REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Contribuição do modelo TDCA de avaliação na gestão da qualidade de uma indústria alimentícia

RC: 134811
335
5/5 - (10 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

 MENDES ,Walber Lima [1], RIBEIRO, Rhubens Ewald Moura [2]

MENDES ,Walber Lima.  RIBEIRO, Rhubens Ewald Moura. Contribuição do modelo TDCA de avaliação na gestão da qualidade de uma indústria alimentícia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 12, Vol. 04, pp. 05-19. Dezembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-de-producao/modelo-tdca

RESUMO

A gestão da qualidade é essencial para os setores de uma empresa. Por este motivo, é importante sempre atentar para os indicadores e gargalos dos setores que comprometem a qualidade, seja a falta de manutenção ou uma simples limpeza. Nesse sentido, é preciso que haja um padrão de qualidade nos setores, para que seja possível criar um setor com gestão de qualidade consistente. Portanto, a presente pesquisa propõe analisar a seguinte questão norteadora: como o modelo TDCA da avaliação da qualidade pode contribuir na melhoria da qualidade dos setores de uma empresa do ramo alimentício? O objetivo geral desta pesquisa é analisar como o modelo TDCA da avaliação da qualidade contribui na melhoria dos setores de uma empresa do ramo alimentício situada na cidade de Teresina – PI. Para evidenciar a contribuição do modelo TDCA, a presente pesquisa utilizou como técnica de coleta de dados a observação direta, com o propósito exploratório descritivo, e todo o procedimento respeitou o anonimato da empresa. Os resultados evidenciaram que o modelo TDCA foi capaz de gerar qualidade nos setores, contribuindo para melhoria dos processos, organização, limpeza e pessoas. Apesar de todas as sugestões observadas no modelo TDCA não terem sido aplicadas devido a resistências de funcionários ou problemas internos, o trabalho conseguiu confirmar melhoria na qualidade nos setores.

Palavras-chave: Gestão da qualidade, Setores, Modelo TDCA.

1. INTRODUÇÃO

A gestão da qualidade, quando aplicada nas empresas, é um processo constante que todo gestor precisa manter, para que o setor produtivo mantenha a qualidade do produto final. Uma vez que seu produto é atrelado à qualidade, cria-se uma rápida fidelização com o cliente, porém, para manter o cliente fidelizado e a qualidade do produto, é importante criar setores padronizados, padrões que reduzam despesas, o retrabalho e melhorem a produtividade da empresa (FEITEN; COELHO, 2019).

Mesmo diante de uma variedade de produtos, os clientes sabem o que querem, logo, se tornam mais exigentes em relação ao produto que lhe é ofertado e como ele satisfaz suas necessidades. E essas exigências fazem com que as empresas utilizem ferramentas da qualidade para garantir produtos sem defeitos, setores padronizados, prazos de entregas satisfatórios e melhoras no atendimento (CORRÊA, 2011).

Quando se trata do ramo alimentício, imagina-se grandes complexidades dentro dos setores da empresa. Da chegada do produto até seu armazenamento, o grande desafio é utilizar os produtos antes que estraguem ou manuseá-los corretamente, uma vez que, em sua maioria, as maiores perdas são de frutas e vegetais, por estarem “machucados” ou com defeitos estéticos, sem controle de refrigeração, armazenamento inadequado e controle de validade inexistente (FERNANDES, 2012).

Portanto, a presente pesquisa propõe analisar a seguinte questão norteadora: como o modelo TDCA da avaliação da qualidade pode contribuir na melhoria da qualidade dos setores de uma empresa do ramo alimentício?

O objetivo geral desta pesquisa é analisar como o modelo TDCA da avaliação da qualidade contribui para a melhoria dos setores de uma empresa do ramo alimentício situada na cidade de Teresina – PI.

Para evidenciar a contribuição do modelo TDCA, a presente pesquisa utilizou como técnica de coleta de dados a observação direta, tendo como propósito o método exploratório descritivo. Vale ressaltar que todo o procedimento respeitou o anonimato da empresa.

