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Orientação Educacional Planejada

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

OLIVEIRA, Isadora Chaves Belmonte de [1], BITENCOURT, Silvia Bitencourt [2]

OLIVEIRA, Isadora Chaves Belmonte de. BITENCOURT, Silvia Bitencourt. Orientação Educacional Planejada. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 02, Vol. 06, pp. 167-176. Fevereiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/orientacao

RESUMO

Planejar a Orientação Educacional implica em delinear o seu sentido, assim como, seus rumos, abrangências e perspectivas. O trabalho tem por objetivo abordar a importância do planejamento no âmbito da orientação educacional, assim como, do Orientador no espaço institucional, unido a temas fundamentados em uma pesquisa de cunho bibliográfico de caráter qualitativo. Por conseguinte, o sentido das funções de Orientação Educacional e o seu dimensionamento são construídos dinamicamente no contexto da ação, devendo ser revisto e reavaliado sempre que necessário, de modo a serem efetivados na promoção de educação de qualidade, sendo assim, organizada pelo processo de planejamento e projeção de um futuro, sustentada por forte fundamentação teórico-metodológica.

Palavras-chave: Educação, Orientação Educacional, Planejamento.

1. INTRODUÇÃO

Planejar a orientação educacional consiste em nortear o sentido, os rumos, a abrangência e as perspectivas de sua área de atuação, na qual, o foco é a escola e o desenvolvimento integral do educando como pessoa.

No viés da questão em pauta busca-se uma maneira de planejar com consistência, avaliando o processo e estando atento a situações, nas quais, se sobressaiam com mais proeminência do objetivo do planejamento inicial. A orientação educacional com as suas teorias e possibilidades de planejamento agregadas à função, possibilita uma otimização no desempenho das atividades.

Na fundamentação teórica encontra-se a pesquisa do trabalho científico de cunho qualitativo com textos argumentativos e citações que abordam o tema orientação educacional planejado, com o objetivo de analisar a importância do planejamento, não só na docência, mas também assumindo um papel fundamental na orientação educacional, na qual, o trabalho se faz voltado diretamente para o desenvolvimento de alunos e professores.

2. ORIENTADOR ESCOLAR

O orientador educacional é o profissional que deve preocupar-se com a formação pessoal/individual de cada estudante da sua instituição. O orientador escolar tem a função de compreender o comportamento dos estudantes, sua relação com os estudos e a escola, bem como auxiliar na organização e realização da proposta pedagógica da escola; sendo articulador direto entre escola e comunidade, saber ouvir, orientar e dialogar com os pais e/ou responsáveis sobre a vida escolar dos filhos em relação à aprendizagem, comportamento e responsabilidade do corpo discente. O papel do supervisor está relacionado ao trabalho direto com o corpo docente, enquanto o do Orientador está direcionado aos alunos, auxiliando no seu processo de construção do conhecimento, em parceria com os professores, com o compromisso da formação permanente do aluno quanto aos temas transversais, ao respeito mútuo, valores, atitudes, emoções e sentimentos; sendo capaz de auxiliar e ajudar quando necessário.

O papel do orientador é fundamental em uma instituição de ensino, mas em muitas escolas esse profissional não existe, seu valor foi arquivado por muitos governos do nosso país; considerando-se, não cabe a nenhum outro, que possa intervir em assuntos que dizem respeito ao suporte pedagógico direto com os professores e seus alunos, muitos de famílias desestruturadas e de baixo rendimento escolar. Como define Luck (2014, p. 22):

O delineamento das funções do orientador educacional, que, reforçamos, devem ser entendidas como dinâmicas, processuais e, sobretudo interativas, a serviço do compromisso social da educação. Isso é, nenhuma delas tem significado e valor por si mesmas, ou pode ser considerada isoladamente, daí por que seu planejamento deve ter caráter abrangente. Elas têm importância como elementos de um processo global de atuação pedagógica. As funções da Orientação Educacional podem ser englobadas em dois grupos, que se caracterizam como dois eixos de um mesmo processo, em que nenhum existe sem o outro e a ampliação de um implica na ampliação do outro. Os dois grupos são: O das funções de organização; o das funções de implementação. (LUCK, 1979b)

São atribuições conferidas ao orientador: Dar assistência a estudantes da educação infantil e ensino fundamental, no desenvolvimento da personalidade e no ajustamento pessoal, social e profissional; ajudar a escola na organização, realização e avaliação da proposta pedagógica de cada docente; saber ouvir, dialogar, ter senso crítico, analítico e principalmente saber orientar; ser colaborador, somado ao professor, no processo ensino-aprendizagem.

