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O processo de criação de sinais-termo em libras: a representação de conceitos na área da educação a partir da atuação de TILS no ensino superior

RC: 143524
949
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/atuacao-de-tils

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

RODRIGUES, Lael Machado [1], GEDIEL, Ana Luísa Borba [2]

RODRIGUES, Lael Machado. GEDIEL, Ana Luísa Borba.  O processo de criação de sinais-termo em libras: a representação de conceitos na área da educação a partir da atuação de TILS no ensino superior. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 08, Ed. 04, Vol. 05, pp. 05-21. Abril de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/atuacao-de-tils, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/atuacao-de-tils

RESUMO 

Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados da pesquisa intitulada “Sinalário da área da Educação: catalogação para a acessibilidade e inclusão de pessoas surdas no Ensino Superior”. O trabalho teve como cerne colaborar com a permanência de alunos surdos no âmbito de ensino, a partir da melhoria do acervo de sinais em Libras referentes a termos e conceitos voltados para a área da Educação, com o mapeamento, catalogação e inserção de sinais advindos das práticas pedagógicas de umas IES (Instituição de Ensino Superior) da Zona da Mata Mineira, uma vez que a escassez de sinais em Libras de cunho científico é elevada. Para isso, buscamos pela verificação dos conceitos apresentados em duas disciplinas da área da educação e sua representação em Libras; foram realizadas entrevistas com os TILS (Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais) da instituição, a fim de analisar o contexto de tradução e como ocorre o processo de criação de sinais-termo, os quais representam os conceitos das disciplinas e para verificar a potencialidade de aplicação das fichas terminológicas em Libras e língua portuguesa. A abordagem metodológica da pesquisa é de cunho documental, qualitativa e composta de entrevistas etnográficas e semi-estruturadas. Os resultados alcançados demonstraram que para a constituição de sinais-termo é preciso um trabalho conjunto envolvendo comunidade surda, professores e intérpretes. Assim, é possível compreender o significado dos conteúdos e termos lecionados e aplicar estratégias para a otimização da comunicabilidade entre ouvintes alfabetizados em língua portuguesa e alunos surdos alfabetizados em Libras com a aplicação das fichas terminológicas.

Palavras-chave: Libras, Sinais-termo, Educação, TILS, Ensino Superior.

1. INTRODUÇÃO 

O histórico do estabelecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) está ligado à elaboração de políticas linguísticas voltadas à educação de surdos. Nesse contexto, abriu-se espaço para o estudo linguístico e ensino de Libras em ambientes acadêmicos através da criação de cursos de Letras/Libras, a oferta das disciplinas de Libras aos cursos de Licenciatura, a regulamentação e a contratação do profissional TILS (Tradutores e Intérpretes de Línguas de Sinais) em instituições de ensino, além do aumento do número de pessoas surdas frequentando a educação formal, com ênfase no Ensino Superior (BRASIL, 2005).

A partir desse crescimento, a consolidação do reconhecimento da estrutura gramatical própria da Libras e iniciativas de desenvolvimento de materiais pedagógicos para o ensino e aprendizagem dessa, como primeira e segunda língua, tem contribuído para a acessibilidade e permanência das pessoas surdas em diferentes áreas do ensino (PEREIRA; MATTOS, 2017).

Nesse sentido, a acessibilidade dos alunos surdos aos conteúdos em contexto de sala tornou-se uma prioridade de estudo e investigação nesse âmbito da literatura, sendo o processo de superar a exclusão na educação um obstáculo a ser trabalhado, havendo a Libras como fator linguístico determinante para uma comunicação satisfatória nesse processo. A Libras é entendida como primeira língua (L1) das pessoas surdas e deve ser priorizada em consonância à língua portuguesa escrita como L2, além da adaptação/interpretação desta via pela mediação do TILS durante o ensino dos conteúdos em sala de aula inclusiva (BASSO; STROBEL; MASUTTI, 2009).

Assim, nos diversos níveis de ensino, a presença do TILS irá buscar sanar os entraves existentes no processo comunicativo entre surdos e ouvintes, que irá transpor os conteúdos que estão sendo desenvolvidos – pelo professor – em língua portuguesa para a Libras durante as aulas.

No decorrer do processo de tradução e interpretação, várias lacunas podem surgir quando são tratados conceitos e termos abstratos e específicos de determinada área do conhecimento. Essa é uma grande preocupação para as instituições que englobam esse público, uma vez que a escassez de sinais em Libras de cunho científico é elevada (VARGAS; GOBARA, 2013).