Os resultados evidenciaram que o modelo TDCA foi capaz de gerar qualidade nos setores, contribuindo de forma positiva para a melhoria dos processos, organização, limpeza e pessoas. Apesar de todas as sugestões observadas no Modelo TDCA não terem sido aplicadas devido à resistência de funcionários ou problemas internos, este estudo conseguiu confirmar uma melhoria significativa na qualidade dos setores.

Diante do exposto, este trabalho justifica-se em analisar qual a contribuição do modelo TDCA da avaliação da qualidade nos setores de uma empresa do ramo alimentício, verificando os principais tópicos: limpeza, organização, processos e pessoas. Após a aplicação do modelo TDCA, é gerado um plano de ação para a correção dos principais gargalos nos setores.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MEG (MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO)

MEG é uma ferramenta que incorpora as mais emergentes e recentes questões em relação à gestão. É uma ferramenta de fácil aplicação e entendimento que não afeta a forma de aplicação sobre os temas tratados (FNQ, 2016). É uma ferramenta bem única em relação a sua abrangência e visão sobre gestão, pois seus fundamentos são bem colocados, como:

– Pensamento sistêmico: é preciso reforçar ao colaborador sobre como as atividades da organização e do ambiente em que está inserido possuem relação de interdependência. Essa visão permite que os mínimos detalhes também sejam considerados.

– Aprendizado organizacional e inovação: para se manter competitivo no mercado, toda a organização e colaboradores precisam sempre buscar novos patamares de competência, aprendizagem e inovação.

– Liderança transformadora: corresponde à atuação dos líderes que atuam de forma excelente, que agem em prol da empresa e com a excelência de qualidade, sempre atentos aos cenários, tendências e seus possíveis impactos para a organização, mobilizando as pessoas com éticas, princípios e objetivos da empresa, preparando líderes e pessoas. Todos devem estar engajados com o mesmo propósito.

– Responsabilidade com os stakeholders: é necessária a compreensão das exigências e demandas, assim como o compromisso com os stakeholders, mantendo foco no cliente e nos planejamentos de longo e curto prazo. Assim, é preciso manter essa estrutura para que a empresa mantenha a estabilidade.

– Agilidade: toda empresa precisa ter habilidade e agilidade para mudanças. Sem isso, as chances de sucesso diminuem rapidamente. Logo, toda empresa precisa ser hábil em absorver conhecimento e ágil em organizar os setores mais vulneráveis. Essas são características que impulsionam a transformação.

2.2 GURU DA QUALIDADE

William Edwards Deming teve papel fundamental no desenvolvimento da teoria da gestão da dualidade. Deming, nascido em Iowa, foi professor, autor de vários livros e teve participação significativa na melhoria de processos na Segunda Guerra Mundial, mas sua principal contribuição para a GQ foi os 14 pontos de melhoria, que estimulam um propósito no sentido de melhorar a qualidade do produto e os serviços da empresa, além de descrever um caminho para a qualidade total, que é algo que deve ser aperfeiçoado continuamente (PONTE; RODRIGUES; GOULART, 2020).

De acordo com Miguel (2001), o diagrama de Ishikawa consiste em uma ferramenta representada em gráfico, usada para verificar e representar fatores de influência (causas) sobre um determinado problema (efeito). Também é denominado diagrama espinha de peixe, e aborda os seguintes temas:

– Determinar o problema;

– Informar as possíveis causas;

– Fazer um diagrama agrupando as causas (mão de obra, máquina, matéria-prima, método e meio ambiente);

– Analisar e identificar as causas;

– Corrigir o problema.

Os objetivos desta ferramenta são fazer a análise das operações dos processos produtivos e evidenciar causas que conduzem a determinados defeitos. Assim, se o efeito é nocivo, as causas podem ser eliminadas, e se for benéfico, pode-se conferir a consistência delas para garantir sua continuidade.

