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Gestão Escolar Municipal sob a perspectiva de uma boa liderança

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Desyrée Suzano Dutra da [1], OLIVEIRA, Larissa Braga de [2]

SILVA, Desyrée Suzano Dutra da. OLIVEIRA, Larissa Braga de. Gestão Escolar Municipal sob a perspectiva de uma boa liderança. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 01, Vol. 07, pp. 138-151. Janeiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/gestao-escolar-municipal

RESUMO

No presente trabalho, consta o desenvolvimento de uma pesquisa voltada para educadores e interessados no ramo da educação. O teor de pesquisa teve como objetivo investigar e relatar como uma boa liderança impacta na melhora considerável no rendimento de escolas municipais, levando em consideração fatores internos e externos à instituição. Dentro deste desenvolvimento positivo da escola, estão envolvidos: A melhora na motivação dos servidores da instituição, tanto em nível pedagógico como em nível operacional; Aumento da capacidade de produção das instituições e maior contato com a comunidade escolar. Sendo assim, este artigo buscou auxiliar e enriquecer o ramo de pesquisas que contribuem para a formação do cidadão e pontuar políticas eficazes para uma gestão democrática e consequentemente uma educação de qualidade.

Palavras-chave: Educação, liderança, gestão democrática.

1. INTRODUÇÃO

Crianças e jovens em escolas ao redor do mundo se formarão para enfrentar um futuro muito diferente das gerações anteriores. Avanços tecnológicos e descobertas científicas estão acelerando significativamente a quantidade de conhecimento e informação disponível. Para ter sucesso na sociedade do conhecimento de hoje, os alunos precisam se envolver em aprendizagem ativa e construtivista que ensina compreensão e independência. Há também uma demanda crescente por individualização e personalização que podem oferecer oportunidades de aprendizagem inclusivas e com grupos cada vez mais diversificados de alunos.

Este contexto de rápida e intensa mudança dá origem a uma série de questões para as quais a política e a prática sobre liderança escolar devem responder e se adaptar. Os líderes escolares precisam dominar essas novas formas de pedagogia para que possam monitorar e avaliar a prática de seus professores. Existe uma preocupação crescente de que o papel do diretor da escola, projetado para a era industrial, não tenha evoluído para lidar com os desafios complexos das escolas atuais.

No presente trabalho foram utilizados estudos a respeito da liderança organizacional. Esses conhecimentos possibilitaram delinear a referida temática em torno de métodos os quais sua eficiente aplicabilidade resulte em efeitos relevantes. Contudo, essa compreensão não engloba somente o campo estratégico organizacional, mas também em fins qualitativos na prestação do serviço público.

Conduzir uma instituição é uma função que exige ampla dedicação. Encontrar o meio termo entre a flexibilidade e a rigidez de um bom líder se torna uma das tarefas mais difíceis para exercer essa atividade. O equilíbrio entre essas características, munido de fatores como empatia, decisão e foco, são de extrema importância para o bom funcionamento de uma política organizacional exemplar e eficiente.

Atualmente os administradores das instituições públicas de ensino se deparam com a crescente evasão escolar que tem como principal motivo a pobreza e o trabalho infantil, que impossibilita o aluno de continuar frequentando a escola, visto que a necessidade de gerar renda e combater as dificuldades diárias de sustento se torna sobressalente em detrimento da educação.

Além dos fatores sociais como um obstáculo na eficiência educacional, vê-se também o despreparo do setor responsável por tomar decisões estratégicas no âmbito escolar. A funcionalidade da educação é codependente de uma liderança capaz de influenciar seus diversos setores, desde diretores a alunos e por consequência disso a diminuição dos baixos índices de eficiência escolar.

Este estudo analisou como a percepção de liderança correlacionada aos conceitos de gestão democrática e motivação são capazes de gerar impacto na gestão de instituições em geral, consequentemente as escolas administradas pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, serão igualmente influenciadas.

A fim de salientar o objeto de principal estudo nesta pesquisa, foram apontadas as características de um bom gestor baseadas em bibliografias e artigos científicos. Além disso, foi feito o destaque do princípio da gestão democrática como estratégia motivacional a ser utilizada para liderar uma equipe. Também foram analisadas as atitudes e características de um líder e sua influência em seu quadro de funcionários a fim de motivá-los a exercer suas funções de maneira exemplar.

