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Limites entre Professor Profissional, Propostas Pedagógicas e Relações de Poder Neste Século XXI

RC: 7456
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/propostas-pedagogicas

CONTEÚDO

RABELO, Josival Carvalho [1]

RABELO, Josival Carvalho. Limites entre Professor Profissional, Propostas Pedagógicas e Relações de Poder Neste Século XXI. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 16. pp. 576-587., março de 2017. ISSN: 2448-0959

RESUMO

O presente artigo apresenta aborda os Limites entre professor profissional, propostas pedagógicas e relações de poder neste século XXI. Desse modo, os professores são seres humanos fundamentais ainda em formação e complementação à educação pública. Além do mais, os mesmos têm dilemas e desafios pedagógicos para com a realidade do Brasil vigente. Aliás, principalmente, os relacionados aos pressupostos entre teoria e prática de ensino, formação de sujeitos críticos e participativos. Por essa visão, compreende-se uma nova realidade social e política tão conflitante. Com isso, os estudos precisam focar nos temas transversais e à cidadania plena. Logo, uma tendência ou outra filosofia de ensino pode refletir no sucesso ou insucesso da educação pública brasileira.

Palavras-chave: Professor, Profissional, Relações de poder, Limites.

INTRODUÇÃO

Limites entre professor profissional, propostas pedagógicas e relações de poder neste século XXI. O que é isso? Um paradigma frente aos grandes desafios do professor formado em pedagogia e de quaisquer outras áreas do conhecimento, sobretudo no campo da educação básica da rede pública de ensino. Perante a qual, observam-se questões à busca da compreensão conceitual, atitudinal e procedimental disso.  Além do mais, para entender o processo entre teoria e prática na ação de educar, o que é ser professor.

Na verdade, a educação é uma realidade complexa e, de tal modo adentra neste estudo essas problemáticas por ora apresentadas, o que talvez ironicamente começa pelos próprios limites do professor dentro de sala de aula. Com isso, resta saber se são ou não superáveis esses três dilemas de início de século XXI? Uma outra pergunta, por que muitos professores têm um conhecimento tão simplificado do saber e da realidade dos alunos?

A partir dessas indagações, o professor pedagogo deve atuar seguramente, mas antes conhecer a realidade local, os alunos. No entanto, para isso precisa de embasamentos teóricos. De sorte, a prática sem um estudo anterior não tem sustentação e segurança adequados às ações no meio social.

Por essa razão, toda análise se faz necessária na educação básica, sobretudo na rede pública de ensino. Onde as questões são mais alarmantes, carentes de políticas públicas e preocupantes de fato. Pois falta material adequado de trabalho, há precarização da docência, muitas vezes até despreparo extremo dos profissionais para identificar os conflitos. Até porque, ainda persistem casos de indicações incoerentes entre formação e cargo para ser exercido nas salas de aula nas escolas públicas.

DESENVOLVIMENTO

Os limites entre professor profissional, propostas pedagógicas e relações de poder neste século XXI são considerações para se discutir na educação. Nesse sentido, os professores enfrentam dilemas sociais. Os quais, chegam às salas de aula. Além do mais, muitos docentes estão inseguros quanto às propostas pedagógicas de ensino por desenvolver em sala de aula. E para tanto, no campo das relações educacionais, as formas de poder limitam a atuação do professor na escola. Diante dessas três vertentes, a educação em pleno século XXI deve se preocupar.

Por esse motivo, na obra Sociologia e Educação, uma citação é bastante crítica e coerente porque apresenta tal condição limitante: “cada sociedade alimentava certo ideal humano. ” (DURKHEIM, 2011, p. 10). E, é no ambiente de estudo, onde determinados problemas emergem e são camufladas, como tais situações já se referem. Assim, veja o que pensa Morin: “cada vez mais convencido da necessidade de uma reforma do pensamento. ” (2008, p. 9). A bem dizer, ainda complementa assim: “[…] ‘ensino’ não me basta, […] ‘educação’ comporta um excesso e uma carência, […] nos torna melhores. ” (Ibid, p. 11). Por enquanto, essa é a falha principal, falta de uma verdadeira educação.

