2012).

Inicialmente, o leite materno é secretado do primeiro ao sétimo dia, é denominado de Colostro, este, é rico em proteínas, Vitamina A leucócitos e anticorpos. Com ação laxativa, tal leite favorece a excreção de mecônio, diminuindo então a incidência de icterícia. Passados os sete dias iniciais ocorrem um tipo de transição referente à composição desse leite. A partir de então, calorias, proteínas, lipídios e lactose compõem grande parte do leite materno, que em conjunto com outros componentes essenciais e imunomoduladores, conferem ao lactente, um importante fator de proteção contra as principais infecções decorrentes na infância, além de garantir um adequado aporte calórico e proteico para seu crescimento (BARBOSA; SANTOS; SILVA, 2013).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) (2013) preconizam o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, não sendo recomendada a oferta de sucos, chás e nem mesmo a água, posto que, o LM tem a quantidade de água necessária que garante todo o suporte hídrico que o lactente necessita até os completos seis meses de vida (VENDRUSCOLO et al., 2012). Contudo, após o sexto mês, apenas o leite materno pode não ser suficiente para atender as necessidades nutricionais e energéticas das crianças, se fazendo necessária a presença de outros alimentos a fim de complementar as necessidades nutricionais exigidas (BRUNKEN et al., 2006).

A partir de então, o MS enfatiza no Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019), que se faz necessária a complementação nutricional a partir da introdução alimentar de forma lenta e gradual, dado que, a criança já apresenta maturidade fisiológica e neurológica para receber outros tipos de alimentos. Entretanto, é importante respeitar este período de transição alimentar, iniciando com alimentos em forma de papinhas (alimentos amassados e não liquidificados) e evoluindo a consistência gradativamente até normalizar a consistência dos alimentos, fazendo assim, parte da alimentação familiar, que ocorre geralmente após completar 12 meses de vida. Contudo, mesmo recebendo alimentação complementar, o leite materno deve continuar sendo ofertado até os dois anos de idade ou mais, uma vez que, seus benefícios são inigualáveis a outros alimentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019), (SALDIVA et al., 2011).

No entanto, apesar das preconizações recomendadas pelo MS e das inúmeras evidências científicas que enfatizam a extrema importância do aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida, inquéritos nacionais revelam que tal prática ainda se encontra insatisfatória, posto que, os lactentes que recebem somente leite materno nos seis primeiros meses não ultrapassam 50% em sua totalidade (SALDIVA et al., 2011).

Dados coletados através da II Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno (2009) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009) mostram que aproximadamente somente 41% das crianças menores de seis meses de idade recebem o leite materno como única fonte alimentar, o que torna estes dados epidemiológicos preocupantes, pois o início da introdução alimentar de forma precoce, ou seja, antes dos completos seis meses de vida, está diretamente relacionado ao aumento da incidência de infecções associadas ao trato gastrointestinal. Isto ocorre devido a diminuição da oferta do leite materno e, consequentemente, dos fatores de proteção nele contidos bem como a oferta de água e alimentos contaminados (DANTAS et al, 2017).

Existe inúmeros fatores que contribuem para a introdução alimentar precoce, tais como: baixos níveis socioeconômicos, mães jovens e inexperientes, obrigações financeiras que levam as mães a trabalharem fora de casa e dessarte induzem ao uso de mamadeiras e chupetas que também contribuem para o desmame precoce (DANTAS et al, 2017).

Introduzir alimentos de forma antecipada está diretamente relacionado a morbimortalidade infantil, uma vez que, o leite materno passa a não ser exclusivo, sendo geralmente substituído por alimentos de baixo teor nutritivo como chás ou grande teor calórico como alimentos com alto teor de carboidratos (SALDIVA et al., 2011). Isto pode trazer como consequência inúmeros distúrbios como baixo peso ou obesidade, que ocorre devido à saciedade que estes alimentos promovem diminuindo a ingestão do leite materno (SHINCAGLIA et al., 2015).

Culturalmente, as mães acreditam que incluir leite de vaca para complementar o leite materno seja benéfico ao bebê, porém, sabe-se que tal oferta pode acarretar processos alérgicos, além disso, a exposição precipitada às proteínas diferente do leite humano está diretamente ligada ao aumento de incidência de diabetes tipo 1 e doenças respiratórias. A baixa ingestão do leite humano induz a diminuição da absorção do ferro presente no mesmo, o que pode ocasionar anemia. (VENDRUSCOLO et al., 2012), (SHINCAGLIA et al., 2015).

Outros prejuízos causados pela introdução alimentar precoce à saúde da criança podem ser citados, como aumento dos episódios de diarreia, risco de desnutrição e internação por doenças infecciosas e respiratórias, menor absorção de nutrientes presentes no leite humano entre outros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015)

Face ao exposto, o objetivo deste artigo foi apontar as principais consequências da introdução alimentar precoce frente às evidências cientificas, bem como ressaltar a importância dos profissionais da área da saúde na intervenção mais apropriada frente às decorrências que aqui serão expostas.

2. MÉTODOS

Para a produção da presente revisão descritiva e integrativa, foram utilizadas informações encontradas nos bancos de dados PUBMED, SciELO, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), SCOPUS e Google Acadêmico com os seguintes descritores: Alimentação complementar, Alimentação precoce, Introdução alimentar, Alergias alimentares, Obesidade, primeira infância, desnutrição infantil, Intolerâncias alimentares; esses descritores foram empregados em diferentes combinações.