2.3 ISO’S

A certificação de qualidade ISO (Organização Internacional para Padronização) representa uma forma de garantir que empresas públicas ou privadas sejam capazes de fornecer produtos, serviços ou sistemas conforme exigido por reguladores e clientes. Esta entidade tem como objetivo a padronização de sistemas para garantir a qualidade dos processos internos das empresas. No Brasil, a organização está vinculada à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para desenvolver normas que beneficiam as empresas, e ainda redefine procedimentos que variam de acordo com cada ISO (VALLS, 2005).

A Norma ISO 9001 é um certificado que resulta em processos eficazes, menos retrabalho e demandas de clientes atendidas. O modelo da ISO 9001 pode ser utilizado em muitas organizações, sem restrição do ramo da empresa, logo, a ISO 9001 age como uma estrutura básica que mantém as etapas nas organizações funcionais e age como uma alavanca para a qualidade nos setores e na organização administrativa (VALLS, 2005).

A norma ISO 14001 descreve todos os requisitos necessários para a incorporação de um sistema de gestão ambiental, entretanto, para que a norma tenha efetividade, é necessário que seja compreendida. Donaire (2009) relata que os detalhes devem ser considerados, uma vez que a mudança dentro de uma organização não é algo fácil. A norma tem aplicabilidade a todos os aspectos ambientais que possam ser controlados pela organização, bem como sobre as áreas de sua influência. No caso de empresas contratadas, por exemplo, a organização estabelece os critérios legais relativos aos aspectos ambientais considerados significativos, monitorando, por conseguinte, todo o cumprimento dos critérios legais estabelecidos. Araújo (2005) afirma que a norma ISO 14001 é aplicável a qualquer organização (incluindo prestadoras de serviço, por exemplo) que se proponha a implementar e aprimorar um sistema de gestão ambiental, analisar se ele segue os padrões de política ambiental etc.

2.4 PROGRAMA DE EXCELÊNCIA (PEX)

Dentre os principais objetivos da PEX, uma das mais importantes é promover a transformação do formado no curso de Administração para que ele tenha uma visão mais crítica e seja competente na resolução de problemas.

O objetivo específico do programa se trata de pesquisar e diagnosticar pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças das organizações participantes. O PEX foi realizado em duas etapas, a primeira etapa ocorreu de maio a julho 2009, e a segunda, de agosto a dezembro 2009, e adotou uma metodologia coletiva, participativa, desenvolvida em etapas, tendo início com o diagnóstico empresarial e a formulação de plano de ação de consultoria para as empresas clientes (PEREIRA, 2010).

As etapas do PEX somam um conjunto de ações que identificam as necessidades e interesses da empresa, o processo de análise e o planejamento de soluções empresariais. 

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada em uma empresa do setor alimentício, situada na região metropolitana de Teresina-PI. Foi preferível não revelar o nome da empresa, deixando-a no anonimato. Neste contexto, a empresa analisada contém 6 setores, sendo eles: cozinha, atendimento, administrativo, padaria, estoque e confeitaria.

Logo, buscou-se verificar qual a contribuição do modelo TDCA da avaliação da qualidade nos setores da empresa, adotando o método qualitativo como forma de abordagem do problema, tendo o propósito exploratório descritivo. Quanto à natureza, a pesquisa realizada foi desenvolvida na tentativa de explorar e gerar conhecimentos acerca da ferramenta TDCA de avaliação da qualidade.

Em relação aos procedimentos técnicos, utilizou-se o estudo de caso, a observação direta e a pesquisa de campo.

Como técnica de coleta de dados, foi utilizada a observação direta, e todo o procedimento respeitou o anonimato da empresa. A aplicação do método TDCA nos setores será demonstrado em figuras das planilhas e no passo a passo de como tudo foi realizado.