Por exemplo, em Linguagem e ideologia: “a ideologia é constituída pela realidade e constituinte da realidade” (FIORIN, 1997, p. 30). De fato, o entendimento disciplinar é fragmentado e o todo, simplifica e não esclarece pela prática de ensino ainda vigente. O que é isso? O professor é bastante alienado pelo próprio sistema educacional, e consequentemente atinge a sociedade por reproduzir isso também. Embora, não seja em toda estrutura de formação humana e espaço social.

Algo acontece estranhamente durante muito tempo, e ainda não se sabe relacionar ao certo os conceitos atitudinais, conceituais e procedimentais à aprendizagem e ao ensino do professor. O ensino então, é mero reprodutor das desigualdades sociais e culturais. Em se tratar disso, minoria se transforma em verdadeiros cidadãos. Por isso, a sociedade por demasia é alienada da própria situação em que sobrevive. Nesse “mundinho, ” a educação liberal se sobressai da progressista.

Apesar dos discursos progressistas de escolas e professores libertadores. Uma fica na teoria das obras ou palavras; enquanto a outra, ainda é realidade nas escolas. Nesse sentido, não por culpa sempre do professor, mas por desinteresse do sistema político e cultural da sociedade. Isso implica numa tarefa de interesse coletivo, do contrário inexiste transformação.

Obviamente, grande parte da sociedade desconhece o processo de ensino e aprendizagem do ser humano. Para tanto, “pensamento e linguagem são distintos, […]” (Ibid, p. 34). Nesse sentido, deveria vir primeiro à aprendizagem. Inclusive, dos direitos como cidadãos. No entanto, têm-se limitações de ensino e sobram “remendos. ” Por isso, a qualidade junto aos professores e as reivindicações necessárias às mudanças, ficam aquém do ideário social.

Em destaque, “o homem para ser sujeito no seu contexto, […] precisa prepara-se para compreender as mais complexas situações, […] para aprender a aprender sempre, com qualificação social e profissional. ” (HENGEMÜHLE, 2011, p. 40). No contexto, uma boa educação é aquela de preparo do homem como cidadão crítico e autônomo. Não o contrário, como já vem acontece durante muitos anos até então. Um professor profissional ao lecionar, se surpreende com aquela realidade apresentada. Algo até aí normal. Conforme o caso, a problemática se apresenta e fica evidenciada frente algumas inquietações contemporâneas deste século XXI e o não enfrentamento disso.

A partir desse ponto, sugere-se neste material uma possível proposta de intervenção, à qual parte de três questionamentos: Um, sobre o que é educar (político)? Outro, ser professor (político)? E o terceiro, ser aluno (também político)? Na verdade, dos supracitados três dilemas em questão, avaliam-se como necessidade humana de convergência às ações para reverter isso. Dessa constatação inicial, uma reflexão docente “formadora” é evidente para tal.

Assim, para entender perfis, profissionais e alunados enquanto educadores em formação continuada e pesquisador da educação. Ademais, inclusive das linguagem e ideologias por trás de tudo isso não estão claros à sociedade. Para tanto, a cada instante aparecem novas ideias, inéditas ou não como características do bom profissional de educação e ensino-aprendizagem: ser reflexivo, criativo, dinâmico e humano. Ou seja, pensar e repensar sobre suas ações antes, durante e depois de cada uma delas, já dizia Tardif (2007). Para explicitar, “a competência é resultante do desenvolvimento harmônico de um conjunto de habilidades, quanto mais forem desenvolvidas, melhor. ” (HENGEMÜHLE, 2011, p. 74). No entanto, isso por ora não é uma realidade da educação brasileira, pois professores são desestimulados pelo próprio poder público, pelos governos.

