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A inserção das novas tecnologias digitais na educação em tempos de pandemia

RC: 77832
2.086
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/a-insercao

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

LIMA, José Maria Maciel [1]

LIMA, José Maria Maciel. A inserção das novas tecnologias digitais na educação em tempos de pandemia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 03, pp. 171-184. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/a-insercao, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/a-insercao

RESUMO

O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, com uma abordagem de cunho qualitativa, com dados e informações colhidas em websites, blogs, artigos científicos e livros. Tem como principal objetivo discutir a inserção das novas tecnologias da informação e comunicação, nas práticas pedagógicas remotas, em tempos de Pandemia. Inicialmente, aborda-se o contexto educacional no momento pandêmico, enfatizando o fechamento das escolas, o distanciamento social e a difícil realidade dos professores em ter que se habituar ao “novo normal” das aulas remotas. Em seguida, aborda-se a inserção das novas tecnologias digitais na educação e suas contribuições para o ensino remoto, salientando o papel do professor como um agente fundamental para dar continuidade as atividades pedagógicas fora do ambiente tradicional de sala de aula. Endossando esta seção, no próximo tópico, segure-se algumas ferramentas do Google que podem ser bastante úteis, se o professor souber aproveitá-las, tanto em momento pandêmico, quanto em outras situações. E para finalizar, apresenta-se um relato de experiência de uma professora da rede municipal de ensino, do município de Carnaíba (PE). Em linhas gerais, os estudos nos revelaram que as tecnologias da informação e comunicação devem ser integradas a educação, não somente por causa da pandemia, mas por fazerem parte da vida da maioria dos alunos, e serem ferramentas e recursos que podem contribuir com a formação plena dos discentes, protagonizando os seus projetos de vida e prepará-los para viverem na sociedade do século XXI.

Palavras-chave: Tecnologia, educação, pandemia, professor, aluno.

1. INTRODUÇÃO

O avanço das tecnologias e sua necessidade de inserção na educação, tem ocasionado grandes mudanças, no ambiente educacional, que exigem dos professores competências e habilidades, antes, desnecessárias às práticas docentes. Desse modo, é fundamental que os professores se adequem a esse novo paradigma educacional emergente, seja pela exigência do momento, ocasionado pela Pandemia do novo Corona Vírus, ou pela necessidade de se adequar ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da realidade dos nossos alunos, que atendem pela denominação de nativos digitais.

As tecnologias da informação e comunicação oferecem uma ampla possibilidade de opções de recursos e ferramentas para inovar a prática pedagógica, em sala de aula, principalmente, durante a pandemia do novo corona vírus.  A escola não pode negar aos alunos, o direito aos recursos tecnológicos, considerando que esses, fazem parte do dia a dia deles, e os utilizam para realizar uma infinidades de tarefas. Sendo assim, parece-me interessante e motivador a inserção dos recursos tecnológicos para auxiliar docentes e discentes na construção e divulgação do conhecimento, independente do momento e do ambiente de aprendizagem.

Diante disso, exigem-se mudanças na postura dos docentes e dos agentes evolvidos na elaboração dos materiais didáticos e no planejamento das técnicas de ensino. É necessário que a abordagem tradicional ceda lugar ao ensino com base nas novas tecnologias. Porém, não basta, somente, saber manusear um computador, é preciso ter domínio das novas tecnologias – é necessário possuir competências e habilidades, imprescindíveis, para utilizar e aplicar os aparatos tecnológicos, em sala de aula, de forma crítica, criativa e colaborativa, visando à formação plena do aluno, para se viver no século XXI. Desse modo, de nada adianta ter todos aos recursos tecnológicos disponíveis e continuar preso à práticas tradicionais de ensino. O importante é saber usar as tecnologias de forma adequada, para não continuar, apenas, no tradicionalismo e reduzir o ensino a mera instrução.