Tendo como foco principal o contexto de liderança para uma boa gestão, esta pesquisa pontuou a conduta que um líder necessita desenvolver, visando promover atributos que o tornem um incentivador de pessoas, mesmo passando pelos problemas intrínsecos e extrínsecos enfrentados diariamente nas organizações, contextualizando essa realidade com as instituições escolares municipais, buscando a melhora de resultados.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Liderar implica responsabilidade, porque em conformidade com uma de suas definições, direcionar pessoas através de sua mudança de comportamento guiando sua conduta a um determinado fim. “Podemos definir liderança como direcionar pessoas para cumprir metas, um bom líder consegue conduzir seus funcionários a realizar tarefas independente das circunstâncias e desafios que possam surgir ano após ano.” (MAXIMINIANO, 2006).

Existem vários conceitos sobre liderança, segundo Chiavenato (2005, p. 183) “A liderança é um fenômeno social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Ela é definida como uma influência interpessoal exercida em uma dada situação dirigida pelo processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos”.

De acordo com Camargo (2009), utilizando-se dos dados da pesquisa realizada por Warren Schmidt que reuniu a opinião dada por diversos gerentes a respeito das características de um bom líder podemos concluir que liderar implica possuir alguns traços específicos como: ser íntegro, líder e competente.

De acordo com essa diretriz e para evidenciar as características de uma direção ideal pode-se citar a auto liderança como a origem desse processo, uma vez que não se consegue delegar um comportamento diferente se você não o possui, o exemplo deve partir do líder para influenciar seus seguidores. A figura de um líder, é capaz de conduzir seus funcionários a fazer parte das deliberações com o objetivo de levar a instituição ao êxito, tornando essas decisões impessoais e que não beneficiem individualmente os participantes.

Apoiado nesse direcionamento é importante pontuar, que a liderança possui extrema influência no bom funcionamento de uma organização e está inteiramente ligada ao comportamento humano e como o líder é capaz de estimular seus subordinados, para que os mesmos, exerçam de bom grado e de maneira eficiente suas respectivas funções.

No que diz respeito ao que se entende por liderança com enfoque organizacional, têm-se em mente que é algo imprescindível para a eficácia da organização. Uma boa gestão, coloca em prática a instituição e atrai melhores resultados. Tendo sido absorvida essa questão, deve-se correlacioná-la com a importância da aplicação do conceito de liderança no campo educacional e como a gestão democrática conversa harmonicamente com esse conceito.

Para entender como funciona o mecanismo da liderança nas organizações, destacam-se os tipos de líderes que podem ser encontrados dentro das organizações. Nesse contexto foi trabalhado dois tipos, o líder nato e o líder treinado. O líder nato tem características biológicas como um divisor de seleção natural, como a própria palavra “nato” já diz, o que nasceu apto.

Os seus defensores partem do pressuposto de que há determinadas características próprias dos líderes, características pessoais (com um grau significativo de inatismo), e que a tarefa prioritária, no caso dos investigadores, consistirá em identificar essas características, esses traços e, no caso dos responsáveis organizacionais/ empresariais, será a de selecionar os indivíduos que as possuam para ocupar os lugares-chave (de topo) das organizações. (COSTA; CASTANHEIRA, 2015).

Já na segunda concepção, o líder treinado diz, segundo Costa e Castanheira (2015, p. 13-44) “manifesta-se, todavia, ainda como a da procura de um receituário comportamental, de uma cartilha de procedimentos que pretendem transformar os aprendizes de futuros líderes em heróis organizacionais prontos-a-usar”.

A liderança organizacional estabelece uma forte relação com os fatores motivacionais e de necessidades básicas dos homens, onde o líder de uma organização exerce o papel de mediador entre o dever de cumprir a tarefa e a criação de um objetivo plausível para a mesma ser executada, dentro da perspectiva dos funcionários.