Na dimensão pedagógica, “faz-se da educação, […] uma das áreas mais carentes de apoio e desatualizadas às mudanças. ” (Ibid, p. 54). Isto é, o que se aprende na escola, nem sempre se aplica à realidade do mundo externo. Por essa razão, “o respeito à individualidade humana é o respeito à natureza humana. ” (Ibid, p. 58). Na verdade, o ser humano não pode ser fragmentado. As pessoas precisam ser completas, plenas de ação e conduta perante a sociedade.

Com isso, é possível melhorar sua prática pedagógica, como exemplo, dentro e fora da sala de aula; ser competente e comprometido em seu diversificado modo de ser e agir. Um bom estudo a ser bem alicerçado também amplia suas possibilidades de escolhas e intervenções coerentes perante a ação social. Por isso, é preciso ser aberto ao diálogo, coerente no discurso e conciso nas atitudes. Mormente, reitero em paralelo à ação pedagógica.

Além do mais, ter critério bem definido sobre tudo é ser crítico e atuante na vida. Assim, como atualizar-se, incluir-se às novas mídias tecnológicas deste século XXI. Por essa razão, “a sociedade só pode viver se existir uma homogeneidade suficiente entre os seus membros” (DURKHEIM, 2011, p. 208). Enquanto a isso, Costa complementa da seguinte maneira: “o corpo é considerado um instrumento na relação, de realidade interna e externa, um eixo de sustentação da vida. ” (2002, p. 30). Isto é, uma base real de sustentação das tradições e culturas socialmente construídas pelo constante aprendizado.

No entanto, na educação brasileira como já exposto ainda há lacunas gritantes e faltam-se alicerces firmes e duradouros, tanto teórico como prático na formação de professores e alunos em sua plenitude. Por outro lado, para exemplificar melhor, os profissionais são mal remunerados, desvalorizados socialmente, com péssimas condições de trabalho e infraestrutura prediais. Aliás, têm muitas vezes carga horária excessiva e longas distâncias até o local de exercício da atividade docente. Isso, por vezes pode desestimular sonhos de ser professor, devido à carga horária excessiva e o pouco respeito público e político dos governos. Deveras, muitos sonhos de crianças são perdidos quando adultos; as pessoas, então preferem outra profissão, pois remunera melhor ou se tem mais respeito social e político.

Como ver, os mestres deste Brasil já algum tempo têm perpassado por grandes dilemas na educação. Isso reflete na sua identidade profissional e gestão do seu próprio tempo, pois o estudo, trabalho e convívio familiar são prejudicados consideravelmente. Ora, haja quem esteja ministrando aulas durante três turnos seguidos. Imagine, não sobra tempo para fazer outras atividades, um curso de aperfeiçoamento e muitos mais. Não se têm tempo para o ensino presencial; para isso, resta-se apenas o ensino à distância (em ambiente virtual de aprendizagem [AVA]), se o professor tiver interesse. Dessa forma, ele deve fazer um esforço extra para se aperfeiçoar em sua área, para a a educação. E, assim por diante.

Ainda assim, outros exemplos merecem destaque: há jogadores de futebol, apresentadores de televisão, parlamentares, senadores e outros (políticos) que têm salários diferenciados do dos professores deste país. No entanto, não trabalham igualmente ou melhor. Aliás, bem diferente, chega a ser gritante a defasagem e o compromisso assumidos. Para completar, os professores muitas vezes lecionam para jogadores de futebol, jornalistas, apresentadores de televisão. No entanto, são menos remunerados financeiramente. Uma contradição de valor político, social e humano em defasagem.

Apesar disso, existem professores que não desistem da profissão e fazem dela uso social para transformar a realidade dos alunos. Isto é, exploram os aspectos “biológico, emocional, cognitivo e motor que estão presentes no aprender, seja classificado por qualquer um dos conceitos” (COSTA, 2002, p. 35). Ainda se acredita que o bom profissional sabe conciliar tudo isso. Agora seria interessante se houvesse apoio mesmo e participação de todos nessa luta pela educação.