4. ANÁLISE

Na figura 1, vê-se o modelo TDCA que foi  preenchido com perguntas relacionadas a cada tópico, sendo esses: limpeza, organização, processo e pessoas. As perguntas tinham o intuito de serem objetivas, dessa forma, deveriam ser respondidas com 1 (sim) ou 0 (não). A quantidade de perguntas foi definida pelo avaliador, logo, o mesmo precisou ter um questionamento crítico acerca de cada setor, sempre avaliando e reformulando perguntas, caso houvesse necessidade, de acordo com cada tópico.

À medida que as perguntas iam sendo reformuladas, foram sendo respondidas com 1 (sim) ou 0 (não), e, no final, foi gerado um percentual automático. Para que o percentual fosse de acordo com o total de respostas, foi utilizada a seguinte fórmula: soma(coluna nota)/cont.núm(coluna nota), e o total foi alterado para aparecer em porcentagem.

Figura 1 – Modelo TDCA

Modelo TDCA.
Fonte: autoria própria.

A empresa situada em Teresina, do ramo padaria/restaurante, trabalha com variados produtos, sendo alguns deles exclusivos da loja. Por obter diversos produtos, a empresa trabalha com fornecedores específicos que entregam os produtos da marca desejada conforme a demanda. Por trabalhar com vários itens, a maioria é armazenada no estoque, porém, este se encontrava sem controle, chegando a ter compras excessivas e até carência de produtos, fator gerado pela falta de planejamento adequado.

Na Figura 2, pode-se observar o modelo TDCA que foi aplicado no estoque da empresa.

Figura 2 – Modelo TDCA aplicado no estoque

Modelo TDCA aplicado no estoque
Fonte: autoria própria.

Nota-se que a área mais inferior do setor do estoque é a de organização, tendo uma nota de 20%, em seguida, a área de pessoas, com 33%, de processos, com nota mediana de 60%, e de limpeza, que obteve a maior nota, sendo essa de 100%.

Através do tópico de organização, rapidamente percebe-se o motivo dos outros tópicos apresentarem erros, pois o ambiente se encontra bastante desorganizado. O setor não apresenta as funções dos funcionários bem definidas, ou seja, não possui atividades diárias que precisam ser cumpridas ou desenvolvidas, e, na área de pessoas, se agrava ainda mais, pois foi identificado que o setor não possui treinamento adequado para os trabalhadores da empresa.

Na Figura 3, está demonstrado o modelo TDCA que foi aplicado no setor da cozinha. 

Figura 3 – Modelo TDCA aplicado na cozinha

Modelo TDCA aplicado na cozinha.
Fonte: autoria própria.

No setor da cozinha, observa-se que a empresa se destaca na limpeza, pois obteve uma nota de 91,67%, e na organização, com percentual de 75%. O que, de fato, ocorre, pois, todos os dias, antes dos colaboradores encerrarem o turno, o piso e as bancadas são devidamente limpas e organizadas. Porém, no mesmo setor, encontram-se algumas dificuldades na área dos processos, que teve nota de 20%, e de pessoas, com nota de 33%, uma vez que é recorrente haver atrasos nos pedidos. A produção é feita quando as cozinheiras desejam, e isso acaba impactando na venda dos produtos no balcão. Notou-se, também, uma certa resistência com relação à higiene pessoal.

Vale ressaltar novamente a facilidade do modelo TDCA em observar os principais erros do setor e, ainda, registrá-lo na ferramenta, uma vez que isso influencia o setor a ter uma análise efetiva e encontrar erros que ainda não haviam sido percebidos.

No tópico processos, quando questionado se há uma produção diária na empresa, as cozinheiras informaram que não, logo, percebeu-se que falta produtos no balcão de atendimento por não produzirem uma quantidade equivalente às vendas, e isso acaba culminando na falta de produtos para a venda.

Na Figura 4, mostra-se o modelo TDCA aplicado no atendimento.

Figura 4 – Modelo TDCA aplicado no atendimento

Modelo TDCA aplicado no atendimento.
Fonte: autoria própria.