Durante a década de 80 o sentido da educação e da orientação educacional foi questionado, a tal ponto que grande parte das obras publicadas na área evidenciou um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola, como agente de educação e como estabelecimento contrário à orientação. Na década de 90 observamos que, como resultado das análises e debates, a orientação educacional ganhou um discurso político para direcionar o seu trabalho. Porém, esse mesmo discurso político, de forte viés ideológico, desqualificava a orientação educacional como sendo “psicologista”, “individualista” e “tecnicista”. Isso contribuiu para que a área como um todo perdesse força, tanto nas instituições formadoras, quanto nos sistemas de ensino; que deixaram de realizar concursos para a contratação de orientadores educacionais e de destinar vagas para esses profissionais nas escolas.

A virada do século chega sem que a orientação educacional ganhe um novo e significativo impulso, não somente pela transformação de sua prática como instrumento significativo de melhoria da qualidade do ensino, como também pelo reconhecimento de seu importante papel na educação. Pode-se observar que a orientação educacional tem certas funções (ações) clássicas a serem desempenhadas no contexto pedagógico em que estejam inseridas, funções essas cujo sentido não é estático, porém, dinâmico em decorrência da própria natureza do processo educacional e do comportamento humano com o qual trabalha.

2.1 NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

O planejamento é função que se constitui em um processo contínuo de: análise de desafios, oportunidades em determinados contextos, e tomada de decisão a respeito de objetivos e metas a serem assumidas; de ações e condições necessárias para alcançar os resultados, inovações ou transformações propostas. A ampla e aprofundada percepção dos desafios e oportunidades desenvolvidas no planejamento são objeto de contínuas reflexões, uma vez que essas circunstâncias são evolutivas e dinâmicas, logo, demandam a busca de diferentes caminhos, estratégias e condições para enfrentá-las. O planejamento participativo é considerado condição fundamental da Orientação Educacional envolvendo também habilidades de trabalho em grupo, de pessoas e de articulação de seus esforços, de comunicação e negociação, sendo uma ação complexa e coletiva, implicando de forma participativa.

O planejamento envolve um ciclo de habilidades muito específicas de: Análise, comparação, síntese, prospecção, extrapolação, criatividade, discernimento, perspicácia.

Todas com o intuito de: Identificar, inventariar e avaliar necessidades e alternativas de cursos, estabelecendo propriedades, definindo objetivos, propondo estratégias de ação, definindo e articulando para estabelecer um cronograma e dimensionar estratégias de avaliação do programa.

Decorrendo o caráter dinâmico e evolutivo do planejamento, que supera a condição estática de elaboração dos planos e projetos, o planejamento, visa a previsão, articulação e coordenação de ações para a promoção de mudanças que, na área social, como é o caso da educação e da orientação educacional, são complexas e dinâmicas. Cabe, pois, ao orientador educacional efetivar essa prática tendo em mente sua introdução integrada e interativa, dentre as funções de organização destacam-se: Levantamento de dados, planejamento e avaliação, como mostra a figura a seguir:

Figura 1 – Interatividade das funções de organização

Fonte: Luck, Heloísa. Planejamento em orientação educacional (2014).

A clareza do direcionamento e a qualidade dos resultados da prática da Orientação Educacional dependem do cuidado e da abrangência no sentido em que são praticadas as funções de organização.