Embora o custo de vida esteja cada dia mais elevado, a profissão em baixo crescimento enfrenta o perigo tanto moral como físico. Aliás, o corpo humano também precisa de repouso, o cérebro faz parte desse conjunto especial. Então, o professor precisa ter tempo para descansar, estudar, planejar e lecionar. Sem tempo suficiente, isso se torna quase impossível ou até mesmo inalcançável à qualidade da educação.

Por mais uma outra vertente, há exemplos bem-sucedidos de educação no exterior em que os professores vivem apenas de um único local e horário de trabalho. Não são necessários vários turnos seguidos em ambientes diferentes para ser bem remunerados. Além disso, têm prestígio social, alguns exemplos disso: Japão e Portugal.

Ademais, prescinde possibilitar aos professores e a sociedade mudanças estruturantes, porque a situação atual deste início de século XXI é muito crítica. Com isso, “é preciso que haja uma interdisciplinaridade na ação ensinar-aprender para que o sujeito que aprende seja compreendido em sua totalidade, mesmo dentro de uma abordagem específica. ” (Ibid, p. 8). Enfim, a realidade das pessoas, do país muda-se, quando se entende e tem o respeito e dignidade ao professor.

Por se tratar nisso, é justo pagar bem para se ter um serviço prestado de qualidade à sociedade. Está aí mais um dilema, especialmente, ao organizar e mediar os processos formativos tanto dos gestores públicos, como dos secretários de educação, diretores de unidades escolares e demais profissionais da educação. Pelo esforço, pela preparação e dedicação conjunta, pelo acompanhamento das ações pela sociedade e pela coordenação pedagógica de políticas públicas de inclusão social.

E, assim Durkheim esclarece a situação acima da seguinte maneira: “é a sociedade que é preciso estudar e suas necessidades é preciso conhecer” (2011, p. 119). Para tal afirmação, respondem-se às indagações, os seguintes pontos: pela valorização dos cursos de licenciatura plena, ao recuperar a identidade docente, a responsabilidade da profissão, aprovação em concurso público de forma legal e transparente, também por meio de processo seletivo de contratos sérios de profissionais para atuar no setor da educação pública. Ou seja, nas escolhas de profissionais de cada área do saber. Não basta ser professor, tem que ser o professor, saber o que faz e para que se faz educação.

Todavia, os professores têm trabalhos e atividades com número excessivo de alunos, horas extra não remunerada, exigência de uma considerável carga horária de trabalho. O que reflete na qualidade de vida, do ensino e da aprendizagem dos alunos. Às vezes, um profissional trabalha menos horas por dia, faz mais e com qualidade indiscutivelmente melhor.

E, também é importante mencionar o aspecto emocional. O professor que se sente bem, e é valorizado produzirá mais e melhor aprendizagem.  Entretanto, essa valorização ainda não existe em pleno século XXI.

Logo, há professores desistindo da profissão, do emprego dos sonhos de criança. O que antes era um desejo de muitos meninos e meninas; nos dias atuais, poucos almejam tal função. Uma das explicações para essa repulsa ou recusa, são mal pagos, desvalorizados, perseguidos politicamente, sofrem violência moral e muitas vezes física.

Por fim, essa falta de compreensão do poder público, ineficiência dos dispositivos legais, impunidade e impessoalidade do sistema público de ensino do país interfere na educação libertadora. Decerto, há uma constante inversão de valores humanos que adentra a sociedade e distorce valores. De sobremaneira, a cada instante, contra os bons costumes, por exemplo: o respeito à vida, ao outro e a cidadania humana.

Outrossim, prescinde ser atuante em relação ao ensino e a aprendizagem dos alunos, mas ao mesmo tempo têm-se medo de morrer, de ser perseguido ou condenado por exercer seu ofício muito bem. Pois muitos pais não sabem educar os filhos e jogam a responsabilidade toda na escola. Aliás, para esclarecer é importante destacar, mudaram-se muitos os valores das pessoas. Ser ou ter? De fato, se preocupam mais com o ter.

