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A família: Fator importante no processo de ensino e aprendizagem da criança

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SILVA, Josilene Bezerra da [1]

SILVA, Josilene Bezerra da. A família: Fator importante no processo de ensino e aprendizagem da criança. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 07, Vol. 04, pp. 114-133. Julho de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

O presente artigo discorre sobre as contribuições da relação família e escola destacando a importância dessas duas instituições diante do processo de ensino e de aprendizagem. Os objetivos que nortearam a pesquisa foram assim distribuídos: tem-se como objetivo geral descrever o papel da família no processo de desenvolvimento de aprendizagem da criança. E como objetivos específicos: Relatar de forma breve a conceituação da instituição família trazendo um breve histórico sobre as mudanças ocorridas nesta instituição e sobre seus entendimentos a respeito da criança; descrever algumas formas de participação da família na escola a partir de pesquisas realizadas sobre essa temática; identificar possíveis resultados obtidos através da participação dos pais na vida escolar de seus filhos. Considerando os vários fatores que podem influenciar no desenvolvimento escolar das crianças, dentre eles, a efetiva participação da família nesse processo, visto que, a mesma tem delegado à escola uma de suas maiores responsabilidades que é promover a educação de seus filhos, a não participação em reuniões e a falta de interesse por parte dos pais em atender aos convites da escola foram algumas das motivações para a realização dessa pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo. Dessa forma, pode-se constatar que a família pode ser uma facilitadora na vida escolar das crianças. No entanto, a falta do apoio desta pode transformar-se num entrave no próprio desenvolvimento da aprendizagem dos filhos.

Palavras-chave: Relação, família, escola, ensino, aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

Para compreender os desafios da família e da escola no processo de ensino e de aprendizagem no contexto atual antes se faz necessário compreender a evolução dessas duas instituições que há séculos compõem a sociedade. A família é um fundamento básico e universal das sociedades. E como a mais antiga instituição social possibilita um conjunto de regras culturais e oferece padrões de conduta que orientarão o indivíduo em cada sociedade.

A importância da família no processo de ensino e de aprendizagem vem sendo discutido por muitos estudiosos. O papel de cada uma dessas duas instituições tanto família como a escola e os desafios que cada uma encontra para realizar seu processo educativo. Diante das mudanças atuais, leva a tal problema da pesquisa que é: Até que ponto a família pode contribuir ou não para o sucesso da criança no contexto escolar?

Sabe-se que a criança desde o seu nascimento ocupam um espaço dentro da família. É nela que se encontram os primeiros professores e ensinamentos os quais refletirão por toda sua vida adulta. A participação dos pais no ambiente escolar é fundamental no processo de ensino e de aprendizagem, pois contribui no desenvolvimento social da criança. Assim, escola e família devem ser parceiras na aprendizagem da criança fazendo um trabalho de envolvimento e de cumplicidade nos assuntos relacionados ao ambiente escolar e familiar.

Considerando estes aspectos e a partir de estudos sobre esse assunto, bem como, analisando ainda as transformações ocorridas tanto na instituição família, como na instituição escola, é que surgiu o interesse pelo tema.

Este estudo traz como justificativa principal mostrar a cada uma destas instituições quais suas reais responsabilidades e como cada uma, dentro de suas funções, pode contribuir diretamente para o sucesso da criança, conseguindo esta obter uma aprendizagem satisfatória.

Os objetivos que norteiam a pesquisa foram assim distribuídos: tem-se como objetivo geral descrever o papel da família no processo de desenvolvimento de aprendizagem da criança. E como objetivos específicos: relatar de forma breve a conceituação da instituição família, trazendo um breve histórico sobre as mudanças ocorridas nesta instituição e sobre seus entendimentos a respeito da criança; conhecer algumas formas de participação da família na escola a partir de pesquisas feitas sobre esse tema; identificar possíveis resultados trazidos pela participação dos pais na escola.

A participação da família no ambiente escolar é fundamental no processo ensino aprendizagem. Família e escola são os principais suportes com que a criança pode contar para enfrentar desafios, visto que, integradas e atentas podem detectar dificuldades de aprendizagem que ela possa apresentar, podendo contribuir de maneira eficiente em benefício da mesma. Considerando esta premissa, a pesquisa em questão trata-se de um estudo qualitativo e bibliográfico, realizada em artigos, livros e internet com a temática estudada.

2. FAMÍLIA: UM BREVE HISTÓRICO

Segundo a etimologia o termo família é derivado do latim “famulus” que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas ao serem introduzidas à agricultura e também a escravidão legalizada. Nessa época, o termo família não designava apenas um casal e seus filhos, mas se estendia também aos escravos que trabalhavam para obter o sustento seus e de parentes sob suas autoridades.

