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As Várias Rodas de Leituras Presentes no Ensino Fundamental de 9 Anos I

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CONTEÚDO

OLIVEIRA, Fernando Mauro de [1]

OLIVEIRA, Fernando Mauro de. As Várias Rodas de Leituras Presentes no Ensino Fundamental de 9 Anos I. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, Vol. 01. pp 529-534, Julho de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

A roda de leitura, momento da leitura, leitura compartilhada, dentre outros derivados é uma pratica recorrente na sala de aulas -fato profícuo- mas nem todos os educadores compreendem sua genuína importância ou fazem uso dessa prática no dia a dia prazerosamente, pois este trabalho requer uma intencionalidade, uma quebra da rotina engessada, o que muitas vezes causa pânico em alguns docentes de viés conteudista. O presente trabalho objetiva analisar as práticas de leitura citadas à cima e suas contribuições na formação dos discentes, uma que, vivemos em um contexto permeado por aparatos tecnológicos cada vez mais complexos em todas as instâncias. O ser humano constrói-se como sujeito crítico e ativo primordialmente por sua passagem pelo mundo escolar e da leitura oferecida a este. O trabalho com leitura em salas de aulas é considerado amplo e neste aspecto, mais do que habilitados a lerem diferentes textos, considerando as características dos gêneros textuais e seus propósitos comunicativos, os educandos devem contemplar a magia da leitura para próprio deleite, atribuindo significado ao que lê, a imersão no fantástico mundo da leitura deve ser mediada plenamente nas várias categorias do saber, seja leitura para o deleite/fruição, roda literária ou roda de jornal.

Palavras-chave: Deleite, Leitura, Significados, Prática, Mediação.

1. INTRODUÇÃO

Na rotina diária nós seres humanos somos cercados por vários componentes eletrônicos que crescem de maneira virtuosa no intuito de nos auxiliar. Algumas vezes não sabemos como nos abstermos de uma smart TV, um tablet e do tão famigerado e necessário aparelho celular entre tantos outros. Ressaltemos que muitas pessoas usam a tecnologia em detrimento de aquisição literária, são os conhecidos livros digitais ou e-books. Reconheçamos que o letramento digital já é inerente a nossa cultura. Xavier (2002) nos diz que ser letrado digital engloba mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais verbais se comparadas às formas feitas nos livros, pois a tela e os textos digitais modificam o próprio suporte.

Focando nas escolas públicas que muitas vezes não dispõem de meios para aquisição de recursos tecnológicos modernos, mas ainda assim, se propõem a fazer um bom trabalho na sala de leitura ou mesmo na própria sala de aula. Como fazer com que as crianças que crescem em meio a este turbilhão de novidades se interessem pelo bom e velho livro? É fato que ouvimos o constante jargão que verbaliza em alto e bom som: “o povo brasileiro não lê!”, mas se a premissa é verdadeira, como explicar os milhares de livros publicados anualmente e os sucessos das feiras literárias e afins espalhadas pelo nosso país?

Segundo dados da revista Época do ano de 2013, o Brasil já ocupa o 9° mercado editorial do planeta, com 500 milhões de exemplares anuais. “Conta ainda com eventos importantes no seguimento, entre elas o “Fórum de Letras de Ouro Preto”, M.G., a ‘Festa Literária de Paraty”, R.J., e a “Feira do Livro de Ribeirão Preto”, S.P. Então o espaço existe e as crianças devem ser apresentadas pela família e principalmente pela escola para que possam compreender a importância de se ler e serem letradas, sendo cidadãos ativos em um mundo globalizado e futuramente usufruam de tal mercado em continua expansão.

1.2 O TRABALHO DE LEITURA NA ESCOLA

Segundo Emília Ferreiro,

“Há crianças que adentram o mundo da linguagem escrita através da magia da leitura enquanto outras penetram através do treino de habilidades básicas. Na maioria das vezes os primeiros transformam-se em leitores, enquanto as outras costumam ter um destino incerto.” (Cortez, 2012).

Os educadores por muito tempo trabalharam a questão da leitura como plano de fundo para desenvolvimento de atividades, visando alfabetizar ou alguma atividade de cunho avaliativo. Consequentemente o ato de ler tornou-se restrito à decifração da escrita de acordo com Martins 1986 e o aluno sentiu-se desmotivado, pois não via sentido em ler para atender as expectativas da escola (Kato, 1999). Muitas delas cresceram meros decodificadores da língua, enquanto outros que tiveram contato com livros e leitura saíram letrados, críticos e com visão de mundo.