Vale ressaltar ainda que a espontaneidade de criação de sinais entre os agentes envolvidos no processo ocorre de forma constante, visto que, para o acompanhamento dos conteúdos das disciplinas, o aluno surdo depara-se com dificuldades tradutórias (SOUSA; SILVEIRA, 2011), como o não conhecimento de determinado sinal em Libras para conteúdos específicos, disposição de uma ambiente que otimize o processo de comunicação visual, sendo essa característica específica da Libras (visuoespacial) em comparação ao português, entre outros. Esses sinais são combinados ou criados no momento das aulas ou em encontros antecipados. No entanto, a maioria não é registrada ou catalogada para uso posterior.

Desse modo, esse trabalho seguiu o seguinte conjunto de questões: (i) como ocorre o processo de realização/elaboração dos sinais referentes aos conceitos voltados para a área técnica de duas disciplinas – Introdução aos Estudos Pedagógicos (EDU 100) e Práticas Educativas: pedagogia do trabalho (ENA 130) – da Educação do Ensino Superior?; (ii) como sucede o método de realização dos sinais; a partir do estabelecimento de classificadores[3] ou da criação de sinais para a tradução/interpretação dos conteúdos? e (iii) quais são os sinais já existentes em acervos consolidados que possam apoiar o desenvolvimento das disciplinas da área da Educação para a inclusão de alunos surdos?

Para atender à complexidade dos questionamentos citados acima, objetivamos catalogar e analisar as formas de uso dos sinais voltados para a área da Educação utilizados no processo comunicacional e criar um acervo institucional em uma IES da Zona da Mata Mineira.

Uma vez que alunos surdos estejam matriculados nessa instituição, realizando cursos que envolvam disciplinas da área da Educação, a catalogação e mapeamento dos sinais utilizados é emergente e torna-se uma importante prática para o acesso aos conteúdos. Esse material é visto como essencial para os alunos já matriculados, e, ainda, para aqueles que irão ingressar nesse âmbito de ensino. Conforme Lacerda; Poletti (2004), a entrada de estudantes na Educação Superior demanda aos cursos a elaboração de materiais de apoio, os quais serão fundamentais para o desenvolvimento e mediação durante o transcurso de ensino. Entendemos assim, os sinais em Libras como um dos elementos essenciais constituintes desse espaço.

Assim, essa pesquisa constatou que a análise de termos em disciplinas da área da Educação no Ensino Superior, com o uso de metodologias lexicográficas[4], torna possível a criação de sinais-termo para o ensino de alunos surdos. Para isso, buscamos tornar institucionais os sinais utilizados no espaço acadêmico com a inserção dos mesmos no Dicionário Online Bilíngue Libras/Português[5] desenvolvido pelo projeto Inovar +[6] em parceria com a Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (CEAD).

Para tal iniciativa, a catalogação de sinais e o estabelecimento de sinalário de áreas específicas contribui com a criação de um histórico de sinais acadêmicos para a apropriação em outras disciplinas da mesma área ao longo dos curso de graduação, assim como, otimiza o processo de mediação linguística dos conhecimentos de alunos surdos que venham a ingressar no Ensino Superior.

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

Neste tópico, iremos apresentar e discutir temáticas que foram imprescindíveis para a pesquisa, como (i) a atuação dos Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais e as estratégias utilizadas e (ii)  o processo de criação de sinais-termo, elencando os desafios e os benefícios que circundam essa modalidade.

2.1 A ATUAÇÃO DE TRADUTORES E INTÉRPRETES DE LÍNGUA DE SINAIS E AS ESTRATÉGIAS TRADUTÓRIAS E INTERPRETATIVAS 

A partir do desenvolvimento da acessibilidade da comunidade surda em meios sociais básicos, como agências bancárias, supermercados, escolas, entre outros, motivados pela Lei nº 10.436/2002 (BRASIL, 2002) e pelo Decreto nº 5.626/2005 (BRASIL, 2005), surgiu a necessidade de buscar por meios que promovessem a comunicação entre surdos e ouvintes. Nesse aspecto, o cenário ideal seria a conscientização em larga escala pelos ouvintes e consequentemente o aprendizado da Libras como L2. Entretanto, diversos são os desafios a serem enfrentados para que isso ocorra, como o descanso com a relevância da Libras como L1 dos surdos e o interesse de professores ouvintes pela língua de sinais.

