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O cinema no ensino de história e a influência da indústria cultural cinematográfica

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

OLIVEIRA, Rosane Machado de [1], JOÃO, Maria Thereza David [2]

OLIVEIRA, Rosane Machado de. JOÃO, Maria Thereza David. O cinema no ensino de história e a influência da indústria cultural cinematográfica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 07, Vol. 06, pp. 132-151. Julho de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/historia/cinema-no-ensino

RESUMO

O presente artigo tem por finalidade discutir o papel da indústria cultural cinematográfica e a relevância do uso do cinema em sala de aula. O cinema pode ser utilizado como uma ferramenta em prol ao conhecimento histórico dos discentes. O objetivo geral da pesquisa é demonstrar a influência da indústria cultural nas produções cinematográficas e o cuidado que o professor/ pesquisador deve ter ao trabalhar com filmes em sala de aula. O objetivo específico é debater sobre o uso do cinema na formação histórica dos estudantes. O procedimento metodológico utilizado desenvolveu-se através de pesquisa bibliográfica. O tema investigado oportuniza compreender que o cinema não é uma mera produção ilustrativa, mas sim, uma fonte de saber, de informação que permite inúmeras reflexões. O cinema informa, atrai, diverte, e ensina ao mesmo tempo. Trabalhar com filmes na escola é imprescindível. No entanto, é fundamental que o professor faça uma análise crítica do filme antes de exibir em sala de aula, na busca de esclarecer o que pode ou não ser fictício na obra. O filme jamais pode ser visto como uma reprodução fiel da realidade.

Palavras-Chave: Cinema, conhecimento histórico, escola dos Annales, Indústria cinematográfica, História.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo compreender o cinema enquanto ferramenta pedagógica no ambiente escolar. O estudo ainda busca analisar os cuidados que o professor deve ter em questão a manipulação cinematográfica ao trabalhar o cinema em sala de aula. Nota-se, que a indústria cultural tem uma forte influência sobre suas produções cinematográficas, por este motivo o cinema deve ser entendido como uma “representação da realidade”.

O cinema é muito útil no dia a dia educacional. Na disciplina de História, assim como nas demais disciplinas, o cinema pode ser utilizado para trabalhar de forma crítica, construtiva, explicativa, interativa e dialógica. O filme é um recurso que auxilia e serve de apoio pedagógico para o professor no desenvolvimento dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, ou seja, o filme não é apenas de um elemento lúdico de entretenimento, mas sim, um complemento significativo que propicia análise, reflexão e uma aprendizagem qualitativa.

É fato que o cinema despertou, e desperta cada vez mais o interesse dos alunos, uma vez que os filmes cativam, e atraem o olhar dos estudantes para outra “representação de realidade”. É necessário que as escolas, juntamente com os professores busquem oferecer o cinema aos seus aprendizes, mas de maneira crítica, e não de forma isolada.

A escolha do tema proposto resultou de interesse durante o Curso de Licenciatura em História, de pesquisa e análise de ideias de diversos estudiosos, que se dedicaram aos estudos do cinema. Tratou-se de um estudo de caráter exploratório.

Com base no estudo realizado, elaborou-se os seguintes problemas de pesquisas: De que forma o uso do cinema em sala de aula pode contribuir no desenvolvimento crítico e no ensino dos discentes em História? Quais os cuidados que o professor deve ter com a indústria cultural na produção e na manipulação cinematográfica?

O cinema é um recurso em prol ao conhecimento histórico do professor e dos estudantes. Porém, é imprescindível que o professor de História siga algumas regras para desenvolver uma boa metodologia de trabalho. É recomendável que o docente busque assistir o filme, analisar e avaliar o que pretende trabalhar com seus alunos, antes da exibição em sala de aula. É fundamental que a obra cinematográfica seja refletida, debatida e questionada, pois como toda fonte, o filme não é “fiel à realidade”.

Ao analisar um filme, em primeiro lugar, convém esclarecer que o autor (diretor) trabalhou com um recorte da realidade, observou-a sob determinado ângulo e fez escolhas. Em seguida, pode-se refletir sobre as formas de narrativa, levando os alunos a observar as diferenças entre obras ficcionais e documentários (por exemplo, as imagens, os diálogos, as legendas, as falas em off etc.). Todos esses recursos revelam opções na maneira de contar uma história.

O tema investigado oportuniza compreender que o cinema é uma ferramenta que pode ser utilizada em sala de aula em prol ao processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.

O estudo visa contribuir positivamente para com historiadores, professores/educadores das diversas áreas de ensino, para que possam refletir a prática pedagógica cinematográfica, e o uso do cinema em sala de aula de forma consciente.

