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A liderança e o seu reflexo na motivação das pessoas

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

LUCCHI, Gabriela Bonicegna Dominisini [1] RODRIGUES, Ruben Mauro Lucchi [2]

LUCCHI, Gabriela Bonicegna Dominisini; RODRIGUES, Ruben Mauro Lucchi. A liderança e o seu reflexo na motivação das pessoas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 08, pp. 89-103. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/motivacao-das-pessoas

RESUMO

É cada vez maior a importância de um líder dentro das organizações, tendo em vista que a liderança exerce um papel fundamental na condução das pessoas. Liderar é influenciar pessoas para o bem, é inspirá-las a crescer e também é servir. O líder servidor é aquele que se preocupa com seus liderados e propõe constantemente motivações a eles. Ademais foi feito uma análise para diferenciação de chefe e líder, pois o chefe sempre está dando ordens e supervisionando, enquanto o líder, além dessas funções trabalha junto com a sua equipe motivando-a; foram identificados os tipos de liderança, sendo que ao final, será visto que existem vários tipos de líderes, cada um com suas características e com seus vícios, mas que para serem eficazes na sua tarefa devem possuir algumas características essenciais, e ainda, foi verificado a relação entre liderança e motivação, tendo em vista que a motivação do líder influencia diretamente nos seus subordinados, e colaborador satisfeito é o melhor recurso para o sucesso da organização. Portanto, o objetivo primordial foi analisar de que forma a liderança reflete na motivação das pessoas dentro de uma organização. Assim, a pesquisa teve como metodologia um estudo bibliográfico, e quanto aos fins foi conduzida por meio de pesquisa explicativa que resultou na evidenciação de que a motivação tem relação com a liderança, pois é através dela que os subordinados adquirem ânimo para realizarem de bom grado as tarefas a eles confiadas, objetivando o bem de todos e, principalmente, os da empresa, que traça objetivos estratégicos e dependem de colaboradores motivados para realiza-los.

Palavras-chave: Liderança, motivação, organização.

INTRODUÇÃO

A liderança é a habilidade que uma pessoa possui de influenciar e motivar a outra para a realização de algo, e pode ser entendida como uma arte, pois o seu implemento conduz a um resultado muito maior do que o alcance das metas, o verdadeiro líder é aquele que além de estar no comando, motiva os que lhes são subordinados a desejarem, tanto quanto ele, alcançar metas que se tornam de todos, e não apenas daquele que está no comando.

Um líder pode o ser por natureza ou por criação, sendo que suas características podem ser diversas e variáveis, alguns serão mais autoritários, ditadores outros mais liberais e democráticos, todavia o verdadeiro líder sempre possuíra algumas qualidades próprias de quem possui este dom, tais como sinceridade, objetividade, determinação, positividade, comunicador, carisma/cuidado e outras.

A liderança, em que pese suas características positivas, poderá produzir consequências negativas quando utilizada de forma inadequada e antiética pelos líderes, dentre estas se destacam: a manipulação; o sacrifício de seus ideais para conquistar a liderança e refreio a outras lideranças.

Sendo assim, não se espera que um líder seja sempre perfeito, mas é possível que esse aperfeiçoe ao máximo os pontos que lhe são favoráveis, fazendo o correto uso de seu poder e influência para bem conduzir aqueles que se encontram sob sua liderança. Sobre esse assunto, pode se fazer a seguinte pergunta problema: a liderança influencia na motivação das pessoas dentro de uma organização?

Visando responder a essa pergunta, o presente artigo tem como objetivo analisar de que forma a liderança influencia na motivação das pessoas dentro de uma organização. Para tanto, foram analisados a diferença entre líder e chefe; a identificação dos tipos de liderança e a relação entre liderança e motivação, sendo aqui considerada uma pesquisa explicativa com levantamento de dados por meio de uma pesquisa bibliográfica, visando demonstrar que a liderança quando bem relacionada reflete de forma positiva sobre as pessoas.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 Nas sessões seguintes deste tópico serão apresentados sobre o conceito de liderança; como uma pessoa pode se tornar um líder; quais os tipos de liderança existentes; as qualidades e virtudes de um verdadeiro líder; os vícios de liderança, a diferença entre chefe e líder e por fim, a motivação e a sua relação com a liderança. Para assim, posteriormente ser discutida a liderança como influência na motivação das pessoas, tendo como parâmetro as estratégias de uma organização.