Foi executado o método no setor de atendimento, e se vê facilmente que somente a área de limpeza tem nota final de 100%. Nota-se que a área de pessoas, com total de 20%, é um caso crítico, pois foi identificado novamente o erro que se repete nos outros setores, que é a ausência de treinamento das atendentes. Elas acabam aprendendo algo sozinhas ou com o auxílio de outras atendentes mais experientes. Por esse motivo, tem-se um atendimento precário ou vendas que não são concluídas apropriadamente. Observa-se que a área de processos teve nota de 60%, e a de organização, 56%, mesmo possuindo porcentagens medianas. Ainda assim, possuem erros que poderiam ser corrigidos de forma ágil, para que, assim, o atendimento não fosse prejudicado.

O Modelo TDCA foi aplicado no setor administrativo, como visto na Figura 5.

Figura 5 – Modelo TDCA aplicado no setor administrativo

Modelo TDCA aplicado no setor administrativo
Fonte: autoria própria.

O setor administrativo é o setor mais importante da empresa, entretanto, observa-se que é um dos que apresentam mais erros. A área de processos tem nota de 0%, e a de Pessoas, 25%. Esses são os tópicos mais críticos, e a falha desse setor acaba se tornando o erro de outros. A limpeza e a organização, ambas com 75%, têm notas medianas.

Novamente, atenta-se para a eficácia da ferramenta TDCA em detectar os defeitos de todos os setores, pois acaba revelando informações cruciais para a análise e posterior correção de erros existentes.

Na Figura 6, o modelo foi aplicado no setor da padaria.

Figura 6 – Modelo TDCA aplicado no setor padaria

Modelo TDCA aplicado no setor padaria
Fonte: autoria própria.

A padaria é um dos melhores setores da empresa, com uma nota de 100%. As áreas de limpeza, pessoas e organização tiveram nota alta, de 86%. A única que obteve nota regular foi a área de processo, mas, mesmo com a nota de 50%, alguns dos principais pontos precisam ser corrigidos com atenção.

Mesmo obtendo boas notas, é importante sempre manter a verificação de forma periódica para observar se as áreas da limpeza, organização, processos e pessoas continuam mantendo o nível de qualidade no setor. Novamente, o Modelo TDCA foi eficaz em analisar corretamente o setor.

Já na Figura 7, demonstra-se o modelo TDCA desenvolvido na confeitaria.

Figura 7 – Modelo TDCA aplicado na  confeitaria

Modelo TDCA aplicado na confeitaria
Fonte: autoria própria.

Outro setor que se destaca é o da confeitaria, obtendo 100% das notas em cada tópico verificado. Foi analisado e verificado de forma crítica cada tópico do Modelo TDCA, e a confeitaria foi a única a manter um alto nível de qualidade. Isso deve-se ao fato de que o chefe confeiteiro é muito exigente e bem organizado com o setor. Como nota-se, a confeitaria é bem organizada, com isso, foi necessário uma análise maior em cada pergunta. Entretanto, nenhuma irregularidade foi observada.

O Modelo TDCA foi novamente crucial e eficaz para notar os acertos do setor que, de fato, são exemplos para os outros setores seguirem.

Os dados da Figura 8 referem-se ao plano de ação construído com base nos dados coletados no modelo TDCA.

Figura 8 – Plano de Ação

Plano de Ação.
Fonte: autoria própria.

Desse modo, sobre os pontos para correção, os mais críticos foram analisados e adicionados no plano de ação para posterior correção dos erros em cada setor. Destaca-se que seria de extrema importância que os resultados obtidos fossem apresentados ao responsável pela gestão da empresa, para que, assim, pudesse haver melhorias na qualidade dos setores analisados.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como objetivo analisar como o modelo TDCA da avaliação da qualidade contribui na melhoria dos setores de uma empresa do ramo alimentício situada em Teresina-PI, visando contribuir para a qualidade dos setores.

Neste contexto, ficou evidente a contribuição do modelo TDCA nos setores da empresa. A ferramenta auxiliou no mapeamento dos setores de cada setor analisado e gerou um plano de ação para corrigir os principais gargalos observados nos setores.