2.1 MOTIVAÇÃO

As diversas maneiras de organizar a gestão escolar visam à melhoria dos dados relacionados ao aprendizado de crianças e adolescentes matriculados nas escolas públicas. Com esse objetivo se faz necessário analisar a escola em todos os seus âmbitos, incluindo a alta cúpula de decisões estratégicas, como diretores e seus subordinados.

As maiores causas que geram a desmotivação de diretores, professores e alunos, estão relacionadas às condições de negligência dos pais, por não contribuírem com devida atenção à vida escolar dos filhos e ao descaso das entidades governamentais, por não realizarem o investimento necessário em infraestrutura ou treinamento de funcionários para lidar com situações cotidianas. Somando os aspectos intrínsecos e extrínsecos as unidades escolares detêm-se como resultado um grande índice de reprovação e de não absorção do aprendizado.

Ao observar uma escola pública como uma organização que não obtém lucros financeiros, se faz necessário encontrar outras motivações para um bom desempenho de todos os setores, porém, os desafios em torno de um feedback positivo são idealizados em domínios que são responsáveis pelas estratégias e planejamentos, encarregados de trazer resultados favoráveis à instituição.

Abordar sobre o papel dos diretores, vai além de uma perspectiva prática e técnica sobre “fazer dar certo”, deve-se tratar de aspectos emocionais e motivacionais que irão conduzir ao êxito, visto que, falam-se de uma das interações humanas mais importantes, a educação. A tarefa do gestor educacional é árdua, uma vez que ele é o líder da instituição e tem como sua principal função, a motivação dos funcionários para garantir o bom funcionamento da escola em todas as suas vertentes.

Segundo Alcará e Guimarães (2007), no que se refere às escolas e a educação, a motivação do aluno é de extrema importância e necessita de mais desenvolvimento, pois o aluno necessita se envolver nas atividades de aprendizado e se manter interessado, procurando novas formas de conhecimento e instrução.

Lidar com as falhas do próprio sistema e superar as dificuldades enfrentadas dentro das escolas como: alunos desmotivados, a ausência de infraestrutura capaz de suportar uma grande demanda de estudantes, o descaso dos governantes e em alguns contextos a ausência dos pais dos alunos, faz com que a função desses profissionais se torne algo desgastante e dificultoso, o que resulta em não atingir o propósito a que lhe foi concedido.

Além das frustrações extrínsecas, é possível citar as intrínsecas, como muitos estudos apontam, o ser humano para ser produtivo precisa se sentir útil, e isso vai além de limitações físicas, essa razão de ser está completamente ligada a questões psicológicas, o que torna a jornada desse profissional ainda mais difícil.

Segundo Camargo (2009), Maslow e sua pirâmide de necessidades, diz o ser humano possui prioritariamente anseios fisiológicos e só então após supri-los é que os outros níveis estarão em foco para serem conquistados. Na visão do aluno de escola pública que muitas vezes necessita de condições básicas de sobrevivência e as políticas públicas em torno disso são extremamente falhas, para chegar ao topo da realização pessoal exige uma longa jornada de determinação.

Observando através da perspectiva dos diretores e professores e relacionando-as com a pirâmide de necessidades de Maslow, deparam-se com os mesmos obstáculos a serem superados, e mais uma vez, a motivação de chegar ao topo se perde em meio a tantos problemas sejam eles de origem social ou pessoal.

Segundo Murray (1986) “um fator interno que dá início, dirige e integra o comportamento de uma pessoa”. E é através desse contexto que se chega à imagem do líder, que tem como função principal a de influenciar pessoas em busca de um objetivo comum. O caminho a ser percorrido pode ser transformado através da gestão democrática e sensibilidade do líder, em unir o corpo educacional rumo a esse objetivo.

2.2 GESTÃO DEMOCRÁTICA

Considerando que o pilar do conceito de liderança, é promover no outro a vontade de evoluir e executar de maneira eficaz os objetivos da organização, entende-se que todo o corpo docente e administrativo da escola ao participar das decisões, tendo toda a comunidade interagindo com a mesma, enfatiza uma gestão eficiente.

