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A atuação da gestão escolar na implantação de projetos de tecnologia educacional

RC: 129410
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

PAVAN, Juliana Maria [1], LACERDA, Gislene Soares [2], TONIZA, Fernanda Loureiro [3], PRADO, Eliana Astolfo de Souza Campos [4]

PAVAN, Juliana Maria. Et al. A atuação da gestão escolar na implantação de projetos de tecnologia educacional. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 10, Vol. 04, pp. 05-15. Outubro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tecnologia-educacional

RESUMO

A perspectiva desta reflexão é explorar os conceitos e possibilidades do uso das tecnologias digitais nas instituições de ensino durante a pandemia do Covid-19 e como o gestor pode mediar essa aplicação. O papel do gestor escolar é lidar com as práticas educacionais e administrativas, sendo um elo entre professores, alunos, familiares e demais membros da comunidade escolar. Com a pandemia causada pelo Covid-19, este profissional da educação precisou reinventar suas competências para conseguir vencer os impactos do isolamento social dentro do espaço escolar. Dentre as suas novas atribuições, a mais importante foi incorporar as tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem a distância. Como questão norteadora tem-se: qual o papel do gestor escolar em promover o ensino através das tecnologias digitais durante a pandemia? Nesse sentido, tem-se como objetivo investigar, a partir das competências do gestor escolar, qual a sua importância para a promoção do ensino remoto. A metodologia utilizada para este estudo foi uma pesquisa qualitativa de revisões bibliográficas de alguns autores e artigos publicados sobre o assunto. As conclusões deste estudo afirmam que a implantação das ferramentas digitais na escola, contribuem para expandir o acesso à informação e a construção do conhecimento, definindo com isso, a importância do gestor escolar nesse processo. Pode-se concluir que as ações do gestor escolar contribuem para a implantação das ferramentas digitais na escola, principalmente em momentos de crise, como a pandemia do Covid-19. Ele foi o agente responsável por promover o ensino remoto nas escolas, permitindo que todos os alunos tivessem direito à aprendizagem.

Palavras-chave: Gestor escolar, Tecnologias digitais, Ensino remoto, Pandemia.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste em uma discussão teórica sobre as ações e competências do gestor escolar para implantar as tecnologias digitais, principalmente durante a pandemia, onde este, teve que encontrar novas formas de promover o ensino e a aprendizagem. A reflexão destaca a figura do gestor, que assume um novo papel e amplia sua responsabilidade em envolver a comunidade escolar para uma apropriação mais efetiva das ferramentas digitais em suas práticas de ensino.

As tecnologias educacionais já estavam cada vez mais presentes nas instituições de ensino, mas com a pandemia do Covid-19, esse processo foi acelerado. Por isso, devemos refletir nos pressupostos relacionados ao ensino tecnológico e as ações da gestão escolar para aplicá-lo.

Pensar sobre esse tema é importante, pois os professores e gestores precisam desempenhar seu trabalho de forma eficiente para lidar com as novas propostas curriculares. Com a pandemia, surgiram novas relações sociais nas escolas, tendo a necessidade de novas práticas de ensino e aprendizagem. Como afirma Moraes (2014),

as situações de vulnerabilidade social podem vir a comprometer as condições de educabilidade, pois o contexto social em que a escola está inserida exerce uma influência no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, as ações externas à escola devem ser enfrentadas por uma rede de ações que envolvem o poder público quanto por possibilidades de parceria com diversas organizações da sociedade civil. É papel do gestor educacional, principalmente no processo de gestão em uma escola que está imersa em um contexto socioeconômico desfavorecido, buscar a redução das desigualdades através da busca por uma melhor equidade nos processos de ensino-aprendizagem (MORAES, 2014, p.18).

As transformações digitais na escola são entendidas como um processo que permite o aprendizado de uma atividade através do uso de ferramentas tecnológicas. Estas, permitem mudanças estruturais nas instituições de ensino, de modo que a tecnologia deixe de ser um instrumento optativo e sim obrigatório no currículo escolar. Como afirmam Samartinho e Barradas (2020), “o uso da tecnologia contribui para melhorar o desempenho, aumentar o alcance, desenvolver estratégias e garantir melhores resultados”.