Nesse cenário, a Lei nº 12.319/2010 (BRASIL, 2010), busca estabelecer essa comunicação com o pleno exercício dos TILS, uma vez que em seu artigo 1º regulamenta a profissão. Ademais, a referida lei descreve as competências necessárias para a atuação dos intérpretes e os cursos de formação necessários. Contudo, possuir “competência para realizar interpretação das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e interpretação da Libras e da língua portuguesa”, como determina a lei, não são suficientes para uma comunicação satisfatória em contexto educacional de Ensino Superior, visto que os aspectos extra-classe interferem de maneira significativa no processo, fazendo com que os TILS necessitem de buscar por métodos e estratégias para melhorar o procedimento.

Para isso, os TILS se apoiam em dois métodos de tradução apontados por Jakobson (1959, apud QUADROS; SEGALA, 2015): (i) a tradução interlingual, usada para a tradução de uma língua para outra e a (ii) tradução intersemiótica, que é aquela usada para a transposição de um sistema de código para outro através de signos não verbais. Além desses, Segala (2010), objetivando introduzir um novo método focado nas línguas de sinais, sugere incluir a tradução intermodal, que estaria submersa no campo das traduções interlinguais.

Ademais, estratégias como o uso da datilologia, explicação através de apontamento e uso de imagens são usadas na interpretação da Libras nos meios acadêmicos, especificamente nas salas de aula onde o principal meio comunicativo para o entendimento do aluno surdo ocorre com a presença do professor e TILS (RODRIGUES; LOPES, 2019).

Nessa perspectiva, cabe aos agentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo (professor e intérprete) estabelecerem diálogos antecipados à aula, uma vez que os TILS podem não possuir domínio em determinado conteúdo, o qual fica a cargo do professor. Mesmo que conheçam o termo em Libras no processo de tradução, muitas vezes não conhecem o conceito, fato esse que eleva a necessidade de contribuição de ambas as partes. De acordo com Pimenta; Lima; Reis (2018), a interação docente – intérprete – aluno surdo só é estabelecida com êxito quando as partes compreendem suas funções e responsabilidades em campo educacional; algo que somente acontece com a colaboração entre os agentes.

Caso esse contato não ocorra de forma antecipada ou em tempo hábil, de acordo com Rodrigues (2012), caberá ao TILS traduzir e interpretar a partir da simultaneidade, situação essa que pode acarretar ao intérprete a necessidade de recorrer às estratégias, como: (a) repetição do sinal para que o locutor do TF (texto fonte) termine de proferi-la; (b) prolongamento do sinal, a fim de diminuir o ritmo emitido em modo oral no TF para melhor entendimento do aluno surdo no TA (texto alvo) e o (c) monitoramento do TILS na sequência de sinais, buscando garantir a significação exata do enunciado.

Rodrigues (2012), ao investigar a atuação de intérpretes com alunos surdos, constatou que essas estratégias são usadas constantemente, elencando que, o ato tradutório e interpretativo, motivado pelas diferenças de modalidade do TF para o TA em uma apresentação acadêmica oral, possui características da linguagem falada, como marcadores conversacionais e marcas prosódicas. Nesse sentido, quando o TA trata-se de uma língua de sinais, a taxa de produção dos sinais é, aproximadamente, metade do número de palavras enunciadas no TF.

Além disso, a atuação dos TILS no Ensino Superior se conflita não somente com as especificidades linguísticas, mas também sociais, motivadas pelo desconhecimento e descaso com a Libras, com o surdo e sua cultura.

Como aponta Rodrigues e Lopes (2019), o aumento da necessidade de atuação do TILS passou a ocorrer, principalmente, a partir do reconhecimento da Libras como meio legal de comunicação e expressão com a promulgação da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 (BRASIL, 2002). A partir disso, outras conquistas legais referentes à Libras e à comunidade surda surgiram, como o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que torna obrigatório o ensino de Libras nos cursos de formação de professores em nível médio e superior (BRASIL, 2005). Tais acontecimentos são discutidos por Pimenta; Lima; Reis (2018).

A oficialização dessa língua significa a quebra de barreiras comunicacionais para os surdos, garantindo que ela seja respeitada, difundida e ensinada, a fim de assegurar o direito das pessoas surdas à comunicação e, através dela, seu acesso à sociedade (PIMENTA; LIMA; REIS, 2018, p. 5).