Segundo Sousa (apud, ENGELS, 2006, p. 60):

A expressão “família” nem sempre foi a dos dias atuais, pois em sua origem, entre os romanos, não se aplicava sequer ao casal de conjugues e aos seus folhos, mas apenas aos escravos. “famulus” significa escravo doméstico e família era o conjunto de escravos pertencentes ao mesmo homem.

No direito romano clássico a “família é natural”, cresce baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos, e tem por base o casamento e as relações jurídicas deles.

Nessa perspectiva Sousa (apud, WELTER, 2004, p. 74) descreve que:

A família passou a ser estabelecida pelo casamento, união estável ou pela comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, denominada família monoparental, nuclear, pós nuclear, unilinear ou sociológica, buscando o ideal da felicidade, do desvelo, do carinho e da comunhão plena de vida e de afeto.

Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sobre a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais formando novas famílias. Dessas, fazia também parte da descendência gerada que assim tinha duas famílias a paterna e a materna. Ainda para Ariès (1981):

A família começou a manter a sociedade à distância, a confiná-la a um espaço limitado, aquém da zona cada vez mais extensa da vida particular. A organização da casa passou a corresponder a essa nova preocupação de defesa contra o mundo. Era já a casa moderna, que assegurava a independência dos cômodos fazendo-os abrir para um corredor de acesso. (ARIÈS, 1981, pp.184-185).

Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e com a Revolução Industrial tornaram-se frequentes os movimentos migratórios para cidades maiores construídas em redor dos complexos industriais. Estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias num cenário familiar ao que existe hoje em dia. As mulheres saiam de casa, integrando a população ativa e a educação dos filhos era partilhada com as escolas. Os idosos deixavam de poder contar o apoio direto dos familiares nos moldes pré revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de instituições de assistência. Dessa forma cita: A família era definida como um “‘agregado doméstico’ […] compostos por pessoas unidas por vínculos de aliança, consanguinidade ou outros laços sociais podendo ser restrito ou alargado”. (MOREIRA, 2001, p.22).

Nesta definição nota-se ambiguidade pelas referências à família alargada com a tendência reducionista que começava a instalar-se, refletida pelos vínculos de aliança matrimonial.

Na cultura Ocidental,a família é definida como um grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidade legalmente como no casamento e na adoção. Muitos etnólogos argumentam a noção de “sangue” como elemento de unificação familiar e deve ser entendida metaforicamente; dizem que em muitas sociedades e culturas não ocidentais a família é definida por outros conceitos. A família poderia se constituir de uma instituição normatizada por uma série de regulamento de afiliação e aliança aceitas pelos membros. De acordo com Samara (1983):

[…] sua composição apresentava de uma forma simplificada uma estrutura dupla: um núcleo central acrescido de membros subsidiários. O núcleo central era composto pelo chefe da família, esposa e legítimos descendentes (filhos e netos por linha materna e paterna). A estrutura da camada periférica era menos delineada, pois a absorção de membros subsidiários (parentes, filhos ilegítimos ou de criação, afilhados, amigos, serviçais, agregados e escravos) é que tornava esse modelo complexo, já que uma mesma unidade domiciliar agrupava componentes de várias […] origens. (SAMARA, 1983, p.13).

A família representa um grupo social primário que influenciou e é influenciada por outras pessoas e instituições. É um grupo doméstico ligado por descendência a partir de um ancestral comum, matrimonial ou por adoção. Nesse sentido, o termo confunde-se com clã. Dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome herdado dos ascendentes diretos. A família é a unidade composta por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente e maternalmente durante gerações.

Ao passar dos anos foram surgindo outros tipos de família, como a família substituta nascida dos institutos jurídicos da guarda ou tutela e adoção que é definitiva ou guarda ou tutela que é transitório. Já para Szymansky (2006):

O mundo familiar mostra-se numa vibrante variedade de formas de organização, com crenças, valores e práticas desenvolvidas na busca de soluções para as vicissitudes que a vida vai trazendo. Desconsiderar isso é ter a vã pretensão de colocar essa multiplicidade de manifestações sob a camisa – de – força de uma única forma de emocionar, interpretar, comunicar. (SZYMANSKY, 2006, p.27).

No interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, formados pela geração, sexo, interesse e função, havendo diferentes níveis de poder onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros.

A família como uma unidade social enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, deferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. (MINUCHIN, 1990).