A gestão democrática envolve os conceitos presentes dentro do aspecto do regime democrático em si, consistindo na maior participação colaborativa dos funcionários da escola, dos alunos e da comunidade. Portanto, entende-se que esse conceito é de grande relevância no cenário educacional atualmente, uma vez que, todos os olhares da administração escolar estão voltados para ele. Sendo um pressuposto ainda muito discutido, encontram-se diversos autores discorrendo sobre a temática em questão e ao mesmo tempo surgem diferentes pontos de vista.

Neste modelo de gestão, o corpo educacional participa das decisões a respeito dos futuros projetos da instituição escolar, com essa mesma perspectiva, se tem a participação da comunidade, que por sua vez, é composta pela família de alunos e todos os membros locais situados ao redor da escola.

É notória a influência do diretor-líder a respeito de discentes e docentes e as consequências que a unidade escolar possa sofrer caso as ações se percam em meio a falta de objetividade, estudo e participação dos envolvidos no projeto educacional. Para complementar a abordagem correspondente a gestão, temos a apresentação da gestão educacional que

Corresponde à área de atuação responsável por estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e dinamizar o modo de ser e de fazer dos sistemas de ensino e das escolas, para realizar ações conjuntas, associadas e articuladas, visando o objetivo comum da qualidade do ensino e seus resultados. (LUCK, 2006, p.25).

Muito se questiona sobre a eficácia do conceito de gestão democrática, também chamado por alguns autores de um conceito utópico, uma vez que, sua utilização e sua conceitualização estão em dissonância com a realidade da educação brasileira que se apresentou ao longo dos anos e das políticas relacionadas a mesma.

E aqui subjaz, portanto, o suposto de que a escola só poderá desempenhar um papel transformador se estiver junto com os interessados, se se organizar para atender aos interesses (embora nem sempre conscientes) das camadas às quais essa transformação favorece, ou seja, das camadas trabalhadoras. (PARO, 2017, p.5).

Historicamente a educação brasileira apresenta uma relação conturbada com os avanços e retrocessos em curtos espaços de tempo. Com isso, a gestão democrática vem sendo alvo de discussão ao longo dos anos, principalmente a partir da década de 80, quando o país recuperou o poder de decisão popular. Sendo assim, nota-se que

Como se verifica, a efetivação da gestão democrática da educação limita-se ao setor público, prevendo recursos e apoio técnico da União e, de forma contraditória, associada, inicialmente, a critérios de mérito e desempenho, seguida de consulta pública à comunidade escolar. Nesse sentido, chama-se a atenção para a Estratégia 8, que objetiva “[…] desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão. (BRASIL, 2014 apud OLIVEIRA, 2019).

Por ser visto como um conceito utópico em alguns momentos, nota-se que há uma considerável resistência na absorção desse novo método de gerir o ambiente escolar.  Contudo, o modelo hierárquico e tradicional de gestão vem aos poucos sendo visto como um modelo obsoleto e menos eficaz no que tange ao melhor desempenho dos funcionários.

Conforme a educação vem se atualizando e se globalizando, as práticas ultrapassadas começam a incomodar e não ter mais os efeitos positivos de outrora. A partir dessa nova percepção do que é a administração e levando em consideração o conceito de gestão ser visto como a melhor maneira de lidar com uma organização e seus funcionários, tem-se a quebra do estigma da administração escolar tradicional e passa-se a considerar a gestão educacional democrática como uma alternativa. Ilustrando esse parecer, tem-se a seguinte citação.

A ideia de que prover diretores por meio de eleições, nas quais a comunidade escolar tenha o poder decisório sobre quem ocupará a função/cargo de dirigente escolar, é algo decisivamente democrático. Por outro lado, levar um profissional a ocupar o lugar de diretor escolar a partir de uma indicação (política ou técnica) é visto como um procedimento que contraria o princípio democrático. (SOUZA, 2019, p. 271-290).

Por consequência desse resultado, analisar a gestão democrática, onde o diretor é eleito através do voto, é uma maneira de levar os estudos nessa área para as unidades escolares a fim de demonstrar o quão benéfico pode ser esta gestão para as escolas públicas, promovendo a participação e o diálogo de todos, em prol da instituição. Esta gestão acaba por servir como estratégia para superar algumas das dificuldades dentro das escolas, pois, ao possuir a opção de participar, o coletivo educacional se sente incluído naquele ambiente e detentores de certo “poder”.