Nesse cenário de conquistas, a inserção de alunos surdos em meios sociais elevou-se de maneira significativa, ao passo que as instituições receptoras não se mostraram qualificadas para esse acolhimento. Em contrapartida, esse cenário se modifica à medida que os processos colaborativos com a presença dos TILS ocorrem.

Segundo Quadros (2004), os TILS são os mais qualificados para fazer a mediação nas situações comunicacionais que envolvam surdos e ouvintes não falantes de Libras, uma vez que eles dominam a língua de sinais e a língua oral no âmbito da mensagem. Para que isso ocorra, Quadros (2003) apud Pimenta; Lima; Reis (2018) elenca algumas competências necessárias que um intérprete necessita para a atuação: (a) entender a mensagem na língua fonte; (ii) ser capaz de internalizar o significado na língua algo e (c) ser capaz de expressar a mensagem na língua alvo sem lesa a mensagem transmitida na língua fonte.

Dessa forma, no que diz respeito às competências linguísticas e sociais, a atuação dos TILS deve seguir alguns preceitos básicos para que ocorra uma comunicação satisfatória do TF para o TA. Entretanto, fatores externos às línguas motivam a atuação desses profissionais, tornando muitas vezes o ato de tradução e interpretação um desafio a ser encarado no processo educacional dos surdos. Um deles diz respeito às saídas emergenciais no cotidiano da comunicação surdo – intérprete, que, ao se depararem com a dificuldade existente para o entendimento de conceitos específicos, buscam por métodos de incorporação do termo no sinal. Esse assunto será melhor debatido no item a seguir.

2.2 O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE SINAIS-TERMO: POSSIBILIDADES E DESAFIOS

No processo de tradução simultânea do português para a Libras no ensino de surdos, diversas são as dificuldades encontradas, em relação aos termos, conteúdos e significados que a Libras não abarca, com a inexistência de sinais de ou com a falta de comunicação entre os TILS e professores de forma antecipada às aulas. Nesse cenário, o estudo e compreensão dos sinais-termo facilitam esse procedimento, uma vez que sua criação otimiza o entendimento dos conceitos e significados pelo surdo (PROMETI et al., 2015).

A expressão sinal-termo surge em 2012 a partir do trabalho de Faulstich. De acordo com Marinho (2016), a autora cria a nova terminologia com o objetivo de abarcar o significado de “sinais” e “termo” no campo científico, uma vez que somente “sinais” não é suficiente para a designação de conceitos em áreas específicas.

Segundo Faulstich (2014), para as necessidades de uso específico de determinado contexto educacional, o sinal-termo é constituído na Libras, contanto que sirva para representar conceitos referentes às palavras simples, compostas, símbolos ou fórmulas, que venham a ser utilizadas em áreas particulares do conhecimento, como na Educação.

Para melhor explicar a definição de sinal-termo, Prometi et al. (2015) elencam a diferença entre dois sinais da Libras referentes ao mesmo termo na língua portuguesa, um de uso coloquial da comunidade surda e outro usado no contexto científico. No caso, são apresentados dois sinais do termo “coração”; um apresenta o sinal para os significados aplicados no vocabulário informal da Libras que indicam amor, romantismos, entre outros, já no outro sinal, trata-se  do sinal-termo da Libras que representa conceitos da linguagem especializada do conteúdo de anatomia do corpo humano (PROMETI et al., 2015).

Diante disso, os cinco parâmetros elevam o entendimento do conceito do sinal-termo de “coração”: a configuração de mão (CM), com os dedos das duas mãos intercalados; o ponto de articulação (PA) ou locação (L), realizado exatamente sobre o peito esquerdo do sinalizante, evidenciando de forma aproximada o local do corpo em que o órgão se situa; a orientação da palma da mão (OPM), direcionada para o sinalizador, facilitando a compreensão dos demais a respeito do movimento exercido; movimento (M), similar aos batimentos cardíacos e as expressões não manuais (ENM), com o uso das bochechas e dos lábios; uma vez que que todos esses constituintes linguísticos se unem, o entendimento do conceito científico e especializado do termo se dá de forma clara.