A identidade familiar de início é constituída pela figura do marido e da mulher. Depois com o surgimento da prole. Sobre outros prismas, a família cresce ainda mais; ao se casarem os filhos não rompem o vínculo familiar com seus pais e estes continuam fazendo parte da família. Szymansky (2006), lembra que:

Cada família circula num modo particular de emocionar-se, criando uma ‘cultura’ familiar própria, com seus códigos, com uma sintaxe própria para comunicar-se e interpretar comunicações, com suas regras, ritos e jogos. Além disso, há o emocionar pessoal e o universo pessoal de significados. (SZYMANSKY, 2006, p.25).

Com o passar dos anos, esta sociedade sentiu a necessidade de criar leis para se organizar, e com isso surgiu o direito de família, regulando as relações familiares e tentando solucionar os conflitos oriundos delas através dos tempos. O direito vem se regulando e legislando sempre no intuito de ajudar a manter a família para que o indivíduo possa, inclusive, existir como cidadão, sem essa estruturação familiar onde há um lugar definido para cada membro e trabalhar na constituição de si mesmo na estruturação do sujeito e das relações impessoais e sociais.

O Direito é, portanto, um conjunto de normas e princípios que regulamentam o funcionamento da sociedade e o comportamento de seus membros. O Direito protege o organismo familiar por ser uma sociedade natural anterior ao Estado e ao Direito. Não foi, portanto, nem o Estado, nem o Direito que criaram a família, pois foi esta que criou o Estado e o Direito como sugere Rui Barbosa na sua frase que diz “A pátria é a família amplificada”. Para os autores Simionato e Oliveira (2003):

Em todo o mundo, o conceito da família nuclear, e a instituição casamento intimamente ligada à família, passaram por transformações. A expressão mais marcante dessas transformações ocorreu no final da década de 60: cresceu o número de separações e divórcios, a religião foi perdendo sua força, não mais conseguindo segurar casamentos com relações insatisfatórias. A igualdade passou a ser um pressuposto em muitas relações matrimoniais. (SIMIONATO e OLIVERA, 2003, p. 60).

O modelo de família brasileira encontra sua origem na família romana que, por sua vez, se estruturou na família ou organização familiar. Foi na antiga Roma que foram sistematizadas normas severas que fizeram da família uma sociedade patriarcal. A família romana era organizada no poder do pai ou chefe da comunidade. O pátrio poder tinha caráter unitário exercido pelo pai. Este era uma pessoa que chefiava todo o resto da família que vivia sobre seu comando.

A partir do século V com o decorrente desaparecimento de uma ordem estável que manteve durante séculos, houve um deslocamento do poder de Roma para as mãos do chefe da igreja católica Romana que desenvolveu o Direito canônico estruturado num conjunto normativo dualista (laico e religioso) que se manteve até o século XX. Como consequência na Idade Média, o Direito, confundido com a justiça era ditado pela religião, que possuído pela autoridade e poder, se dizia intérprete de Deus na terra.

Os canonistas eram totalmente contrários à dissolução do casamento por entenderem que não podiam os homens dissolver a união realizada por Deus e, portanto, um sacramento.

Enquanto que para a Igreja em princípio, o matrimônio depende do simples consenso das partes, a sociedade medieval reconhecia no matrimônio um ato de repercussão econômica e política para o qual devia ser exercido não apenas o consenso dos nubentes, mas também o assentimento das famílias a que pertenciam.

A evolução dos direitos canônicos ocorreu com a elaboração das teorias das nulidades e de como ocorreria à separação de corpos e de patrimônios perante o ordenamento jurídico. Não se pode negar, entretanto, a influência dos conceitos básicos elaborados pelos direitos canônicos que ainda hoje são encontrados nos direitos brasileiros.

Entre os Códigos Civis de 1916 e 2002, além da natural evolução dos costumes que determinam o fim da indissolubilidade do casamento e a extensão do poder familiar à mulher, existe um marco histórico temporal que é a carta magna de 1988 quando se estuda o direito de família no Brasil.

A família regulada pelo o Código Civil de 2002 passa a representar as formas de convivência e reconhece a existência das famílias mono parentais identificado constitucionalmente, o que se reflete a efetiva conquista nos rumos do conhecimento de novos núcleos de relações de afeto e proteção gerando inclusive direitos patrimoniais.

O direito da família no Brasil atravessa um período de efervescência. Deixa a família de ser percebida como uma mera instituição jurídica para assumir feição de instrumento para a promoção da personalidade humana mais contemporânea e mais afinada com o tom constitucional da dignidade da pessoa humana.

Hoje, a sociedade se depara com profundas modificações que influenciaram e influenciam a funcionalidade familiar. A família Ocidental tem sofrido uma série de transformações e caminha para uma nova concepção. Alguns estudiosos temem a sua desintegração, com o seu consequente desaparecimento, enquanto que outros pensam que este é apenas um estágio de transição e que um novo tipo de família está por surgir, mais adaptada a uma sociedade altamente tecnológica.