A gestão democrática está relacionada à participação de grande parte do conjunto escolar ao deliberar decisões, planejar ações futuras, propor atividades, onde todas essas ações são tomadas a partir da comunicação e opinião de todos os envolvidos neste conjunto. Sendo assim, observa-se que esse modelo impulsiona a motivação dos funcionários que se sentem inseridos no contexto de deliberação de decisões importantes, influenciando diretamente em sua produtividade.

As diferenças encontradas nos resultados positivos dos alunos, que poderiam se relacionar ao trabalho da gestão da escola, geralmente estão vinculadas ao cumprimento das tarefas descritas acima, conciliando a manutenção de um ambiente propício para a aprendizagem e trabalho coletivo de visão e metas compartilhadas entre a equipe. (OLIVEIRA; WALDHELM, 2016, p. 824-844).

Promover a participação da comunidade escolar na escolha de decisões que serão tomadas, mostra que um líder precisa estar munido de muitas estratégias a fim de criar o espírito de equipe e mobilizá-la à executar as ações por eles definidas. Assumir uma postura participativa implica representar através da vontade coletiva o que seria necessário para o funcionamento eficiente da instituição.

Por fim, a participação dos alunos consiste em um ponto muito importante desse método de gestão. É através da resposta deles que se verifica a eficácia do projeto pensado. Com isso, pode-se afirmar que a escola é um espaço aberto e de todos, portanto, todos podem e devem participar.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia utilizada foi a dedutiva, visto que, ao observar as definições e propriedades de um bom gestor pode-se concluir que seus resultados serão efetivos. Não é interessante restringir nosso olhar para que esse conceito seja somente visto como uma receita, mas sim como um novo caminho que leva ao êxito, já que os estudos nessa área ainda são recentes e muitas instituições utilizam metodologias obsoletas para sua administração.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa aqui retratada é de natureza explicativa, tendo em vista que o objetivo deste trabalho foi o de apresentar um tema de relevância, com enfoque na contribuição social. Esta pesquisa é de cunho qualitativo, pois, após a fundamentação teórica que se foi estudada, há a necessidade de traduzir esses conceitos em ideias e dialogar de certa forma com o objetivo inicial da pesquisa, o de contribuição social.

Sendo assim, a conclusão do estudo direcionou seu público-alvo a entender um pouco dos problemas enfrentados pelas escolas municipais da cidade do Rio de janeiro e a partir disto, poder pensar possíveis soluções para os mesmos futuramente.

3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

A coleta de dados realizada apresentou cunho bibliográfico, baseada em artigos científicos que exploram os assuntos delimitados neste artigo, fornecendo fundamentação teórica necessária a compreensão.

3.2.1 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

Portanto este trabalho analisou as questões que envolvem a gestão escolar de maneira ampla utilizando-se de material teórico para correlacionar o conceito de liderança atrelado a gestão e a motivação como mecanismo de melhoria no âmbito escolar. Um instrumento de coleta de dados foi a observação não – participante baseados em estudos previamente publicados a respeito dos principais conceitos citados neste artigo. Concatenando os temas delimitados como pilares para o bom desenvolvimento do corpo pedagógico e da comunidade escolar.

3.2.2 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO QUE SERÁ PESQUISADA

Por ser uma pesquisa que não abrange a totalidade dos elementos estudados e sim um método dedutivo baseado em artigos científicos e livros que retratam esse assunto, não se deve generalizar os resultados, mas conforme exposto aqui colocamos em questão que o caminho da forma que a gestão é aplicada nas escolas precisa ser mudado e demonstra-se isso nesse artigo. Foram analisados indivíduos que compõem a unidade escolar e as respectivas funções que ocupam.

3.2.3 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA QUE SERÁ PESQUISADA

Foram analisadas de maneira abrangente, baseada em estudos científicos, a conduta de indivíduos em cargos administrativos de alta complexidade na instituição, contribuindo para a amostragem de resultados do foco principal dessa pesquisa utilizando teorias comportamentais capazes de influenciar subordinados e consequentemente o corpo discente.