2. A INFLUÊNCIA DA ESCOLA DOS ANNALES NA CONQUISTA DO CINEMA COMO FONTE HISTÓRICA

A Escola dos Annales foi muito influente na conquista do cinema como fonte histórica. Antes da revolução dos Annales, apenas os documentos oficiais eram aceitos como fonte histórica, e considerados verdadeiros e inquestionáveis. A produção fílmica passou a ser considerada de importância para a construção do conhecimento histórico e do saber escolar a partir da década de 70. E então, a aceitação do filme como documento resulta do abandono da concepção de História da escola metódica, concepção esta que tem sua ruptura marcada, sobretudo a partir da obra de Marc Bloch e Lucien Fèbvre e da fundação da revista Annales: Anais de História Econômica e Social. Este grupo pode ser apontado como responsável pelo desenvolvimento de um novo modo de produção historiográfica, no qual o historiador fabrica seu objeto e ele mesmo é sujeito na produção da História: constrói e recorta seu objeto de estudo. Com isso, a concepção de que é possível que a verdade absoluta e atemporal surja dos estudos de história sofreu um forte abalo. O restabelecimento da verdade dos fatos à sua realidade original, o fetichismo dos acontecimentos passou a ser combatido pelos críticos da História “historicizante”, que propunham a História-problema como substituta da História dos reis, tratados e batalhas.

A revolução documental acabou com o império do documento escrito, permitindo que o olhar do historiador se desviasse dos documentos oficiais e das tramas políticas, típicas da história positivista, para uma quantidade indefinível e enorme de vestígios do passado: imagens, filmes, crônicas, relatos de viagem, registros paroquiais, obras de arte, vestígios arquitetônicos, memória oral. Mas, principalmente, a revolução documental dobrou o olhar da disciplina História para aspectos da vida social, antes distantes do olhar dos historiadores, e apenas abordados por determinadas ciências como a Antropologia e a Etnologia. O imaginário, as mentalidades, o cotidiano, a vida privada, sensibilidades passam a fazer parte do universo da História e permitem aos historiadores montar uma trama mais bela da vida dos povos e dos tempos passados. Também permite abandonar a velha história eurocêntrica e abordar a história dos povos africanos e indígenas, que outrora eram objetos de estudo quase exclusivos da Antropologia.

3. O PAPEL DA INDÚSTRIA CULTURAL NA PRODUÇÃO E NA MANIPULAÇÃO CINEMATOGRÁFICA

O cinema é tido como o meio mais instigante desenvolvido pelo homem para se comunicar. Mas o que o cinema comunica? A mensagem do cinema é subliminar. Diferentemente das mensagens do rádio ou mesmo da televisão, ela permite várias interpretações, dependendo da maneira como os elementos visuais e auditivos são estruturados.

Além disso, a imagem cinematográfica pode significar uma forma de experiência da realidade para o espectador. Nenhum outro meio conseguiu a proeza de contar e recontar muitas histórias a ponto de confundir realidade e ficção como o cinema.

Estudar o cinema, como informa Napolitano (2010), pode ser muito elucidativo para a percepção do historiador. O cinema é uma forma de expressão. Talvez a mais global e uma das mais difundidas na atualidade.

Como toda forma de expressão, ele carrega consigo ecos da sociedade em que foi moldada. Napolitano (2011) defende que o cinema se utilizou dos conhecimentos históricos antes mesmo da história adotar a projeção cinematográfica como fonte de pesquisa, tanto que, no início do século XX, os chamados filmes históricos – como Nascimento de uma Nação, dirigido por D.W. Griffith, em 1915, ou Napoleão, dirigido por Abel Gance, em 1927, eram uma constante nos ainda incipientes cinemas europeus e norte-americanos.

Em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café, em Paris, foi realizada a primeira apresentação pública de imagens projetadas pelo cinematógrafo. Esse momento foi o marco que deu início á história do cinema. Imagens da saída dos operários das usinas Lumiére, do mar, do almoço de um bebê e da famosa chegada do trem na estação foram alguns dos filmes apresentados. Apesar de ter tido seu marco inicial na Europa, o cinema se desenvolveu mais rapidamente nos Estados Unidos, onde tomou ares de indústria.

No Brasil, a estreia do cinema ocorreu no Rio de Janeiro, poucos meses depois da exibição realizada pelos irmãos Lumiére em Paris. O equipamento de projeção, porém, era um omniographo. A primeira sala fixa de exibição recebeu o nome de Salão de Novidades Paris e pertencia a Paschoal Segreto, um imigrante italiano.

O cinema, praticamente desde sua criação pelos irmãos Lumiére e posterior apropriação por Georges Méliés (primeiro cineasta na acepção moderna do termo), tem um caráter propagandístico. A manipulação é um caráter intrínseco do cinema, portanto, é de se esperar que palavras, atos e roteiros dirijam o espectador na direção em que o cineasta deseja. Mas a manipulação vai além da mera condição de contar uma história. Como o cinema é o maior entretenimento mundial (levando-se em conta suas transmissões nas mais diversas formas, entre elas a TV, a TV a cabo, a internet etc.), naturalmente existe uma percepção muita marcante das pessoas a partir daquilo que elas veem nos filmes.

Benjamin (1994) já dizia isso quando informava que as gerações nascidas pós-popularização do cinema conheceriam as personagens históricas por meio de atores, e a imagem do mundo seria moldada de acordo com a visão de cineastas específicos e suas empresas, ou seja, uma visão da indústria cultural acerca da história.