Atualmente pode-se visualizar famílias recompostas, relações de parentesco não consanguíneos, reconhecimento de outras pessoas como tais: padrastos e madrastas. Simionato e Oliveira (2003) afirmam que:

A partir daí, surgem inúmeras organizações familiares alternativas: casamentos sucessivos com parceiros distintos e filhos de diferentes uniões; casais homossexuais adotando filhos legalmente; casais com filhos ou parceiros isolados ou mesmo cada um vivendo com uma das famílias de origem; as chamadas ‘produções independentes’ tornam-se mais frequentes, e mais ultimamente, duplas de mães solteiras ou já separadas compartilham a criação de seus filhos. (SIMIONATO e OLIVEIRA, 2003, p.60).

Mudanças externas influenciam esse processo. As mais palpáveis são o aumento das relações sexuais fora do casamento, o aumento do número de divórcios, o controle da natalidade, o declínio da autoridade marital e paterna, o baixo capital cultural, a presença da mulher no mercado de trabalho, a acentuação do individualismo, a liberdade dos membros da família e o declínio da conduta religiosa no lar.

Nos dias atuais, a família é compreendida não apenas baseada nos laços consanguíneos e de parentesco, mas nas relações de afeto e cuidado.

Szymansky entende a família como sendo: uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo e, se houver, com crianças e adolescentes, não levando em conta para isto, à existência de laços consanguíneos ou de parentesco. (SZYMANSKY, 2002).

A família vem se transformando no decorrer desses anos acompanhando as mudanças religiosas, econômicas, socioculturais que se encontram inseridas. Os desafios com os quais vem se confrontando são de natureza social e essa nova concepção vem refletindo na estruturação familiar.

Outro desafio que a família vem enfrentando hoje é a permanência da criação tradicional. Os pais tendem em esquecer que, o que para eles se tornou estabelecido é, em grande parte, objeto de crítica e ressentimento na criação dos filhos. (MORRISH, 1975).

Os pais tornam-se inseguros para decidir o que é melhor para seus filhos. Outro desafio a enfrentar é que hoje o tempo destinado à convivência é mais escasso, seja pela maior jornada de trabalho em razão das necessidades econômicas, seja pela solicitação de atividades externas exercidas individualmente ou com grupos extra familiares. Isso resulta com frequência, no enfraquecimento da coesão familiar. Prado (1981) faz lembrar:

a) A família criada em torno a um casamento dito “de participação” – trata-se aí de ultrapassar os papéis sexuais tradicionais. b) O casamento dito “experimental” que consiste na coabitação durante algum tempo, só legalizando essa situação após o nascimento do primeiro filho. c) Outra forma de família seria aquela baseada na “união livre”. d) A família homossexual, quando duas pessoas de mesmo sexo vivem juntas, com crianças adotivas ou resultantes de uniões anteriores, ou, no caso de duas mulheres, com filhos por inseminação artificial. (PRADO, 1981, p.19-22).

Hoje, convive-se com vários modelos de famílias deixando para trás aquele modelo de família patriarcal. Atualmente, as famílias são formadas por diversas estruturas: há mães solteiras com seus filhos, pais e filhos adotivos, famílias formadas por casais que já tiveram outros casamentos, e que decidem formar uma nova família. Além disso, tem filhos criados longe do convívio de seu pai biológico. A união homo afetiva que vai cada vez mais ganhando seu espaço perante a sociedade. Enfim, são inúmeros os desafios da família que vão se produzindo ao longo das mudanças culturais e sociais e históricas. Com relação à sexualidade, novas formas de orientação sexual aparecem e jogam por terra valores construídos a muito tempos. Hoje, não é necessário recorrer à relação sexual para ter filhos e o sexo não tem mais a função de procriação, mas de recreação e prazer.

Cada vez mais se nota mudanças de valores, de hábitos e de costumes. Essas transformações desencadeiam um processo de fragilização dos vínculos familiares no que torna a família mais vulnerável. A realidade atual demonstra que as formas de organização dessas famílias são totalmente diversas e se modificam continuamente para atender as exigências que lhes são impostas pela sociedade e pelos sujeitos que as compõem.

Em relação à família brasileira, pode-se identificar diversas mudanças que ocorreram nesse último século, não apenas quanto aos valores, mas a sua composição. Na atual estruturação, a família constitui-se por diversos arranjos sem rejeição legal e social enfrentadas no passado.

