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As concepções filosóficas e suas aplicações no ensino superior no curso de educação física: um estudo de caso

RC: 150183
581
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/filosofia/concepcoes-filosoficas

CONTEÚDO

ESTUDO DE CASO

CARBALLO, Fábio Peron [1], SANTANA, Caroline Alvarenga de Assis [2]

CARBALLO, Fábio Peron. SANTANA, Caroline Alvarenga de Assis. As concepções filosóficas e suas aplicações no ensino superior no curso de educação física: um estudo de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 08, Ed. 11, Vol. 01, pp. 129-137. Novembro de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/filosofia/concepcoes-filosoficas, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/filosofia/concepcoes-filosoficas

RESUMO

A filosofia sempre busca novos objetos de estudo em diferentes campos do conhecimento para tornar efetivo o processo de ensino. Refere-se ao estudo filosófico da educação física, que objetiva todos os comportamentos de movimento corporal na forma de esporte e recreação, relacionados ou direcionados a pessoas ativas, com motivações relacionadas à educação, treinamento, desenvolvimento e processo de aprendizagem relacionados. A educação física é conhecida por ser um importante expressar do conhecimento humano e há necessidade de facilitar a interligação da realidade dos alunos e do papel dos professores na educação física/alfabetização em todas as áreas da educação. Quando a filosofia está ligada à educação física, ela própria é uma mediadora dessa discussão acadêmica e um guia para novos procedimentos e intervenções profissionais, visando fornecer uma base filosófica cada vez mais científica para a relação com a educação física. Portanto, o objetivo principal deste trabalho é verificar a aplicabilidade da filosofia relacionada aos principais conceitos pedagógicos da educação física nos cursos de graduação em educação física das instituições públicas de ensino superior da cidade de Divinópolis-MG. Este estudo tem como objetivo analisar a percepção de professores universitários de educação física sobre diferentes métodos de ensino dessa área do conhecimento em sua prática docente. Buscamos também compreender quais tendências docentes orientaram as práticas docentes desses profissionais. De acordo com os dados obtidos neste estudo, os professores que lecionam nos cursos de educação física utilizam conceitos, métodos, práticas e pedagogias de diferentes filosofias de educação física, mostrando que estão comprometidos não apenas com a formação de profissionais qualificados, mas também com o desenvolvimento de profissionais qualificados. , desenvolver cidadãos críticos que possam influenciar seu meio social com os respectivos conhecimentos adquiridos no processo de formação consciente e acadêmica.

Palavras-chaves: Filosofia, Educação, Ensino Superior, Educação Física, Licenciatura.

1. INTRODUÇÃO

A transformação do conhecimento é objeto de estudo de diferentes pedagogias que visam promover a formação do indivíduo, especialmente do ser humano. Isso não é diferente da filosofia. Essa área do conhecimento busca formas – alternativas pedagógicas – de tornar o processo de ensino no ensino superior compreensível aos alunos (principalmente cursos de educação física), pois priorizam apenas aspectos técnico-práticos. Desta forma, pode-se dizer que o objetivo da disciplina de filosofia da educação física é essencialmente estabelecer a ligação entre o jogo e o movimento e o corpo e o movimento.

Para Matos (2006), no âmbito dos estudos filosóficos relacionados ao esporte, são considerados todos os movimentos corporais manifestados na forma de esportes e brincadeiras com ou contra pessoas ativas, a motivação e a educação, o treinamento, o desenvolvimento e a aprendizagem.

Acredita-se que a educação física expressa o conhecimento humano e precisa facilitar a interligação entre a realidade dos alunos e a atuação dos professores na educação física/alfabetização (Araújo, 2008). Segundo Paes (2006) no início do século XXI, a filosofia relacionada ao esporte se posiciona como mediadora do discurso acadêmico e como orientadora de novos procedimentos e intervenções profissionais, visando proporcionar uma melhor compreensão da relação entre o ensino e a atividade física e a educação, cada vez mais fundamentada cientificamente.