A indústria cultural deve ser tratada quase que de forma literal, Adorno (1999) aponta: um ramo do setor industrial que produz bens simbólicos. Assim, é interessante que os alunos sejam levados a refletir sobre o papel da indústria de forma geral e entender que a cultural é apenas mais uma (como a madeireira ou a de calçados, por exemplo); sendo assim, tem como principal foco gerar lucro, entendendo, para isso, apelos de consumidores e demandas de mercado.

O capital manda nas películas de tal forma que um diretor, por mais bem-intencionado que seja, por mais determinado que esteja em passar sua visão histórica de determinada época ou acontecimento, nunca pode prescindir do dinheiro das bilheterias do planeta. E essa concessão muda consideravelmente às ideias originais do autor do roteiro, que poderia ser historicamente mais aplausível, mas às vezes, não é – mais por conta da inviabilidade financeira que um filme muito histórico pode promover. É correto afirmar, sem muito prazer, que um filme historicamente mais fiel seria muito provavelmente um filme sem graça para a maioria das pessoas. Dessa forma, as pessoas não iriam ao cinema (tampouco comprariam ou alugariam DVDs nas locadoras), fazendo com que o filme fosse um fracasso, o que inviabilizaria qualquer outro tipo de produção da mesma equipe.

Atualmente, a Índia é o país que mais produz filmes por ano, ultrapassando os números de Hollywood. Porém, isso se refere apenas ao volume de produção, pois, até os dias de hoje, os filmes hollywoodianos são imbatíveis em termos de qualidade, distribuição e bilheterias mundiais.

Hoje, a indústria do cinema movimenta grandes fortunas e arrasta multidões aos cinemas do mundo inteiro. Uma prova da vitalidade da indústria cinematográfica americana é que a lista dos dez filmes de maior faturamento é composta por obras lançadas nas duas últimas décadas. Entre eles, estão Titanic (US$ 1.843.201,268), O Senhor dos Anéis: o retorno do rei (US$ 1.119.110,941) e Piratas do Caribe: o baú da morte (US$1.066.179,725), todos com lucro acima de um bilhão de dólares.

A última parte da saga Harry Potter, lançada em meados de 2011 está, atualmente, em terceiro lugar no ranking das maiores bilheterias de todos os tempos, com invejáveis US$ 1.326,9 arrecadados. O primeiro lugar da lista é ocupado por Avatar, de James Cameron, que, em 2009, desbancou Titanic (do mesmo diretor), atingindo US$ 2.782,3 em todo mundo (MOJO, 2011).

Analisa-se, que a indústria cinematográfica almeja alcançar lucros altíssimos com o lançamento de seus filmes. Cada filme lançado gera um grande gasto para quem o produz e financia. No entanto, um filme nunca pode ser interpretado pelo professor como uma cópia “fiel” da realidade, pois sempre á uma ideologia, objetivos a serem alcançados. O principal objetivo da indústria cinematográfica é chamar a atenção do público, assim como, gerar lucro, e por este motivo a maioria dos filmes históricos são manipulados para atingir esse objetivo (público x lucro).

O cinema trouxe algo inusitado e ao mesmo tempo assustador: a capacidade de apresentar a realidade, ou a “impressão de realidade”, em diferentes tempos e lugares. Sua linguagem subliminar permite várias interpretações, alterando a forma de percebemos o mundo ao redor.

Questão importantíssima, que Napolitano (2010) sempre nos recorda, é que a sociedade não é real. Ela é encenada, ou seja, o que se vê na tela é uma representação de uma possível realidade, jamais a realidade em si. A “verdade” passada pelo cinema é tão verdadeira ou tão falsa quanto aquela encenada no teatro, ou seja, é apenas uma simulação, uma farsa, uma visão distorcida do cotidiano que nos cerca (ou cercou). O mesmo Napolitano (2010, p. 276) diz:

O que importa é não analisar o filme como “espelho” da realidade, ou como “veículo” neutro das ideias do diretor, mas como o conjunto de elementos, convergentes ou não, que buscam encenar uma sociedade, seu presente ou seu passado, nem sempre com intenções políticas ou ideológicas explícitas. Essa encenação fílmica da sociedade pode ser realista ou alegórica, pode ser fidedigna ou fantasiosa, pode ser linear ou fragmentada, pode ser ficcional ou documental. Mas é sempre encenação, com escolhas predeterminadas e ligadas a tradições de expressão e linguagem cinematográfica que limitam a subjetividade do diretor, do roteirista, do ator.

O professor/ historiador deve ficar atento às produções cinematográficas que conseguem chegar ao público. E, mais ainda, aquelas cujo base é histórica. O cinema sempre está a favor de alguma ideologia, e esta não é, jamais, neutra. Tendo como pressuposto que o cinema é uma arte coletiva, como diz Benjamim (1994), o interesse de muitas pessoas é imbricado na produção de uma peça fílmica.

Para o professor e pesquisador que deseja se enveredar pelo caminho do audiovisual, é necessário que, primeiramente, recolha filmes com que vai trabalhar. Assim como as fotografias, não podemos perceber o filme apenas nele próprio. É necessário fazer contrapontos e encontrar paralelos em outras documentações, uma vez que compreender o período apenas por meio do cinema é uma atitude muito arriscada e pouco científica. Documentos escritos, relatos orais, fotografias, tudo ajuda para a compreensão do filme em seu tempo histórico.

