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Dificuldades enfrentadas pelo administrador hospitalar

RC: 129360
1.218
4.8/5 - (52 votos)
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/administrador-hospitalar

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

NASCIMENTO, Blenda Caroliny Silva do [1], ALENCAR, Christianne Ribeiro da Silva [2], PAULA, Jessica Butel de [3], ROBERTO, José Carlos Alves [4], PINTO JÚNIOR, José Roberto Lira [5]

NASCIMENTO, Blenda Caroliny Silva do. Et al. Dificuldades enfrentadas pelo administrador hospitalar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 10, Vol. 03, pp. 128-140. Outubro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/administrador-hospitalar, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/administrador-hospitalar

RESUMO

A presente revisão bibliográfica aborda sobre o papel do administrador hospitalar, especialmente o impacto da gestão eficaz para um atendimento adequado ao paciente. Assim, este estudo busca responder a seguinte pergunta: quais dificuldades o administrador hospitalar enfrenta dentro da gestão hospitalar? Logo, definiu-se como objetivo principal discorrer sobre as dificuldades que o administrador da gestão em saúde enfrenta em seu cotidiano. Dessa forma, este estudo fundamentou-se em dados bibliográficos, coletados de livros e artigos científicos. A pesquisa, quanto à sua natureza, tem abordagem qualitativa e, quanto aos fins, tem caráter exploratório. Como resultado, notou-se que é de suma importância que a administração hospitalar esteja de forma preparada com os planejamentos que venham a garantir a gestão e viabilidade do negócio.

Palavras-chave: Gestão hospitalar, Administração em saúde, Processos da gestão hospitalar.

INTRODUÇÃO

O gestor hospitalar é responsável pela organização dos processos, das pessoas, e, linhas de ações, que devem priorizar que o paciente tenha um atendimento à saúde adequado. No entanto, neste processo de gestão podem ocorrer muitas dificuldades. Tais dificuldades afetam o desempenho do hospital, desta forma, acredita-se que identificando esses problemas seja possível a criação de estratégias de melhoria dos serviços da saúde. Dessa forma, indaga-se: quais dificuldades o administrador hospitalar enfrenta dentro da gestão hospitalar?

Quanto aos objetivos específicos, propõe-se, ao longo do estudo, conceituar administração hospitalar, apresentar os benefícios desta gestão e identificar os problemas enfrentados pelos administradores dentro dela.

ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR

A administração hospitalar é muito complexa em todas as suas unidades que possuem várias áreas de conhecimento, que são extremamente necessárias e importantes para o bom funcionamento dos processos e que devem ser conduzidas de maneira apropriada para que a população a ser atendida receba os serviços da melhor forma possível e satisfatória. É necessária a procura constante pelo aprendizado acerca das especializações que são trabalhadas, pela atualização, bem como uma capacitação adequada, que venha permeando as diretrizes da função do administrador hospitalar, que possui toda uma equipe apta para trabalhar neste ambiente, bem como compreensão de que os pacientes estão sob sua responsabilidade, além disso, com sua própria saúde (PRESTES; FERREIRA; OLIVEIRA, 2019).

Todos os profissionais e serviços existentes dentro do ambiente hospitalar devem estar sempre bem organizados e coordenados, visando oferecer ao paciente um bom atendimento, sendo dividido, entre eles, os trabalhos que abrangem sua estrutura organizacional, uma vez que se alcance bons resultados com a prática efetiva das tarefas e atividades existentes nos hospitais, buscando um comprometimento tanto da administração efetiva em seus altos cargos como de todos os colaboradores que atuam nos departamentos hospitalares (SILVA; BRANDALIZE, 2020).

Os pacientes dos hospitais, que são os clientes que utilizam deste serviço, encontram-se em constante evolução de acesso ao conhecimento, tornando-se muito mais exigentes com estes prestadores de serviço de saúde, depositando uma confiança peremptória nos profissionais que os atendem, ao mesmo tempo que passam a solicitar explicações mais detalhadas e informações, participando mais efetivamente das tomadas de decisões relacionadas aos seus tratamentos de saúde (PORTELLA et al., 2014).