Como mencionado anteriormente, a educação física sofreu influência de outras áreas das humanidades (principalmente a filosofia), e desde as décadas de 1970 e 1980, entre muitas outras questões, houve reflexões sobre como, por que e como ensinar. Isso é comum em programas de graduação. Grandes estudiosos da área ponderaram e desenvolveram diferentes conceitos, cada um com um objetivo além do tradicional desenvolvimento de habilidades e aptidão física.

Esses profissionais buscam quebrar o paradigma da “objetificação” do corpo durante a produção. É dessa forma que surgem conceitos filosóficos que influenciam a pedagogia física e são feitas diversas propostas que têm como objetivo tentar explicar e aplicar conhecimentos dessa área do conhecimento no currículo de formação de educadores físicos.

Segundo Tani et al. (1988), nesta visão filosófica pedagógica, a abordagem desenvolvimentista busca proporcionar aos alunos experimentos motores que garantam seu desenvolvimento normal, acompanhado da maturação biológica do organismo, em termos de idade biológica e cronológica pode haver diferenças entre os indivíduos.

A psicomotricidade também foi outra forma de chamar a atenção nas décadas de 1970 e 1980. Pretende utilizar o desporto como forma de ajudar no ensino de outras disciplinas escolares, utilizando-o como ferramenta sem lhe dar especificidade. Este método de ensino ainda é amplamente utilizado hoje. A proposta de psicomotricidade de Freire mudou seu foco mais especificamente para a cultura infantil, método de ensino de filosofia, ferramenta essencial no desenvolvimento dos alunos do ensino fundamental. Também se baseia teoricamente na psicologia do desenvolvimento e na pesquisa de Jean Piaget.

A abordagem filosófica do ensino do poliesportivo entende o movimento humano como uma técnica corporal construída culturalmente e definida pelas características de um determinado grupo social e, portanto, considera cada postura tanto uma técnica física quanto uma técnica cultural. Funciona fazendo com que sejam percebidas diferenças entre os alunos: seus movimentos, expressões, histórias de vida, dando peso às suas personalidades, seja o modelo considerado “certo” ou “errado”. Além de ensinar atividade física, também considera a forma como os alunos processam culturalmente a ginástica, o combate, a dança e diversas formas de expressão cultural física. A diversidade na ação significa que os alunos são capazes de se expressar igualmente porque têm a capacidade de se expressar de maneiras diferentes.

Outro conceito filosófico de ensino que teve grande impacto no campo da educação física é a teoria da superação crítica. Como o nome sugere, a teoria é surpreendentemente crítica em relação ao paradigma educacional nas sociedades capitalistas porque se baseia em ideias marxistas. Nesta proposta, os autores Valter Bracht, Lino Castellani Filho, Michele Ortega Escobar, Carmem Lúcia Soares, Celli Taffarel e Elizabeth Varjal identificam a cultura corporal validada na obra do Coletivo de Autores como objeto de pesquisa no esporte, envolvendo diversas formas de dança, Expressões como ginástica, capoeira, jogos e esportes (não enfatizando apenas a técnica). O ciclo de conhecimento é sistematizado e o ensino adaptado às realidades da classe trabalhadora.

Outra proposta de visão crítica da realidade, denominada Teoria Crítica da Libertação, é proposta pela professora Elenor Kunz, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ao escrever, Kunz (2004) baseia-se no trabalho dos educadores Paulo Freire e Merleau-Ponty, entre outros, como base teórica. O objeto da proposta é o estudo do movimento humano como meio de comunicação entre o homem e o mundo, com o objetivo de desenvolver nos alunos a capacidade de refletir e criticar sobre o que lhes é imposto. Tendo a interação social e uma linguagem líder mundial como suas principais ferramentas, ela se inclina para o know-how, o know-how e o know-how.

O representante brasileiro é representado principalmente pelo professor alemão Reiner Hildebrandt, e o ensino de filosofia da aula aberta também merece destaque como uma boa referência. Inspirado nas ideias de Trebels e Brodmann, defende que trabalhar dentro de conceitos fechados impede, ou pelo menos inibe, a formação de indivíduos autossuficientes, autônomos e críticos, em oposição a conceitos abertos, que cooperam para facilitar estes. características envolve a participação dos alunos nas decisões sobre o que deve ser feito na sala de aula.