Nesta perspectiva, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, baseada em uma abordagem qualitativa, com o objetivo de refletir sobre a inserção dos recursos digitais nas práticas pedagógicas remotas, verificando quais as contribuições da inserção dos recursos e ferramentas das novas tecnologias na educação, durante a pandemia do novo corona vírus. Para finalizar, apresenta-se um relato de experiência com a utilização da ferramenta Google Sala de aula, vivenciado por uma professora do município de Carnaíba (PE), durante a pandemia.

2. O CONTEXTO EDUCACIONAL EM MOMENTO PANDÊMICO

A Pandemia do novo corona vírus que causa a doença COVID-19, que já ocasionou a morte de milhares de pessoas, em todo o mundo, acarretando danos irreparáveis de ordem: psicossocial, econômico e político, modificando o contexto social mundial, de forma disruptiva, do dia para noite. Em consequência disso, o contexto educacional, tem vivido dias atípicos. No Brasil, as escolas, no mês março de 2020, tiveram que fechar suas as portas, em decorrência do primeiro óbito, ocorrido em fevereiro do mesmo ano, no País. Além disso, a rápida proliferação do Vírus, assustou os órgãos governamentais que regulamentam e controlam a Saúde a nível nacional, e medidas que evitassem o contágio do vírus tiveram que ser adotadas, a maioria dos países, optaram pelo distanciamento ou isolamento social. “Repentinamente tivemos que adaptar nossas atividades a um novo contexto… Em 24 horas, muito do que sabíamos sobre educação deixou de valer. Não podíamos mais encontrar nossos alunos nas nossas salas de aula e os processos educativos tornaram-se digitais” (FDT, 2020, s/p).

Em consequência disso, as escolas que antes eram ambientes agitados, altamente barulhentos e com bastante aglomerações, cederam lugar para espaços vazios que, para quem estava habituado a esta rotina, assusta, causando tristeza e estranheza. O espaço formal de aprendizagem que foi projetado para socializar e divulgar conhecimento, compartilhar experiências de vidas, em alguns lugares, ainda permanecem desertos. Além disso, objetivando proteger a vida dos alunos, o contato social foi proibido, o abraço, o aperto de mão e outros cumprimentos em forma de toques humanos, são visto como algo perigoso, que ameaça a saúde e a vida de docentes e discentes, pois a COVID-19, em muitos casos, é letal.

COVID-19 é a doença infecciosa causada pelo novo Corona vírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. […] As evidências disponíveis atualmente apontam que o vírus causador da COVID-19 pode se espalhar por meio do contato direto, indireto (através de superfícies ou objetos contaminados) ou próximo (na faixa de um metro) com pessoas infectadas através de secreções como saliva e secreções respiratórias ou de suas gotículas respiratórias, que são expelidas quando uma pessoa tosse, espirra, fala ou canta. As pessoas que estão em contato próximo (a menos de 1 metro) com uma pessoa infectada podem pegar a COVID-19 quando essas gotículas infecciosas entrarem na sua boca, nariz ou olhos (OPAS, 2021, s/p).

De acordo com OPAS (2021), a melhor maneira de se proteger do vírus é adotar algumas medidas de proteção, recomendadas pelos órgãos mundiais e nacionais de saúde. Dessas medidas, podemos citar as principais: manter o distanciamento ou o isolamento social, usar máscara, lavar as mãos com frequência e higienizá-las com álcool ou álcool em gel, cobrir a boca com um lenço de papel ou cotovelo dobrado ao espirrar ou tossir.

Diante desse contexto de isolamento e distanciamento social, onde impera o medo e a insegurança, a educação não pode ser deixada para outro momento, estamos vivendo uma era denominada de era digital, cujas tecnologias da informação e comunicação emergem a todo vapor. Os nossos alunos – os nativos digitais, convivem, diariamente, com esses recursos, seus afazeres diários, envolvem, em quase tudo, senão em tudo, o uso das novas tecnologias. Diante disso, é necessário e urgente que se inclua, na educação, nas práticas pedagógicas, principalmente, neste momento pandêmico, os recursos tecnológicos como suportes didáticos, para atingir a nossa clientela, que se encontra em isolamento social. Vale ressaltar, que sabe-se que a inclusão digital ainda é uma realidade de poucos, mas certamente, o professor saberá ou pensará em uma maneira de alcançar aqueles que não tem acesso as novas tecnologias. Fácil não é! Mas o que seria de nós, professores, brasileiros, sem os desafios que enfrentamos em nossas escolas, diariamente? Reflitamos! Na seção seguinte, discutiremos e inserção das novas tecnologias na Educação.