Depois de recolher diversos materiais alheios ao filme, mas que darão sustentação á tese que se procura defender, é necessário decupar o filme, ou seja, separá-lo em partes, para conseguir sistematizar melhor o estudo. Em seguida, o pesquisador deve tentar compreender os códigos e as linguagens que compõem a linguagem fílmica. Como as noções de enquadramento, corte, plano, sequência, sonorização, montagem entre outras.

De acordo com Martin (2003), enquadramento é o modo como posiciona-se a câmera no momento da gravação de uma cena. Com o posicionamento da câmera, tem-se o ponto de vista que será passado para o espectador, construindo assim, uma forma de olhar a história.

O corte do filme também é muito importante. Saber quando cortar e o que cortar é de suam importância. Benjamim (1994) relata que quando Chaplin rodou seu Opinião Púbica, 125.000 metros de filme foram utilizados para fazer apenas os 3.000 que compõem o filme finalizado. O restante ficou no chão da sala de corte.

As cores, a trilha sonora, e a ambientação são outras maneiras de perceber e transmitir a história de uma forma que nem sempre o espectador comum se atenta. Mas o pesquisador tem que estar consciente disso, para perceber as cores e sua influência na narrativa cinematográfica.

Outra característica importante do cinema é a montagem, ou seja, a ordem dos acontecimentos no filme pronto. Verifica-se, que um filme não é gravado na ordem em que ele aparece em cena. Por uma série de motivos (conflito de agendas, disponibilidade de recursos, locações etc.), as cenas são gravadas em uma ordem diferente daquela que é exibida. No fim das filmagens, cabe ao montador do filme – normalmente o diretor – decidir a ordem em que as cenas vão aparecer para o espectador. E a forma como o filme é montado consegue atribuir suspense, tensão, alegria etc. Esta talvez seja a principal função do cinema: montar o filme de uma maneira que ele fique atraente. Afinal, na maioria dos casos, é a montagem que torna o filme bom ou ruim.

Portanto, é essencial o conhecimento das características do cinema. O cinema deve ser entendido em sua complexidade, visto de forma crítica, e jamais neutra.

4. O USO DO CINEMA EM SALA DE AULA EM PROL AO CONHECIMENTO HISTÓRICO DOS DISCENTES

O uso do cinema nas escolas do Brasil começou a se popularizar quando a televisão com o videocassete foram introduzidos nas escolas. Após algum tempo, o videocassete foi substituído pelo aparelho de DVD (Digital Vídeo Disc) e, mais recentemente, os filmes são utilizados na sala de aula por meio de um projetor de multimídia ou Datashow conectados a um computador.

Embora o cinema já seja utilizado há algum tempo por muitos professores, pelo menos desde o final dos anos de 1980, só mais recentemente estão surgindo algumas propostas mais sistematizadas que orientam o professor. No campo das humanidades existe uma razoável bibliografia, e alguns autores tentam apontar para um trabalho que não apenas incorpore o conteúdo, a “história” do filme, mas também seus elementos de performance (a construção do personagem e os diálogos), linguagem (a montagem e os planos) e composição cênica (figurino, cenário, trilha sonora e fotografia). Este trabalho segue essa linha de análise. Acreditamos que é possível, mesmo o professor não se tornando um crítico cinematográfico altamente especializado, incorporar o cinema na sala de aula e em projetos escolares, de forma a ir muito além do “conteúdo” representado pelo filme. O significado de um texto/filme é o todo, amálgama desse conjunto de pequenas partes, em que cada uma não é suficiente para explicá-lo, porém todas são necessárias e cada uma só tem significação plena em relação a todas as outras. (ALMEIDA, 2001, p. 29)

História é uma das disciplinas mais afeitas a atividades com cinema. O chamado “filme histórico” é um dos gêneros mais consagrados na história do cinema mundial. Geralmente, o filme histórico revela muito mais sobre a sociedade contemporânea que o produziu do que sobre o passado nele encenado e representado. O texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais da área incorpora essa preocupação:

No caso de trabalho didático com filmes que abordam temas históricos é comum à preocupação do professor em verificar se a reconstituição das vestimentas é ou não precisa, se os cenários são ou não fiéis, se os diálogos são ou não autênticos. Um filme abordando temas históricos ou de ficção pode ser trabalhado como documento, se o professor tiver a consciência de que as informações extraídas estão mais diretamente ligadas à época em que a película foi produzida do que à época que retrata. É preciso antes de tudo ter em mente que a fita está impregnada de valores, compreensões, visões de mundo, tentativas de explicação, de reconstituição, de recriação, de criação livre e artística, de inserção de cenários históricos construídos intencionalmente ou não por seus autores, diretores, produtores, pesquisadores, cenógrafos etc. Para evidenciar o quanto os filmes estão impregnados de valores da época com base na qual foram produzidos tornam-se valiosas as situações em que o professor escolhe dois ou três filmes que retratem um mesmo período histórico e com os alunos estabeleça relações e distinções, se possuem divergências ou concordâncias no tratamento do tema, no modo como reconstitui os cenários, na escolha de abordagem, no destaque às classes oprimidas ou vencedoras, na glorificação ou não dos heróis nacionais, na defesa de ideias pacifistas ou fascistas, na inovação ou repetição para explicar o contexto histórico etc. Todo esforço do professor pode ser no sentido de mostrar que, à maneira do conhecimento histórico, o filme também é produzido, irradiando sentidos e verdades plurais. São valiosas as situações em que os alunos podem estudar a história do cinema, a invenção e a história da técnica, como acontecia e acontece a aceitação do filme, as campanhas de divulgação, o filme como mercadoria, os diferentes estilos criados na história do cinema, a construção e recriação das estéticas cinematográficas etc. O mesmo tipo de trabalho pode ser feito no caso de estudos com gravuras, fotografias e pinturas. (BRASIL, 1998, p.88-89)