De acordo com Lorenzetti et al., (2014) a constatação daqueles que utilizam dos serviços de saúde é de que a escassez de profissionais adequadamente preparados para gerir um hospital ainda é grande, pois verifica-se que aqueles que tomam posições administrativas possuem pouca ou quase nenhuma formação adequada para exercer tal cargo, ocasionando a ineficiência dos processos e gerando rotatividade de gestores, principalmente no modelo de saúde pública, que possui um modelo de gestão diferente dos modelos tradicionais, pois segue ações mais hierarquizadas, burocráticas e centralizadas, afastando-se das reais necessidades do setor, pois não há capacidade gerencial adequada.

O hospital é comparado com uma empresa por sua complexidade, uma corporação, uma visão distante para aqueles que trabalham no ramo da saúde. Quando analisamos a gestão hospitalar, conseguimos visualizar a forma em que se torna um centro conflitante de interesses dos diversos profissionais atuantes e suas formações distintas, com participação da população, dos fornecedores de insumos e suas indústrias e das fontes pagadoras e reguladoras que ali atuam (SALU, 2013).

O administrador na esfera da gestão hospitalar deve deter o conhecimento adequado sobre as temáticas a serem tratadas e possuir as aptidões necessárias para realizar a execução de suas atividades do dia a dia, pois há muitas dificuldades a serem enfrentadas, tornando, assim, os hospitais como uma das instituições mais complexas de se administrar, visto que o administrador deve possuir amplos conhecimentos em todas as áreas que envolvem a gestão, devem também conhecer profundamente sobre a área as saúde.

Considerada uma prática administrativa importante, a gestão em saúde busca através de combinação dos recursos disponíveis aperfeiçoar o desempenho das organizações por meio de ações efetivas, eficientes e eficazes que possam permitir que a instituição conquiste seus objetivos. Assim, é imprescindível que estes gestores estejam preparados e qualificados para encarar os problemas e os desafios que se encontram no processo de gestão em saúde pública (MARTINS; WACLAWOVSKY, 2015).

Os gestores buscam novas e mais precisas formas de gestão em saúde. Dentre essas novas reformas, a contratualização pelos resultados a serem alcançados vem sendo abordado extensamente neste processo, principalmente pela utilização de incentivos profissionais e contratos de gestão. Além disso, o gestor de saúde, seja qual for sua área de atuação, deve ter uma ampliada concepção de saúde, ser capaz de priorizar adequadamente as necessidades e os problemas da comunidade e poder executar os modelos de gestão participativa e de atenção integral (DITTERICH; MOYSÉS; MOYSÉS, 2012).

GESTÃO EM SAÚDE PÚBLICA X PRIVADA

A gestão em saúde possui características que se divergem devido ao seu contexto organizacional. Enquanto a saúde pública é exercida por um processo burocrático, a privada tende a trabalhar em um contexto de competitividade.

Na saúde privada, a mudança principal decorre em razão da acirrada competitividade, sendo necessário que este profissional esteja alerta e atento às tendências que surgem no segmento e aos movimentos destes. Observando que a saúde é um bem com necessidades infinitas, ou seja, quanto mais saúde se tem, mais saúde sequer, a oportunidade de oferecer serviços de saúde de melhor qualidade deve, portanto, ser incluída na agenda de compromissos dos gestores que prestam serviços privados de saúde (GONÇALVES, 2014).

Os hospitais, na área da saúde, têm sido identificados como organizações complexas e, muitas vezes, as mais caras do sistema, por conta de seus altos custos nos processos administrativos e de pagamento de profissionais qualificados. Por outro lado, o seu papel no século XXI é questionado diante das necessidades de saúde recentemente identificadas. Ao mesmo tempo, fala-se cada vez mais em redes de saúde que buscam integrar diferentes tipos de serviços, e, às vezes, no setor privado, por conta da alta demanda e do crescimento pela procura de profissionais que possam solucionar os problemas de saúde daqueles que pagam os altos preços do setor de saúde privada (PORTELLA et al., 2014).

Todos os serviços, sejam de saúde privada ou pública, passam por uma administração como qualquer outra empresa de qualquer segmento do mercado atual. Sendo formado por suas metas que buscam alcançar os lucros e as condições necessária para se manter funcionando, vai cumprir toda e qualquer norma governamental, mas, no caso da saúde privada, tem a sua liberdade para captar e aplicar os seus recursos da melhor maneira para a organização, tornando-se uma empresa com alta rentabilidade se for administrada corretamente (SALU, 2013).