3. A INSERÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO REMOTO

As mudanças ocorridas no âmbito social, ocasionadas pelas novas tecnologias da informação e comunicação, têm impactado disrupções em todos os setores sociais. E, consequentemente, a escola como instituição social, destinada a ofertar a educação formal, é atingida por essas transformações, causadas pelos avanços tecnológicos. Essas transformações, podem ser aceitas pelas instituições educacionais de forma negativa ou positiva, dependendo de como a gestão, o corpo administrativo, todos os agentes envolvidos no processo ensino/aprendizagem e, principalmente, o corpo docente – vão encarar e aproveitar essas mudanças, para incorporá-las à educação e lograr vantagens das novas tecnologias, aplicando-as em sala de aula, ou em qualquer ambiente de aprendizagem, principalmente, em tempos de pandemia.

Destarte, exige-se mudanças na postura de todos os evolvidos no processo ensino/aprendizagem, principalmente, nas atitudes dos docentes, que devem ser os responsáveis em elaborar os materiais didáticos destinados às práticas pedagógicas, no ensino remoto, presencial ou híbrido. Desse modo, é necessário que a abordagem tradicional ceda lugar ao ensino com base nas novas tecnologias. É importante ressaltar que, não basta saber utilizar e ter o domínio dos recursos tecnológicos – é necessário adquirir competências e desenvolver habilidades necessárias ao letramento digital – concebido por Rojo (2004), como multiletramentos. Mais importante que tudo isso, é saber criar e aplicar novas técnicas metodológicas, pois, o simples o uso do computador, pelo computador, fará com que o ensino se torne tradicional e instrucionista, sem criatividade e a criticidade, tanto exigidas para as práticas sociais para se viver no século XXI.

Segundo Ramos (2021), neste cenário disruptivo, parece pairar um temor: o ensino híbrido vai substituir o professor?

O ensino hibrido mediado pelas novas tecnologias/recursos digitais vai depender cada vez mais da intervenção pedagógica do professor. Entretanto, vai substituir aqueles professores que não forem capazes de fazer uso pedagógico pertinente e eficaz dos recursos digitais. Num cenário disruptivo, espera-se um professor criativo, inovador, capaz de promover o potencial pleno de seus alunos na perspectiva de viabilizar o seu projeto de vida! (RAMOS, 2021, s/p).

Segundo Lima (2021), neste novo contexto, o professor precisa compreender que não será substituído pelas novas tecnologias da informação e comunicação, os recursos tecnológicos devem ser encarados, pelo docente como um apoio, uma rica opção didática, e não como um rival concorrente ao seu posto de mediador do conhecimento. Corroborando com esse pensamento, (SANTOS, apud LIMA, 2021), afirma que, o papel do professor não muda perante as novas metodologias. Os Professores são mediadores de conhecimentos e diante das novas tecnologias educacionais, deparam-se com parcerias colaborativas que podem oferecer novas possibilidades para desenvolverem as suas práticas docente, sejam através do ensino, exclusivamente, presencial ou híbrido, dependendo do momento.

O professor não se tornou menos importante nesse contexto, mesmo porque, faz parte dele, mas os papéis já não são mais os mesmos. É necessário refletir sobre como as tecnologias e as propostas de ensino à distância podem contribuir com a aprendizagem dos alunos (SANTOS apud LIMA, 2018, p. 4).