Em relação aos critérios de inclusão, foram considerados trabalhos publicados que possuíssem dados certificando a existência de consequências do desmame precoce bem como do adiantamento da introdução alimentar em lactentes, possuindo, portanto, informações seguras contribuindo assim, com o tema proposto. Como critérios de exclusão, foram desconsiderados artigos que não estão disponibilizados na íntegra e de fontes desconfiáveis.

3. RESULTADOS

A revisão bibliográfica em tese, conduziu ao levantamento de 5 consequências do desmame e da introdução alimentar precoce em lactentes, são elas: Distúrbios Nutricionais (Obesidade e Desnutrição), Anemias Carenciais (Ferro e Vitamina A), Intolerâncias Alimentares (Glúten e Lactose), Alergias Alimentares e Complicações Respiratórias.

Foram identificados 60 trabalhos científicos. Após análise dos mesmos, 26 estudos se encaixaram nos critérios de inclusão. Tais estudos estão relatados na tabela 1.

Tabela 1: Descrição dos estudos e as consequências encontradas.

Autor Local de estudo Ano Objetivo Consequências encontradas
MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasil 2015 Sensibilizar e dar subsídio aos profissionais da Atenção Básica para a promoção, proteção e apoio à prática do aleitamento materno e à prática da alimentação complementar saudável.  

Distúrbios Nutricionais (Obesidade)

GIUGLIANO R.; CARNEIRO E. Brasil 2004 Analisar a relação entre obesidade em escolares e atividade física e horas de sono da criança, escolaridade e obesidade dos pais.
STADLER F. et al  Paraná-Brasil 2016 O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a relação entre a alimentação complementar e a prevalência de sobrepeso/obesidade em duas escolas de IMBITUVA-PR.
FREITAS A.; COELHO S.; RIBEIRO R. Rio de Janeiro-Brasil 2009 Realizar uma pesquisa sobre a influência dos hábitos alimentares na obesidade infantil, bem com o risco que esta pode causar na vida adulta.
LEAL R. M.; SILVA G. A. P Brasil 2015 Comparar a frequência de consumo de alimentos supérfluos entre lactentes com excesso de peso e eutróficos.
HEITOR S. F. D.; RODRIGUES L. R.; SANTIAGO L. B Minas Gerais-Brasil 2011 Detectar quais alimentos supérfluos foram mais utilizados entre os quatro e seis meses e entre e os seis e 12 meses de idade das crianças.
OLIVEIRA M. F.; AVI C. M. Brasil 2017 Discutir sobre os principais fatores influenciam, positiva ou negativamente, a amamentação e a introdução da alimentação complementar e apontar os principais nutrientes envolvidos com a saúde da criança. Distúrbios Nutricionais (Desnutrição)
MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasil 2019 Promover saúde, crescimento e desenvolvimento para que as crianças alcancem todo o seu potencial.
SAWAYA A. L. Brasil 2006 Avaliar conseqüências da desnutrição em longo prazo e efeitos da recuperação nutricional.
REIS M. C. G. ET AL. São Paulo-Brasil 2010 Verificar a prevalência de anemia em crianças de 3 a 12 meses de vida. Anemias Carenciais (Ferro)
MONTE C. M. G.; GIUGLIANI E. R. J. Brasil 2004 Apresentar uma revisão sobre as evidências que embasam as recomendações atuais da alimentação complementar de crianças em aleitamento materno. Anemias Carenciais (Vitamina A)
CHMIELEWSKA et al. Brasil 2015 Analisar a prevenção primária da doença celíaca associados a fatores ambientais com enfoque na nutrição inicial.  

Intolerâncias Alimentares (Glúten)

HARDWICK C. Reino Unido 1939 Relatar o Prognóstico na doença celíaca.
IVARSSON A. et al. EUA 2002 Explorar se a amamentação e o modo de introdução de glúten na dieta influenciam o risco de doença celíaca na infância.
PETERS U. et al. Suíça 2001 O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre a duração do aleitamento materno e a idade na primeira introdução de glúten na dieta infantil e a incidência e idade no início da doença celíaca.
PEREIRA F. et al Brasil 2006 Buscar evidencias epidemiológicas que relacionam doença celíaca com o aleitamento materno.
MOREIRA C. et al.

 