Para rememorar, há algo estranho que sempre reaparece, inclusive neste parágrafo do já discutido texto. Pois bem, em relação aos estabelecimentos de ensino, à informação do que é educação pública, ser professor e ser político em formação. Excepcionalmente, os citados conceitos significam atitudes e valores dos seres humanos como cidadãos críticos, atuantes e conscientes da condição vivida. Nesse sentido, toda educação ganha. Quando há mudanças de pensamento e efetivas ações frente a educação.

De especial, devem ser professores. No entanto, não os são. Espera-se então, a culpa é deles, perante a relação limitada de seus poderes na escola. Por conseguinte, na obra “Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios, ” o que Edgar Morin aborda em certo trecho faz uma reflexão: “A atitude de contextualizar e globalizar é uma qualidade fundamental do espírito humano que o ensino parcelado atrofia, […]. O conhecimento torna-se pertinente quando é capaz de situar a informação em seu contexto […]” (2002, p. 18).  A condição de educação vista e trabalhada desse modo, se mostra ainda neste século XXI e traz contradições prejudiciais à formação de indivíduos, o que Durkheim já expôs: “cada sociedade alimenta certo ideal humano” (2011, p. 10). E, é verdade, pois é no ambiente de estudo onde evidenciam os problemas, emergem soluções ou são camufladas pelos próprios professores despolitizados pelo sistema vigente.

Para tanto, o entendimento disciplinar é muito fragmentado e o todo, simplifica e não esclarece de modo adequado em sua prática de ensino. Parece óbvio, muitas vezes, a pedagogia não é real, é incoerente à teoria e o praticado no efetivo exercício da docência no ambiente escolar e socialmente não construídos. Algo acontece de novo, e não se sabe relacionar ideologia com os conceitos atitudinais, conceituais e procedimentais à transformação social. Afinal de contas, não se teve base sólida de formação acadêmica ou escolar para isso.

Apesar disso, para tentar entender o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Assim, a aprendizagem do verdadeiro cidadão é proposta teoricamente, mas não cumprida. Por isso, a sociedade demasiadamente é por vezes alienada da própria situação em que sobrevive e; não vive.

Obviamente, vasta gama de professores não são profissionais nem políticos. Por isso, são limitados. Eles desconhecem parte do processo de ensino e os seus direitos como cidadãos, têm barreiras para se envolver e desenvolver um ensino de qualidade junto aos demais professores. Além do mais, não fazem suas reivindicações tão necessárias à formação político-pedagógica. Excepcionalmente, entre o perceber e o fazer numa relação próxima de teoria e prática educativa. Para tanto, sem complementação à docência, dentro das salas de aula e extraescolares não existe educação de qualidade voltada a liberdade dos sujeitos.

Com certeza, uma boa política educacional é aquela que auxilia no preparo do homem cidadão, crítico e autônomo. Não o contrário, como já vem acontece durante muitos anos até então. Para compreender essa proposição, veja o que pensa Izabel Cristina Petraglia: “o homem, em relação a outros seres, é reconhecido pelo utensílio (Homo faber), pelo cérebro (Homo sapiens) e pela linguagem (Homo loquax) […]” (1995, p. 23). Ou seja, pelo que é, pensa e fala. E porque não, pelo de faz. Ainda se acrescenta, o homem é um ser pensante. Assim, o professor é um dos responsáveis pelo desenvolvimento humano. Conquanto, todo indivíduo é um ser político. Embora não saiba disso muitas vezes.

Desse modo, imagine isso nos anos anteriores, séculos passados. Neste caso em específico, se evidencia ainda muitas inquietações sociais por ora contemporâneas. E a partir deste material, surge uma possível proposta de intervenção: perfil profissional docente. Para tanto, educadores são espelhos da linguagem e das ideologias de mudança real. Isso, ao provocar reações ativas e efetivas. Assim, deve ser o novo profissional, professor.