Nesse sentido, como aponta Faulstich (1995 apud PROMETI et al., 2015), para a constituição do sinal-termo devemos seguir os seguintes critérios: (i) reconhecer e identificar o público alvo; (ii) estabelecer a área específica de pesquisa; (iii) coletar e organizar os dados obtidos; (iv) constituir um glossário e (v) fazer o teste de validade dos sinais-termo. Resumindo, é necessário buscar os agentes envolvidos na área em que se objetiva pesquisar, sistematizar a metodologia para a ação e ordenar os dados coletados durante o processo, elencá-los em forma  de glossário e voltar a campo para verificar sua validação com os mesmos agentes.

Ainda, buscando estabelecer um processo de explicação dos conceitos para a sinalização em Libras, os autores fazem uso de um modelo de ficha terminológica que é proposto por Faulstich (1995). Segue abaixo o exemplo de padrão da ficha terminológica do Português/Libras e vice-versa:

Tabela 01. Modelo de ficha terminológica PORTUGUÊS/LIBRAS

PORTUGUÊS – LIBRAS
ent. palavra ou termo
var. caso haja
cat. sempre marcado
gên. sempre marcado
def. em texto português e abreviado
cont. em texto português

Fonte: Faulstich (1995 apud PROMETI et al., 2015).

  • entrada [ent.] Unidade linguística que possui o conteúdo semântico da expressão terminológica na linguagem de especialidade. É o termo propriamente dito, o termo principal.
  • variante [var.] Formas concorrentes com a entrada, As variantes correspondem a uma das alternativas de denominação para um mesmo referente. Elas podem ser variantes terminológicas linguísticas e variantes terminológicas de registro.
  • categoria gramatical [cat.] Indicativo da categoria, na gramática da língua, a que pertence o termo ou da estruturação sintático-semântica do termo. Pode ser s = substantivo; v = verbo; st = sintagma terminológico; utc = unidade terminológica complexa etc.
  • gênero [gên.] Indicativo do gênero a que pertence o termo na língua descrita, como m = masculino; f = feminino.
  • definição [def.] Sistema de distinções recíprocas que servem para descrever conceitos pertinentes aos termos.
  • contexto [cont.] Fragmento de texto em que o termo principal aparece registrado, transcrito com o fim de demonstrar como é usado na linguagem de especialidade.

 Tabela 02. Modelo de ficha terminológica LIBRAS/PORTUGUÊS

LIBRAS/PORTUGUÊS
ent. foto
var. em foto, se tiver
cat. sempre marcado
gên. se for inanimado não é necessário marcar o gênero, caso contrário, será necessária a marcação
def. em glosa
cont. em glosa
imagem figura ou desenho
fonte onde tirou a figura ou desenho

Fonte: Faulstich (1995 apud PROMETI et al., 2015).

Nesse processo, é válido salientar que a presença do Surdo é extremamente importante, uma vez que, por se tratar de um indivíduo falante da Libras como L1, os resultados na constituição dos sinais-termo serão mais abrangentes no que diz respeito a validação com as especificidades linguísticas da língua. Além disso, as comunidades de estudos linguísticos devem buscar contato com outras comunidades, para que ocorra a troca de experiências e apoio mútuo no processo de representação dos sinais-termo na Libras.

3. METODOLOGIA

A abordagem da pesquisa é de cunho documental e qualitativa. De acordo com Godoy (1995), esse método é constituído por fontes de dados e pelo pesquisador, sendo o último, responsável por compreender os fenômenos que estão sendo estudados a partir da perspectiva dos participantes. Assim, estabelecemos essa metodologia visando melhorias para o processo de ensino e aprendizagem de pessoas surdas em disciplinas ministradas na área da Educação no Ensino Superior.

Em seguida, foi realizado um levantamento documental que, conforme Gil (2008), oportuniza a verificação e análise de dados que ainda não receberam um tratamento analítico, tais como dicionários, gravações, materiais disponíveis online, entre outros. Em seguida, efetuamos a verificação das disciplinas que acolheram alunos surdos matriculados na área da Educação. Para isso, foi necessário entrar em contato direto com a coordenadoria do Departamento de Educação da IES.

A escolha das disciplinas ocorreu a partir de três parâmetros de relevância: (i) o número de possíveis alunos abarcados pelas disciplinas, (ii) a sequência de futuras disciplinas exigidas pelo cumprimento dessas e (iii) o fato de serem disciplinas obrigatórias pelos seus respectivos cursos (Pedagogia e Educação do Campo), elevando assim, a possibilidade de futuros alunos surdos as cursarem. A partir disso, foi possível estabelecer temáticas inseridas nas disciplinas Introdução aos Estudos Pedagógicos (EDU 100) e Práticas Educativas: pedagogia do trabalho (ENA 130), que serviram de orientação para a posterior catalogação dos termos e verificação da existência de sinais em Libras para os mesmos. Em seguida, compilamos as bibliografias básicas e complementares, elencando quais termos e conceitos específicos da disciplinas poderiam ser representados em Libras para os alunos surdos.