O artigo teve por objetivo analisar as atribuições do gestor escolar como mediador do uso das tecnologias nas práticas pedagógicas, tendo como norte a questão de investigação: qual o papel do gestor escolar em promover o ensino através das tecnologias digitais durante a pandemia? Nesse sentido, tem-se como objetivo investigar, a partir das competências do gestor escolar, qual a sua importância para a promoção do ensino remoto.

Para responder esta questão, apresentou-se o conceito e as funções do gestor escolar na escola, depois, listou-se as competências do gestor para implantar as tecnologias digitais e o seu papel para aplicá-las durante a pandemia do Covid-19.

Este estudo é descritivo e teve como metodologia uma pesquisa qualitativa de revisões bibliográficas sobre o tema. Algumas das fontes utilizadas foram: literatura, teses, artigos e publicações.

2. O GESTOR ESCOLAR

A gestão escolar é o eixo central do ambiente de ensino, onde desempenha funções administrativas e pedagógicas. O gestor escolar é um gerente administrador responsável pela melhor atribuição dos recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos do espaço escolar. Como define Lima (1995),

os contornos dos modelos de gestão, nas suas diferentes acepções, dificilmente podem ser traçados sem ser por referência a escolhas e a opções genericamente contidas nestes modelos teóricos, embora nunca sejam definitivamente traçados, de forma minimamente precisa, apenas tomando por base estes modelos de referência. Os modelos teóricos representam assim referências potenciais, alternativas implícitas/explícitas nos processos de construção social dos modelos de gestão escolar. Em certos casos, a influência de um dado modelo teórico encontra-se expressa, ou é mesmo assumida abertamente como forma de clarificação ou de legitimação/justificação de determinadas opções em termos formais ou em termos de práticas. Noutros casos, porém, a influência de um modelo teórico determinado pode encontrar-se mais implícita, ou até mesmo oculta, podendo vir a ser desocultada através da análise (LIMA, 1995, p. 7).

O gestor escolar é responsável ​​por planejar, liderar, iniciar, criar, mobilizar e engajar as pessoas coletivamente, para assim, avançar nas metas educacionais por meio de sua participação ativa e capacitada (ALONSO, 2004). A transformação da escola acontece quando o gestor e toda comunidade escolar se envolvem diretamente no trabalho realizado neste espaço.

De acordo com Almeida e Rubim (2004),

o envolvimento dos diretores das escolas na articulação dos diferentes segmentos da comunidade escolar, na condução do processo de integração das TIC na escola nos seus domínios administrativo e pedagógico e, mais uma vez, na criação de condições de continuidade e integração. serviço de formação de seus profissionais, pode contribuir significativamente para o processo de transmutação da escola em um espaço articulador e produtor de saberes compartilhados. (ALMEIDA; RUBIM, 2004, p. 2).

Toda gestão traz uma série de interações, esforço e atenção para a melhor qualidade que proporciona a eficácia de suas ações. Nesse contexto, a palavra “gestor” corresponde a um princípio de ação que, no dia a dia, abrange todos os sujeitos envolvidos na vida escolar: administrador, diretor, mantenedor e orientador educacional. Ou seja, um gestor escolar que participa e colabora para sua própria aprendizagem e de todos.

Para que o gestor escolar consiga cumprir seu papel, esperamos que ele:

– Promova mudanças estruturais – flexibilidade;

– Utilize os diferentes espaços de informação;

– Faça parcerias com outras instituições;

– Incorpore a tecnologia na aprendizagem;

– Viabilize a participação dos alunos nas decisões de forma responsável;

– Estimule a aprendizagem ativa e a participação em projetos;

– Propicie o desenvolvimento profissional dos professores e administradores;

– Favoreça a participação da comunidade na escola – conselhos consultivos;

– Abra a escola para o meio exterior, extraindo do social os elementos necessários ao processo de mudança e renovação da instituição;

– Assuma com responsabilidade os resultados do trabalho escolar – sucesso ou fracasso – e defina a sua política de ação a partir deles;

– Coloque o administrativo a serviço do pedagógico pondo em execução o Projeto Pedagógico da Escola, elaborado com a comunidade escolar;

– Mantenha o currículo e sua implementação no centro das atenções, definindo prioridades em função dele. (ALONSO, 2003, p. 35-36)

A ação educadora significa entendimento, envolvimento, convicção e adesão concreta a uma filosofia educacional e didática que gerem a percepção pedagógica envolvida no contexto e realidade do tempo em que ação educadora acontece. Isso exige, do educador, constante abertura e diálogo com o novo.

Segundo Almeida e Alonso (2007), a gestão educacional constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais, humanas e tecnológicas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais das instituições de ensino. A atuação do gestor escolar deve ser voltada para a promoção efetiva da aprendizagem, de forma a instrumentalizar o professor e o aluno para enfrentarem os desafios de uma sociedade globalizada e centrada no conhecimento.

3. AS COMPETÊNCIAS DO GESTOR ESCOLAR PARA INTEGRAR AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA ESCOLA

As tecnologias digitais na educação representam um mecanismo de validação contínua da formação ao longo da vida, desde que se adequem às particularidades de cada indivíduo, tendo em conta fatores como a indisponibilidade de tempo ou a impossibilidade de frequentar o local físico que proporciona a formação específica.

Como diz Almeida e Freitas (2013),

a escola em todos os níveis precisa manter-se à frente no desafio de utilizar de forma articulada e correta essas ferramentas. É da escola a responsabilidade de orientar a aplicação das facilidades (e ensinar sobre os riscos) obtidas com a convergência de mídias. Situações antes imaginadas apenas no universo da ficção são realidade hoje e desafiam nossa percepção dia após dia. As pessoas são expostas continuamente às consequências da convergência de mídias e precisam orientar-se para compreender suas funcionalidades, aplicações e riscos (ALMEIDA; FREITAS, 2013, p. 3).

É preciso também, reconhecer o gestor escolar como o principal mediador no processo de capacitação dos docentes. O gestor deve democratizar o acesso às ferramentas digitais e oferecer condições para que os membros da sua escola consigam trabalhar com autonomia e recursos adequados.

Almeida (2006) ainda acrescenta,

o uso das tecnologias na gestão escolar revela novos papéis dos seus profissionais – como organizadores de informações, criadores de significados e líderes – na tomada compartilhada de decisões. Esses profissionais encontram nas tecnologias, especialmente naquelas de Informação e Comunicação, o suporte adequado para o desenvolvimento de suas atividades, apoiadas em informações provenientes de fontes distintas, internas ou externas ao sistema, e na colaboração com seus pares e com a comunidade escolar. (ALMEIDA, 2006, p. 104)

Brancaglião e Fernandes (2016), “o interesse dos gestores no uso das tecnologias digitais é muito importante para o sucesso da implantação destas”. Por ser um líder dentro das ações pedagógicas da escola, o gestor escolar deve incentivar a participação dos professores nos cursos de formação continuada em tecnologias digitais. Com isso, o gestor se torna capaz de incentivar nos docentes o interesse pelo aperfeiçoamento de suas práticas didáticas e os conduz para uma aproximação com as novas tecnologias do mundo digital, em que estas já fazem parte do universo dos alunos.

Almeida e Silva (2011) afirmam que o papel do gestor frente às novas tecnologias é diferente, ou seja, este deve elaborar um novo padrão educacional. O gestor educacional é muito importante no processo de ensino aprendizagem, por ser ele um articulador que compartilha tarefas e valoriza a participação de toda comunidade escolar. Por isso, ele deve contribuir para uma reflexão sobre a relação entre teoria e prática proporcionando a experimentação de novas alternativas pedagógicas, revendo as práticas tradicionais, promovendo as transformações necessárias e permitindo a criação de variadas e diferentes experiências de aprendizagens.

Cada escola tem suas particularidades que influenciam no processo de implantação das tecnologias digitais. Quando o gestor decide implementar a tecnologia no ambiente escolar, a primeira etapa é garantir o acesso da internet, para que ela chegue até a escola e permita a conexão entre professores, alunos e comunidade.

O gestor educacional para atuar na contemporaneidade, necessita de uma formação mais completa que envolva dentre outros aspectos o estudo das tecnologias, e que leve em conta, sobretudo, a sensibilidade para desenvolver um trabalho inovador, apesar das condições restritivas.

De acordo Libâneo (2004), essas atuações exigem do gestor educacional:

a habilidade de convivência coletiva; capacidade de administrar um ambiente, cada vez mais, complexo; criação de novas significações em um ambiente instável; capacidade de abstração; manejo de tecnologias emergentes; capacidade de comunicação, além de fundamentar teoricamente suas decisões; comprometimento com a emancipação e autonomia intelectual dos funcionários; e conscientização das oportunidades e limitações. (LIBÂNEO, 2004, p. 13)

A evolução tecnológica aponta para a necessidade da incorporação das tecnologias digitais na prática docente e na de sala de aula, e o envolvimento dos gestores nessas atividades, para expandi-las além da prática em sala de aula. Os gestores serão os principais responsáveis ​​por tornar os novos recursos tecnológicos parte da vida cotidiana da escola.

O gestor escolar deve mediar todos os profissionais da escola para trabalharem juntos na criação de situações em que utilizem as ferramentas digitais no seu dia a dia e oportunizar a participação destes em redes colaborativas de aprendizagem virtual, encontrando com isso, um caminho a seguir juntos, de acordo com a identidade da escola e o contexto em que está inserida.

Quando a escola opta pela inserção das novas tecnologias em suas práticas, o gestor tem a oportunidade de exercer um grande papel educativo, podendo tornar-se um agente promotor da aprendizagem em seu meio (ALMEIDA, 2006). Isso poderá garantir não apenas a apropriação das inovações tecnológicas, mas proporcionar o seu uso com efetiva qualidade na organização escolar.

Um gestor bem-preparado tem condições de integrar as áreas administrativa e pedagógica da escola, utilizando as tecnologias digitais para otimizar as informações, a tomada de decisões e o acompanhamento das suas ações, de modo que poderá dar condições para constantes reflexões sobre as práticas educativas da sua escola.

No exercício das suas funções, o gestor, enquanto agente responsável pela definição de estratégias e ações para a implantação das tecnologias digitais, têm um papel fundamental no processo de adaptação organizacional e integração destas nas escolas, ou seja, ele se torna o agente da transformação digital.

4. O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR EM PROMOVER O ENSINO ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS DURANTE A PANDEMIA

No capítulo anterior levantamos a importância e algumas competências do gestor para implantar as tecnologias digitais na escola. Neste capítulo será revisado o papel do gestor durante a pandemia, tendo este, que implantar as ferramentas digitais no processo de ensino-aprendizagem de forma abrupta.

Durante a pandemia de Covid-19, foi decretado isolamento social, o que resultou no fechamento das escolas e impossibilidade do ensino presencial. Esse decreto aconteceu de forma repentina, alterando as práticas de ensino presenciais, em práticas de ensino remoto.  Toda comunidade escolar ficou isolada frente a este cenário, e com isso, passaram a priorizar as questões ligadas à saúde física e mental, em conjunto com as questões educacionais provocadas pela repentina suspensão das aulas presenciais (PERES, 2020, p. 23).

A inexistência de uma política de tecnologias educacionais foi sentida durante a pandemia, tendo muitas repercussões (BARBERIA et al., 2021). As principais dificuldades observadas foram: a falta de equipamentos adequados, conexão à internet dos alunos e falta de domínio digital de alguns alunos e pais.

O gestor escolar durante a pandemia precisou criar estratégias para que todos os alunos tivessem acesso ao ensino e aprendizagem. Em algumas escolas, os gestores precisaram considerar a realidade social dos seus alunos. Esse dado foi importante para se pensar nos possíveis caminhos, junto da comunidade escolar, para que todos os alunos tivessem acesso ao ensino.

Matos e Pimenta (2020) observaram que durante o período de isolamento social o papel do gestor escolar não se fixou apenas na necessidade de promover recursos para a realização das aulas remotas, mas também na preparação e suporte dos professores para a aplicação das aulas e melhor uso das ferramentas tecnológicas que lhes foram disponibilizados.