O sistema de saúde privada, desde a sua implementação, configurou um diferencial na oferta de assistência em saúde em referencial de acordo com os clientes, a parcela da população que conseguia pagar pelos serviços, recebendo os melhores atendimentos. Com o aumento do número de pessoas que buscavam, e ainda buscam, por um atendimento em saúde mais eficaz, houve a mudança no modelo médico que já era existente, causando um impasse ao governo, que não conseguia acompanhar essa evolução. Ficando no impasse, se deveria ser realizado um investimento maior na saúde pública ou incentivar a iniciativa privada a aumentar a assistência em saúde que já ofertavam, causando a criação de novos modelos de oferta dos serviços da saúde privada (OLIVEIRA, 2019).

A gestão em saúde privada é extremamente cara e lucrativa. Enquanto busca-se diariamente pelo avanço da tecnologia na medicina, a procura pelo serviço passou a ser maior com o passar dos anos, e enxerga-se isso no fato da população ter ganhado uma expectativa de vida maior. Por este motivo, os profissionais da saúde privada passaram a ser bem mais especializados, utilizando de equipamentos de alta tecnologia e sofisticação que a saúde pública não possui. É relacionado a isto que, no Brasil, a rede hospitalar é privatizada em grande parte, visto que a mesma inova e investe na melhoria dos serviços ofertados à população (SILVA; BRANDALIZE, 2020).

Desse modo, a expansão e gestão privada dos serviços de saúde exige que os gestores busquem sempre atualização no campo para que enfrentem as transformações que ocorrem comumente no setor privado de saúde. Os futuros gestores têm grandes expectativas e buscam especializações detalhadas e, às vezes, específicas para atender às fortes necessidades de cada segmento da área. Os hospitais privados dominam a utilização dos processos gerenciais e das práticas básicas de gestão, que trazem grande diferencial no desempenho, aperfeiçoando essas práticas que melhoram a qualidade dos serviços hospitalares.

A GESTÃO HOSPITALAR

A gestão hospitalar desempenha um papel vital na implementação de abordagens inovadoras para impactar a experiência do paciente de maneira positiva e garantir o sucesso e a lucratividade das instalações de saúde. Um sistema de gestão hospitalar considerado bom trará maior relevância, confiança e credibilidade no hospital ou centro médico em que é aplicado, sendo visto como um diferencial para com os concorrentes, agregando valor que melhora a reputação no mercado quando tratamos dos hospitais do setor privado (GESTÃO, 2019).

Apesar das dificuldades, o gerenciamento hospitalar efetua o bom atendimento ao paciente, buscando satisfazer suas necessidades, demonstrando a importância de ser feito um gerenciamento de qualidade nos processos. Deve-se haver um bom planejamento para que a organização de saúde alcance todas as suas metas e objetivos, trabalhando os pontos fracos e fortes ao mesmo tempo que motiva toda a equipe de trabalho, ao mesmo tempo em que os clientes buscam por maior qualidade o tempo todo, visto que qualquer falha afeta diretamente suas vidas (PEREIRA; PEREIRA, 2015).

Quando o gestor hospitalar possui uma equipe que está sempre comprometida com os processos e com o trabalho coletivo que acontece dentro dos hospitais, se torna uma gestão benéfica, valorizando todo o conhecimento que a equipe multiprofissional aplica dentro dos departamentos hospitalares, atingindo os objetivos propostos no planejamento. Para uma maior qualidade nos serviços assistenciais de saúde, deve-se estruturar os atendimentos adequadamente, com disponibilidade de equipamentos, materiais, insumos e recursos para a realização destes, e um número de profissionais que consiga prestar toda essa assistência de forma resolutiva, eficaz, proporcionando ao cliente/paciente total satisfação (MARTINS; WACLAWOVSKY, 2015).

Quando implantamos dentro da gestão hospitalar a tecnologia, tende-se a alçar novos caminhos e mudar o modelo de gestão existente. O Brasil ainda carece da aplicação da inovação tecnológica e informatização disponibilizada dentro dos hospitais, mostrando-se inferior aos hospitais do mercado privativo. Ao comparar os sistemas utilizados na rede pública e privada, ainda constatamos que, apesar de uma ser inferior a outra, os resultados obtidos através das tecnologias são utilizados de maneira tímida, necessitando haver uma mudança, principalmente, na liderança daqueles que gerem os hospitais (SALU, 2013).

A gestão hospitalar não apenas melhora a estrutura e as operações que são realizadas dentro dos hospitais, mas amplia o modelo hospitalar de maior atenção aos pacientes, centra-se nas atividades de pesquisa, ensino, influencia no crescimento profissional de seus colaboradores, aplicando novas tecnologias, retirando o que era considerado clássico ou tradicional que conhecemos (SANTOS; PINTO, 2021).