Posteriormente, foram realizadas entrevistas com os TILS[7] da instituição, a fim de analisar o contexto de tradução e interpretação, criação de sinais-termo e a potencialidade de uso das fichas terminológicas. Para isso, nos valemos do método etnográfico e entrevistas semi-estruturadas, que consiste na descrição detalhada de situações, eventos, interações e comportamentos observáveis, incorporando o que os participantes relatem de suas experiências, pensamentos e reflexões (GONZÁLEZ; HERNANDÉZ, 2003).

Nessa etapa de entrevista, o contato com os colaboradores se deu de forma online, uma vez que, motivado pelo contexto de pandemia da Sars-CoV-2 (coronavírus), o isolamento social estava sendo implementado na instituição.

Como esse trabalho exerceu o contato com indivíduos com a aplicação de entrevistas, a pesquisa foi registrada com a aprovação do Comitê de Ética[8].

A seguir, apresentaremos a análise e discussão dos dados do relato dos TILS atuantes na IES e apontaremos fatores que desencadeiam no processo de constituição dos sinais-termo em meio acadêmico científico.

4. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS 

4.1 RELATO DOS TILS ATUANTES NA INSTITUIÇÃO: A POSSIBILIDADE DE USO DAS FICHAS TERMINOLÓGICAS

Com relação às estratégias de tradução e interpretação de conteúdos em português para a Libras, as fichas terminológicas propostas por Faulstich (1995) podem atuar como ferramentas no auxílio aos TILS, em virtude de possibilitar de forma sistemática a descrição clara e precisa do termo. Com a explicação do conteúdo para o surdo, o apoio de linguistas e TILS com o uso das fichas, a elaboração do sinal-termo pode se dar de forma natural, uma vez que a Libras é capaz de se valer de explicações abstratas, científicas e imagéticas (GESSER, 2009). Isso pode ser notado com a entrevista aplicada com os intérpretes, evidenciado na fala do TILS 1, quando indagado a respeito do potencial que essa estratégia pode oferecer aos tradutores e intérpretes da instituição:

Total potencial!!!! E aí é de extrema necessidade, meu Deus do céu! Agora, a dificuldade que eu vejo, Lael, é a divulgação e socialização desses trabalhos, né?! E esses trabalhos são de suma importância, porque o que nós queremos não é padronizar uma língua, mas a gente quer disseminar o conhecimento dessa língua né?! As terminologias… os sinais-termo dessa língua né?! E assim, essa disseminação que eu vejo como dificuldade. Às vezes a pesquisa sai legal, o trabalho sai legal, o dicionário sai legal… mas não tem acesso comunitário né?! Então acaba que o intérprete do Rio de Janeiro e do Amazonas vai usar um sinal totalmente diferente do que vocês tá usando, e aí modifica a linha contínua da interpretação da língua né?! esse que é complicado – TILS 1, 2021 (Produzido pelos autores, 2021).

Nota-se também, através do relato do TILS 1, a necessidade de se divulgar os trabalhos científicos, a fim de colaborar com a disseminação da cultura surda e dos sinais-termo que já estão constituídos para determinado conceito. Outra questão existente na constituição dos sinais-termo diz respeito à visão de mundo de cada indivíduo inserido na comunidade linguística da Libras, já que uma parcela dos surdos entrou em contato com o processo de alfabetização tardiamente e muitas vezes, com o uso de metodologias inadequadas para o ensino de Libras.

Assim… uma outra questão que observamos é a demanda de apoio de conceitos básicos com o aluno surdo também. Muitas vezes o aluno surdo não teve uma formação adequada, né? Por exemplo: vocês nos apresentaram uma série de temáticas debatidas nas disciplinas aqui… muito provavelmente o aluno surdo não sabe o conceito de Educação Libertadora de Paulo Freire… aí a gente tem que buscar entender a explicação do professor e usar outros sinais, é assim. Isso faz com que ele tenha mais dificuldade nas disciplinas do que os alunos ouvintes… isso muitas vezes gera um certo constrangimento, mas sabemos que o próprio professor pode dar um apoio maior e que muitas vezes não ocorre… a falta de paciência… o desconhecimento da Comunidade Surda e sua cultura – TILS 1, 2021 (Produzido pelos autores, 2021).