A partir dessa discussão é investigado como essas questões teóricas se desenvolveram em um contexto social. Partindo diretamente desses espaços, constata-se que a escola fica distante, isolada das presenças das famílias o que traz consequências negativas para a aprendizagem das crianças. Os problemas mais notados nas crianças é o baixo rendimento escolar, o que resulta em notas abaixo dos desejados. Dito isto, Polonia e Dessen dizem que:

Quando o foco de debate é o papel dos pais na escolarização dos filhos e suas implicações para a aprendizagem, na escola, a aspectos a serem ressaltados. A família como impulsionadora da produtividade escolar e do aproveitamento acadêmico e o distanciamento da família, podendo provocar o desinteresse escolar e a desvalorização da educação, especialmente nas classes menos favorecidas. POLONIA E DESSEN (2005, p. 304).

A participação da família na escola é uma função de responsabilidade, mas nota-se um desafio diante dos problemas que ora surgem no convívio familiar. No Brasil, a própria Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) determinam a participação dos pais no processo da gestão democrática da escola. Pode ser a busca de uma parceria permanente entre escola e família. Porém, mais do que cumprimento de uma determinação legal, a busca por essa parceria entre escola e família tem encontrado muitas dificuldades dentro desse contexto atual, tanto social como educacional.

O equilíbrio do processo educacional depende muito hoje do papel desempenhado pelas famílias e a escola. A integração família e escola se tornam emergencial pela urgência na prevenção do envolvimento da juventude com drogas, violência e prostituição, além de outros fatores, por ser também emergencial integrar o currículo escolar e as demandas de vida social e profissional de cada indivíduo. Os conceitos de cidadania, responsabilidade social e participação podem ser estimulados e fortalecidos pela educação e pelas famílias desde que essas duas instituições estejam trabalhando juntas, em parceria, na busca de um bem comum, ou seja, a educação e o conhecimento que só essas podem transmitir.

Em um mundo quase na sua totalidade digital, cada vez mais a promoção da busca da parceria família e escola, trabalhando o interesse mútuo envolvido no caminho de colaboração, já que é na escola que se constrói princípios éticos e morais e na família limites, regras, normas e valores. Daí a importância da parceria na busca de melhor aprendizagem do indivíduo.

3. A FAMÍLIA E A ESCOLA: UM PAPEL IMPORTANTE A REPRESENTAR

A família e a escola, assim como outras instituições, sofreram mudanças ao longo desses anos. Estas mudanças acabam interferindo na estrutura familiar e na dinâmica escolar de forma que a família, em vista das circunstâncias, muitos pais ou responsáveis terem a necessidade de trabalhar, tem transferido para a escola algumas tarefas educativas que deveriam ser suas. Bastos (2011, p.1) afirma que:

O que vemos hoje, por conta da correria atual, é que os pais estão delegando a outros essa tarefa tão importante que é EDUCAR, sendo esta tarefa de responsabilidade exclusiva dos pais e não de babás, tias, avós, sendo estas pessoas muito importantes, como apoio desse processo educativo quando seguem a mesma linha de educação. (BASTOS, 2011, P.1).

Atualmente, a família passa por grandes transformações. Com isso, surgem novas formações familiares. Assim sendo, as instituições educacionais devem estar abertas para essas novas formações familiares a fim de estabelecer uma parceria entre a escola e a família, construindo uma relação onde o respeito esteja sempre presente. Haja vista que, uma relação entre essas duas instituições é de fundamental importância do desenvolvimento da criança.

Assim, pais e professores são partes complementares do sistema educativo de uma criança, e desta forma, não podem ser divergentes, agindo separadamente. Nesse sentido, os pais devem participar mais da vida escolar de seus filhos interagindo com a escola e com os professores. Com isso, podendo auxiliar seus filhos na elaboração de suas aprendizagens, não fazendo o papel dos professores, mas colaborando para que a educação escolar possa ter continuidade no espaço familiar. Já a escola, necessita ser uma instituição responsável pelo ensino dos conhecimentos, atentando-se para o fato de que a constituição da subjetividade da criança se faz tanto na interação com a família quanto na interação com a escola.

De acordo com Szymansky (2010):

[…] as famílias têm de dar acolhimento a seus filhos, um ambiente estável, provedor, amoroso. E também ser um exemplo de superação das dificuldades, no sentido de orientar os filhos para as vivências que terão fora de casa, sem violência, mas sim considerando o diálogo como forma de educação […]. (SZYMANSKY, 2010, p.99).

Muitas famílias não conseguem fazer isso devido a questões sociais, econômicas e até mesmo pessoais, pois as condições financeiras muitas das vezes acabam interferindo no meio familiar, fazendo com que as famílias não consigam manter o equilíbrio necessário para apoiar seus filhos na apropriação de seus conhecimentos escolares.

O envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos tem sido apontado como principal fator de sucesso no que se refere ao desenvolvimento escolar do aluno,tornando assim, a família, como instituição extremamente importante no processo de aprendizagem.