Dessa forma, uma gestão hospitalar efetuada de forma eficiente pode potencializar os processos e os resultados alcançados pelos profissionais como também o retorno social, assim como o financeiro, adequando-se às práticas de gestão, implementando programas de qualidade que são instrumentos que modernizam a gestão em saúde, enfatizando a qualidade dos serviços prestados, alcançando os objetivos propostos em seu planejamento e atuando de forma concisa com o que se espera de uma boa gestão hospitalar.

AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS ADMINISTRADORES DENTRO DA GESTÃO HOSPITALAR

Os administradores sempre demonstram a grande importância das funções gerenciais que foram desenvolvidas para garantir um adequado funcionamento dos serviços hospitalares. A atuação do gestor hospitalar é bastante difícil, visto que os problemas referentes à gestão de pessoas são de natureza gerencial no princípio, sem deixar de lado que os gerentes das unidades públicas de saúde quase não têm autonomia para resolvê-los. A prática de longa data da gestão hospitalar de pessoas com pouco ou nenhum conhecimento da área tem dificultado o progresso na gestão hospitalar (FONSECA; BATISTA; VASCONCELOS, 2015)

As dificuldades de um gestor de saúde, hoje, são variadas, sendo que este profissional precisa lembrar que se trabalha com a vida e é preciso ser ético. Também precisa levar em conta todas as peculiaridades da região em que a OMS está inserida e atender aos aspectos éticos e morais legais da administração pública sem comprometer a qualidade dos produtos adquiridos e, portanto, dos serviços prestados pela OMS (MACEDO; CARVALHO; COUTINHO, 2014).

Apesar da crescente mudança nos modelos existentes de assistência em saúde e dessas mudanças serem a favor de um ambiente mais proativo e inovador, há uma distribuição das competências profissionais, alternando os papéis na área da gestão hospitalar. Os modelos que se encontram nessa fase de evolução encontram ainda grande lentidão para serem implantados, tornando-se um dos desafios com maior importância das organizações de saúde (PORTELLA et al., 2014).

Quando o gestor hospitalar não possui as competências necessárias para fazer com que os processos administrativos e de pessoas funcionem de forma concisa, ele enfrenta grandes dificuldades. Na parte mais administrativa da questão, sabe-se que um hospital necessita de recursos para seu funcionamento, como os insumos, equipamentos médicos, materiais e medicamentos, bem como uma equipe multidisciplinar competente e atualizada (GONÇALVES, 2014).

Os administradores e gestores hospitalares enfrentam grandes problemas dentro da gestão como qualquer outra organização existentes, como os problemas internos com os profissionais que podem entrar em conflito, o fato de que há falta de recursos necessários e suficientes para operar o funcionamento do hospital e a resistência às mudanças que possam vir a surgir da equipe com que se trabalha. São muitas as funções e responsabilidades que surgem diariamente quando se faz a administração de um hospital (OLIVEIRA, 2019).

Assim sendo, fez-se evidente a essencialidade do profissional de administração dentro desta estrutura hospitalar, destacando-se, entretanto, a necessidade de muita competência gerencial, que é uma das dificuldades enfrentadas, de especialização na área de saúde e do apoio de todos os profissionais da área para a obtenção dos melhores resultados e objetivos organizacionais.

Realizando análise das funções do administrador hospitalar, pode-se observar que sua maior responsabilidade é prover o bom desenvolvimento das múltiplas atividades profissionais e técnicas que são desempenhadas ao mesmo tempo. É esta diversidade que faz com que a administração hospitalar seja complexa, visto que, devido aos altos custos operacionais, necessita-se de um esquema organizacional que possa dar apoio a toda sofisticação inerente a isto. Os administradores hospitalares são a base para gerenciar os aspectos comuns e específicos de toda e qualquer organização, como gestão de pessoas, compras, processos, finanças, custos e tecnologia (MACÊDO; ROMEIRO; MARSIGLIA, 2015).

Os gestores nos mostram que, em um hospital, quem decide como melhor tratar os pacientes e qual o melhor tratamento é o médico, porém, esses profissionais não são formados em áreas específicas de formação. O custo de tais tratamentos busca reduzi-los de acordo ou substituí-los por outros medicamentos que tenham o mesmo efeito, mas que sejam menos gravosos para a instituição. Portanto, quando a receita do hospital não é suficiente, surge, neste momento, o papel do gestor hospitalar, no qual ele deve encontrar a articulação entre custo e preço (FONSECA; BATISTA; VASCONCELOS, 2015).