Determinadas qualidades são identificadas como imprescindíveis para que o planejamento e seu produto (planos ou projetos) possam garantir a qualidade da ação a ser desenvolvida. Algumas dessas qualidades aparecem enumeradas na literatura sob a denominação de princípios, que se constituem em critérios indispensáveis a serem observados na realização do planejamento, sem os quais o mesmo deixará de servir à sua finalidade principal de direcionar a ação ou clareza e segurança, devem estar interligados de forma interdependente na prática de planejar. São elas: Direcionamento, flexibilidade, globalidade, objetividade, progressão, responsabilização, viabilidade. A escola deve elaborar os seus planos curriculares a partir da orientação que é estipulada por lei ou pelos sistemas, a fim de atender às características e necessidades da comunidade a que faz parte. Conforme (SEC-RS, 1974, p. 12) a escola deve organizar o seu currículo com base na:

Interpretação das diretrizes e orientações emanadas do sistema, à luz dos critérios de exequibilidade e adaptação às realidades socioculturais e biopsicossociais; expressar-se por meio da estruturação do processo educativo e das relações entre os elementos responsáveis pelo mesmo, dentro e fora da escola, comunidade e educando. (SEC – RS, 1974, p. 12 apud MENEGOLLA e SANT’ANNA, 2014, p. 34).

O direcionamento se refere à condição do plano de: apresentar de forma clara, precisa e objetiva, diretrizes de ação; especificar, adequadamente, que efeitos pretende conduzir; e orientar a sua efetivação, mediante a descrição do que se pretende fazer e em que circunstância. A flexibilidade corresponde à capacidade do plano ou projeto de adaptar-se a situações novas surgidas durante a sua prática, que se dá mediante a amplitude que estabelece para tratar de uma determinada problemática, de modo a poder absorver situações e condições inesperadas (o estabelecimento desses mecanismos de flexibilidade para atender a essas mudanças deve nortear a organização e o planejamento da Orientação Educacional). A globalidade conduz a uma visão abrangente e interativa de todos os elementos envolvidos na realidade sobre a qual se pretende atuar, considerando o conjunto de aspectos avaliados de modo integrado e como um todo (ela diz respeito ao grau em que o plano ou projeto de ação oferece condições de apresentar meios de superação das problemáticas que focaliza, de maneira abrangente e transformadora). Conforme Luck (2014, p. 59, 64):

O planejamento, cuidado e acurado de suas ações possibilita ao orientador educacional obter maior e melhor controle de circunstâncias e de situações, em vez de ser controlado por elas. O tempo que se passa na escola, por mais bem utilizado que seja ainda é pouco para promover aprendizagens básicas, sólidas e consistentes.

A objetividade corresponde à percepção e descrição da realidade tal como é e não como se julga que seja, como uma projeção do modo de o observador ver a realidade, corresponde a descrição e a interpretação cuja propriedade possa ser sujeita a verificação por outro observador). A progressão diz respeito a uma sequência gradual de complexidade de ações e resultados, de modo que seja cada vez mais abrangente e mais aprofundado. Essa progressão está diretamente relacionada à continuidade que se refere ao encadeamento das propostas apresentadas no plano a ser elaborado, em relação aos planos anteriores, de modo a evitar tanto a solução de continuidade, como também a perda da história pedagógica da Orientação Educacional e da escola. A responsabilização um bom plano ou projeto de ação determina: quem fará o que, em que momento, com que objetivo. Por essa especificação de responsabilidade, um plano ou projeto de ação de Orientação Educacional é um termo de compromisso que o orientador assume consigo mesmo e com a comunidade escolar. A viabilidade de um plano ou projeto de ação diz respeito a sua capacidade de aplicação e de realização, que corresponde à sua condição de ser exequível dentro do tempo previsto e empregando os métodos e recursos propostos.

A execução de planos e projetos não é uma questão fácil. Colocar em prática, mesmo uma sequência simples de ações para promover resultados simples demanda muitas vezes muito esforço, pois envolve condições estabelecidas e arraigadas, desestabiliza pessoas que por sua vez reagem contrariamente ao movimento que se pretende estabelecer.

2.1.1 PRINCÍPIOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

A política de ação da Orientação Educacional é traduzida, inicialmente, em seus princípios, que devem permear todos os seus atos e momentos, de modo a traduzir de maneira efetiva o seu papel socioeducativo. Vários são os princípios de Orientação Educacional (princípios são ideias norteadoras que atribuem direção a um processo e servem como critério para a identificação da eficiência e eficácia de procedimentos e práticas específicas).