1.1 CONCEITOS DE LIDERANÇA

 Existem muitas discursões acerca do conceito de liderança, por isso, é difícil encontrar um conceito específico sobre a palavra. Alguns entendem que só exercem liderança aquelas pessoas que se encontram em cargo de chefia ou hierarquicamente importante, mas isso não é verdade, pois há aqueles que lideram mesmo sem estar em uma posição de destaque.

Na visão de Maxwell (2008) liderança é influência, no sentido de que todas as pessoas influenciam umas às outras, ou seja, todos nós lideramos em algumas áreas, mas somos liderados em outras. Por exemplo, uma mãe exerce influência sobre seu filho, por isso pode ser considerada líder dentro da sua casa, mas em contrapartida é subordinada no seu local de trabalho.

Já Hunter (2006) define a liderança como a destreza de influenciar pessoas para trabalharem com vontade em busca do objetivo em comum. Ele vai mais além e diz que “Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É preciso fazer com que se empenham ao máximo na missão, dando tudo pela equipe” (HUNTER, 2006, p. 20). Nesse sentido, é importante destacar o entendimento de José Roberto Whitaker Penteado sobre o tema:

É a influência a verdadeira essência da Liderança. O homem que influencia os outros homens no grupo é o seu líder. Esta influência pode manifestar-se sob diversas formas, desde o simples comando – o ato de mandar para que os outros obedeçam – até a complexa inspiração – impulso que leva os homens a fazer ou deixar de fazer alguma coisa que, eles sabem, o líder gostaria que fizessem ou deixassem de fazer (PENTEADO, 1992, p. 2).

Vemos que diante de uma análise de definições sobre a palavra liderança, ainda que cada autor diga de modo diferente, todas as definições possuem dois denominadores em comum:

[…] Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a liderança esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolva duas ou mais pessoas. Em segundo lugar, fica evidente tratar-se de um processo de influenciação exercido de forma intencional por parte do líder sobre seus seguidores […] (BERGAMINI, 1994, p.15).

Então pode-se dizer que liderança é a arte de comandar e guiar um grupo de indivíduos, utilizando-se da habilidade para incentivar e convencer as pessoas a contribuírem, voluntariamente e com ânimo, para alcançarem as metas do grupo, visando o bem comum de todos.

1.2 QUALQUER PESSOA PODE SE TORNAR UM LÍDER

 Liderança não é uma associação composta apenas por líderes natos. Conforme entendimento José Mauro Ruiz Batista (2011, p. 204) “Liderança é uma capacidade que nasce com a pessoa ou que é desenvolvida por ela, dependendo da sua necessidade” (BATISTA, 2011, p. 204).

Segundo Maxwell (2008) liderança é desenvolvida, não descoberta, pois existe aquele que nasce com as qualidades que a liderança exige, mas há aquele que não nasce com as qualidades e verá a liderança ser modelada ao longo de sua vida, ou aprenderá mais sobre liderança por meio de treinamento ou possui autodisciplina para se tornar um grande líder.

Neste enfoque, se faz mister dizer que para Hunter (2006) existe uma ligação entre o caráter e a liderança, pois da mesma forma que o caráter é adquirido com o tempo o espírito de liderança também o é com a experiência de humildade, esforço, atitude.

A liderança, portanto, não é um sistema, pois não há nenhum sistema instalável que possa assumir as funções de um líder, mas é um resultado de ações conduzidas por uma pessoa, ou seja, as qualidades e características para ser um líder são alcançadas ao longo das experiências da vida (CROSBY, 1999).

Desta forma, qualquer pessoa pode se tornar um líder, basta ter vontade, esforço e dedicação, porque, embora, alguns nasçam com características de líder, o mais comum são pessoas que adquiram e desenvolvam as características de líder com o crescimento e amadurecimento.