3.2.4 DEFINIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA COLETAR OS DADOS

Tratando-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico os dados foram coletados ao longo de todo o processo de estudos envolvidos para a elaboração do presente trabalho, totalizando dois anos de coleta e análise de dados teóricos contextualizados nesse artigo. Foram pesquisadas bibliografias de localidades distintas correlacionando-as com as realidades da gestão das instituições administradas pela prefeitura do município do Rio de janeiro, cuja mesma é responsável pelos respectivos segmentos: creche/pré-escola, ensino fundamental I e ensino fundamental II.

3.3 PROCEDIMENTOS PARA TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Foram utilizados dados analisados em obras de autores que conceituam os temas correspondentes, dialogando entre as ideias distintas que se complementam, dando embasamento para fundamentação teórica buscando correlacionar de maneira genérica assuntos pertinentes ao enfoque deste artigo.

4. DESENVOLVIMENTO

Ao assumir a responsabilidade de administrar e incentivar seus funcionários, diante da indiferença do corpo organizacional, produzir confiança em seus colaboradores de acordo com o fim a que se quer chegar, atrelado a considerar a vontade coletiva e criar um espírito de equipe é uma tarefa árdua em que muitos não aptos a isso, negligenciando a organização e os resultados positivos que são almejados.

Mediante os problemas enfrentados no cotidiano das escolas municipais, encontrar o meio termo entre uma liderança democrática flexível e a capacidade de confiar em seus colaboradores correndo riscos de insucesso são consequências do meio em que estão inseridos e cabe ao chefe dessa instituição, atrelar seu foco nos objetivos finais à coragem de mudar quantas vezes forem necessárias as estratégias para o êxito.

Uma má gestão é marcada pela estagnação e a busca pela evolução deve ser uma constante dentro da instituição de ensino, por isso a mudança deve ser uma característica presente no líder. Abandonar antigas práticas e aprender com os erros na tentativa de aprimorar seu desempenho é a prioridade de um líder visto que isso estimula a organização a encarar as mudanças e a instabilidade estrutural e social dos sistemas de ensino como uma oportunidade de fazer dar certo. Retomando a importância de não se manter na posição em que se começou e inovar a cada modificação.

Trabalhar com recursos limitados é um grande desafio ao líder, este, deve utilizar seus funcionários como força motriz e alinhá-los ao objetivo que se quer chegar, através da sua não estagnação, força e criatividade de inovação. Devido a isso, fica clara a necessidade de se existir alguém com capacidade de liderança dentro dessas organizações para conseguir realizar a tarefa de ordenar seus colaboradores ao objetivo final.

Através dos diversos dados analisados nas referências bibliográficas presentes neste artigo, pode-se considerar fatores que levam ao sucesso e ao insucesso de uma instituição escolar, entretanto, pensando no conceito de gestão democrática, os exemplos de sucesso são mais recorrentes, uma vez que a mesma, amplia a participação da sociedade escolar em sua gestão.

A partir desse ponto de vista, notou-se que a liderança é uma característica essencial para um gestor ser capaz de impulsionar seus funcionários e ampliar os alcances de seus empreendimentos, mesmo se a instituição em questão for uma escola municipal, tornando ainda mais difícil a compreensão e a estimulação dos funcionários. Destaca-se o fato de os mesmos serem servidores públicos e terem seus cargos garantidos, não vendo a necessidade de modificar seus comportamentos perante a função que exercem.

5. RESULTADOS

A gestão democrática é o ensejo para melhorias da instituição, visto que, funcionários participativos em decisões importantes se sentem mais motivados e por consequência disso, entregam o seu melhor a instituição, aprimorando sua capacidade de inovação, descobrindo novas habilidades e até mesmo desenvolvendo suas capacidades de auto liderança e liderança que são imprescindíveis à organização.

Em suma, a liderança dentro da organização se mostrou primordial e independe da disponibilização de recursos ou não. A orientação de um líder de maneira correta e ordenada trouxe benefícios a toda comunidade escolar e, deste modo, a melhoria nos índices das escolas municipais e um maior estímulo a população em participar ativamente dos eventos escolares.