Nesse contexto, Sacks (2010) aponta que as dificuldades das instituições de ensino em se adequarem aos métodos benéficos para a alfabetização dos surdos é elevada, mesmo que estas, quando aplicadas corretamente, demonstram bons resultados. Esse processo gera a constituição de sinais não compartilhados, uma vez que o surdo, não usuário da Libras, se faz valer de sinais caseiros e combinados.

Ainda, a TILS 2, quando questionada sobre a possibilidade de contato com professores para a aplicação de estratégias que potencializam a tradução e interpretação, relatou o seguinte:

Olha… a gente já teve de assim, de muitas vezes não ter esse primeiro contato, de muitas vezes chegar na sala de aula assim, no escuro mesmo, de não saber o que o professor vai, iria dar na sala de aula, então a gente foi né?! na cara e na coragem, mas hoje em dia esse contexto vem modificando muito, porque como as disciplinas são muito específicas, os professores agora têm consciência né… de que a gente precisa ter esse primeiro contato com os materiais, de ter o contato com o professor anteriormente pra poder passar um pouco do que ele né, do que vai ser de conteúdo naquela aula, então hoje isso já tem melhorado bastante, mas assim, a gente tem aqueles professores que manda o material… que reúne com a gente né?! Nós tivemos no semestre retrasado um professor que se reunia toda semana com a dupla que iria interpretar na turma dele. Isso nos ajuda sempre… essa conscientização favorece o emprego das fichas terminológicas que passaremos a usar agora, graças a sua pesquisa. – TILS 2 (Produzido pelos autores, 2021).

A partir disso, não somente dentro desse cenário precário de alfabetização, mas também nas IES brasileiras nas quais o ensino de Libras ocorre de forma efetiva, a necessidade de se compartilhar os métodos utilizados para a comunicação dos surdos é proeminente, uma vez que a padronização dos sinais é necessária para a atuação adequada dos intérpretes e consequentemente para transmissão do conhecimento aos surdos (CARDOSO, 2017).

Dessa forma, observando a utilização desses materiais propostos neste trabalho, a TILS 2, nos relata como ocorre o desenvolvimento do sinal em Libras sobre conceitos científicos, utilizando da parceria estabelecida com os alunos surdos:

É, o sinais específicos é um grande é… é… um pouquinho difícil né?! Porque nem nós intérpretes, muitas vezes, nem nós intérpretes nem o aluno surdo tem o conhecimento desses sinais, então acaba que quando a gente inicia essa disciplina, é… né?! Em momento de início, a gente tenta fazer um classificador… ou a gente vai na datilologia mesmo, porque a conceituação específica ainda não tem sinal, então a única saída que a gente tem é fazer algum classificador ou tentar explicar, ou pedir o professor para escrever o conceito no quadro, né?! Por isso que estou enfatizando aqui com você como essas fichas terminológicas irão nos ajudar para criar esse material mesmo. Esse acervo que vocês estão criando precisa ser divulgado… o aluno surdo será muito beneficiado por isso, pode ter certeza. – TILS 2, 2021 (Produzido pelos autores, 2021).

Nesse contexto, compreendemos que a representação do significado do signo linguístico de uma língua visual espacial na forma escrita não é simples. A fidelidade ao significado depende do entendimento, principalmente das expressões não manuais marcadas no momento da sinalização que, como aponta Quadros e Karnopp (2004), são os principais responsáveis pela transmissão dos sentimentos e intensidade dos sinais em Libras, o que também vale para a significação de termos em áreas específicos do conhecimento.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No processo de criação de sinais-termo em áreas específicas, a validação com a comunidade surda e acadêmica (linguistas, professores e intérpretes) é de suma importância. Entender a melhor forma da constituição do sinal-termo, buscando a explicação do conceito é necessária para o avanço da educação e entendimento dos surdos acerca do conteúdo lecionado no Ensino Superior.

Compreendemos que a metodologia usada nesta pesquisa é favorável para a coleta de termos para a verificação de sinais existentes. Tendo em vista a falta de sinais específicos, a catalogação e elaboração das fichas terminológicas auxiliam os envolvidos na comunicação, para que possam estabelecer sinais combinados para facilitar o entendimento do aluno surdo e desenvolver a Libras em ambiente acadêmico, tornando esses sinais oficiais dentro da comunidade surda.