Reforçando e ampliando a ideia de Ramos (2021), o ensino por mediação tecnológica será cada vez mais dependente da intercessão do professor. Por outro lado, o docente que não desenvolver a capacidade de fazer uso pedagógico de forma criativa e crítica dos recursos tecnológicos, terá que buscar formação permanente ou continuada, para acompanhar o desenvolvimento das tecnologias e dos alunos – nativos digitais, porque o ensino presencial continuará, após a pandemia, mas não aquele ensino presencial de um professor diante de uma lousa, escrevendo conteúdos que, normalmente, já estão postos, seja na internet ou em outros ambientes de aprendizagem que o aluno tem acesso, e muito menos, alunos enfileirados copiando aquilo que o professor esteja copiando na lousa, esse panorama, certamente mudará.

Nesse cenário, preconizado por muitos estudiosos como “novo”, vai-se precisar, mais do que nunca, de professores criativos, inovadores, capazes de promover o potencial pleno de seus alunos, na perspectiva de viabilizar o projeto de vida desses discentes. Desse modo, aquele professor que apenas exerce o papel de repassar informações, sem promover a criatividade e a sede pela pesquisa, não serão mais uteis, pois, não contribuirão para o desenvolvimento pleno dos estudantes, para atuarem na sociedade do século XXI. Sendo assim, uma das principais funções da escola, através da figura e da ação do professor é preparar o aluno para o futuro (RAMOS, 2021, s/p).

Desta feita, vamos precisar reconfigurar uma nova sala de aula mais flexível, capaz de promover o desenvolvimento pleno dos nossos alunos, isso significa não somente desenvolver as habilidades cognitivas tradicionais, mas também as habilidades e competências que são fundamentais para se viver no século XXI, que se integram e que dialogam, diretamente, com as competências cognitivas, chamadas competências socioemocionais. Esses tipos de competências, alguns estudiosos já a denominaram de competências híbridas. Vale ressaltar que essas habilidades e essas competências, que são tão importantes para se viver no século XXI, não se ensinam, elas se desenvolvem no processo ensino/aprendizagem (RAMOS, 2021).

Precisamos nos preocupar em dizer que o conhecimento ainda importa, mas só o conhecimento não é suficiente. Devemos nos preocupar em analisar, avaliar ter o domínio do próprio aprendizado, trabalhar em equipe, conectar o conhecimento a problemas da vida real para que o aluno entenda que por ele é relevante. Isso quebra o argumento de que o conhecimento não importa e o que importa mesmo são as habilidades. As pessoas que defendem o conhecimento diriam: “não é possível desenvolver habilidades a manos que você tenho conhecimento”. A melhor coisa do ensino hibrido é que podemos ter os dois (ARNETT, apud RAMOS, 2021, s/p).

Diante das discursões arroladas nesta seção, é necessário acrescentar que as novas tecnologias da comunicação e informação, serão inseridas na prática pedagógica, em sala de aula, ou em quaisquer outros ambientes de aprendizagens, através do professor. Desse modo, frente ao cenário atual, faz-se necessário e urgente que o docente se qualifique, não somente para atender as necessidades educacionais de seus alunos, no momento pandêmico, mas para acompanhar o desenvolvimento e o avanço das novas tecnologias, em um cenário disruptivo, que necessita de um professor criativo, inovador, capaz de promover o pleno desenvolvimento das potencialidades de seus alunos para o século XXI.

4. SUGESTÃO DE ALGUMAS FERRAMENTAS GOOGLE PARA SE UTILIZAR NO ENSINO NÃO-PRESENCIAL DURANTE A PANDEMIA

De acordo com Santos (2020), o cerne de qualquer espaço escolar é a sala de aula. A pandemia do novo Corona vírus, obrigou as escolas fecharem suas portas, e professores e alunos tiveram que se adequar a essa nova realidade, utilizando as novas tecnologias da informação e comunicação para dar prosseguimento as atividades pedagógicas de forma remota.

Diante disso, as ferramentas do Google ganham destaque como as melhores opções que oferecem recursos flexível e dinâmicos para dar continuidade, de forma remota, ao processo de ensino/aprendizagem. Para exemplificar algumas dessas ferramentas do Google, vamos demonstrar as mais ricas em recursos e opções didáticas.