1.3 TIPOS DE LIDERANÇA

 Para entendermos um pouco mais sobre liderança, é importante destacarmos os três tipos de lideranças observados por Chiavenato (1993), quais sejam: autocrática, liberal e democrática.

A liderança Autocrática é aquela que o líder não dá voz aos seus subordinados, ele toma decisão sozinho, e costuma explorar seus liderados (BATISTA, 2011). Ou seja, o líder Autocrático é uma pessoa ditadora e soberana que transforma o ambiente de trabalho em um local de medo e ansiedade, o que faz com que o grupo em geral fique sem motivação e atuação. Esse tipo de liderança não é o modelo ideal para se liderar um grupo, tendo em vista que um grupo para alcançar objetivos extremos precisa se sentir valorizado e motivado para obedecer a ordem do líder.

Já na liderança Liberal o líder, como o próprio nome diz, dá liberdade e autonomia aos seus subordinados para desempenharem suas funções e ficarem responsáveis por gerenciar os resultados de seu trabalho. José Mauro Ruiz Batista evidencia que “Neste tipo de liderança as pessoas têm mais liberdade na execução dos seus projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, autodirigida e que não necessita de supervisão constante” (BATISTA, 2011, p. 201). Assim:

[…] Neste item, o estudo diz que nos grupos com esse tipo de líder, quando o grupo não tem capacidade de auto-organização, podem surgir freqüentes discussões, com desempenho das tarefas pouco satisfatórias. Este tipo de líder normalmente habita empresas em que os subordinados trabalham em projetos individuais, pois normalmente seus resultados tendem a ser de caráter qualitativo, como por exemplo, empresas de design, desenvolvimento de softwares, moda e etc. (BOTELHO; KROM, 2012, p. 3).

Vê-se que esse líder participa o mínimo possível da administração, seu comportamento é evasivo e sem firmeza. Por estas razões, este modelo também não é o melhor para se liderar um grupo, pois com ele o grupo comumente fica confuso, atrapalhado e desunido.

Por fim, a liderança Democrática é segundo José Mauro Ruiz Batista “chamada ainda de liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos liderados no processo decisório” (BATISTA, 2011, p. 200).

Nesta liderança, nota-se que o líder se preocupa com seus liderados, se esforça em conhecer e fazer de forma impessoal os elogios pertinentes aos que merecem. Na verdade, o carisma pessoal do líder estimula e inspira seu grupo, construindo uma visão nos liderados de que os objetivos a serem alcançados são em prol de toda a equipe.

Assim, Wagner e Hollenbeck (1999) elucidam que os resultados apontam que a maioria dos grupos prefere um líder Democrático. Em outras palavras, entre os três tipos de liderança elencados, o modelo democrático/carismático é considerado o ideal e mais bem aceito pelos liderados para conseguir alcançar as metas na direção ou gestão de uma empresa, pois a sensação que gera no grupo é de valoração, entusiasmo e paixão.

1.4 QUALIDADES E VIRTUDES DE UM VERDADEIRO LÍDER

 O líder deve possuir qualidades e virtudes específicas. É claro que nenhum líder possui todas as qualidades e virtudes que serão elencados a seguir, mas o ideal é que o verdadeiro líder adquira algumas delas, para que seja um líder eficaz e alcance respeito e grandes objetivos com seu grupo.

Para facilitar o entendimento, elencamos aqui nesse tópico a junção das qualidades e virtudes de um verdadeiro líder, que são: Sinceridade, objetividade, determinação, força de espírito, vencer o medo, coragem, habituar à ordem, humildade, generosidade, justiça (ALBERONI, 2004), comunicação, carisma/cuidado, servir. Vejamos a análise minuciosa de cada um deles:

O líder sincero é aquele que é honesto, luta para que o grupo seja incorruptível e harmônico e para que não haja intriga e fofoca. Segundo Lucianne Secco Gruber: “A sinceridade baseia-se na honestidade de pensamentos e ações, na devoção fervorosa a princípios, na integridade absoluta” (GRUBER, 2001, p. 60).