Existem cinco princípios que são considerados de sentido mais abrangente, seguidos de formas pelas quais os mesmos se podem traduzir nos planos de ação da área. Para Luck (2014, p. 98-101), são eles:

Princípio um: A Orientação Educacional é um processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado em todo o currículo escolar; Princípio dois: A Orientação Educacional é um processo cooperativo e integrado que todos os educadores, em especial o professor, assumem papel ativo e de relevância; Princípio três: A Orientação Educacional vê o aluno como um ser global que deve desenvolver-se equilibradamente em todos os aspectos: físico, mental, emocional, social, moral, estético, político, educacional e vocacional; Princípio quatro: A Orientação Educacional é um processo de assistência direta ou indireta a todos os educandos, indistintamente; Princípio cinco: A Orientação Educacional procura, antes de tudo, promover experiências e condições que favoreçam o desenvolvimento do educando e prevenir situações de dificuldade, de modo que a remediação de problemas já criados não seja o foco inicial e principal.

Para ser eficaz e traduzir o espírito da Orientação Educacional, além dos princípios apontados o planejamento do seu trabalho deve pautar pelas seguintes diretrizes: A promoção direta ou indireta do bem-estar do educando, do seu desenvolvimento e de sua direção deve constituir-se na base de todas as ações e objetivos da educação e da Orientação Educacional, devendo, portanto, pelas ações do Orientador Educacional, incorporar-se no planejamento e prática do currículo escolar. A realidade do educando e do seu contexto socioeconômico-cultural deve ser levada em consideração em todos os seus aspectos, quanto à proposição de objetivos e atividades educacionais.

Sabe-se que o trabalho educacional consiste em uma experiência orientada para produzir resultados específicos na formação e aprendizagem dos alunos. Corresponde a uma ação intencional e sistemática, cuja efetividade depende de que seja organizada e implementada conforme os objetivos pretendidos. Essa condição, portanto, demanda clareza de fundamentos, propósito e diretrizes, assim como objetividade do olhar sobre os fatos que informam o processo educacional e os resultados de suas ações, que se obtém pela contribuição do monitoramento e avaliação. (CORDINGLEY, 2007 apud LUCK, 2013, p. 162).

Em todas as fases do planejamento deve ocorrer a maximização das habilidades e interesses de professores, pais e demais participantes do processo de orientação educacional, bem como de agências da comunidade, de modo que, por sua participação, os alunos possam ter experiências educacionais mais efetivas e estimulantes.

O papel da gestão educacional é da garantia da qualidade do processo de aprendizagem que acontece em sala de aula, sob a orientação e tutoria do professor regente, é responsabilidade dos gestores a promoção das ações que garantem os princípios, diretrizes e objetivos em toda a rede de ensino garantindo o acesso democrático a experiências educacionais o mais próximo possível de igualdade social.

O monitoramento e a avaliação são importantes funções da gestão pedagógica.

Todas as pessoas a serem envolvidas na realização do programa de Orientação Educacional devem participar da fase de planejamento, contribuindo com suas ideias para o mesmo.

2.1.2 CONTRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO PLANEJAMENTO

Tempo dedicado ao planejamento é tempo ganho ao desperdício, à ação errática, ao imobilismo e ao lugar-comum. O planejamento realizado com seriedade e determinação de aplicação resulta em uma série de contribuições que recompensam todo o esforço, energia e tempo despendido nessa função de organização. Existem atribuições específicas do planejamento que evidenciam algumas das suas contribuições, são elas:

Definir o escopo do trabalho como um todo e de seu significado no contexto escolar; dimensionar a ação pretendida, relacionando-a com outras de sentido mais amplo ou de sentido conexo; definir e ordenar a finalidade, os objetivos amplos e específicos a serem alcançados; estruturar e ordenar as ações a serem encetadas; estabelecer a articulação e a integração vertical e horizontal das ações, garantindo a sua unidade em um conjunto de trabalho pedagógico contínuo; tornar claras e precisas as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das ações; diminuir a possibilidade de omissão de pessoas, em relação a responsabilidade que devem ser por elas mesmas assumidas; racionalizar a distribuição e o uso do tempo, de energia e de recursos; evitar a duplicação do uso de recursos e de esforços ou o desvirtuamento desse uso, em relação aos objetivos pretendidos; promover a maximização e o reforço necessário as ações desencadeadas e aos seus resultados; facilitar o monitoramento efetivo das ações e garantir sua avaliação; promover o desenvolvimento do interesse e do envolvimento de educadores na realização das ações pedagógicas; antecipar e controlar o surgimento de dificuldades e de empecilhos ao desenvolvimento dos objetivos propostos; assegurar o máximo aproveitamento e desenvolvimento do potencial humano da dinâmica social da escola; garantir um sentido de unidade ao trabalho da orientação educacional, no contexto do projeto político-pedagógico da escola.