4.1 GOOGLE SALA DE AULA OU GOOGLE CLASSROOM

De acordo com Santos (2018), o Google Sala de Aula abriga grande parte dos mais importantes serviços do G-Suite for Education, juntamente com o Gmail, Google Drive, Calendar, Google Docs, Planilhas, Hangouts, Formulários, Slides, Google Sites, Google Maps, dentre outras. Desse modo, essa ferramenta é fundamental para o desenvolvimento de metodologias ativas, no ensino remoto, em tempos de pandemia.

O Google Sala de Aula é uma sala virtual, onde o professor organiza as turmas e direciona os trabalhos, usando ou não as demais ferramentas do Google Apps. O professor acompanha o estudante no desenvolvimento das atividades e, se necessário, atribui comentários e notas nas produções realizadas. A cada nova atividade inserida, os estudantes recebem uma mensagem no e-mail, independente se o estudante compareceu nas aulas presenciais e há a possibilidade do estudante participar ativamente das atividades complementares ou de pesquisa. Além disso, o professor pode convidar os responsáveis dos estudantes, cadastrando seus e-mails, para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos nas atividades, agendas e avisos pertinentes – um vínculo que aproxima família e escola (SCHIEHL e GASPARINI, 2016, s/p).

Nas palavras de Santos (2018), apesar do Google Sala de Aula ser uma das principais ferramentas educacionais disponíveis no Google, o seu principal diferencial, quando comparado com Ambientes Virtuais de Aprendizagem, por exemplo, é a possibilidade de ampliar a sua forma de uso através das outras ferramentas da empresa, que a cada dia inova sua lista de ferramentas e recursos disponíveis.

4.2 BLOGGER

Na tentativa de encontrar uma definição para Blogger, buscou no Wikipédia e encontrou-se a seguinte definição: “[…] é um serviço do Google, que oferece ferramentas para edição e gerenciamento de blogs, de forma semelhantemente ao WordPress, mais indicado para usuários que nunca tenham criado um blog, ou que não tenham muito familiaridade com a tecnologia” (WIKIPÉDIA, 2012, s/p). Nas palavras de Bottentuit et al. (2011, p. 29-30)

É uma página na web que se pressupõe ser atualizada com grande frequência, através da colocação de mensagens – que se designam “posts” – constituídas por imagens e/ou textos normalmente de pequenas dimensões (muitas vezes incluindo links para sites de interesse e/ou comentários e pensamentos pessoais do autor) e apresentadas de forma cronológica, sendo as mensagens mais recentes normalmente apresentadas em primeiro lugar.

A utilização do Blogger pode ser muito importante, neste momento pandêmico, porque os alunos, geralmente, sentem a necessidade de expressar suas experiências sobre uma variedade de assuntos, e essas experiências podem ser compartilhadas com colegas de turma, ou com um público bem mais amplo, já que a web 2.0 permite a interatividade entre os internautas. “[…] o blog é a ferramenta ideal porque permite a discussão e troca ideias na rede e a criação de verdadeiras comunidades de interesses em torno dos mais diversos temas” (BOTTENTUIT et al., 2011, p. 30).

4.3 GOOGLE DRIVE

Google Drive é uma ferramenta riquíssima no quesito compartilhar conhecimentos, por isso, pode ser bastante útil, considerando o momento em que o contato social deve ser evitado. Além disso, o Google Drive comporta o Google Docs, que disponibiliza uma variedade de opções de aplicações e produções de diversos materiais que podem ser compartilhados em rede, possibilitando a edição de documentos, planilhas de cálculos, apresentações, vídeos, fotos, mapas e outras materiais. O Google Drive ancora-se na concepção de computação em nuvem. Sendo assim, os internautas dispõem da possibilidade de armazenar arquivos, compartilhar através de links de compartilhamentos, administrado pelo usuário da conta Gmail ou pelo administrador da ferramenta Google Sala de Aula, por ser um dos Apps vinculados a ela. Além disso, considerando a funcionalidade da ferramenta em nuvem, o Google drive pode ser acessado de qualquer computador ou outros dispositivos compatíveis, ligado à internet. Além de todas essas vantagens, o Google Drive coloca a inteira disposição do usuário, uma série de aplicativos on-line, sem que esses programas estejam instalados no computador do internauta, cujo mesmo, pode fazer uso quando achar necessário.