Já a objetividade é encontrada no líder que quando da tomada de suas decisões não se deixa ser influenciado pelos fatores externos. Determinado é aquele que possui foco em seu objetivo independente das circunstâncias bem como uma dedicação total. Isso significa que o verdadeiro líder não pode ter dúvidas, permanecendo firme, pois nunca desiste (ALBERONI, 2004).

A força de espirito faz com o que líder saiba controlar os seus sentimentos nos momentos difíceis de tomadas de decisões, mantendo o equilíbrio.  Correlacionada com esta característica apresenta-se a capacidade de vencer o medo, ou seja, a de dominar sua ansiedade, permanecendo relaxado, lúcido, para que as decisões sejam acertadas. Soma-se a essas a coragem a qual permite o líder tomar decisões difíceis e assumir as responsabilidades delas decorrentes, sem medo das consequências (ALBERONI, 2004).

O líder deve ser humilde. Não raro, muitas pessoas só por estarem em algum cargo ou função mais favorecida ou vantajosa são tomadas pela vaidade. Isso é um erro muito grave, pois o líder erra como todo ser humano, e por isso ele deve ter a capacidade de ouvir os outros e de admitir e corrigir os próprios erros.

Não diferente o líder deve ser generoso, pois este não pode fazer acepção de seus liderados para elogiar ou beneficiar, ele tem que pensar no bem de todos, fazer justiça. É importante mensurar que o líder não necessariamente precisa ser um grande orador, mas é imprescindível que ele saiba se comunicar com as pessoas para conseguir liderar um grande grupo.  Na visão de Lucianne Secco Gruber:

A capacidade de comunicar reside no centro da liderança. O líder eficaz deve conhecer, profundamente, todas as formas de comunicação: escrita, oral, eletrônica e digital, por gráficos e pelo comportamento, pela arte e pela música e pela emoção expressa, entre outras. Tal domínio, muitas vezes, requer dedicação contínua, mas aquele que se empenha em desenvolver a comunicação torna-se um líder mais eficaz, justificando o investimento necessário para alcançar esta condição (GRUBER, 2001, p. 116).

O líder carismático, por sua vez, é aquele que dispensa dar atenção e cuidado com todos os componentes do grupo. Isso não significa que o líder não deve disciplinar e chamar atenção de seus liderados, pelo contrário, o líder tem que disciplinar, porém precisa saber a hora certa de aplicar a sanção. Por fim, o verdadeiro líder segundo Hunter (2006) é aquele que serve, ele se preocupa e atende as necessidades de seus liderados.

1.5 VÍCIOS DE LIDERANÇA

Neste enfoque serão abordados alguns vícios de liderança que o líder deve afastar de sua conduta, isso porque algumas pessoas utilizam meios inadequados e antiéticos para ocupar um cargo de chefia e liderança, exercendo suas funções de modo corrupto e desmoralizado.

Acerca dessas premissas, observa-se que a pessoa que se torna líder ou cresce na liderança através de meios fraudulentos, não pode ser considerada como líder, pois se utilizou de abusos de mecanismos para conquistar a liderança ou se manter nela. Podemos elencar três vícios da liderança: a) a manipulação; b) sacrificar seus ideais para conquistar a liderança; c) sufocar outras lideranças.

O indivíduo que utiliza a manipulação para liderar ou alcançar o poder faz uso do medo, da chantagem, do seu poder, do seu título e da sua influência para ser obedecido e respeitado. Podemos citar como exemplo: um funcionário que sabe alguma informação confidencial do seu superior e o manipula falando que se ele não o promover irá espalhar a informação.

Outro vício de liderança é quando o suposto líder abre mão de tudo na vida, até mesmo de seus ideais, suas crenças, suas origens para conseguir o que quer. Um exemplo é o usurpador, que é pior do que o déspota, porque é obrigado a corromper as pessoas que o cercam. Ele se apropria, com violência, astucia e fraude, de um poder do qual não é digno. Por fim, o verdadeiro líder deve aprender a aceitar a concorrência, e tê-la como motivação para inovar, inventar, revigorar. Porque se não, estará sufocando outras lideranças, e sem perceber irá virar um déspota (ALBERONI, 2004).

1.6 A DIFERENÇA DE LÍDER PARA CHEFE

 Podemos partir do pressuposto que, embora muitas pessoas confundam o chefe com o líder, existem diferenças entre eles, para tanto, se faz necessário compreender as definições de chefe e líder.

Chefe é aquele que está empossado em um cargo ou posição hierarquicamente importante. A definição de chefe encontra-se relacionada ao poder, tendo em vista que o chefe é autoritário, só manda, e só é respeitado pelos subordinados por causa da sua posição.

Já o líder é mais do que ter autoridade, cargo ou chefia, é ser seguido de boa vontade pelo seu grupo ou equipe com confiança, alcançando o devido respeito. O líder tem a função de liderar um grupo, e conquistar o respeito, sem precisar impor ondem. Para Maxwell (2008) um líder verdadeiro conhece a distinção entre ser chefe e ser líder:

  • O chefe conduz as pessoas, o líder aconselha, ou seja, o líder visa o objetivo comum da equipe;
  • O chefe inspira medo, o líder, entusiasmo, ou seja, o líder transmite ânimo;
  • O chefe diz “eu”, o líder, “nós”, ou seja, o líder ajuda sua equipe, e reconhece o seu trabalho;
  • O chefe se preocupa com coisas, o líder, com pessoas, ou seja, o líder se preocupa com sua equipe;
  • O chefe colhe os louros (glória), o líder os distribui;
  • O chefe enxerga o hoje (agora), o líder comtempla o amanhã, ou seja, o líder tem a visão do futuro.

Assim, o líder é aquele que não impõe sua vontade, mas sabe como pedir as pessoas, sua imagem é adquirida através da admiração, merecimento e respeito, possuindo a função de despertar nas pessoas a vontade de fazer, visando os objetivos em comum. Já o chefe é aquele que impõe a ordem de maneira brusca, usa o poder apenas para mandar, ser autoritário e se envaidecer, não se importando com os que estão a sua volta.

1.7 A MOTIVAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A LIDERANÇA

 Após vermos os conceitos de liderança, as características do líder e os vícios da conduta de um mau líder, apresenta-se importante a motivação que o líder exerce sobre o grupo liderado.

Isso porque a motivação é uma das condições basilares para o desenvolvimento e evolução de qualquer pessoa, uma vez que impele as ações do indivíduo na sociedade, seja no trabalho, na família, no esporte.

Nesse viés, é fundamental definirmos o que significa motivação. A palavra motivação nada mais é do que motivar a ação. Desta forma:

Não podemos falar de forma objetiva sobre motivação enquanto não compreendermos que a verdadeira motivação consiste em manter a pessoa entusiasmada, querendo agir e dar o melhor de si à equipe. Motivar é influenciar e inspirar à ação (HUNTER, 2006, p. 109).

A motivação, assim, é característica essencial de um líder, até porque motivar é o conjunto de fatores que o líder utiliza para impulsionar e instigar nos liderados a vontade de realizarem o trabalho da melhor forma possível. Acerca disso, preleciona Cecília Whitaker Bergamini:

Falar de estilos comportamentais, sem entender os reflexos na psicodinâmica motivacional é praticamente tratar de um assunto sem sentido. Da mesma forma, separar motivação de liderança é deixar de operacionalizar todas essas dimensões dentro de um contexto mais prático (BERGAMINI, 1994, p. 11).

Todavia, a ideia de motivação no trabalho não é uma tarefa fácil, pois é difícil encontrar um motivo relevante que conduzem pessoas a trabalhar. A verdade é que o salário não segura ninguém no emprego, o indivíduo pode simplesmente trocar de ofício quando quiser, mas se estiver satisfeito no seu serviço não sairá. Nesse sentido, Stefano e Gomes Filho ensinam que:

As organizações, que desejam obter êxito, precisam levar em consideração os desejos humanos, ou seja, não somente pagar os salários aos subordinados, mas valorizá-los, visto que ela parte do indivíduo e não de algo externo, no caso as organizações, proporcionando-lhes a sensação de sentirem-se úteis, consequentemente, elas receberão em troca significativas reduções nos índices de absenteísmo, nos atrasos, na satisfação do trabalho dentre outros, aumentando, assim, o seu nível de produtividade (STEFANO; GOMES, 2010, p. 130).