Napolitano (2010) chama a atenção para as armadilhas recorrentes no uso do cinema em aulas de História, principalmente de filmes históricos – mais especificamente o anacronismo e o efeito de super-representação fílmica:

O anacronismo ocorre quando os valores do presente distorcem as interpretações do passado e são incompatíveis com a época representada. No filme histórico, ele pode decorrer não apenas da liberdade poética dos criadores do filme e das adaptações necessárias para que ele agrade ou atinja determinado público, mas também do fato de a representação do passado no cinema estar perpassada por questões contemporâneas ao momento histórico que produziu o filme. O efeito da super-representação pode ser particularmente forte em crianças mais novas, decorrente da força que a imagem (particularmente a imagem fílmica) possui como experiência simulada da realidade. Também conhecida como efeito “túnel do tempo”, essa experiência pode induzir a uma simulação direta, sem mediações, da representação fílmica como simulacro da “realidade histórica” (NAPOLITANO, 2010, p. 38-39)

Napolitano (2010) informa que todo material audiovisual que é trazido para dentro da sala de aula deve ser encarado como problema de pesquisa, como desafio para os alunos, como objeto de reflexão e debate, jamais uma “visão de como era na época” – perspectiva que, infelizmente, ainda é utilizada por alguns professores. O material audiovisual sempre deve ser encarado como fonte qualquer, ou seja, com a utilização dos mesmos métodos de análises, os mesmos procedimentos e as mesmas críticas. O professor deve lembrar os alunos que o filme, a telenovela, o documentário, o telejornal etc., são construtos sociais e, portanto, frutos de determinado tempo e espaço. É preciso conhecer os detalhes e a circunstâncias em que foram produzidos e de que forma as condições foram influenciadas pela conjuntura que se vivia no período de produção da fonte.

Uma vez que os alunos tenham percebidos as condições de produção e consumo, o próximo passo é atentar para o conteúdo da obra. É preciso lembrar os alunos que aquilo que é mostrado na tela tem de atingir de alguma forma o público e, ao mesmo tempo, satisfazer patrocinadores, a sociedade, e o poder estabelecido, do contrário, muito certamente será um retumbante fracasso. Com isso, milhares de liberdades são tomadas e, naturalmente, o conteúdo histórico acaba sendo distorcido. Os alunos devem perceber que toda produção audiovisual é mera representação a realidade e que, de forma alguma, pode ser pensada a partir da expressão “naquela época era assim” por parte do professor.

No caso específico do filme histórico (seja ele ficção ou documentário), deve-se pesquisar a relação que ele mantém tanto com a época em foi realizado quanto com aquela que retrata. É preciso mostrar aos alunos, como insiste Napolitano (2010), que a época em que o filme foi concebido tem implicações no que tange á sua realização. Seu conteúdo, seu financiamento, as pessoas envolvidas na produção, tudo isso tem de ser considerado, além das questões de distribuição e os impactos cultural e financeiro obtido (e quais se esperava obter).

Do professor-historiador espera-se a realização de pesquisas prévias aos documentos não ficcionais antes da exibição do audiovisual. É importante que o professor leve os alunos a distinguirem o que era realidade histórica e o que é ficção fílmica, de forma que eles compreendam que o que está se passando na tela é uma encenação. Afirma Ferro (1992, p. 28) que “um filme, seja ele qual for, sempre vai além de seu conteúdo”. Ferro considera que não há linguagem cinematográfica que seja inocente. Há sempre uma intencionalidade – mesmo que inconsciente – que informa as aspirações e as condições de produção da obra cinematográfica. Isso demonstra que, para analisarmos um filme pelo viés historiográfico, as relações exteriores e interiores a ele são imprescindíveis, pois há intenções inerentes à obra cinematográfica que deve sempre ser levada em consideração. Conclui-se, assim, que os filmes “falam” muito mais do presente em que foi produzido do que sobre o passado narrado.