Todo o processo de execução gerou um grande aprendizado, desde o desenvolvimento prático do conhecimento de gestão, planejamento e análise de processos. O próprio método TDCA incentiva uma visão mais crítica com relação a todos os setores. Como esta foi minha primeira utilização do Método TDCA, foi interessante desenvolver, após executado, uma visão questionadora sobre o modo operante da empresa.

No referencial teórico, foram apresentados referencias de gestão da qualidade, como: Programa de Excelência (PEX), as normas ISO’S, os Gurus da qualidade e o Modelo de Excelência da Gestão (MEG). Esses são referenciais que podem auxiliar na visão de gestão da qualidade ao aplicar o modelo TDCA, que permite uma análise mais assertiva de cada setor analisado, nesse caso, necessita de uma observação assertiva, capaz de observar os problemas nos setores.

Assim, voltando à questão norteadora, pode-se concluir que o modelo TDCA contribuiu para melhora da qualidade nos setores da cozinha, estoque e padaria de forma eficaz, pois observou-se os problemas existentes nos mínimos detalhes, o que ajudou a padronizar e atingir as metas nos setores. Além disto, o modelo TDCA se mostrou eficaz na sua utilização e na análise dos setores, contribuindo para a qualidade de todos os setores.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, G. M. Sistema de gestão ambiental ISO14001/04. Rio de Janeiro: Editora Gerenciamento Verde, 2005, p. 74-128.

CORRÊA, C. R. Grau de satisfação dos clientes externos da empresa de tintas Farben no estado de Santa Catarina com relação ao sistema tintométrico. Monografia (Especialização em MBA Executivo em Gestão de Vendas)- Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, SC, 2011.

DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

FEITEN, A. M.; COELHO, T. R. Gestão da qualidade em organizações de serviços: barreiras e facilitadores. Revista de Administração FACES Journal, v. 18, n. 03, p. 56-71, 2019. Disponível em: DOI: https://doi.org/10.21714/1984-6975FACES2019V18N3ART6619. Acesso em: 18 mai. 2022.

FERNANDES, K. S. Logística: fundamentos e processos. Curitiba: IESDE BRASIL SA, 2012.

FNQ- FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Modelo de Excelência da Gestão® (MEG): guia de referência da gestão para excelência. 21ª ed. São Paulo: FNQ, 2016. Disponível em: https://fnq.org.br/comunidade/product/guia-de-referencia-da-gestao-para-excelencia/. Acesso em: 18 mai. 2022.

MIGUEL, P. A. C. Qualidade: enfoques e ferramentas. São Paulo: Artliber, 2001.

VALLS, V. M. Gestão da qualidade em serviços de informação no Brasil: estabelecimento de um modelo de referência baseado nas diretrizes da NBR ISO 9001. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005. 247 f.

PEREIRA, J. A. PEX – Programa de Excelência Empresarial: a experiência de uma IES em metodologia de ensino de administração focada na interdisciplinaridade. Revista da FAE, v. 13, n. 1, p. 97-114, 2010. Disponível em: https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/viewFile/225/145. Acesso em: 18 mai. 2022.

PONTE, A. M.; RODRIGUES, A. H.; GOULART, N. C. Implementação de um sistema de gestão da qualidade visando elevar a qualidade no atendimento e gerir com excelência os processos previdenciários do Amazonas. Seminário de administração pública e economia, v. 1, n. 1, 2020.

[1] Bacharelado em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA. ORCID: 0000-0003-4454-1282.

[2] Orientador. Mestre Administração – UFPR. Capacitado em Tutoria da EAD – UFPR. Bacharel em Administração – UFPR (Universidade Federal do Paraná). MBA em Gestão Estratégica, Inovação e Conhecimento – UNIMAIS. Sargento Especialista em Comunicações Militares – ESSA (Escola de Sargento das Armas/Exército Brasileiro). ORCID: 0000-0002-8970-6864.

Enviado: Outubro, 2022.

Aprovado: Dezembro, 2022.

5/5 - (10 votes)
Walber Lima Mendes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita