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Suportes textuais: Entre a mensagem e o receptor

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

CABRAL, Francisco Eudes do Nascimento [1]

CABRAL, Francisco Eudes do Nascimento. Suportes textuais: Entre a mensagem e o receptor. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 05, pp. 115-120. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/suportes-textuais

RESUMO

Toda e qualquer mensagem necessita do meio para se constituir enquanto matéria e cumprir a função da comunicação. Dentro do processo de comunicação existem diversos gêneros e tipos textuais, ou seja, formas distintas de organização e função textual. Os suportes são meios que, por sua vez, são imprescindíveis para que a mensagem chegue a seu destino final, o receptor. Assim, os suportes são concebidos como o lócus físico os quais permitem que a mensagem textual seja transmitida e recebida. Estas relações estão imbricadas e apresentam diversas possibilidades. Neste sentido, este trabalho pretende refletir acerca destas relações a partir da discussão dos conceitos de mensagem, receptor, suporte textual, meio e comunicação.

Palavras-chave: Suporte textual, meio, mensagem.

INTRODUÇÃO

O ato do conhecimento humano é acima de tudo e objetivamente destinado a conhecer as formas das coisas materiais. A comunicação é o ato fundamental do conhecimento humano.

O conhecimento de conceitos não é a primeira razão para o ato de conhecer, mas é através de conceitos que sabemos as coisas. Somente depois que sabemos as coisas, podemos refletir e nos perguntar como sabemos.

É então que tomamos consciência do papel intermediário do conceito. O conceito é algo que necessariamente se encontra entre o objeto do conhecimento e o julgamento do entendimento. “Encontrar entre” deve ser um meio. Há mais de um meio entre o objeto em si e o ato de julgamento que é o objetivo final do conhecimento ou “mensagem”.

Como tal, constitui uma metáfora na qual “mensagem” representa “meio”, levando-nos a propor cada meio em particular, que é a mensagem que transmite e que efeito produz. Constitui também um oxímoro, já que o meio e a mensagem são geralmente considerados dois elementos muito diferentes do processo de comunicação e, em certo sentido, antônimos (paralelamente às polaridades do emissor e do receptor).

Mais importante ainda é o fato de que o “meio é a mensagem” contém uma infinidade de significados embalados firmemente em um pacote memorável. O desafio, então, é diferenciar e identificar seus muitos significados que são expressos pelos suportes textuais diversos.

O MEIO E A MENSAGEM: SUPORTE TEXTUAL

“O meio é a mensagem” significa que, se realmente queremos entender o que está acontecendo, isto é, se realmente queremos “receber a mensagem”, temos que estudar o meio e não ficar obcecados com o conteúdo, pois o conteúdo geralmente constitui uma distração ou uma cortina de fumaça. De modo que o meio usado para enviar uma mensagem influencia a forma da mensagem, o conteúdo da comunicação. O relacionamento implica um contexto para que possamos entender que o meio é a mensagem, o que significa que o contexto é comunicação. Ao dizer que “o meio é o lar” significa que o meio é o contexto, a situação ou o sistema, chegamos ao que, para mim, é uma questão fundamental: o meio é o meio ambiente. “O meio é a mensagem” significa, em termos da era eletrônica, que um ambiente totalmente novo foi criado. (MCLUHAN, 1969). Deste modo:

Comunicar é transportar informações pelo espaço; transmitir é transformar informações ao longo do tempo. No primeiro caso, relacionando um aqui com outro, faremos conexões (e, portanto, a sociedade); no outro caso, relacionando um agora e um então, faremos continuidade (e, portanto, cultura). (DEBRAY, 2000, p.3).

A comunicação sempre existiu na história da humanidade. No entanto, através dos tempos se transformou dado as necessidades de cada meio social, tempo e espaço. Os meios de comunicação de massa têm por natureza a difusão de informações simultâneas para populações, sejam estas de dimensão local, regional, nacional ou internacional. Assim:

Finalmente, ingressamos na Era da Comunicação de Massa. Esta foi uma transição que de certa forma se iniciou no começo do século XIX, com o surto de jornais para a pessoa comum e mídia elétrica tais como o telégrafo e o telefone. Todavia, o jornal foi um prolongamento da era da impressão, e os outros veículos nunca foram utilizados por vastos números de pessoas. Mais realisticamente, a Era da Comunicação de Massa teve início no começo do século XX com a invenção e adoção ampla do filme, do rádio e da televisão para populações grandes. Foram esses veículos que iniciaram a grande transição por nós continuada hoje em dia. (DEFLEUR e BALL-ROKEACH, p.24).

A comunicação tem por objeto o estudo da linguagem, a qual possibilita o ato comunicativo entre os indivíduos em sociedade. A partir de diferentes linguagens se fundam diferentes meios de comunicação, que tem objetivos e naturezas específicas. De modo que:

A história da existência humana, pois, deve ser mais adequadamente explicada por uma teoria de transições — isto é, explicada em função de etapas distintas no desenvolvimento da comunicação humana, cada uma das quais teve profundas consequências tanto para a vida individual quanto para a coletiva e social. Em suma, essas eras foram associadas ao desenvolvimento da sinalização, da fala, da escrita, da impressão e da comunicação com os veículos de massa conforme os conhecemos hoje. Compreender as consequências de como se fizeram as transições de etapas anteriores para as seguintes proporcionará um importante pano de fundo para se criar uma apreciação do significado e das consequências da etapa em que a humanidade ingressou no início deste século.(DEFLEUR & BALL-ROKEACH, 1993, p.22).

A disseminação das informações pelos meios de comunicação de massa, entendidos como jornais, livros, televisão, rádio e cinema conformam o sistema denominado mídia. Assim:

Nossa impressionante capacidade atual de enviar mensagens instantaneamente a distâncias imensas, e para suscitar significados semelhantes em milhões de pessoas ao mesmo tempo, é tão familiar para todos nós que é fácil encará-la com indiferença. Na perspectiva da vida humana como o foi em épocas anteriores, contudo, o que fazemos hoje ao abrirmos nosso jornal, ligarmos nosso rádio, irmos a um cinema, ou assistirmos à televisão, representa uma mudança no comportamento da comunicação humana de grandeza verdadeiramente extraordinária. (DEFLEUR & BALL-ROKEACH, 1993, p.17).

Com o crescimento dos meios de comunicação, na segunda metade do século XX, o estudo das teorias da comunicação de massa passa a ser objeto de estudo de diversos campos do conhecimento, sendo estes, a sociologia, a antropologia, a filosofia, a linguística, a psicologia, os estudos culturais dentre outros. Dentro destes campos de conhecimento, há uma variedade de escolas e correntes de pensamento, que por meio de abordagens distintas, observam o fenômeno da Comunicação de Massa.

Neste contexto, o suporte textual pode ser compreendido como uma plataforma que pode ser física ou virtual que serve de base para a postagem de um dado gênero textual. Assim:

Entendemos como suporte de um gênero um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto. Numa definição sumária, pode-se dizer que suporte de um gênero é uma superfície física em formato específico que suporta, fixa e mostra um texto. (MARCUSHI, 2003, p.11).

Debray (1996) concebe esse “domínio intermediário” das mediações tecno-sociais nas quais o social e o técnico se encontram e se misturam como uma “realidade transacional” graças à comunicação da informação e à transmissão da cultura, o espírito se materializa na tecnologia, ao mesmo tempo em que o social se organiza na sociedade e se reproduz através da história.  De modo que são “ […] às mediações, ou seja, à totalidade dinâmica de procedimentos e instituições intermediárias que intervêm entre a produção de sinais e a produção de eventos”. (DEBRAY, tradução nossa, 1996, p. 29). Desta feita:

Seria interessante observar como desde a antiguidade os suportes textuais variaram, indo das paredes interiores de cavernas à pedrinha, à tabuleta, ao pergaminho, ao papel, ao outdoor, para finalmente entrar no ambiente virtual da Internet. Mas este é um roteiro de análise que não será aqui percorrido. Com efeito, nossa sociedade foi das inscrições rupestres à pichação urbana, um caminho curioso que sugere inúmeras interpretações e não necessariamente uma evolução. Uma observação preliminar pode ser feita a respeito da importância do suporte. (MARCUSHI, 2003, p.11).

O suporte é o meio que molda e controla a escala e a forma da associação e ação humanas. O conteúdo ou usos de tais mídias são tão diversos quanto ineficazes na formação da forma de associação humana.

Conforme Halliday (1985) todas as expressões faladas ou escritas que são utilizadas estão inscritas em um contexto determinado que conformam o chamado sistema linguístico-funcional. Neste sentido, a linguagem corresponde a um sistema simbólico organizado que funciona para dar conta das necessidades dos indivíduos. É assim uma materialização das vontades, expectativas, desejos, emoções, afetos entre outros sentimentos.

Conforme Martin e White (2005) este processo se dá por meio do envolvimento dos falantes de uma dada situação ou contexto comunicativo. De modo que através dos argumentos que demonstram opiniões, valores, ideias se estabelecem processos de trocas linguísticas.

CONCLUSÃO

Os suportes textuais distintos afetam nossa maneira de perceber, passando de uma percepção equilibrada orientada à palavra falada e ao espaço acústico, a um espaço de visualização reforçada e caracterizada por um ponto de vista fixo, interposto pela alfabetização e pela imprensa, e nos tira de essa modalidade com o advento da mídia eletrônica. Afeta nossa maneira de pensar, a partir da mentalidade concreta e global, característica de membros de culturas orais, mesmo que abstrato, analítico e linear que foi possibilitado pela alfabetização. Eles afetam a maneira como nos vemos, de pessoas focadas em tradições e comunidades de culturas orais, das culturas alfabetizadas e individualismo aos internautas de hoje, multifacetados, misturados e orientados para os outros.

REFERÊNCIAS

 DEBRAY, R. Loués soient nos seigneurs. Une éducation politique. Paris: Gallimard, 1996.

DEFLEUR, Melvin L; BALL-ROKEACH, Sandra. Teorias da comunicação de massa. Tradução: Octavio Alves Velho. 5.ed. norte-americana. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.

HALLIDAY, M.A.K. Spoken and written Language. Geelong, Vic.: Deakin University Press, 1985.

MARCUSHI, Luiz Antônio. A Questão dos Suportes dos Gêneros Textuais. DLCV- V. 1. N.1. João Pessoa, 2003.

MARTIN, J.R.; WHITE, P.R.R. The language of evaluation: appraisal in English. New York: Palgrave Macmillan, 2005.

MCLUHAN, Marshall. O Meio é a Mensagem. In: Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem, São Paulo: Cultrix, 1969.

[1] Mestrado multidisciplinar em Ciências da Educação.

Enviado: Março, 2020.

Aprovado: Maio, 2020.

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