Logo, “[…] Planejar, em educação, envolve também habilidades de trabalho em grupo, de envolvimento de pessoas e de articulação de seus esforços, de comunicação e de negociação […]”. (LUCK, 2014, p. 69).

A principal meta da escola e de todos os envolvidos na educação seria o comprometimento no preparo do estudante para um pensar sistemático e ecológico, o que não acontece na educação da atualidade, pois, os padrões utilizados para tal objetivo é apenas válido para um aprendizado de curto tempo. O processo que engloba a memorização é complexo, dispondo de reações químicas e circuitos gigantescos de neurônios juntamente com as células nervosas, quando ativadas há liberação de hormônios e neurotransmissores, nas quais, atingem outras células nervosas por meios de inúmeras ligações que recebem o nome de Sinapses. Quanto mais conexões existirem haverá mais memória.  Muitas vezes essa memória recente tem pouco tempo para se fixar e também pode ter sua capacidade de fixação relativamente alterada por origem de natureza biológica e/ou emocional. Já os fatos antigos ocorridos apresentam uma melhor fixação devida há ter mais tempo para esse processo.

Nada existe isoladamente e em si. Tudo faz parte de um todo mediante de uma rede de relacionamentos múltiplos e de tal forma que de fato um ser está contido no outro. Planejar tendo em mente apenas questões técnicas resulta no desvirtuamento dos sentidos de planejamento e na proposição de planos e projetos sem significado. O planejamento diz respeito a um método de análise da realidade sobre a qual se pretende agir, de maneira a se poderem vislumbrar suas contradições, suas disparidades e conflitos, a fim de representá-la o mais plena e fielmente possível, de modo a permitir a tomada de decisões necessárias e possíveis. Planejar não significa, pois, estabelecer modelos a serem seguidos mecanicamente, significa estar com a mente aberta constantemente antes, durante e após o processo educativo buscando abrir cada vez mais a amplitude de sua significação, não significa estabelecer modelos estáticos que se repetem de maneira automatizada, como se os atos e os comportamentos humanos fossem periódicos e que aqueles em que são mais facilmente moldáveis e reguláveis, por sua simplicidade sejam os mais importantes. É na medida em que sejam consideradas integralmente e em equilíbrio que o planejamento ganha vitalidade.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo do pressuposto de que todos são responsáveis na escola pelos problemas dos alunos e não apenas a Orientação Educacional, torna-se um indicativo de que o Orientador exerce um papel fundamental nesse trabalho: desvelando, analisando e ajudando nesse processo, como condição para que, em conjunto, todos construam melhores experiências de aprendizagem para seus alunos.

Conclui-se que um plano para ser útil e significativo, antes de tudo, precisa ser construído com um olhar pedagógico, que atenda as reais urgências e necessidades dos alunos. Assim, o que foi planejado só será válido se for algo importante e útil para o aluno que tenta buscar na escola a sua formação integral como pessoa humana.

REFERÊNCIAS

BUSS, Rosinete Bloemer Pickler. Gestão Escolar. Indaial: Uniasselvi, 2013.

LUCK, Heloísa. Avaliação e monitoramento do trabalho educacional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. Série Cadernos de Gestão; 7.

LUCK, Heloísa. Planejamento em Orientação Educacional. 23º Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar? Currículo, área, aula. 22º Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

RELVAS, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação. Despertando inteligência e afetividade no processo de aprendizagem. 4º Ed. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2009.

[1] Pós-graduação em Neuropsicopedagogia, Pós-graduação em Orientação Educacional, Graduação em Pedagogia.

[2] Orientadora. Graduada em Pedagogia.  FACCAT. Pós-Graduada Supervisão Escolar e Orientação Educacional. FUCAP. Educação em Direitos Humanos. FURG. Gestão e Tutoria na EAD.

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Fevereiro, 2021.

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Isadora Chaves Belmonte de Oliveira

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