2. OBJETIVOS

Após uma breve introdução a alguns conceitos do ensino filosófico na educação física, podemos pelo menos vislumbrar as diferentes propostas existentes hoje no campo que estão diretamente relacionadas à filosofia. Contudo, é necessário compreender como estes operam nos programas de ensino superior, de educação física. Portanto, o objetivo principal deste trabalho é verificar a aplicabilidade da filosofia relacionada aos principais conceitos pedagógicos da educação física nas instituições de ensino superior da cidade de Divinópolis-MG.

Este trabalho revela-se, portanto, de extrema importância, pois também nos permitirá determinar como funcionam estes conceitos, e descobrir quais (ou quais os conceitos) são os conceitos pedagógicos da filosofia do desporto utilizados pelos professores docentes. Finalmente, a relação entre a filosofia e o ensino de filosofia mais eficaz é analisada a partir da perspectiva do professor.

3. METODOLOGIA

Este estudo, que consiste em uma pesquisa descritiva, quantitativa e exploratória. Tem como objetivo, coletar os dados necessários por meio de questionários, aplicáveis apenas a professores do EF que lecionam em programas de graduação em EF e possuem formação específica de graduação. Entre abril de 2020 e dezembro de 2020, o objetivo foi verificar se os professores participantes deste estudo compreenderam os conceitos da pedagogia física, o alcance de sua aplicação e quais trazem maiores benefícios para a formação dos alunos, de acordo com o ponto de vista docente.

A pesquisa quantitativa se caracteriza por fazer perguntas claras e objetivas por meio de questionários. O objetivo da pesquisa exploratória é analisar pesquisas bibliográficas e estudos de caso, e a pesquisa descritiva coleta dados por meio de análise bibliográfica, entrevistas etc., e visa estudar a origem e características de um determinado grupo.

Segundo Lakatos e Marconi (1992), o questionário é uma técnica ampla de observação direta definida como um instrumento de coleta de dados que consiste em uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e que o entrevistador não possui.

O questionário era composto por onze questões, três das quais apresentadas em forma de teste solicitando as chamadas respostas limitadas ou opções fixas, que as descrevem como questões fechadas, ainda segundo os autores supracitados. As outras oito eram perguntas abertas em que os entrevistados eram livres para falar sobre os tópicos sobre os quais foram questionados.

O desenho amostral baseou-se nos seguintes critérios de inclusão: 1- Docentes apenas em cursos de licenciatura em educação física de instituições de ensino superior públicas, independentemente do sexo; 2- Licenciatura ou licenciatura/bacharelado em educação física; 3- Convite aceite para participação no estudar e assinar TCLE. Critérios de exclusão: 1- Professores de outros cursos de instituições de ensino superior; 2- Não graduados, especialmente licenciaturas ou licenciaturas em educação física; 3- Convites não aceites;

Os dados obtidos durante a coleta foram armazenados em programa de banco de dados (Microsoft® Excel 2007) e analisados ​​por meio do software SPSS® 15.0 for Windows® (Statistical Package for Social Sciences).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas faculdades e universidades públicas citadas, apenas 6 em cada 10 professores do curso de educação física se formaram exclusivamente com licenciatura ou licenciatura/bacharelado em educação física e aceitaram participar de pesquisas. A menor escolaridade observada foi a de especialista em educação física para todos os professores que responderam ao questionário, mas os métodos variaram. Quando questionados se sabiam da existência do conceito de educação física, todos os professores afirmaram que sim. Além de compreender esses conceitos, os professores afirmam aplicar seus conhecimentos na preparação das aulas. Os conceitos mais citados pelos entrevistados foram construtivismo, desenvolvimentismo, psicomotricidade, libertação crítica e superação de críticas.