Para Alberoni (2004) o que motiva uma pessoa a realizar o seu trabalho com mais afinco, são os estímulos motivadores, como: reconhecimento, elogio, espaço, oportunidades de crescimento e não um simples item gratificador.

[…] Se o trabalho passa a ser visto somente como fonte de dinheiro e nunca como fonte de satisfação, então os patrões ignorarão totalmente outras necessidades humanas no trabalho – necessidades tais como a de aprender, de auto valorização, de orgulho, de competência e de ser útil às pessoas. […] Os resultados serão, e na realidade já têm sido, desastrosos para muitas organizações […] (BERGAMINI, 1994, p. 76).

Logo, o líder para atender e satisfazer seus liderados não deve pensar apenas no salário, mas sim em proporcionar um agradável ambiente de trabalho, onde a pessoa se sinta valorizada e útil no serviço, pois:

A motivação dos seres humanos e a qualidade de vida no trabalho apresentam os desafios enfrentados por uma administração moderna a fim de alcançar objetivo que possam satisfazer essas necessidades. A partir do momento em que a preocupação com o bem – estar das pessoas ganha espaço nas organizações, é possível conseguir melhores resultados na busca de um ambiente de trabalho adequado para o desenvolvimento das atividades profissionais (BATISTA, 2011, p. 196).

Deste modo, pode-se dizer que a liderança está relacionada com a motivação, porque um líder eficaz sabe como motivar os elementos do seu grupo ou equipe, para que realizem a tarefa de forma satisfatória e consequentemente, atendam os objetivos estratégicos da organização como um todo.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho teve como metodologia a pesquisa bibliográfica, que consistiu no levantamento dos dados por meio de análise de artigos, periódicos e livros que tratam sobre estilos de liderança e motivação; e de acordo com Antonio Carlos Gil, “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44).

Segundo João José Saraiva da Fonseca:

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

O estudo foi conduzido quanto aos fins por meio de pesquisa explicativa, pois analisou os fatores utilizados pelo líder para motivar seus subordinados e explicar como uma boa liderança traz ganhos para os subordinados e organização. Com esse tipo de pesquisa, buscou-se identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2007). Ou seja, explicar o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

 Os estudos demonstraram que o líder pode influenciar pessoas e equipe de forma positiva para que estes se sintam motivados a realizarem as suas tarefas, objetivando um bem comum que é o crescimento da organização. Cooper (2012, p. 12) descreve que: “Os indivíduos que fornecem liderança dentro de uma organização reconhecem a importância do sistema e sua contribuição para a realização dos objetivos de uma organização”.

A pesquisa apontou que o papel do líder é fundamental dentro da organização, pois o bom líder sabe qual é a sua função e age conforme o que é essencial para o desenvolvimento da capacidade executora dos colaboradores, principalmente nos momentos atuais em que há grande competitividade e mudanças no mercado, bem como cobranças por resultados e relacionamento interpessoal.

A liderança e critica para que qualquer empresa ou organização sobreviva no ambiente competitivo de hoje. Ela pode ser pensada como a energia da organização. Deve ser vertical e horizontal. Isso significa que a liderança deve ser uma prática integrada dentro de uma organização eficiente. (COOPER, 2012, p. 11)

Sendo assim, o líder eficiente utiliza a inteligência para movimentar os esforços das pessoas e equipes, sempre visando à negociação, dirimindo as diferenças e a gestão dos conflitos de forma correta. Cooper (2012, p.13) relata que “Em organizações com liderança eficiente, existe uma certa vitalidade e sentimento de empolgação nas operações da empresa”, ou seja, um líder eficiente contribui continuamente na busca por bons resultados.

Para Migueles e Zanini (2009) o líder é aquele que procura o engajamento de todos para enfrentar desafios e oferecer soluções aos problemas do presente, como um caminho para a realização de um futuro compartilhado, motivando cada um a realizar seu potencial e a apresentar suas melhores contribuições e esforços.