Portanto, investir em profissionais que possuam conhecimentos técnicos, capazes de gerir a comunidade escolar e que estejam dispostos a utilizarem a gestão democrática para as tomadas de decisões dentro da instituição, é um grande passo para tornar fatores inibidores do êxito menores. Sendo assim, influenciam a comunidade escolar baseados no pressuposto da motivação através da participação, que são considerados a força motriz para uma boa produtividade, e por consequência disso melhorias nos índices escolares.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o estudo realizado, conheceu-se mais a fundo os processos de liderança e motivação para o trabalho, estes, por sua vez, envolvendo a temática da educação municipal. Contudo, a pesquisa analisou as características de uma liderança de excelência atrelada a gestão democrática e os impactos gerados na administração escolar. Esse processo envolveu mais o corpo colaborativo da instituição escolar, consequentemente aprimorando os resultados escolares.

Sendo assim, tomou-se como pressuposto que a liderança dentro das escolas municipais é uma tarefa árdua, mas não impossível de ser executada. Os recursos limitadores em muito influenciam o andamento das instituições e devido a isso, a necessidade de um diretor capaz de liderar em sua totalidade um quadro de funcionários em meio à estagnação de investimentos e recursos, é tarefa a ser executada por apenas quem possui as habilidades e competências específicas, tratadas ao longo do texto.

Através desse entendimento, conclui-se que para obtenção de resultados positivos e uma possibilidade de melhoria, relacionando à liderança é a utilização da gestão democrática como parte do processo decisório dentro da escola, não se tratando apenas da escolha de seu diretor-representante, mas também na tomada de decisões na organização como um todo.

Essa pesquisa buscou demonstrar os principais fatores que envolvem a gestão de uma organização, retratando a gestão escolar baseada em uma perspectiva democrática. Esses fatores englobam a motivação e liderança dos gestores e funcionários para a melhor desenvoltura da entidade. A partir da pesquisa realizada, conclui-se que a introdução do conceito de gestão é necessária nos mais diversos setores da administração. A liderança retratada ao longo do artigo, explicitou como toda organização pode ser afetada positivamente ou negativamente por seu responsável administrativo.

REFERÊNCIAS

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CAMARGO, Denise. Psicologia Organizacional. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.

CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2005.

COSTA, Jorge; CASTANHEIRA, Patrícia. A liderança na gestão das escolas: contributos de análise organizacional. RBPAE – v. 31, n. 1, p. 13 – 44 jan./abr. 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/rbpae Acesso em: 23/Abr/2019.

CPS. Motivos da evasão escolar. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2009. Disponível em: www.fgv.br/cps. Acesso em: 18/Set/2009.

LUCK, Heloísa. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2006.

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OLIVEIRA, José Arimatés de; MEDEIROS, Maria da Penha Machado de. Gestão de Pessoas no Setor Público. Florianópolis: Capes, 2011.

OLIVEIRA, Regina Tereza Cestari de. As mudanças nas formas de gestão escolar no contexto da nova gestão pública no Brasil e em Portugal. Educ. rev.,  Curitiba ,  v. 35, n. 74, p. 213-232,  abr.  2019 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo. Acesso em: 05/Ago/2019.  Epub 09-Maio-2019.

PARO, Vitor. Gestão Democrática da Escola Pública. [Livro eletrônico]. São Paulo: Cortez, 2017.

SILVA, Jerônimo Jorge Cavalcante. Gestão escolar participada e clima organizacional. IN Gestão em ação. Programa de Pós-Graduação em Educação/FACED Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público – ISP, UFBA v.4, n.2, julho/dezembro 2001. Salvador-BA. Disponível em: http://www.gestaoemacao.ufba.br Acesso em: 19/Mai/2019.

SOUZA, Ângelo Ricardo de As condições de democratização da gestão da escola pública brasileira. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. Rio de Janeiro, v.27, n.103, p. 271-290, junho 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php Acesso em: 10/Dez/2019.

[1] Graduanda em Administração Pública; Graduanda em Pedagogia.

[2] Graduanda em Administração Pública.

Enviado: Setembro, 2020.

Aprovado: Janeiro, 2021.

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Desyrée Suzano Dutra da Silva

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