Quando questionados sobre qual(is) conceito(s) de educação física eles utilizavam e qual era o mais “eficaz” na sua perspectiva, as respostas foram semelhantes. Afirmam categoricamente que essas teorias na verdade se complementam, proporcionando uma formação mais rica e uma atuação profissional mais coesa na formação, garantindo assim a emancipação professor-aluno, ou seja, este estudo não tenta considerar o melhor ou o pior conceitos, pois sabe-se que esses conceitos, embora tenham objetivos diferentes, propõem uma nova forma de fazer e pensar a educação física.

Nesse sentido, segundo Darido et al.  (2001), o conceito de ensino pode ser entendido como uma hipótese de ensino, que caracteriza determinado método de ensino adotado pelos professores na prática. Assim, tais pedagogias são criadas com base nos objetivos, nas recomendações educacionais, nas práticas e atitudes dos professores, nas metodologias, nos papéis dos alunos, etc.

Os dados encontrados neste estudo contrariam os achados de Kunz (2004), cujos autores afirmam que as universidades falham na formação de professores de educação física porque tentam formar especialistas em educação física, mas não estão preparadas para ensinar e promover o verdadeiro aprendizado. No presente estudo, os professores não apenas conheciam os conceitos, mas também os aplicavam, fato que pode ser observado pelas respostas obtidas por meio do questionário.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo tem como objetivo analisar a percepção de professores universitários de educação física sobre diferentes métodos de ensino dessa área do conhecimento em sua prática docente. Buscamos também compreender quais tendências docentes orientaram as práticas docentes desses profissionais. Com base nos dados obtidos neste estudo, procuramos compreender as possibilidades oferecidas por cada conceito. Assim, este estudo mostra que hoje os professores que ensinam educação física, seja em programas de bacharelado ou licenciatura, utilizam conceitos, métodos, práticas e pedagogia de diferentes concepções de educação física, indicando que eles não estão apenas comprometidos em formar profissionais qualificados, mas também formar cidadãos críticos que possam influenciar o seu meio social a partir da consciência e respetivos conhecimentos baseados em parâmetros teóricos e metodológicos extraídos durante a sua formação académica, desenvolvendo assim a capacidade de tomar decisões com base na sua consciência, tendo assim a oportunidade de contribuir para se esforçar para melhorar as condições sociais ao seu redor.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Rafael Vieira de. O ensino de Educação Física na educação de jovens e adultos, sob um olhar psicopedagógico. 2008. 56 f. Monografia (Especialização em Psicopedagogia) – Universidade Estadual de Goiás, Goiânia, 2008.

DARIDO, Suraya Cristina et al. A Educação Física, a formação do cidadão e os Parâmetros Curriculares Nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.15, n.1, p. 17 – 32, 2001.

KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Ed. Unijuí, 160 p., 2004.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projetos e relatórios, publicações e trabalhos científicos.4. ed. São Paulo: Atlas, 214 p., 1992.

MATOS, Zélia. Contributos para a compreensão da Pedagogia do Desporto. In: TANI, Go; BENTO, Jorge Olímpio; PETERSEN, Ricardo Demétrio de Souza. Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, pp. 154-184, 2006.

PAES, Roberto Rodrigues. Pedagogia do Esporte: Especialização Esportiva Precoce. In: TANI, Go; BENTO, Jorge Olímpio; PETERSEN, Ricardo Demétrio de Souza. Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 219 p., 2006.

TANI, Go. et al. Educação Física escolar: uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, l988.

[1] Doutor e Pós.Doc. em Saúde Coletiva pela UNICAMP. ORCID: 0000-0001-5745-1249. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1966315909619999.

[2] Doutoranda em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (UNESP), Mestrado em Educação, Cultura e Organizações Sociais (UEMG), Especialização em Fisioterapia Respiratória (UFMG) e Terapia Intensiva Adulto (ASSOBRAFIR), Especialização em Ensino Superior na área da Saúde (FIOCRUZ), graduação em Fisioterapia (UNILAVRAS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6839-5200. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0335385539342269.

Enviado: 13 de junho, 2023.

Aprovado: 01 de outubro, 2023.

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Fábio Peron Carballo

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