Compreendendo que o ato de ler deve ser prazeroso e com os mais diferentes propósitos o educador torna-se mediador, segundo Vygotsky em seu conceito de aprendizagem mediada em 1896-1934, o professor é figura primordial do saber, pois representa intermediação entre conhecimento presente no ambiente e sua conexão com o aluno e estimula o aluno a dialogar com o livro desde o início de sua escolarização. Para tanto, fundamentar seu universo com pesquisa e capacitações faz se necessário com o advento do ensino fundamental de 9 anos e terminologias como leitura deleite, roda literária e roda de jornal para o ensino fundamental. Muitos profissionais repensaram sua prática pedagógica adequando- as a esta nova fase da educação brasileira. Alguns obtiveram muito sucesso e capacitaram-se para oferecer um ensino de qualidade, principalmente por acreditarem que a “leitura se baseia no desejo e no prazer” (Kleiman, 2000).

Inicialmente a criança se apaixona pelo ouvir a estória, pelo recontar, mergulha neste universo encantador compreendendo que a leitura a permeia mesmo ainda não sabendo ler e tendo em sua família e professores a ajuda necessária. Todo esse trabalho contribui em sua fase de alfabetização e a adquirir constantemente novas habilidades na sua vida escolar.

2. LEITURA DELEITE, RODA LITERÁRIA E RODA DE JORNAL

Segundo o olhar do material Ler e escrever da Secretaria da Educação do Estado de são Paulo sobre algumas novas técnicas de leitura passemos a compreensão da concepção dentro da rotina escolar:

Leitura-fruição ou leitura deleite é a modalidade onde professor lê para as crianças diariamente um livro prazeroso de preferencia em círculo no espaço escolar visando o deleite destas com a história, aguçando seus sentidos. O entendimento da roda de leitura a partir da organização de um círculo entre os alunos, no espaço da sala de aula, opcionalmente afastados de suas cadeiras e mesas é preconizado por Braun, Moraes, Oliveira e Almeida (2009, p. 5), certamente um detalhe que ao iniciar o trabalho da rotina escolar direciona os alunos a um momento de prazer.

Roda literária é feita principalmente com alunos que já leem de forma autônoma quinzenalmente. Consiste em cada criança apresentar aos colegas o resumo de obra literária lida-geralmente os livros são oriundos do próprio acervo escolar- autores, editora etc. Os alunos em fase de alfabetização devem contar com a família para ler em suas residências para os mesmos. Os alunos podem fazer uso da modalidade de leitura fruição por si mesmos com auxilio do professor à medida que frequentam a sala de leitura escolar ou tenham livros à sua disposição em dias previamente combinados dentro da própria sala de aula. Eles lerão, caso já sejam alfabéticos, por prazer o que mais se sintam atraídos desde que indicados a sua faixa etária e serão protagonistas das suas próprias escolhas. As crianças que ainda não são alfabéticas devem fazer a leitura de imagens e tocar o portador (livro) para tornar a experiência ainda mais sensorial;

Roda de jornal consiste em ler notícias semanalmente indicada às faixas etárias e promover o debate sobre o assunto abordado, causando inferência e socializando a troca de informações entre os discentes.

Mediante esse novo paradigma as crianças desenvolvem gradativamente três habilidades básicas: ler, falar e escrever. Como o foco desta escrita é o trabalho com leitura, retomemos o prazer de ler para as crianças no ensino fundamental 1, sabendo que a partir desta pratica a promoção da tão falada fluência leitora aos alunos já alfabéticos está a um passo de ser concretizada. Os educandos que tem contato com estas práticas de leitura não apenas preparam-se para ler, mas para aferir, compreender para expressarem-se e confrontarem seus saberes.

A prática da leitura fruição amplia o universo pedagógico, pois sua intenção é deleitar quem ouve a historia e dar prazer ao mesmo tempo em que ambos os protagonistas do enredo, professor e aluno continuam inseridos na rotina pedagógica ampliando conhecimento. Em contrapartida a roda literária faz com que o educando faça uso diretamente do portador (livro), leia, afira informações, manuseie, faça intercâmbios com família e colegas e por fim expresse oralmente o apanhado do livro, como autores, editora, resumo e outras infinidades de observações que forem combinadas previamente entre alunos e professores. Por fim a roda de jornal fecha o ciclo de debates orais, onde todos podem expressar opiniões sobre a notícia elegida para leitura/discussão.