4.4 GOOGLE LIVROS OU GOOGLE E-BOOKS

É uma ferramenta do Google que oferece uma gama de livros e E-books online. A partir dessa ferramenta é possível ler livros e revistas, fazer download deles, citá-los, consultá-los, traduzi-los. A origem desse material que é disponibilizado pela Google de forma gratuita têm fontes diversas. Muitos desses livros são fornecidos pelos editores, outros são digitalizados e disponibilizados na nuvem, através do Projeto Biblioteca pertencente ao Google.  Sendo assim, esse recurso da Google pode ser disponibilizado para os professores utilizarem como recursos didáticos, na elaboração e execução de suas aulas. A busca por estes materiais podem ser realizadas por título, autor, ISBN ou palavras-chaves (SANTOS, 2018).

4.5 YUTUBE EDU

Segundo Santos (2018), no ano de 2006, a plataforma YuTube foi comprada pela Google, que a transformou numa das maiores plataformas de compartilhamentos de vídeos, da atualidade. Com ascensão da profissão de “yutuber”, essa ferramenta Google, premiou aos usuários comuns como criadores de seus próprios materiais, com a vantagem de poder manipular e produzir imagens e vídeos e disponibilizá-los na nuvem.

Na atualidade, tem-se o YuTube voltado somente para a educação, onde são disponibilizadas vídeo-aulas de professores para os alunos estudarem, quando e onde quiserem.

O YouTube Edu é uma parceria entre a Fundação Lemann e o Google que reúne os melhores conteúdos educacionais do YouTube. Com curadoria da Fundação Lemann, a plataforma tem conteúdos para o Ensino Fundamental e Ensino Médio, englobando as disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências (Química, Física e Biologia), História, Geografia, Língua Espanhola e Língua Inglesa (SANTOS, 2018, p. 7).

Nas palavras de Santos (2018), os vídeos disponibilizados na plataforma podem ser organizados nas categorias FAVORITOS e ASSISTIR MAIS TARDE. Com esses novos recursos, os docentes podem selecionar os vídeos mais adequados para os objetivos de aprendizagem de cada aula e deixá-los organizados em sua conta. Considerando as formas de interação entre os usuários e os seus recursos, o YuTube pode ser concebido como um ambiente pessoal de aprendizagem bastante rico, apresentando uma diversidades de temas de diversas áreas do conhecimento humano.

Para encerrar essa seção, vale ressaltar que o Google dispõe de uma infinidade de recursos e ferramentas que podem ser muito útil, na sala aula, ou em qualquer outra ambiente de aprendizagem, não só em tempos de pandemia, mas em todos os momentos em que se almeja efetivar o processo ensino/aprendizagem, considerando a era dos nativos digitais.

5. RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO PARA EXEMPLIFICAR A INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS A EDUCAÇÃO

Relatar-se-á uma experiência vivida pela Professora Daniele, publicada por Victor Santos, na revista Nova Escola, em agosto de 2020. Com o fechamento das escolas, em março de 2020, muitos professores tiveram que se reinventar para dar continuidade às suas atividades pedagógica, para contribuir com o desenvolvimento pleno e o projeto de vida dos seus alunos. Desde então, a docente Daniele Mélo, que ministra aulas de Ciências nas escolas municipais de Carnaíba (PE), tem vivido a experiência de compartilhar arquivos na sala de aula do Google. De acordo com a professora, no Google Classroom, são disponibilizados materiais que são planejados de acordo com cada série e oferecidos em formatos de arquivo Doc ou PDF. Além desses, também são disponibilizados vídeos, slides, gráficos, planilhas e outros matérias que os alunos precisam para obter sucesso na disciplina mencionada (SANTOS, 2020).