O ensino remoto emprega a tecnologia para mediar a atividade pedagógica, especialmente por meio das redes e plataformas digitais. A diretriz curricular e seu desdobramento seguem os princípios do ensino presencial. Destarte, de forma remota, os professores interagem com os alunos para o desenvolvimento das aulas, metodologia que tem exigido uma rápida acepção do novo espaço de sala de aula. (MATOS E PIMENTA, 2020)

Neste cenário, o gestor escolar teve que organizar e sistematizar o ensino, para tentar superar a lacuna causada pelo distanciamento físico da escola. Para Matos e Pimenta (2020), “é essencial que haja esforços de todas as partes a fim de garantir a manutenção do nível de qualidade do ensino, mesmo que de forma remota e não presencial”. Para tanto, segundo Firmino (2020),

o gestor precisa adotar uma postura crítica em relação aos sujeitos envolvidos e tomar decisões condizentes com o beneficiamento da coletividade. Precisa criar diálogos para decisões democráticas, ampliação da participação, respeitando as partes envolvidas, mas, não se esquivando da hierarquia de funções existentes. (FIRMINO, 2020)

Kirchner (2020) também ressalta a importância do gestor na mediação do seu corpo docente e o uso das tecnologias digitais nas práticas de ensino, e destaca:

a dificuldade em relação à conscientização da docência em relação à elaboração de material didático adequado para os alunos, considerando que nem todos disporiam de recursos tecnológicos de imediato. Assim, a gestão precisou criar grupos de trabalhos coletivos, respeitando o distanciamento social, é claro, mas com êxito na produção dinâmica para suprir a lacuna da escola junto aos alunos rapidamente. (KIRCHNER, 2020)

De acordo com, Valle e Marcom (2020), “a gestão precisou repensar, rapidamente, formas para capacitar sua docência em relação à demanda pelo exercício de novas competências, não comprometendo o rendimento e processo de ensino e aprendizagem do ano escolar”.  Como afirmam Avelino e Mendes (2020), “a cultura digital é um grande desafio para muitas escolas, pois muitos professores não estão preparados para a transformação tecnológica em sua formação acadêmica”.

O papel da gestão foi conscientizar e apoiar os professores em relação ao uso das tecnologias, oferecendo a eles, recursos adequados e necessários. O gestor escolar foi o principal responsável em promover a participação e a interação de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem através das tecnologias digitais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo teve por objetivo investigar as competências do gestor escolar e sua responsabilidade em viabilizar o uso das tecnologias digitais na escola durante a pandemia de Covid-19. O processo de transformação digital das escolas, foi acelerada com a pandemia e teve que acontecer no ritmo e com os recursos que cada escola oferecia.

Com o isolamento social imposto pela pandemia, o uso das tecnologias digitais foi responsável por transformar o ensino presencial em ensino remoto. Através desta situação, podemos reconhecer a importância do gestor escolar nesse processo de inserir os recursos tecnológicos nas práticas de ensino e aprendizagem.

A gestão faz parte do processo de mediação entre a realidade e as propostas pedagógicas, para superar as restrições existentes na direção do desempenho educacional, que por sua vez se ajusta e se adapta durante sua implantação e implementação (LÜCK, 2009). Desse modo, o gestor escolar foi capaz de criar estratégias para superar as barreiras digitais, e conscientizar os professores sobre a importância de unificar as práticas pedagógicas e as ferramentas digitais, potencializando a transmissão de conhecimento.

Conclui-se que o gestor escolar precisou desenvolver novas competências para viabilizar o ensino através das tecnologias digitais.  Ele foi o responsável por identificar as necessidades do espaço escolar, oferecendo recursos que puderam ser implementados para o enfrentamento do ensino remoto. Por isso, o gestor escolar deverá ter um comprometimento cada vez maior com o ensino democrático, promovendo a transformação digital na educação.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M.; e RUBIM, L. O papel do gestor escolar na incorporação das TIC na escola: experiências em construção e redes colaborativas de aprendizagem. São Paulo: PUC-SP, 2004.

ALMEIDA, M. E. B.; ALONSO, M. (Orgs.). Tecnologias na formação e na gestão escolar. São Paulo: Avercamp, 2007. p. 21- 34.

ALMEIDA, M. E. Bianconcini. Formação de Gestores para uma escola em transformação: a contribuição das TICs. III Congresso Luso Brasileiro de Administração da Educação, Recife, Pernambuco, 2006.

ALMEIDA, M. G.; FREITAS, M. C. D. A escola no século XXI. V. 3: virtualização das relações: um desafio da gestão escolar. Rio de Janeiro: Brasport, 2013.