É importante também levantar a maior quantidade possível de informações acerca do filme em questão. Quanto mais o professor souber sobre as condições de produção, melhor vai saber diferenciar realidade de ficção para estabelecer os motivos que levaram a equipe a fazer esta ou aquela escolha em relação ao produto final. Ao trabalhar com filmes, o professor pode elaborar um roteiro de atividades para aplicar em sala de aula, podendo solicitar um texto crítico relacionando-o com os conteúdos estudados do livro, ou então, perguntas sobre a análise do filme. Como por exemplo:

1. Que conflitos são narrados no filme e de qual perspectiva?

2. Que imagens o autor constrói sobre as questões e os temas abordados?

3. Como os personagens vivenciam suas experiências?

4. Qual é o peso da presença de “heróis” protagonistas? Que valores eles expressam?

5. Há um caráter de denúncia ou um compromisso com a versão de um personagem ou grupo social?

6. Como é abordada a temporalidade no filme? Isso é feito a partir das experiências dos personagens?

7. O que é presente/passado/futuro nessa obra?

8. Relacione aspectos mostrados pelo filme com outros conteúdos históricos apresentados e discutidos em sala de aula?

O cinema não deixa de ser uma proposta educativa muito benéfica tanto para os discentes, quanto para os professores. No momento que o docente se desafia a buscar novas metodologias de ensino e a trabalhar com filmes em sala de aula, o professor vai deixando de lado o ensino meramente, ou seja, o cinema oportuniza novos conhecimentos, nova visão de mundo, e nova “representação da realidade”, deixando de lado a memorização, que os alunos se limitam a decorar páginas e mais páginas dos livros. O cinema permite alicerçar o desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos.

O cinema, como proposta educativa, pode trazer vários benefícios para os educandos, quanto para o professor em seu desenvolvimento profissional. Podemos destacar alguns desses benefícios, tais como: aproximar os conteúdos escolares do aluno por ser um recurso lúdico dando-lhe uma visão mais ampla de mundo; desenvolver a imaginação; abrir espaços para debates e comparações com o que foi dito em aula; facilitar a compreensão de temáticas que por vezes podem ser bastante complicadas de se trabalhar em sala de aula. Sem dúvida, o cinema ajudará o educador no seu modo de organização do ensino, de mediar o conhecimento e a aprendizagem. A educação pela arte cinematográfica é um dos grandes desafios dos educadores porque mesmo sendo um meio de comunicação e expressão, propicia uma melhor visão de mundo, colaborando na formação de jovens conscientes, críticos e reflexivos, aproximando-o de sua comunidade. (PRADO, sd, p.1).

Neste prisma, o uso do filme em aulas de História torna-se material histórico fundamental para a problematização, contextualização e construção histórica de temas propostos pelo professor, como também uma possibilidade prazerosa de análise posterior dos alunos. Como conclui Napolitano (2008 p. 11-12): “trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte”.

O grande problema da exibição de um filme em sala de aula é justamente o tempo de duração. As aulas têm, em média, 40 minutos (temos de descontar o tempo da chamada, o tempo para a arrumação do vídeo, algum eventual atraso etc.) e um filme tem, em média, 100 minutos, ou seja, mais do que o dobro. Por isso, muitas vezes, é interessante exibir apenas parte do filme. Para tal, um aprendizado importante para os professores é o de edição básica de cinema. Atualmente, existem diversos softwares gratuitos que realizam funções simples de cortar ou mesclar dois filmes em um só. Portanto, é imprescindível que o professor se organize com o tempo, com o filme, e com o roteiro de atividades que pretende trabalhar com os discentes sobre o filme.

Segundo Amenós Pons (1999, p. 779), depois de selecionar o filme, o professor deve questionar a forma como se vai explorar o mesmo e para isso deve levantar uma série de questões:

1. Quanto tempo vamos dedicar as atividades ou tarefas?

2. Como vamos integrá-las na nossa programação de aula?

3. Na nossa situação ou com os nossos objetivos é preferível trabalhar como um filme completo ou com um fragmento ou com vários fragmentos?

4. Que lugar vai ocupar a projeção do filme ou fragmento na série de atividades que pensamos desenvolver? Como vamos introduzir a dita projeção?

5. O que vão fazer exatamente os alunos com o filme ou com a sequência?

6. Que atividades são necessárias ou pertinentes antes e depois da projeção?

7. Que materiais de trabalho e de apoio são necessários?

8. Vamos realizar algum tipo de avaliação ou observação? Quando e como?

A partir destas questões, o professor pode construir uma sequência didática coerente se escolher atividades adequadas em função dos objetivos e dos destinatários.

Uma sugestão de filme que pode ser útil ao ser trabalhado nas aulas de História é a obra (Mauá: O Imperador e o Rei, direção de Sérgio Rezende, Brasil, 1999). O filme relata momentos importantes da História do Brasil. Ao exibi-lo, o professor pode discutir com os alunos pontos positivos que o filme aborda, propondo atividades construtivas. Como por exemplo:

  1. Comente como é retratada a escravidão no filme?
  2. Relate de que forma Irineu o Barão de Mauá tornou-se um dos homens mais prósperos do império?
  3. Segundo o filme qual era a importância da maçonaria?
  4. Quais foram às razões para a falência de Barão de Mauá?
  5. Em sua opinião o filme constrói uma visão positiva de Barão de Mauá? Justifique?