Assim como a escola, os pais devem acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem de seus filhos, ficando atentos às necessidades dos mesmos, procurando contribuir tanto dentro da instituição escolar como fora dela com o auxílio dos profissionais especializados.

Algumas políticas educacionais têm incentivado a parceria Escola e Família, e as escolas que desenvolvem essa parceria têm obtido resultados satisfatórios e animadores.

Percebe-se, que o estímulo e o acompanhamento pela família na aprendizagem das crianças acabam fluindo positivamente, quando a criança inicia sua aprendizagem formal da leitura na escola. Ainda não é fácil desenvolver essa parceria, mas a escola precisa se incumbir da responsabilidade de promover essa aproximação entre a Escola e a Família.

Libâneo (2000) ressalta que:

Educação é o conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo de relação ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. (LIBÂNEO, 2000, p.22).

Entende-se que para construir laços entre a escola e a família é importante estudar o contexto familiar para que assim se possa relacionar com o contexto escolar, voltando-se para como os pais veem seu papel no processo de escolarização dos filhos. Com isso, poder analisar a situação atual dos pais e suas dificuldades em acompanhar o processo escolar dos filhos e assim compreender a sua postura com relação à escola.

No Brasil, a própria Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), determinam a participação dos pais no processo da gestão democrática nas escolas. Entretanto, mais do que um cumprimento de uma determinação legal, a busca pelo fortalecimento dessa parceria colaborativa se apresenta no atual contexto social, como um dos poucos caminhos viáveis para que as escolas e famílias consigam superar as dificuldades que vem enfrentando na educação de seus filhos/alunos.

Pode assim traduzir, a busca pela promoção de uma parceria permanente entre família e escola, como um esforço com interesses mútuos envolvidos num caminho de colaboração de mãos duplas. O equilíbrio do processo educacional depende atualmente do papel complementar desempenhado pelas famílias.

3.1 ESCOLA E FAMÍLIA: IMPORTANTES FUNÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

A educação abrange vários aspectos relevantes e totalmente consideráveis. Tudo que envolve a educação exige extremo cuidado e criticidade na hora de analisar.

Dar-se início a uma proposta educativa que visa uma pedagogia crítico-social dos conteúdos de acordo com a categoria criada por Saviani (1985) tendo como objetivo principal a criança, a família, o professor, a escola e metas de avaliar o processo educacional. Todos aqueles que estão envolvidos nesse processo podem chamá-lo de multiplicadores do saber, do conhecimento.

A participação da família e da escola manifestando laços conjuntos demonstrando confiança, estando aberta ao diálogo e a convivência verdadeiramente humana em parceria na convivência escolar. A família como socialização primária deve perceber o quanto é importante na formação da estrutura básica da criança e na influência que exerce em toda socialização secundária entre elas, a escola.

A escola deve valorizar as aprendizagens e as experiências trazidas pelas crianças, promovendo uma educação libertadora baseando-se nas experiências de sua realidade a fim de compreender qual o papel da família e da escola no que se refere à participação efetiva dos pais na vida escolar dos filhos.

A escola é considerada a formadora de indivíduos onde se trabalha o potencial de cada um. A escola é responsável por enfrentar a sociedade com saberes que os torne capaz de tomar suas próprias decisões. Enquanto que a família também possui suas responsabilidades referentes aos cuidados físicos, psicológicos, culturais e morais além dos cuidados emocionais desde o seu nascimento.

É através dos primeiros contatos com a família que a criança supre suas necessidades iniciando sua construção como ser desenvolvendo suas primeiras experiências cognitivas e motoras. É no ambiente familiar que a criança consegue estabelecer suas ligações emocionais contribuindo para a sua socialização.

É na família que ocorre a formação da personalidade da criança. É nela que a criança cresce, atua, e consegue se desenvolver e é ela que passa para a criança sua primeira imagem ou modelos de pessoa cidadã. Funciona como fator de muita importância no desenvolvimento da consciência de uma criança.

A família tem um papel de representação do mundo exterior, uma vez que este processo possibilita a criança viver o universal de forma particular e se constituir-se. É no meio familiar que a criança recebe as primeiras noções de poder e autoridade. Com isso aprender habilidades diversas.

A família tem o papel de influenciar no comportamento da criança, na sua relação com o mundo, podendo contribuir para o seu relacionamento com a sociedade. Também, funciona como o primeiro e mais importante agente socializador, sendo o primeiro contexto no qual se desenvolve os padrões de socialização em que a criança constrói seu aprendizado, se relacionando com todo conhecimento adquirido durante sua experiência de vida primária refletindo na sua vida escolar.