Entretanto, Morin esclarece outras questões num importante paralelo ao supracitado contexto: “[…] uma reflexão geral sobre os problemas da educação para o século […]. Existem sete buracos negros […], em todos os sistemas de educação conhecidos” (2002, p. 78). Logo, todos os segmentos de ensino ou educação precisam melhorar seu trabalho para atender sua função primordial. Só assim, se pode ter qualidade e respeito como um todo. Ademais, frente a tudo isso, aparecem novas ideias do bom profissional de educação ou da pedagogia: ser reflexivo, pesquisador, ter planejamento, ser criativo e dinâmico. Enfim, saber pensar e repensar sempre.

Nesse sentido, uma prática pedagógica libertadora é possível com competência e habilidades diversas. Principalmente, sobre distintos assuntos, pois ao mesmo instante que ensina, também se aprende.

Na educação brasileira, como se percebe ainda há muitas lacunas dantescas. Apesar disso, é preciso ser alvissareiro, acreditar na liberdade, na vida e na transformação pela educação. Por conseguinte, a escola deve ter uma gestão participativa em sua proposta pedagógica e um direcionamento político coerente, veja o que pensa acerca disso Lück: “clareza dos objetivos […], ética […], solidariedade […], equidade […] e compromisso. ” (2011, p. 48-51). Em especial, isso serve para exemplificar professores profissionais.

Neste momento, o pensamento e elucidação do entendimento pedagógico é onde: “Na situação atual das escolas brasileiras, o lúdico é concebido como uma forma de controle, […]. De permanência da visão naturalista de homem. ” (BARROS, 2009, p. 136). De fato, a realidade de uma pessoa, do país e da educação muda quando há educação verdadeira. Do oposto, é uma opressão camuflada de poder.

Na verdade, o aluno deve ser o centro, refletir, criticar, participar, pensar soluções e atuar na realidade. Uma outra questão, o profissional da educação é personalidade dessa mediação, entre conhecimento e a transformação da realidade. Nem mais, nem menos: junto. A partir desse aspecto, a escola é “uma organização social. ” (LÜCK, 2010, p. 29). Entretanto, para Rosa (2004): “Outro fator dinamiza e qualifica as ações na escola, a clara definição de função de cada membro […].  Essa definição e o respeito a ela garantem o atendimento complementar do todo” (p. 190). Isto é, a responsabilidade e comprometimento integrados.

De algum modo, cada escola ou estabelecimento de ensino deve ter um documento oficial de direção política e pedagógica. Com disso, um objetivo amplo comum: Compreender o contexto social para o ensino de qualidade em prol dos valores humanos indispensáveis à vida terrestre. Um dos possíveis caminhos para essa educação é a preparação e dedicação conjunta, acompanhamento social e coordenação político pedagógica com seus pares.

Em suma, “a participação efetiva […] pressupõe, professores coletivamente organizados discutam e analisem a problemática pedagógica […], se tenha atenção e assumam compromisso […], promoção de transformação nas práticas escolares. ” (LÜCK, 2011, p. 34). Ao entender tudo isso, formam-se valores humanos. O que Durkheim de novo esclarece da seguinte maneira: “é a sociedade que é preciso estudar. ” (2011, p. 119). Para tal afirmação crítica, acrescenta-se Hengemühle (2011): tem muito sentido o chavão, a pessoa ignorante é mais fácil governar.

Assim, a importância e o sentido da educação têm como papel das escolas e do professor não os limitar. Por isso, segundo Luchesi: “conclui, um trabalho que envolva histórias de vida, a flexibilidade no roteiro determina o movimento para o estabelecimento de uma verdadeira situação comunicacional. ” (2003, p. 33). Dessa maneira, as perguntas são verdadeiros caminhos à transformação do mundo, dos seres humanos. Ou seja, pela liberdade de expressão.

E, como tal prescindem ser cidadãos críticos e conscientes numa sociedade tão perplexa. Da qual, professores e área pedagógica são indivíduos e campos complexos. Apesar disso, essenciais e também especiais à educação, com projetos e poderes diversos acerca do ensino e dos estabelecimentos escolares. Assim, quaisquer ações no campo educacional e da pedagogia perpassam por concepções ideológicas e políticas muito fortes. As quais, agregam ou segregam a sociedade deste século XXI. O que “certamente, a surdez acarreta dificuldades aos indivíduos em qualquer sociedade de qualquer tempo” (Ibid, 2003, p. 18).