ALONSO, M. O trabalho coletivo na escola e o exercício da liderança. In: Gestão educacional e tecnologias. São Paulo: Avercamp, 2003.

ALONSO, Myrtes. Gestão escolar: revendo conceitos. São Paulo, PUC-SP. 2004.

AVELINO, W. F.; MENDES, J. G. A realidade da educação brasileira a partir da Covid-19. Boletim de Conjuntura, v. 2, n. 5, p. 56-62, 2020.

BARBERIA, L. G., CANTARELLI, L. G. R., & SCHMALZ, P. H. S. Uma avaliação dos programas de educação pública remota dos estados e capitais brasileiros durante a pandemia do COVID-19. http://fgvclear.org/site/wp-content/uploads/remote-learning-in-the-covid-19-pandemic-v-1-0-portuguese-diagramado-1.pdf. Barberia, L. G., Peres, U. D., Santos, F. P., Silva, I. C. L., Cantarelli, L. G. R., Schmalz, P. H. S., Vilela, 2021.

BRANCAGLIÃO, J. R.; FERNANDES, T. D. C. A atuação do gestor escolar na formação continuada de educadores para o uso das tecnologias educacionais nas práticas educativas. In: Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Cadernos PDE, v. 1, p.1-19, 2016.

FIRMINO, M. A. R. Os desafios do gestor escolar em tempos de aprendizagem remota. Pedagogia em Ação, Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p.275-278, 2020.

KIRCHNER, E. A. Vivenciando os desafios da educação em tempos de pandemia. In: PALÚ, J.; SCHÜTZ, J. A.; MAYER, L. (orgs.). Desafios da educação em tempos de pandemia. Cruz Alta: Ilustração, 2020.

LIBÂNEO, J.C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5. ed. Goiânia, Alternativa, 2004.

LIMA, L. C. Construindo modelos de gestão escolar. Instituto de Inovação Educacional. 1995.

LÜCK, Heloísa. Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências. Curitiba: Ed. Positivo. 2009.

MATOS, Caroline Tourinho; PIMENTA, Lídia Boaventura. Gestão escolar: dificuldades e desafios no oferecimento do ensino remoto em tempos de pandemia. 2020.

MORAES, Denise Alessandra Palhares Diniz. Gestão escolar eficaz: o diferencial de uma escola em contexto de vulnerabilidade social. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública, Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014.

PERES, Maria Regina. Novos desafios da gestão escolar e de sala de aula em tempos de pandemia. Revista Administração Educacional, Recife, v.11, n. 1, p. 20.

SAMARTINHO, J.; BARRADAS, C. Transformação Digital e Tecnologias da Informação em tempo de Pandemia. Revista UI IPSantarém, 2020.

SILVA, Maria da Graça Moreira da; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. O Cenário
atual do uso das tecnologias digitais da informação e comunicação. Pesquisa sobre o uso
das tecnologias de informação e comunicação no Brasil; TIC Educação 2010. São Paulo,
Comitê Gestor de Internet no Brasil, 2011.

VALLE, P. D.; MARCOM, J. L. R. Desafios da prática pedagógica e as competências para ensinar em tempos de pandemia. 2020. In: PALÚ, J.; SCHÜTZ, J. A.; MAYER, L. (Org.). Desafios da educação em tempos de pandemia. Cruz Alta: Ilustração, 2020.

[1] Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University, Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Especial pela UNAR, Especialização em Docência do Ensino Superior pela UNAR, Graduação em Pedagogia pela UNAR, Graduação em Artes Visuais pela UNAR e Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula. ORCID: 0000-0002-9039-2794.

[2] Especialização em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade de Educação São Luís e Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Direito e Ciências Sociais do Leste de Minas. ORCID: 0000-0002-2229-5933.

[3] Especialização em Educação Infantil pela Uninter, Graduação em Artes Visuais pela UNAR e Graduação em Pedagogia pela UNISEB. ORCID: 0000-0023-646-833X.

[4] Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão  da Educação a Distância. ORCID: 0000-0002-6034-9496.

Enviado: Setembro, 2022.

Aprovado: Outubro, 2022.

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Gislene Soares Lacerda

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