Brasil 1997 Estudar 311 lactentes menores de 1 ano de idade, em aleitamento materno misto ou artificial, hospitalizados por diarréia aguda, com objetivo de determinar a prevalência de intolerância a lactose. Intolerâncias Alimentares (Lactose)
SILVA L. R. Bahia-Brasil 2001 Como alcançar um melhor diagnóstico de diarréia na criança.
JOSÉ D. et al. Curitiba-Brasil 2016 Investigar na literatura científica as relações entre a hipersensibilidade alimentar com o desmame precoce. Alergias Alimentares
SOLÉ D. et al. Brasil 2018 Elaborar um documento prático capaz de auxiliar na compreensão dos mecanismos envolvidos na alergia alimentar, assim como dos possíveis fatores de risco associados à sua apresentação, bem como sobre a sua apresentação clínica.
CALZA G. F. Brasília-Brasil 2012 Analisar a relação do desmame precoce com a prevalência das alergias e intolerâncias alimentares.
VIEIRA, G; SILVA, L; VIEIRA, T. Bahia-Brasil 2004 Descrever os hábitos alimentares de crianças amamentadas e não-amamentadas através da análise dos alimentos consumidos pelas crianças menores de 1 ano de idade na cidade de Feira de Santana, BA, no ano de 2001.
BRUNKEN G. S. et al. Cuiabá-Brasil 2006 Identificar fatores associados à interrupção precoce (antes dos 4 meses) do aleitamento materno exclusivo e à introdução tardia (após os 8 meses) de alimentos complementares. Complicações Respiratórias
STRASSBURGER SZ et al. Rio Grande do Sul-Brasil 2010 Analisar o impacto de amamentação exclusiva e a introdução de leite de vaca no primeiro ano de vida no diagnóstico de asma, sibilância e atopia em crianças entre 3 e 4 anos de vida.
ROTH D. E. et al Genebra-Suíça 2008 Analisar os dados disponíveis sobre a eficácia de intervenções nutricionais específicas para reduzir a incidência, morbidade e infecções respiratórias agudas na infância.
ODDY et. al. Perth-Austrália 2003 Examinar a relação entre a duração do aleitamento materno e a morbidade decorrente de doença respiratória e infecção no primeiro ano de vida.

Fonte: MACHADO, Dâmaris Varanda; SINES, Gabriely Dias, 2018.

4. DISCUSSÃO

4.1 DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS

O AM é apontado como o primeiro hábito saudável do bebê, em contrapartida sua ausência e a introdução precoce de alimentos contribuem com distúrbios nutricionais tais como obesidade e desnutrição (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

A OMS criou uma ferramenta para avaliar as práticas, programas nacionais e políticas, em auxílio à alimentação de lactentes e crianças na primeira infância. Posto que, visa proteger, promover e apoiar práticas de alimentação saudável para atingir as metas e objetivos da Estratégia Global (LUTTER, 2012).

Em um estudo feito no ano de 2012, foi apontado que no ano Brasil, a duração média do AM aumentou de 2,5% para 38,6%, que coincidiu com as novas políticas e programas implementados (LUTTER, 2012).

Obesidade

Em uma pesquisa realizada no ano de 2014, constatou que a obesidade infantil é um dos maiores problemas de saúde enfrentada nos últimos anos, visto que essas crianças se tornaram adultos com sobrepeso e obesidade com grande risco de desenvolver comorbidades tais como diabetes, dislipidemias, doença cardiovascular, hipertensão e outros problemas de saúde (ABESO, 2014).

De acordo com a OMS, no ano de 2017, cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos eram obesas ou apresentaram sobrepeso, com essas informações, novas diretrizes foram lançadas, que incluem aconselhamento e dieta, avaliação dos hábitos alimentares, além das usuais medições de peso e altura foram aplicados para enfrentar esta epidemia global (NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2017).

Os fatores para o desencadeamento da obesidade infantil podem ser o desmame precoce, a introdução inadequada e/ou precoce de alimentos, distúrbios do comportamento alimentar e da relação familiar, sendo de suma importância corrigir este erro, para não se tornarem adultos obesos (GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004).

A alimentação complementar é fundamental, pois visa complementar a energia e micronutrientes necessários para o crescimento ideal da criança contribuindo para sua saúde na vida adulta, no entanto a introdução precoce de alimentos repercute de forma negativa no estado nutricional, isto posto, ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Estudos atuais comprovam o aumento do IMC em crianças, indicando a relevância das estratégias de promoção de saúde, sendo de suma importância adotar um estilo de vida mais saudável, com hábitos alimentares adequados e equilibrados e a prática de atividade física regular ainda na infância e na adolescência (STADLER et al., 2015).

O AM é uma das estratégias de promoção à saúde, medida preventiva importantíssima, consequentemente, evitando sobrepeso e a obesidade durante a infância, postergando o surgimento de doenças crônicas degenerativas na fase adulta (STADLER et al., 2015).

Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde 2016, a ingestão de alimentos ultra processados ocorre nos primeiros anos de vida, 40,5% das crianças menores de cinco anos consome refrigerante. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2013, 60,8% das crianças menores que cinco anos comem biscoitos ou bolachas recheadas. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares POF feita em 2008-2009, uma a cada três crianças brasileiras apresenta excesso de peso (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA, 2017).

Foi verificado que predominantemente na zona urbana as mães interrompem o AM precocemente com substituição de alimentos com excessos de carboidratos, postergando o excesso de peso (FREITAS; COELHO; RIBEIRO, 2009).

Em um estudo realizado na cidade de São Paulo com crianças de 2 a 6 anos em colégios particulares, verificou-se que a renda per capita é um fator socioeconômico importante no efeito ao estudo nutricional, visto que, contribuem para o excesso de peso e obesidade (SIMON; SOUZA; SOUZA, 2009).

Em outro estudo realizado com crianças de 10 – 18 meses de idade, no Estado de Pernambuco onde foram coletados os dados das crianças com as mães, a respeito do consumo dos alimentos pelos lactentes. A pesquisa foi dividida em dois grupos, eutróficos (42) e com excesso de peso (56), no grupo com excesso de peso foi constatado que o consumo de alimentos supérfluo foi maior, estimando que estes alimentos proporcionem excesso de peso (LEAL; SILVA, 2015).

Dentre os alimentos postos à pesquisa, destacaram-se alimentos como salgadinhos/pipoca, leite fermentado, biscoito recheado, macarrão instantâneo e chocolate/achocolatado (LEAL; SILVA, 2015).

A introdução precoce de alimentos de baixo valor nutricional, com oferta de carboidratos simples e lipídeos tanto em quantidade quanto em qualidade, induz a predisposição ao desencadeamento de obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemias entre outras doenças crônicas (HEITOR; RODRIGUES; SANTIAGO, 2011).

O termo imprinting metabólico compreende que as primeiras experiências nutricionais do indivíduo feitas de forma inapropriada e introduzidas precocemente poderiam influenciar na sua disposição a determinadas doenças na idade adulta (HEITOR; RODRIGUES; SANTIAGO, 2011).

Desnutrição

A introdução precoce de alimentos em regiões que apresentam condições precárias de higiene pode acarretar problemas na saúde da criança como: diarreia, infecções gastrointestinais e desnutrição (OLIVEIRA; AVI, 2017).

A introdução alimentar complementar apresenta um grande risco para a criança, pois nesta fase, pode ocorrer contaminação devido à manipulação e/ou preparo inadequados, possibilitando a incidência de diarreias e desnutrição. Cabe destacar que a orientação adequada a essas mães durante essa fase, é de responsabilidade dos profissionais de saúde. A higienização dos alimentos é indispensável para a prevenção e diminuição da ocorrência das doenças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Vale ressaltar que as infecções recorrentes se trata de um contexto muito simples, que em uma criança normal não teria nenhuma sequela, porém, em crianças desnutridas podem afetar não só o ganho de peso, como também a estatura (SAWAYA, 2006).

De acordo com MS quando outros alimentos são ofertados à criança além do leite materno, antes dos 6 meses, especialmente através de mamadeira, incluindo água e chás, é possível que adoeça mais e fique desnutrida. A pega errada dificulta o esvaziamento total da mama, impossibilitando o que o bebê mame o leite do final da mamada, que é rico em gordura e que dá maior saciedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

A oferta inadequada de nutrientes é crucial nos primeiros anos de vida, pois, faz com que haja uma diminuição no aproveitamento desses nutrientes devido à imaturidade biológica e fisiológica como: reflexo de protrusão da língua, pouca produção de amilase salivar e pancreática, limitada função renal e mucosa intestinal permeável a proteínas heterólogas (OLIVEIRA; AVI, 2017).

A desnutrição é responsável por 55% das mortes de crianças no mundo, segundo um relatório da OMS em 2006. Está relacionada a inúmeras doenças e atualmente é apontada como a doença que mais mata crianças abaixo de cinco anos. A baixa estatura é mais frequente nas áreas de piores condições socioeconômicas, visto que a falta de aleitamento materno até seis meses exclusivos, introdução de alimentos complementares em quantidade e qualidade inadequadas, absorção de nutrientes prejudicada por infecções e parasitoses intestinais (SAWAYA, 2006).

4.2 ANEMIAS CARENCIAIS

O AM e a introdução alimentar adequada nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança, sendo assim, práticas alimentares indevidas podem comprometer o estado nutricional das crianças (SILVA et al., 2015).

Ferro

A anemia é determinada pela OMS quando a quantidade do nível de hemoglobina (Hb) circulante está abaixo dos valores considerados normais para a idade, o sexo, o estado fisiológico e a altitude (MACHIAFAVEL; SILVA, 2014).

A classificação de deficiência de ferro em crianças entre 6 a 59 meses de idade, como uma Hb abaixo de 11 g/dL, entre 5 e 11 anos como uma Hb abaixo de 11,5 g/dL e entre 12 e 14 anos como uma Hb abaixo de 12 g/Dl (PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS, 2014).

Conforme o Fundo das Nações Unidas para a Criança e Adolescente, 90% de todos os tipos de anemia no mundo são devido à falta de ferro. Na América do Sul e na América Central, a anemia por deficiência de ferro tem se determinado como grave problema de saúde pública, atingido cerca de 50% das gestantes e crianças (REIS et al., 2010).

O ferro é um mineral importantíssimo na alimentação da criança. Sua deficiência está relacionada com a anemia ferropriva, retardo no desenvolvimento neuropsicomotor e perda das defesas do organismo e da capacidade intelectual e motora. Importante ressaltar, que alguns danos da anemia por deficiência de ferro pode ser irreversíveis, sendo necessário ser identificado o mais precocemente (DUPIN, 2012).

O problema agrava-se na primeira infância, em consequência de erros alimentares, especialmente no período de desmame, que frequentemente, o leite materno é substituído por alimentos pobres em ferro. Por exemplo, o leite de vaca que apesar de apresentar o mesmo teor de ferro que o leite materno, sua biodisponibilidade é baixa (REIS et al., 2010).

Os sinais clínicos de anemia geralmente passam despercebidos, como palidez, apatia, anorexia, irritabilidade, cansaço, redução da capacidade de atenção e déficits psicomotores (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2007).

A anemia pode ser diagnosticada principalmente através de exames laboratoriais, com a dosagem de hemoglobina sérica. Os indicadores de deficiência de ferro normalmente são difíceis de interpretar em crianças, pois apresentam modificações fisiológicas em diversos períodos do crescimento e desenvolvimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2007).

Organizações internacionais e nacionais se empenharam na elaboração de guias e políticas para a prevenção e diminuição da anemia por deficiência de ferro na população infantil, inserindo Programas de Suplementação de Ferro e Fortificação de Alimentos (CEMBRANEL; CORSO; GONZÁLEZ-CHICA, 2016).

Tendo em vista que as necessidades de ferro durante a gestação e no decorrer dos primeiros anos de vida são altíssimos, sendo assim, recomenda-se a implementação de medidas complementares à alimentação saudável, com o objetivo de conceder ferro adicional de forma preventiva. Priorizando a suplementação de ferro medicamentosa e doses profiláticas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Vitamina A

A alimentação complementar apropriada deve atingir as necessidades de macro e micronutrientes como ferro, zinco, cálcio, vitamina A e vitamina C em quantidades adequadas (MONTE; GIUGLIANI, 2004).

De acordo com o MS, a deficiência de vitamina A (DVA) é apontada como uma das mais relevantes deficiências nutricionais dos países em desenvolvimento, sendo o principal motivo de cegueira evitável (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Uma alimentação onde o aporte de vitamina A é adequado na mãe, entende-se que, quando for feito a oferta de alimentos complementares ricos nessa vitamina ao bebê, facilmente irá atingir a quantidade ideal, principalmente se a mãe estiver amamentando (MONTE; GIUGLIANI, 2004).

A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal (provitamina A) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Os principais alimentos fonte de vitamina A são fígado, ovo, produtos lácteos, folhas verdes escuras e vegetais e frutas de cor alaranjada (cenoura, abóbora, pimentão vermelho ou amarelo, manga, maracujá, mamão) (MONTE; GIUGLIANI, 2004).

Em um estudo feito em pré-escolares no ano de 2009, onde foi avaliado o consumo diário de alimentos fontes de vitamina A, foram o leite integral, ovo, cenoura e a couve (STADLER et al., 2015).

O corpo humano não produz vitamina A, desse modo, é necessário à ingestão de alimentos fontes. O corpo armazena vitamina A no fígado, assegurando um estoque, que será gasto à medida que for solicitado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Se não ingerirmos alimentos fontes, e esta reserva estiver reduzida impedindo sua utilização, acarretará deficiência de vitamina A. Podendo se apresentar como deficiência subclínica ou como deficiência clínica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A DVA subclínica é definida quando as concentrações dessa vitamina estão baixas e contribuem para a ocorrência de agravos à saúde, como diarreia e morbidades respiratórias, sendo reversível (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A DVA clínica (xeroftalmia) é definida por problemas no sistema visual, atingindo três estruturas oculares: retina, conjuntiva e córnea, tendo, como consequência, a diminuição da sensibilidade à luz até cegueira parcial ou total. A primeira manifestação funcional é a cegueira noturna, ocasionando a diminuição da capacidade de enxergar em locais com baixa luminosidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A vitamina A é um nutriente essencial, realçado por sua função na integridade cutânea, proteção de estruturas e funções oculares, sistema imunológico e redução da morbimortalidade por doenças infecciosas, como diarreia, sarampo e malária (SILVA et al., 2015).

A OMS salienta que a alimentação materna é fator importantíssimo para a concentração da vitamina A no leite materno, portanto, recomenda que as mulheres no pós-parto devam receber nutrição adequada dessa vitamina (2011) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

O MS em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, criou, desde 2005, o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A. Que constitui na suplementação profilática medicamentosa para crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto, por não alcançar pela alimentação, a quantidade diária essencial para prevenir a deficiência dessa vitamina no organismo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

4.3 INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES

As intolerâncias alimentares são caracterizadas por diversas complicações que acometem o organismo quando são ingeridos alimentos ou aditivos alimentares. Estas complicações podem ser não tóxicas e tóxicas, dependendo ou não da susceptibilidade individual respectivamente (COROZOLLA; RODRIGUES, 2016).

As reações tóxicas são aquelas que não dependem da sensibilidade individual e surgem a partir da ingestão de algumas substâncias, entre elas estão as toxinas bacterianas (alimentos contaminados), alimentos com propriedades farmacológicas (cafeína do café e tiramina dos queijos maturados), e as doenças metabólicas. Já as reações não tóxicas dependem de uma vulnerabilidade individual e podendo ser classificadas em: imunomediadas (alergia alimentar) e não-imunomediadas (intolerância alimentar) (COROZOLLA; RODRIGUES, 2016).

Glúten (doença celíaca)

Existem inúmeros mecanismos pelos quais o leite materno está diretamente associado à prevenção da Doença Celíaca (DC). Haja vista que, o LM contém inúmeros aspectos envolvidos na imunidade passiva, como lactoferrinas, lisozima ou anticorpos IgA. Na permeabilidade intestinal do lactente, o LM também atua beneficamente, pois, a permeabilidade mostrou ser menor em crianças com aleitamento materno exclusivo (CHMIELEWSKA et al., 2015).

Atualmente, há vários estudos que enfatizam as nocivas consequências da introdução prematura de alimentos ricos em glúten, bem como os efeitos protetores da amamentação materna. Em um pioneiro estudo publicado por Hardwick (1939) evidenciou que de 70 crianças acompanhadas por ele durante 15 anos, 36% vieram a falecer por consequências da DC antes mesmo de completar a idade adulta, entretanto, é válido lembrar que na época, a sintomatologia da doença ainda não era associada à ingestão de glúten, porém, este autor em seu estudo, compreendeu que as crianças que foram alimentadas com LM não apresentaram de forma precoce as manifestações da DC. Fato este que reforça ainda mais que mesmo sendo um estudo considerado antigo, é precedente aos mais novos estudos como o artigo de Ivarsson e colaboradores (2002) que confirma a interligação do desmame precoce e a introdução precoce do glúten com a sintomatologia prematura da DC.

Para evidenciar ainda mais esta questão, resultados de um estudo publicado por PETERS et al. na Alemanha, mostram que os lactentes amamentados com LM por mais de 2 meses tinham uma redução de 63% no risco de manifestar a DC comparando com as crianças amamentadas no peito em menos que 2 meses. Para mais, os autores observaram também que a sintomatologia da doença foi manifestada mais tardiamente em crianças que foram amamentadas por mais tempo e não introduziram o glúten precocemente na alimentação (PETERS et al., 2001).

Inúmeros são os estudos que demonstram a suma importância do LM em relação a menor incidência de DC, principalmente pelo seu efeito imunomodulador, sendo assim, é correto afirmar que a presença do LM no momento da introdução de alimentos fontes de glúten diminui significantemente uma futura intolerância ao glúten e posterior DC (PEREIRA et al., 2006).

Lactose (intolerância secundária)

A atividade da enzima Lactase em humanos é identificada no primeiro trimestre de gestação, porém, com valores ainda muito baixos, aumentando somente a partir das 26ª semanas tendo seu valor ótimo no final do 3º trimestre gestacional (FEBERBAUM; FALCÃO, 2003).

A lactase é uma proteína com atividade enzimática que por sua vez é produzida pelas células da mucosa do intestino delgado e está localizada na membrana de borda em escova. Sua localização faz com que tal enzima se torne vulnerável a qualquer lesão que atinja a mucosa intestinal, fazendo com que sua expressão seja diminuída levando então a intolerância a lactose secundária (FEBERBAUM; FALCÃO, 2003), (TUMAS; CARDOSO, 2018).

Intolerância secundária à lactose é caracterizada por uma condição fisiopatológica pressuposta que levam a danos na mucosa intestinal e consequente perda das enzimas lactases uma vez que as mesmas estão localizadas na membrana de borda em escova, ou seja, nas extremidades das vilosidades do intestino delgado (TUMAS; CARDOSO, 2018).

Tais lesões podem ser provocadas por infecções agudas, parasitoses, doença celíaca, desnutrição energético-proteica, fazendo com quem a lactase seja eliminada ou temporariamente pare de ser produzida (TUMAS; CARDOSO, 2018).

Entre outras causas que faz com quem as enzimas lactases sejam prejudicadas, está a presença da diarreia, que por sua vez é caracterizada por fezes liquidas bem como um aumento de seu número e volume. Nas crianças, no que diz respeito às suas individualidades fisiopatológicas, o quadro diarreico causa distúrbios na homeostase hidroeletrolítica gástrica e entérica, ou seja, diminui a absorção e consequente aumento da secreção entérica de água e eletrólitos, o que acarreta a incidência de diarreias e consequentes perdas fecais significantes da enzima lactase (ARAÚJO et al., 2007).

A Intolerância a Lactose (IL) é uma afecção da mucosa intestinal que impossibilita a digestão da lactose devido à baixa atividade enzimática da lactase ou da sua produção (PEREIRA; FURLAN, 2004).

Na composição do LM, contém agentes que conferem ação imunológica. O fator bífido (fator de crescimento probiótico) encontrado no LM, é capaz de promover a colonização pelas bifidobactérias (Lactobacilos) no trato gastrintestinal do lactente, estas por sua vez, produzem ácido lático que impedem a proliferação e competem respectivamente com os microrganismos patogênicos as enterobactérias, que são reveladas como umas das principais causadoras de diarreia infantil (ARAÚJO et al., 2008).

Com o desmame precoce e a introdução alimentar de forma prematura, a oferta de alimentos como leite de vaca integral, proteína animal, frutas e hortaliças sem a correta higienização, a ação protetora que o LM oferece é diminuída, expondo a criança um risco maior de diarreia, tendo em vista os agentes patogênicos que podem estar presentes nos alimentos mal higienizados, a grande quantidade de gordura e proteínas presentes nos alimentos erroneamente ofertados associados a fisiologia gastrintestinal prematura do lactente que não é capaz ainda de suportar tais alimentos (XIMENES et al., 2010).

Em um pioneiro estudo publicado por MOREIRA e colaboradores (1997), onde foram estudados 311 lactentes menores de um ano de idade, com aleitamento misto ou artificial e hospitalizados com diarreia aguda, foi observado que, dos 311 lactentes em estudo, 162 apresentaram intolerância a lactose totalizando 52,1%.

Diante do exposto, torna-se fácil a associação entre a intolerância secundária a lactose e o desmame e/ou introdução alimentar precoce, uma vez que, com a diminuição da oferta de LM e um acréscimo de alimentos de forma prematura, torna o organismo da criança vulnerável a inúmeros agentes patogênicos, aumentando as chances de intercorrências de diarreias e consequente diminuição das lactases (SILVA, 2018).

4.4 ALERGIAS ALIMENTARES

Atualmente, as alergias alimentares (AA) são consideradas um problema de saúde pública, e são definidas como uma doença causada a uma resposta imunológica falha, e tal resposta ocorre após contato e/ou ingestão de certo (s) alimento (s) (SOLÉ et al., 2018).

O LM, em sua totalidade, oferece ao lactente fatores com ação imunológica como a IgA secretora que atua na prevenção das AA, que por sua vez tem função de bloquear antígenos alimentares e do ambiente, assim como inúmeros fatores que conferem o amadurecimento da barreira intestinal (SOLÉ et al., 2018).  Sua substituição por outros alimentos de maneira prematura pode favorecer o surgimento de problemas de saúde e manifestações de doenças, visto que, os lactentes em seus primeiros meses de vida possuem o sistema imunológico e gastrointestinal imaturos, o que os tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de reações de hipersensibilidade podendo assim, acarretar em alergias alimentares (JOSÉ et al., 2016), além de os tornarem mais susceptíveis a absorção de macromoléculas devido a permeabilidade intestinal que não está totalmente desenvolvida (FERREIRA et al., 2007).

O risco de reações relacionadas às AA é grande e envolve inúmeras manifestações clínicas, dentre elas podem-se citar as manifestações cutâneas onde se destacam urticária, angioedema e dermatite atópica, as gastrointestinais destacando diarreias, vômitos e refluxo gastroesofágico (RGE) em lactentes e as manifestações respiratórias que envolvem principalmente broncoespasmo agudo, asma e rinite alérgica (SOLÉ et al., 2018), (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

Nos primeiros anos de vida, muitos lactentes manifestam sintomas de refluxo gastroesofágico de maneira fisiológica, ou seja, sem danos expressivos a saúde, entretanto, há situações em que a sintomatologia de RGE ocorre de modo mais relevante caracterizando a doença do RGE por alergia alimentar, agravando o quadro clínico do lactente. Há estudos que enfatizam a ocorrência de alergia às proteínas do leite de vaca em quase 50% dos casos graves de RGE em lactentes (SOLÉ et al., 2018).

Medidas preventivas contra AA é voltada para os recém-nascidos, uma vez que são considerados uma população de alto risco para AA devido a imaturidade do sistema imunológico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

Os alérgenos alimentares comumente responsáveis por cerca de 90% de todas as reações alérgicas são as proteínas do leite de vaca, amendoim, ovo, trigo, peixe, soja, frutos do mar, e nozes (PEREIRA; MOURA; CONSTANT, 2008).

No entanto, evidencias cientificas mostram que o leite de vaca é responsável por 20% das ocorrências de AA. A ingestão de fórmulas de leite de vaca por lactentes, pode induzir a disbiose intestinal, fator de risco importante para o surgimento de AA (VIEIRA et al., 2004), (SOLÉ et al., 2018).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar (2018), o uso de fórmulas de soja ou proteínas hidrolisadas na redução do risco de alergia às proteínas do leite de vaca não determinou redução do risco e não é adequada a sua utilização em lactentes menores de 6 meses. Já o uso de fórmulas hidrolisadas em crianças sem a viabilidade de aleitamento natural, com o intuito de reduzir a incidência de alergia às proteínas do leite de vaca e de outras doenças alérgicas obteve-se resultados incoerentes (SOLÉ et al., 2018).

Em um estudo publicado por Calza (2012), com 120 pais de 280 crianças menos de 5 anos, onde objetivou-se analisar a relação do desmame precoce com a prevalência das alergias alimentares, foram encontradas evidencias que comprovam a relação entre o aleitamento materno em tempo inferior ao que preconiza a OMS e uma maior predisposição a alergias.

Vieira e colaboradores (2004) publicaram um estudo feito com 2,323 mães de 2,319 crianças menores de 1 ano de idade, com o intuito de avaliar os hábitos alimentares de crianças amamentadas e não-amamentadas. Verificou-se que, as crianças com idade inferior a 4 meses e não amamentadas tem chances 8,2 e 6,7 maiores de terem a introdução alimentar de forma prematura, e tal fato influencia diretamente ao desmame precoce. Ainda neste estudo, foi possível observar que as crianças amamentadas, quando comparadas com as não-amamentadas, apresentaram menores chances de desenvolvimento de alergias alimentares.

4.5 COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

O desmame precoce bem como a introdução alimentar precoce, podem acarretar inúmeras complicações, entre elas, as complicações respiratórias como rinite, asma e pneumonia. Isto ocorre devido a consequente diminuição de fatores de proteção que o LM possui e confere ao lactente se oferecido pelo tempo preconizado pela OMS (BRUNKEN et al., 2006).

Elementos como: imunoglobulinas, IgA, IgM, IgD, IgE, IgG (predominando a IgA), lisozima, lactoferrina, peptídeos bioativos, oligossacarídeos e lipídios, componentes celulares como: fagócitos polimorfonucleares, linfócitos, macrófagos, nucleotídeos, plasmócitos e células epiteliais, que se encontram imunologicamente ativos, são diretamente responsáveis pelo fortalecimento e maturidade imunológica do organismo do lactente, e tais elementos conferem ação antiinfecciosa, antimicrobiana e antiaderente para numerosos microrganismos responsáveis por causar múltiplas doenças no trato respiratório (PASSANHA et al., 2010).

Dentre as doenças do trato respiratório está a asma. Esta por sua vez é considerada uma doença crônica que surge comumente nos primeiros dez anos de vida, sendo ela, responsável pelos frequentes sintomas respiratórios nessa fase (STRASSBURGER et al., 2010).

A manifestação sintomatológica da asma isoladamente por alergias alimentares não é comum, entretanto, a AA especialmente à proteína do leite de vaca ou ao ovo em lactentes, é considerada um fator para o posterior desenvolvimento de asma, e sua prevalência em pacientes que manifestam alergia ao leite de vaca tem sido consideravelmente elevada (SOLÉ et al., 2018).

Para consolidar esta afirmação, um estudo publicado por Strassburger e colaboradores (2010), onde objetivou-se analisar o impacto de amamentação exclusiva e a introdução de leite de vaca no primeiro ano de vida no diagnóstico de asma, sibilância e atopia em crianças entre 3 e 4 anos de vida, foram encontrados os seguintes resultados: Das 397 crianças em estudo, somente 1/3 receberam o LM exclusivamente além dos 4 meses de vida, para mais, foi observado também que 40% das crianças já estavam sendo alimentadas com leite de vaca.

Outra complicação comumente desenvolvida, a rinite é caracterizada como uma inflamação da mucosa de revestimento nasal, e os sintomas podem ser diversos, entre eles estão a congestão nasal, espirros, coriza hialina e prurido (GALVÃO; CASTRO, 2005).

No Brasil, a prevalência da manifestação desta complicação respiratória está em torno de 33% em escolares de 6 a 7 anos e de 34% em adolescentes de 13 a 14 anos, segundo estudo publicado por Esteves onde o mesmo objetivou-se analisar a prevalência da rinite alérgica em escolares de 13 a 14 anos de Curitiba (ESTEVES, 1998).

A ausência do LM nos primeiros 6 meses de vida está diretamente associada à maior prevalência e probabilidade de manifestar Insuficiência Aguda das Vias Respiratórias Inferiores (IAVRI), bem como à maior morbimortalidade por esta patologia. Fato este justificado pela ausência da transferência de compostos da imunidade inata da mãe para o bebê, presentes no LM que promovem uma melhor resposta dos anticorpos aos principais agentes causadores da pneumonia (ROTH et al., 2008).

Oddy e colaboradores (2003) realizaram um estudo que comparou o tempo de amamentação com a morbidade por doenças respiratórias e observaram um aumento de 2 ou mais visitas médicas e internações hospitalares no grupo com AM exclusivo por período inferior a 6 meses, devido a doenças como asma e bronquiolíte.

Diante de tantas evidências científicas que comprovam a suma importância do AM exclusivo por no mínimo 4 meses, e sua contribuição na diminuição da incidência de quadros infecciosos como pneumonia e infecções de vias aéreas superiores nos primeiros 2 anos de vida (ODDY et al., 2003). É de extrema relevância a oferta exclusiva de LM bem como a introdução alimentar no momento correto, pois condutas contrárias podem levar ao surgimento e/ou agravar o quadro clínico das doenças respiratórias. Em razão de que, a ingestão excessiva de alimentos como leite de vaca e seus derivados podem intensificar os sintomas da asma e outras complicações respiratórias, uma vez que estes alimentos estimulam a produção de muco pelo trato respiratório através do estímulo que as substâncias presentes no leite de vaca provocam nas glândulas respiratórias (THIARA; GOLDMAN, 2012), (BARTLEY; MCGLASHAN, 2010).

5. CONCLUSÃO

A alimentação complementar realizada no tempo adequado é fundamental para o crescimento e desenvolvimento da criança, visto que a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida estabelece uma prática indispensável para a sua saúde, pois o leite materno apresenta nutrientes necessários para essa fase da vida, a partir do sexto mês, apenas o leite materno não é o suficiente para suprir as necessidades nutricionais, sendo necessária a alimentação complementar.

Já a introdução antes dos seis meses pode levar a um comprometimento do desenvolvimento a curto e a longo prazo, deixando a criança mais vulnerável a infecções, a diarreias, desnutrição, aumentando o risco de alergias alimentares e respiratórias, podendo acarretar doenças crônicas na idade adulta, além disso, a introdução alimentar precoce faz com que a criança passe a mamar menos e consequentemente diminuindo a produção de leite pela mãe.

É de competência da equipe de saúde instruir de forma correta as mães, seguindo os programas do governo sobre a alimentação complementar e aleitamento materno, sendo necessário o aperfeiçoamento constante destes profissionais acerca dos conhecimentos atuais sobre alimentação adequada infantil, visando o crescimento apropriado da criança.

Vale ressaltar também a importância do profissional apto e capacitado a orientar e prescrever sobre uma alimentação adequada e ideal de acordo com as necessidades de cada pessoa, visando uma boa formação de hábitos alimentares, que é o nutricionista.

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[1] Graduada em Nutrição.

[2] Graduada em Nutrição.

[3] Orientadora.

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Abril, 2021.

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