Por isso, tem-se buscado uma parceria entre a escola e a família na intenção de que a relação entre essas duas instituições haja a compreensão de que esta relação familiar configure-se de forma que os pais não responsabilizem a escola pela educação de seus filhos, mas sim, promova uma relação de interesses mútuos entre ambos. Porém, não exclui a escola de sua responsabilidade como agente formador atribuindo assim a função que realmente lhe cabe.

Educar depende de uma relação mais ampla entre os pais dos alunos e os professores do que a prevista em uma mera prestação de serviços, parceria, colaboração, diálogo, discussão e abertura que são aspectos decisivos. Muitos pais têm um histórico de exclusão e fracasso escolar. Isso gera medo e vergonha de trocar ideias e conversar com os educadores. Há os que diante das dificuldades e dos problemas dos filhos não sabem o que fazer.

Entende-se que a aprendizagem não se concretiza como algo individual, mas como modelo desenvolvido em uma rede de vínculos. Com isso a família se revela como fator indispensável tanto na vida emocional como também na sua vida escolar. O sucesso do aluno não depende exclusivamente da escola, mas sim também da participação e da colaboração da família.

Sendo assim, tanto escola quanto família são responsáveis no desenvolvimento de um indivíduo já que as duas são indissociáveis. A relação entre essas duas instituições tem uma grande importância na formação de um indivíduo. Contudo, ainda existem algumas barreiras que geram conflitos que acabam não contribuindo para o desenvolvimento da criança.

Nota-se que esta relação entre família e escola pode ser considerada como fator fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. Cabe assim então, que a escola se prepare a fim de que esta relação torne realmente produtiva.

4. A ESCOLA E O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO EM PARCERIA COM OS PAIS

A escola, como instituição formadora de cidadãos atuantes e de local onde os profissionais da educação trabalham, é preciso que ela seja capaz de construir coletivamente uma relação de diálogo mútuo, onde cada parte envolvida tenha o seu momento de fala, mas também de escrita, onde exista uma efetiva troca de saberes.

Nos momentos de interação entre escola e família é preciso conceber que a capacidade de comunicação exija a compreensão da mensagem que o outro quer transmitir e para tal faz-se necessário o desejo de querer escutar o outro, a atenção às ideias emitidas e a flexibilidade para se receber as ideias que podem ser diferentes, mas complementares.

A escola deve ser conhecida pelos pais, seu funcionamento, suas instalações, a equipe pedagógica, seus funcionários e toda a comunidade escolar. Precisa conhecer a história das famílias, construírem um bom relacionamento. Precisa do interesse, da compreensão, do respeito e valorização. Querer conhecer a história dos alunos e da comunidade fazendo com que os alunos sintam mais valorizados.

Ainda assim, é admissível compreender também que, apesar de haver muitas oportunidades dos pais estarem presentes no ambiente escolar, bem como a importância de haver esta participação consciente, é possível concordar que, embora seja interesse dos pais saber da vida dos seus filhos, porém a escola não pode deixar de relevar que muitos pais saem de casa muito cedo e só voltam à noite e que dependem daquele emprego. Por isso, frequentemente não comparecem quando convocados.

Uma saída para esse tipo de problema é oferecer opções de horários dentro do período de funcionamento da escola e que o professor deixe anotações e solicite a colaboração do auxiliar do período para o atendimento ao pai. Além disto, o desenvolvimento pedagógico com a criança poderá também influenciar na atração dos pais pela escola, como evidencia Vasconcellos (1989):

Uma das melhores formas de se atingir a família é através dos próprios filhos; daí a relevância da escola desenvolver um trabalho participativo, significativo, em que realmente o aluno se envolva e entenda o que está sendo proposto para ele. Desta maneira, o próprio filho terá argumentos para ajudar os pais a compreender, a proposta da escola. (VASCONCELLOS, 1989, p.80).

Outra situação que merece uma reflexão por parte da escola é a comemoração do dia dos pais e dias mães pelo fato de haver hoje em dia um grande número de pais separados e de filhos sem saberem quem são seus genitores, entre outros aspectos voltados para estas comemorações, como evidencia Vasconcellos (1989, p.78): “para comprar um presente, nem todos possuem condições econômicas; e segundo, que muitos dos nossos alunos não sabem quem é o pai, outros, quem é a mãe, pois moram com os avós.” Assim, esta realidade familiar pode acarretar para a criança situações bem delicadas que, conforme o autor cabe à escola refletir, antes de submeter à criança uma comemoração que não faz parte da vida do educando, como destaca o mesmo autor:

A escola não deve se render à tradição e insistir em fazer festas para comemorar essas datas, pois a realidade da criança é outra. O trabalho nesse sentido deve existir, ou seja, deve-se mostrar que existem diferentes tipos de família, que nem esse nem aquele tipo é certo; porém, continuar com uma tradição que não condiz com uma realidade atual é fechar os olhos para as mudanças. (op.cit, p.79).