Foi observado ainda, que o líder motivado e motivador, além de suma importância, como visto, possui a função estratégica para que os objetivos organizacionais sejam atingidos, isto é, não há liderança sem motivação, e é quase inviável ter motivação sem ter uma comunicação aberta e direcionada de um verdadeiro líder que sabe motivar e reconhecer a importância de cada pessoa e a contribuição que cada uma oferta para a conquista dos objetivos da empresa.

Por fim, a liderança como forma motivacional é entendida como a chave do sucesso, se utilizada de forma estrategicamente correta nas organizações, isto porque o líder irá motivar a equipe e estará preparado para estimular seus integrantes para o desempenho de um bom trabalho, visando a torná-los mais eficientes em relação aos objetivos da empresa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O conceito de liderança é amplo, mas há um denominador comum que é a capacidade do líder de influenciar pessoas para o bem. Não podemos esquecer que liderar é, acima de tudo, servir, motivar.

Nesse viés, é importante destacar que embora haja aqueles que nascem para ser líderes, qualquer pessoa pode se tornar um e motivar seus liderados, basta ter força e dedicação.

Ademais, o verdadeiro líder é a pessoa que influencia e conquista os seus liderados a ponto de fazê-los gostarem de realizar o que ele quer, despertando em seus subordinados o sentimento de quererem ajudá-lo e se sentirem realizados com isso.

Desta forma, em última análise de tudo que fora exposto, a motivação tem relação com a liderança, pois é através dela que os subordinados são influenciados e adquirem ânimo para trabalhar e ajudar o seu líder a alcançar os objetivos da organização.

Conclui-se, portanto, que o verdadeiro líder não tem subordinados em si, mas sim seguidores, não dá ordens, mas todo mundo faz o que ele deseja, eis que consegue fazer com que as pessoas acreditem que o interesse delas e o dele é o mesmo, transmitindo segurança e confiança aos liderados através da tomada de decisões objetivas, corretas e transparentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BATISTA, José Mauro Ruiz; PEIXOTO, Roberta Ramalho; SILVA, Caroline Machado Castilhos da. A influência da liderança na motivação da equipe. Revista Eletrônica Novo Enfoque, local, v. 13, n. 13, p. 195-206, 2011. Disponível em: (https://docplayer.com.br/4089047-A-influencia-da-lideranca-na-motivacao-da-equipe.html). Acesso em 02/02/2018.

BERGAMINI, Cecília Whitaker. Liderança: administração do sentido. São Paulo, SP: Atlas, 1994.

BOTELHO, Júlio Cézar; KROM, Valdevino. Os estilos de liderança nas organizações: Introdução. 2011. Disponível em: (www.inicepg.univap.br). Acesso em 05/02/2018.

CHARAN, Ran. Know-How: as 8 competências que separam os que fazem dos que não fazem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 1993.

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CROSBY, Philip. B. Princípios absolutos da liderança. São Paulo: Makron Books, 1999.

DRUCKER, Peter. Liderança para Século XVI. São Paulo: Futura, 2000.

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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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GRUBER, Lucianne Secco. Liderança-habilidades e características do líder numa organização bancária: um estudo de caso. 2001. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Disponível em: (http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/81557). Acesso em 02/02/2018.

HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor: os princípios de liderança de O monge e o executivo. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2006.

MAXWELL, John C. Você nasceu para liderar. Rio de Janeiro, RJ: Thomas Nelson Brasil, 2008.

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PENTEADO, José Roberto Whitaker. Técnica de chefia e liderança. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1992.

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WAGNER, John A.; HOLLENBECK, John R. Comportamento organizacional: criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva, 2004.

[1] MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Graduada em Administração pela Faculdade Espírito Santense – Faesa. Tecnólogo em Logística pela Universidade Vila Velha – ES.

[2] Mestre em Segurança Pública pela Universidade Vila Velha – ES. Pós-graduado em Direito Processual Penal pela Faculdade Damásio. Pós-graduado em Direito Processual Civil pela Faculdade Damásio. Graduado em Direito pela Universidade Vila Velha – ES.

Enviado: Janeiro, 2020.

Aprovado: Fevereiro, 2021.

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Ruben Mauro Lucchi Rodrigues

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