A docente relata em sua experiência que encontrou dificuldades para consolidar o acesso dos alunos a sala de aula virtual, pois, embora tivessem acesso à internet, vários alunos não possuíam conta de e-mail da Gmail. Outra dificuldade apontada por Daniele, refere-se aos retornos das atividades, a devolução das mesmas. A docente relata que é um pouco complicado não ter esse feedback, pois fica impossível de avaliar os alunos e avaliar, também, sua prática, considerando que não tem como saber se os objetivos de ensino foram alcançados.

Por outro lado, há aqueles que se interessavam em devolver as atividades, de maneiras variadas. A professora relata que: “alguns anexam no Classroom uma foto das atividades realizadas no caderno, outros não sabiam ainda os passos para anexar as atividades, e alguns apenas avisam: ‘Já fiz, professora’ nos comentários da atividade ou no mural do Classroom” (SANTOS, 2020, s/p).

Mesmo com alguns impasses, pode-se dizer que a experiência foi gratificante, uma grande maioria dos alunos tiveram a possibilidade de trabalhar coletivamente, através dos vários arquivos disponibilizados, na sala virtual, anexar as atividades ou deixar comentários particulares para a professora, foi algo significativo, porque os mesmos compartilharam conhecimentos e experiências e começaram a demonstrar que estavam aprendendo a usar a sala e tirar proveito dos materiais disponibilizados, no ambiente de aprendizagem.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na atualidade, o grande desafio, da grande maioria dos professores, é se adequar ao novo contexto educacional emergente imposto pela pandemia do novo corona vírus, e pelos avanços das novas tecnologias. Desse modo, é necessário buscar soluções, preferencialmente, através de formações continuadas, para preencher as lacunas referentes à ausência de conhecimentos sobre o uso adequado e a operacionalização das novas tecnologias da informação e comunicação. Porém, sabe-se que as dificuldades com relação ao uso das novas tecnologias, não se limitam, somente, a ausência de formação, as raízes desses problemas são bem mais profundas.

Nesta perspectiva, destaca-se que desde sempre, no Brasil, parece, haver um abismo entre o avanço tecnológico e a escola. Esta, não consegue acompanhar o avanço daquela, que deveriam caminhar juntas, para talvez, sanar, grande parte dos problemas de ensino e aprendizagem que as instituições escolares enfrentam, na atualidade, principalmente, com a pandemia do novo Corona vírus, que fechou as portas das escolas. Não é exagero pontuar que esse alinhamento que deveria existir entre a escola e o avanço tecnológico, hoje, faz falta.

Outra observação importante a se fazer é que as novas tecnologias da informação e comunicação só chegarão às escolas através do professor. Porém, pesquisas revelam que muitos docentes encaram as tecnologias digitais como adversárias. Alegando que serão substituídos por elas. No entanto, estudiosos defendem a ideia de que a figura do professor nunca foi tão importante, quanto no momento atual. Sendo assim, os recursos tecnológicos devem ser encarados como um aliado para alcançar os alunos, em tempos de distanciamento social. Além disso, as salas de aulas, não serão mais as mesmas dos modelos tradicionais.

Desse modo, é preciso que, nós, professores, estejamos preparados para esses novo ambiente. Para isso, é necessário investir na formação de professores. Por outro lado, sabe-se que oferecer somente formação continuada ao professor, não resolverá os problemas de inserção das tecnologias da informação em sala de aula. É necessário reformular o currículo, adequar e reformar as estruturas físicas das escolas. Além disso, é imprescindível que as licenciaturas mudem as suas estruturas curriculares urgente, para se adequarem ao novo contexto educacional ascendente.

REFERÊNCIAS

BOTTENTUIT, João Batista; LISBÔA, Eliana Santana & COUTINHO, Clara Pereira. Google Educacional: Utilizando Ferramentas 2.0 em Sala de Aula. Revista EDUCAONLINE: Educação e Novas Tecnologias, 2011, Volume nº 5. Disponível em: http://www.latec.ufrj.br/revistas/index.php?journal=educaonline&page=article&op=view&path%5B%5D=93. Acesso em: 04 fev. 2021.