É comum alguns educadores incorporarem o trabalho de leitura em forma de projetos, mas a ideia central deste artigo é afirmar que as várias modalidades de roda de leitura são parte intrínseca da rotina escolar. Há todo um dinamismo por trás do ato de se formar uma roda de leitura, sendo o professor o modelo de leitor autônomo (LAJOLO, 2005) e o momento de iniciar as aulas de forma lúdica. O ato de ler para as crianças além de prazeroso legitima a afetividade e socializa a sala de aula. É muito comum os discentes poderem ficar a vontade e em certas ocasiões estão próximos uns aos outros que tendem a ver o seu colega de sala de forma branda. A leitura em voz alta tem a responsabilidade, e também o privilégio por parte do professor, de incentivar nos alunos o gosto pela leitura. Ao ouvir os textos lidos em voz alta, as crianças criam consciência dos aspectos da escrita, segundo Silva (1988).

A roda literária privilegia a leitura de obras do acervo da sala de leitura das escolas e promove a conscientização dos alunos e pais sobre a necessidade de uma leitura autônoma. Os pais participam ativamente, pois nos anos inicias na fase de aquisição das habilidades de leitura e escrita o discente compartilha o suporte/livro com sua família que os auxilia nas primeiras descobertas. Os alunos do 4º e 5º anos que já saíram do ciclo de alfabetização estabelecem contatos com obras literárias mais densas a sua faixa etária e reconhecem habilidades mais elaboradas, entre elas a possibilidade de articular sua fala para que os colegas tenham desejo de ler o livro explicitado na roda literária.

Finalmente a roda de jornal adequa os educandos a compreensão dos fatos que acontecem a uma amplitude definida pelo educador ao escolher a notícia que vai de encontro aos anseios da sala.

CONCLUSÃO

Em um mundo moderno cheio de aparatos tecnológicos, fica claro que o ambiente leitor é necessário para o desenvolvimento de um ser crítico e modificador do seu mundo. Tecnologia e leitura podem e devem andar juntas, mas há espaço para o livro impresso, que configura um mundo infinito de possibilidades na mão dos discentes, seja por projetos desenvolvidos, atividades dirigidas de leitura (roda literária e roda de jornal), ou apenas pelo prazer de ouvir uma boa leitura na roda com seus colegas de sala de aula. O docente por sua vez encontra a cada dia um vasto material de possibilidades e tem a missão de formar leitores ávidos por livros. Ao ler para seu aluno o modelo já é positivo, mas ao instigar este ao fazê-lo por si próprio confere autonomia.

REFERÊNCIAS

BRAUN, Patricia; MORAES, Jacqueline; OLIVEIRA, Cristiane; ALMEIDA, Mônica. A roda como espaço tempo de aprendizagem no ensino fundamental. UERJ: RJ, 2009.

Emilia Ferreiro: tradução Claudia Berliner.  Passadopresente dos verbos ler e escrever/  – São Paulo, Cortez, 2002.

http://revistaepoca.globo.com/cultura/danilo-venticinque/noticia/2013/06/o-brasileiro-nao-le.html. Acesso em: 05 junho de 2017.

https://novaescola.org.br/conteudo/274/vygotsky-e-o-conceito-de-aprendizagem-mediada. Acesso em: 18 junho de 2017.

https://novaescola.org.br/conteudo/136/a-importancia-da-leitura-em-sala-de-aula-para-a-fluencia-leitora. Acesso em: 28 junho 2017.

KATO, Mary A. O aprendizado da leitura. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

KLEIMAN, Ângela. Leitura: ensino e pesquisa. 2. ed. Campinas: Pontes, 2001.

LAJOLO, Marisa. Linguagem e letramento em foco: meus alunos não gostam de ler, o que eu faço? Campinas: Cefiel/IEL/Unicamp, 2005.

Ler e escrever: guia de planejamentoe orientações didáticas; professor-5º ano/ Secretaria a Educação Fundação para o desenvolvimento da Educação. -7 ed. Ver. E atual. São Paulo: FDE, 2015.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura e realidade brasileira. 4ª.Ed. Porto Alegre: Mercado

Aberto, 1988.

XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Letramento Digital e Ensino. In: Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. (Org.). Alfabetização e Letramento: conceitos e relações. Alfabetização e Letramento: conceitos e relações. 1ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

[1] Professor Efetivo Ensino Fundamental 1-Prefeitura Municipal de Assis/SP; Professor de Pré-Escola e 1º ao 5º anos do Ensino fundamental- CEFAM-Marília-SP; Graduado em Letras e Respectivas Literaturas-Universidade Norte do Paraná-Londrina/PR; Pós- graduado em Ensino de Língua Inglesa-Universidade Candido Mendes-Rio de Janeiro/RJ.

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Fernando Mauro de Oliveira

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