Destarte, o sistema de educação brasileira tem uma grande defasagem de ensino ofertado e o praticado nas escolas públicas. Aliás, persiste uma imensa disparidade entre os cargos públicos e os profissionais habilitados para tal função, seja de direção, coordenação ou para lecionar nos estabelecimentos de ensino. O que se perpetua com novas roupagens à relação de poder dominante, geração após geração, governo a governo. E, sobretudo na educação do Brasil. Enfim, existem limites claros e outros ocultos impostos aos professores, às propostas pedagógicas de ensino e às relações de poder estão por trás disso tudo.

Do exposto, a educação pública brasileira, converge para a falta de liberdade do ser humano, tanto do gênero feminino e masculino de professores. Assim, manipulam e coagem ações pela ideologia dominante das classes privilegiadas. Dessa feita, muitos desconhecem à sociedade ainda escravocrata, do sistema público defasado de ensino e de controle neoliberal dentro do país. Portanto, os professores são reflexos da uma formação que segrega, despolitiza e é irresponsável para com a educação. Para superar tais dilemas já discutidos, o caminho é a educação por meio da tendência progressista, de uma educação crítica e construtivista. Enfim, como filosofia de aprendizagem e do saber humano libertador.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O referido estudo no campo da Pedagogia foi bastante importante à percepção da necessidade de uma formação de novas atitudes e enfrentamentos pedagógicos, inclusive de questão política como professor. Por essa razão, os desafios do exercício docente devem ser encarados com muita responsabilidade, critério, comprometimento e criticidade à superação dos problemas. Por isso, o progresso e as aprendizagens significativas destacam-se nos sujeitos dentro do processo educacional, com suas aplicações e poder de decisão perante os rumos da educação.

Logo, como compreensão da realidade da educação pública brasileira e dos limites impostos aos professores perante suas ações. Isso é o que importa e reflete à educação, inclusive, nos professores, alunos e na sociedade como um todo. Assim, sem a defasagem ideológica da classe política, mas com ações reivindicadoras perante ela. Por esse motivo, a educação de qualidade não acontece de fato.

Enfim, faltam-se vontade e participação política e da sociedade na tomada de decisões, sobretudo, no controle dos rumos do Brasil. Por isso, o professor está preso, pela sua falta de discurso coerente à prática, de apoio político e social. Além disso, de conhecimento dos seus direitos enquanto cidadãos e profissionais da educação. Portanto, professores devem ter um direcionamento seguro da sua prática e aprendizado.

REFERÊNCIAS

BARROS, Flávia Cristina Oliveira Murbach de. Cadê o brincar? Da educação infantil para o ensino fundamental. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e psicomotricidade: Pontos de intersecção nas dificuldades de aprendizagem. 4. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

DURKHEIM, Émile, 1858-1917. Educação e Sociologia. Tradução de Stephania Matousek. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. – (Coleção Textos Fundantes de Educação).

FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. 5. ed. – São Paulo: Ática, 1997.

HENGEMÜHLE, Adelar. Gestão de ensino e práticas pedagógicas. 7. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

LUCHESI, Maria Regina Chirichella. Educação de pessoas surdas: Experiências vividas, histórias narradas. – Campinas, SP: Papirus, 2003.

LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. 10. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes 2011.

MORIN, Edgar. 1921. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. / Edgar Morin; Maria da Conceição de Almeida, Edgar de Assis Carvalho, (orgs.). – São Paulo: Cortez, 2002.

____________. A cabeça bem-feita: repensar a forma, reformar o pensamento. 15. ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

ROSA, Clóvis. Gestão estratégica escolar. Petrópolis: Vozes, 2004.

PETRAGLIA, Izabel Cristina. Edgar Morin: A educação e a complexidade do ser e do saber. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

[1] Graduando do 8º período do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Assim, acadêmico do Centro Universitário UniAGES.

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Josival Carvalho Rabelo

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