É importante que o professor realize várias pesquisas sobre o filme que deseja trabalhar com seus alunos, antes da exibição do mesmo em sala de aula. É recomendável que o docente busque fazer uso de materiais publicados, como por exemplo: resenhas, artigos, charges, livros on-line, entre outros materiais, na busca de auxiliar os aprendizes nas dúvidas que surgirem sobre a obra selecionada. Abud (2003, p. 183) ressalta que o filme na sala de aula mobiliza operações mentais que “conduzem o aluno a elaborar a consciência histórica, forma de consciência humana relacionada imediatamente com a vida humana prática, e que se constitui, em última instância, no objetivo maior do ensino de História”.

Conhecer a história do cinema também pode ser bem salutar, até para uma melhor compreensão da evolução técnica da sétima rate e das restrições e possibilidades de uma obra fílmica. Do ponto de vista da metodologia prévia do audiovisual trabalhado, Oliveira (2011) distingue três níveis distintos e complementares:

  1. O primeiro nível é o conteúdo explícito da obra, ou seja, que história nos conta? Quais os sentidos implícitos e explícitos da narrativa? Como são retratados os personagens? Quais personagens são valorizados e quais são desvalorizados? Quais componentes da conjuntura histórica são lembrados e quais foram esquecidos?
  2. O segundo nível são as condições de produção. Quando o filme foi produzido? Por quem? Quem financiou? Quais outros filmes da mesma empresa estavam em cartaz em momentos próximos a esse? Quanto custou? Quanto arrecadou? Qual sua presença nas bilheterias? Como cada um dos principais envolvidos se manifestou no filme (diretor, atores, produtores, roteiristas etc.) e como isso afetou o conteúdo final?
  3. O terceiro nível é o da recepção do filme. É importante verificar como a audiência se comportou perante o filme. Gostou? Não gostou? Criticou? Não entendeu? E o mesmo pode-se dizer dos críticos especializados em cinema. Se eles gostaram, quais os motivos para tal; se não gostaram, também. Em geral os críticos (diferentemente do público) explicam bem os motivos que os levaram a gostar ou não de determinado produto.

O filme constitui uma linguagem, entre outras que podem ser aplicadas no estudo da História. Esta proposta de trabalho vem ao encontro também com o proposto no texto das Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica, do Estado do Paraná, nas quais se afirma: “as imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do conhecimento histórico” (PARANÁ, 2006, p.52).

É inegável a necessidade de integrar diferentes linguagens nas aulas de História em todos os níveis de ensino. Neste contexto, os filmes são recursos que mais facilmente são incorporados à rotina escolar e por esse motivo passou a ser um grande aliado do docente, uma vez que se pode extrair deles informações e reflexões.

5. METODOLOGIA

Este documento foi delineado como uma pesquisa bibliográfica, com finalidade exploratória. De acordo com as autoras Chiara (2008) e Kaimen (2008), este tipo de pesquisa é feita com o intuito de levantar um conhecimento disponível sobre teorias, a fim de analisar, produzir ou explicar um objeto sendo investigado, com distintas finalidades.

Foram utilizados artigos científicos entre os anos 2003 e 2012 explorados no banco de dados da Scielo, com as seguintes palavras-chaves: educação, ensino de História, cinema.

O estudo baseou-se ainda, em capítulos de livros publicados com conteúdos atuais e relevantes sobre o tema. Entre os principais autores que fundamentam teoricamente esta pesquisa, pode-se destacar: ALVES, Marcia Nogueira (2012), ABUD, Katia Maria (2003), BENJAMIM, Walter (1994), FERRO, Marc (1992), NAPOLITANO, Marco (2008, 2010, 2011, 2015) e SANTOS, Rodrigo Otávio dos (2016).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da pesquisa analisou-se, que o cinema é uma conquista recente nas escolas públicas brasileiras. O filme passou a ser um grande aliado do professor no desenvolvimento de atividades, o qual pode ser incorporado à rotina escolar.

De fato, o cinema é uma fonte de informação que beneficia tanto alunos, quanto professores. No entanto, é preciso alguns cuidados ao analisar um filme e suas informações. É indicado que se pesquise e busque novos documentos, e novas publicações sobre a obra que se deseja assistir/ exibir em sala de aula.

Percebe-se, que em pleno século XXI, ainda há escolas e professores que se limitam a oferecer recursos audiovisuais de qualidade aos seus discentes. Muitos docentes até buscam trabalhar o cinema em sala de aula, mas na maioria das vezes, o filme é assistido sem um roteiro de atividades construtivas, sem uma análise crítica em torno da produção cinematográfica, sem questionamentos, como por exemplo: “Por que a obra foi iniciada e finalizada de tal forma?” “Quais as reais intenções da indústria, do diretor e dos demais personagens?” “O que pode ser ficção ou “representação de realidade” no filme produzido?”.