Consideramos que, com a análise de toda a bibliografia das disciplinas, foi possível estabelecer análises de corpus textuais minuciosas, otimizando o processo do estudo. Vale ressaltar que, com a aplicação dessa estratégia, a função do pesquisador não é negligenciada, já que o mesmo necessita de análises prévias do conteúdo, dos indivíduos envolvidos no processo, dos parâmetros estabelecidos para análise e se os termos trabalhados nas disciplinas são validados pelos intérpretes.

Ressaltamos por fim que, mesmo com a aplicação das entrevistas no formato remoto, foi possível compreender, de maneira detalhada, os fatores que circundam a atuação dos intérpretes no processo de tradução e interpretação de  conteúdos específicos do Ensino Superior. Para essa constatação, as entrevistas semi-estruturadas foram de suma importância, visto que com o material gravado, as transcrições dos relatos dos TILS favoreceram o entendimento das estratégias utilizadas, das expectativas dos mesmos e de possíveis metodologias que possam ser adotadas, como a aplicação de fichas terminológicas constituídas pelos três principais atuantes nesse processo: professor – intérprete – aluno surdo. Ainda sim, a validação desses sinais deve se dar a partir de bibliografias consolidadas ou não no meio acadêmico, em virtude da elevada gama de materiais produzidos em meio digital ou impresso.

REFERÊNCIAS

BASSO, I. M. de S.; STROBEL, K. L.; MASUTTI, M. Metodologia de ensino de Libras-L1. Florianópolis: UFSC, 2009.

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APÊNDICE – REFERÊNCIA NOTA  DE RODAPÉ

3.“Este fenômeno linguístico é uma representação visual de objetos e ações de forma quase que transparente, embora apresente características convencionadas de forma arbitrária” (QUADROS; PIZZIO; REZENDE, 2009)

4. A lexicografia é a ciência responsável pelo desenvolvimento de métodos e técnicas de produção das obras dicionarísticas na sua variedade de formas (monolíngues, bilíngues, semibilíngues, escolares, gerais, infantis, etc) (SALVIANO, 2014).

5. O Dicionário Online Bilíngue Libras/Português é um software criado com o propósito de utilização como ferramenta comunicacional, no sentido de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem da Libras em diferentes instâncias do Ensino Superior. Ainda, é considerado uma Tecnologia Digital de Informação e Comunicação (TDIC) que busca, através de ações interdisciplinares voltadas à acessibilidade na instituição, tornar a interação entre agentes surdos e ouvintes mais efetiva, propondo o uso da mesma. Tal ação ocorre por meio da escrita de projetos, do desenvolvimento de pesquisas e da participação em eventos para a divulgação da ferramenta.

6. O projeto Inovar + desenvolve, por meio de ações interdisciplinares, trabalhos que corroboram com a acessibilidade no contexto de uma IES da Zona da Mata Mineira, desenvolvendo ferramentas pedagógicas que auxiliem no processo de ensino e aprendizagem.

7. Vale ressaltar que os TILS colaboradores da pesquisa foram abordados mantendo-se o sigilo de suas identidades, respeitando as normas de ética.

8. A submissão ocorreu relacionada ao projeto Inovar +, a qual esta pesquisa está vinculada e oferece suporte referente à entrada em campo com a realização de entrevistas. A pesquisa com o nº199550 foi registrada no Sistema de Pesquisa e Pós Graduação da instituição.

[1] Mestrando em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa; Graduado em Letras – Português e Literatura de Língua Portuguesa (UFV). ORCID: 0000-0003-3617-8962. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2116211504063932.

[2] Orientadora. Pós-Doutorado. University of California, Los Angeles, UCLA, Estados Unidos; Doutorado em Antropologia Social (Conceito CAPES 7). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil; Doutorado em Estágio no Exterior. University of Texas at Austin, UT Austin, Estados Unidos; Mestrado em Extensão Rural (Conceito CAPES 4). Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; Especialização em Educação Especial. (Carga Horária: 570h). Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; Graduação em Educação Especial – Hab Def. da Audiocomunicação. Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil. ORCID: 0000-0001-5755-2592. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4847726396513108.

Enviado: 28 de fevereiro, 2023.

Aprovado: 11 de abril, 2023.

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Lael Machado Rodrigues

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