FTD – Educação & B-LAB – Learning Space. Ensino hibrido e suas tecnologias.  Novo Ensino Médio: Intencionalidade no planejamento por uma educação integradora, 2021. Disponível em: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1c1AfuW359idMAvmJOyxQ4ckvC9eSPJud. Acesso em: 05 fev. 2021.

LIMA, José Maria Maciel. Plataforma Moodle: A educação por mediação tecnológica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 01, Vol. 09, pp. 53-73. Janeiro de 2021. ISSN: 2448-0959: Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/plataforma-moodle. Acesso em: 03 fev. 2021.

OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde. Folha informativa COVID-19 – Escritório da OPAS e da OMS no Brasil, 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19. Acesso em 03 fev. 2021.

RAMOS, Mozart Neves. O ensino híbrido: o futuro chegou, e agora? PUCPR + FTD | Novo Ensino Médio: Intencionalidade no planejamento por uma educação integradora, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QarAV2FaS9c&feature=youtu.be. Acesso em: 05 fev. 2021.

_______, Mozart Neves. O ensino híbrido: o futuro chegou, e agora? PUCPR + FTD | Novo Ensino Médio: Intencionalidade no planejamento por uma educação integradora, 2021. Disponível em: file:///C:/Users/JOSMAR~1/AppData/Local/Temp/APRESENTA%C3%87%C3%83O%20MOZART.pptx.pdf. Acesso em: 05 fev. 2021.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania, 2004.  Disponível em: file:///C:/Users/JOSMAR~1/AppData/Local/Temp/Letramento_e_capacidade_de_leitura_pra_cidadania_2004-1.pdf. Acesso em: 10 fev. 2021.

SANTOS, Priscila Costa. Ferramentas do Google: Google Livros, Google Notícias, Google Alerta, YuTube e Google Acessibilidade. Must University, e-book, 2018.

SANTOS, Tatiana. Tendências Educacionais: e-learning e o Papel do Professor. Must University, e-book, 2018.

SANTOS, Victor. Ensino remoto: como tirar o melhor do Google Classroom. Revista Nova Escola, 2020. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/19591/ensino-remoto-como-tirar-o-melhor-proveito-do-google-classroom. Acesso em 04 fev. 2021.

SCHIEHL, Edson Pedro & GASPARINI, Isabela. Contribuições do Google Sala de Aula para o Ensino Híbrido. Volume 14, nº. 02, Departamento de Ciências da computação – PPGECMT e PPGCA, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) – Joinville, SC – Brasil. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/renote/article/view/70684. Acesso em: 10 fev. 2021.

WIKIPÉDIA: A enciclopédia livre: Blogger, 2012. Disponível em:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Blogger. Acesso em: 04 fev. 2021.

[1] Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação – MUST University. Especialista em Metodologia do ensino de Filosofia e Sociologia – UNIASSELVI, Especialista em Ensino de Língua Espanhola – UNICAM, Especialista em Educação Especial Inclusiva e Neuropsicopedagogia – Faculdade Futura, Especialista em Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Língua Inglesa – FAVENI e Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira – FAVENI. Licenciado Pleno em Letras/Português – UFPA, Letras/Espanhol – UNIUBE, Letras/Inglês – UFOPA, Formação de Professores de Filosofia (Licenciatura) – FPA e Licenciado Pleno em Filosofia – FAMOSP. Professor da rede estadual e municipal de ensino do Município de Curuá-Pará, atuando no ensino fundamental e no ensino médio, com as disciplinas de: Filosofia, Sociologia, Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Educação Geral.

Enviado: Dezembro, 2020.

Aprovado: Março, 2021.

4.8/5 - (101 votes)
José Maria Maciel Lima

4 respostas

  1. vou fazer um trabalho acadêmico a partir desse trabalho que achei bem bacana gostaria de saber local em foi realizado esse trabalho.

  2. As mudanças sociais são invetáveis e fazem parte da evolução dos processos de trabalho e do desenvolvimento humano. Gostei do texto, muito bom, parabéns.

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