Nota-se, que há professores despreparados para trabalhar a questão do cinema no contexto formal. No entanto, cada docente envolvido no processo de ensino-aprendizagem, deveria buscar saber, ou ao menos ler alguma obra cinematográfica, isto é, conhecer um pouco de enquadramento, de corte, de plano, de sequência, de sonorização, de montagem, de manipulação, e do interesse dos diretores e das indústrias cinematográficas em lucrar com o lançamento dos filmes. Se cada professor buscasse obter pequenos conhecimentos sobre a utilização e os cuidados que deve ter ao trabalhar com filmes em sala de aula, com certeza a realidade e a interpretação do docente e dos discentes sobre o filme seria outra.

Com outra visão sobre uma obra cinematográfica, os estudantes irão adquirir muito mais conhecimentos, assim como reflexão e distinção entre realidade e ficção. O estudo apresentado visa contribuir positivamente para com estudiosos das mais diversas áreas do conhecimento, principalmente, para com os professores da área de História, para que possam refletir a prática cinematográfica na formação dos estudantes. No entanto, é fundamental que se faça novos estudos, novas pesquisas em torno do tema discutido neste artigo. Analisou-se que há uma necessidade por parte dos professores de conhecer a verdadeira história do cinema, para então, repensar sua relevância na escola, e na aprendizagem dos discentes, buscando interpretar o filme como uma “representação da realidade” e não a realidade. O docente deve saber diferenciar ficção de não ficção, e para isso, é necessário um conhecimento cinematográfico.

REFERÊNCIAS

ABUD, Katia Maria. A construção de uma Didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. História, São Paulo, 22 (1): 183-193, 2003.

ADORNO, T. W. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores).

ALMEIDA, Milton J. Imagens e sons: a nova cultura oral. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

ALVES, Marcia Nogueira. Mídia e produção audiovisual: uma introdução/ Marcia Nogueria Alves; Cleide Luciane Antoniutti; Mara Fontoura – Curitiba:

InterSaberes, 2012. 414 p. Bibliografia. ISBN 978-85-65704-45-8.

AMENÓS Pons. José. Longas-metragens na sala de aula ELE – Alguns critérios de seleção e exploração. Em Anais X Congresso Internacional da ASELE. Centro Virtual Cervantes

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.

BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. 7.ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BRITO, Glaucia da Silva. Educação e novas tecnologias: Um repensar/ Glaucia da Silva Brito; Ivonélia da Purificação. – 2 edição revista e atualizada – Curitiba: Editora InterSaberes, 2015. – (Série Tecnologias Educacionais). Bibliografia. ISBN 978-85-443-0156-2.

CORDEIRO, Gisele do Rocio. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos/ Gisele do Rocio Cordeiro; Nilcemara Leal Molina; Vanda Fattori Dias (Org.). – 2.ed. revisada e atual. – Curitiba: InterSaberes, 2014, 181 p. Bibliografia. ISBN 978-85-8212-967-8.

CHIARA, Ivone Di; KAIMEN, Maria Júlia; CARELLI, Ana Esmeralda. Normas de documentação aplicadas à área de Saúde. Rio de Janeiro: Ed. E-papers, 2008.

FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

MARTIN, M. A linguagem cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2003.

NAPOLITANO, Marco. Como usar o cinema na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

______________. Como usar o cinema na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2010.

______________. Fontes audiovisuais: a história depois do papel. In: PINSKY, C.B.; LUCA, T. R. de (Org.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Editora Contexto, 2011. p. 235-289.

______________. Como usar o cinema em sala de aula. 5. ed., 2° reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2015. Bibliografia: ISBN 978-85-7244-215-2

OLIVEIRA, D. Professor-pesquisador em educação histórica. Curitiba: Ibpex, 2011. (Coleção Metodologia do Ensino de História e Geografia).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares para o Ensino de História na Educação Básica, 2008.

PRADO, Lúcia Fernanda da Silva. Cinema como proposta educativa. http://www.dmd2.webfactional.com/media/anais/cinema-como-proposta-educativa.pdf. Acesso em 14 de julho de 2016.

PEREIRA, Nilson Mullet; SEFFNER, Fernando. O que pode o ensino de história? Sobre o uso de fontes na sala de aula. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, p.113-128, dez. 2008.

SANTOS, Maria Lucia Lopes. O uso de filmes no ensino de História.

SANTOS, Rodrigo Otávio dos. Fundamentos da pesquisa histórica/ Rodrigo Otávio dos Santos. Curitiba: InterSaberes, 2016. 260 p. Bibliografia. ISBN 978-85-5972-178-2.

[1] Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Faculdade Internacional de Curitiba – PR, (FACINTER); Graduada em Licenciatura Plena em História – pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER); Graduanda de Licenciatura Plena em Sociologia – Turma de Outubro de 2017 da (FACINTER); Especialização em Educação Especial e Inclusiva (FACINTER); Especialização em Docência no Ensino Superior pela Faculdade de Educação São Luís de São Paulo – SP; Especialização em Gestão Escolar: Orientação e Supervisão pela Faculdade de Educação São Luís – SP; Especialização em Ensino Lúdico pela Faculdade de Educação São Luís – SP.

[2] Doutora em Historia Social (USP); Mestrado em História (UFF);  Bacharel e licenciada em História (UFPR).

Enviado: Janeiro, 2019.

Aprovado: Julho, 2019.

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Rosane Machado de Oliveira

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