A escola deve se adequar a sua realidade e conhecer a família dos alunos, o mundo vivido pelos educandos, além de manter sempre o aluno esclarecido sobre as ações a serem tomadas no que condiz às comemorações referentes aos membros da família e, principalmente, das reuniões escolares.

Deve-se também convidar e assegurar a participação dos pais na construção ou renovação do Projeto Político Pedagógico – PPP, fazendo com que saibam que este é o documento mais importante da escola e onde estão previstas as possíveis contribuições das famílias. Se os pais ajudarem a definir quais são suas contribuições com a escola, saberão como cumpri-las.

Considerações importantes de serem lembradas pela escola: Aproveitar as reuniões de pais, ter uma pauta focada no processo de ensino para informar sobre a aprendizagem, mostrar as intenções educativas da escola, discutir as dificuldades encontradas, evitar comentários negativos, mostrar a produção dos alunos, compartilhar o que as crianças fazem e mostrar para os pais o que é importante, valorizar o trabalho das crianças torna os pais mais receptivos, organizar os pais, incentivar o funcionamento do Conselho Escolar e da Associação Pais e Mestres – APM aliados para fazer uma boa escola criando espaço para definir rumos e tomar decisões coletivas. Numa atuação ampla na escola, os pais aprendem a ser gestores dos filhos que se reverte em bons alunos, partícipes do processo de ensino e de aprendizagem, condição maior a que a instituição escolar se destina.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fazendo uma retrospectiva na própria historiografia da família, ao longo dos anos, este estudo baseou-se em uma pesquisa bibliográfica com estudos com diversos autores que a bordam este tema, ou seja, atuação da família diante do processo de aprendizagem.

Ao estudar sobre este tema, este trabalho pretendeu contribuir e auxiliar tanto a escola, e principalmente os pais e os demais profissionais da educação a buscarem caminhos e reflexões que possibilitem uma melhor relação entre essas duas instituições educativas que são tão importantes para o desenvolvimento de uma criança.

Na própria historiografia da família, foi possível observar que esta não foi e nem é sempre a mesma em sua constituição e função social. Sendo que a família e suas relações com as pessoas que faziam parte desta mesma família não se baseavam no afeto e no amor e nos laços sanguíneos. As relações eram baseadas no poder que regia esta comunidade, ou seja, sistema patriarcal ou matriarcal, ou através de acordos e negócios financeiros, onde pessoas da família eram negociadas com mercadorias.

A criança juntamente com a família nem sempre foi vista na forma como é vista hoje. Também nem sempre foi dada a atenção e os cuidados que a criança necessitava para um bom desenvolvimento e consequentemente uma boa formação.

Sendo assim, apesar da própria família apresentar diferenças em sua constituição e importância, pode-se ainda observar que mesmo nos dias de hoje, onde formações familiares são tão diferentes daquelas estudadas nos primórdios na história humanidade, no início deste estudo observa-se com clareza que o amor e os laços afetivos unem muito mais que os laços sanguíneos ou herança genética.

A falta de conhecimentos das necessidades em que uma criança apresentava para o seu desenvolvimento, até mesmo pela falta de estudos científicos e da própria realidade em que se vivia a sociedade em que a criança estava inserida muitas vezes a união se baseava no afeto desenvolvido no cotidiano com crianças que saiam de suas famílias de origem para frequentarem outros grupos na forma de aprendiz. Hoje, as novas formações familiares buscam dar às crianças um lar e uma nova família, seja qual for sua formação vigente.

É possível concluir que a importância da família dentro do processo educacional dos filhos é muito importante, até mesmo porque este antes de entrar para a escola tem os seus primeiros contatos dentro da família. É no meio familiar que ela recebe seus primeiros estímulos que esses podem influenciar o seu futuro e o seu sucesso na escola.

Como proposta deste trabalho algumas reflexões foram feitas no sentido de buscar novas alternativas que possam contribuir para uma parceria entre a escola e a família. Contudo, ao invés de ocorrer desacordo entre pais e professores atribuindo um ao outro a responsabilidade de um fracasso escolar, para que possam buscar um melhor entendimento entre a escola e a família em que o haja o respeito mútuo e a compreensão na qual a criança seja a maior beneficiada.

REFERÊNCIAS

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[1] Pedagoga, especialista em Docência do Ensino Superior, mestranda em Ciências da Educação, docente da rede de Matões e Parnarama – MA.

Enviado: Maio, 2019.

Aprovado: Julho, 2019.

 

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Josilene Bezerra da Silva

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