Ao comparar os hospitais com qualquer outra organização existente, deve-se lembrar que as organizações não são iguais, cada uma possui suas características individualistas com variações organizacionais, que vai de acordo com a maneira com que cada uma funciona. Na área da saúde hospitalar, por possuir suas singularidades, há a responsabilidade de todos os profissionais, de forma individual, e dos departamentos setoriais, que funcionam de maneira que requer uma equipe eficiente (OLIVEIRA, 2019).

Há uma preocupação com o modelo de assistência em saúde que será ofertado à população nas futuras gerações e em como os desafios para os gestores, tanto do setor privado como para o setor público, ainda são enormes e com grandes responsabilidades na renovação da saúde ofertada no país, então, é necessário uma melhora na implementação das ferramentas que possam vir a ajudar a renovar e atender as expectativas tanto dos gestores como da população que utiliza dos serviços de saúde (LORENZETTI et al., 2014).

É requisito básico para o gestor hospitalar dominar todos os processos básicos antes de iniciar o planejamento que irá nortear as atividades que serão realizadas, pois certas mudanças podem se transformar em grandes problemas. Então, para prover os recursos para que as equipes multidisciplinares realizem seus trabalhos efetivamente, o administrador precisa ter isso como missão principal (SALU, 2013).

Dessa forma, uma gestão hospitalar eficiente pode e deve potencializar os processos executados e os resultados alcançados pelos profissionais no dia a dia como retorno social e financeiro, mas buscando, principalmente, alcançar os objetivos propostos no planejamento inicial, tendo em vista que este é o norteador para a boa execução dos procedimentos hospitalares.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO HOSPITALAR

O planejamento estratégico encontra-se em expansão contínua e é um desafio grande para os administradores em uma visão de longo prazo, visto que esse segmento é uma prestadora de serviços, com aspectos como a formulação de estratégias de implementação, pontos fortes, pontos fracos e avaliações, todos de grande importância para esta organização do ramo da saúde. O foco principal da gestão hospitalar é o paciente e a qualidade dos serviços prestados, com um funcionamento eficaz e eficiente, tendo como eixo norteador de todos os processos, o planejamento estratégico (FONSECA; BATISTA; VASCONCELOS 2015).

O administrador hospitalar é responsável pelo planejamento da organização, sendo parte da cúpula estratégica, verificando quais setores e pessoas irão executar as atividades, e o planejamento evolui junto com o tempo que está passando, envolvendo os fatores no processo, mostrando sua complexidade. Para que a organização estude os âmbitos externos e internos, seus próprios propósitos, elaborando componentes que permitam o acompanhamento do alcance e da execução das diretrizes definidas, como também poder identificar as ações corretivas a serem tomadas, faz-se necessário usar o planejamento estratégico como instrumento (SILVA; ASSIS, 2016).

Os métodos e teorias do planejamento são diversos, com vários modelos que utilizam metodologias e procedimentos diferentes, pois não há um planejamento que possa ser utilizado em todos os segmentos que dê conta de todos os casos e processos, dependendo, principalmente, dos objetivos de quem planeja e do momento em que o processo se encontra (KUSCHNIR, 2014).

A administração hospitalar é uma busca constante do melhor ambiente de convivência entre as equipes e o administrador que está à frente de todos os processos, buscando entender as necessidades que esta equipe tem para poder oferecer todos os recursos, sejam financeiros, materiais ou tecnológicos (PEREIRA; PEREIRA, 2015).

São grandes e muitos os problemas que os gestores de saúde enfrentam no processo de gestão dos hospitais. Enfrentando, diariamente, estes desafios nas diversas áreas existentes, faz-se a necessidade deste conhecimento dos problemas para a melhor resolução, agregando todos os conhecimentos para uma implantação eficiente e eficaz na boa prestação de serviços à população (MARTINS; WACLAWOVSKY, 2015)

Estratégias bem planejadas são importantes para serem executadas de forma que os serviços prestados sejam sempre com a melhor qualidade, não gerem custos negativos para os hospitais, melhorando todos os processos internos, seja sempre revisado sua estratégia organizacional e que façam adaptações do planejamento estratégico no que sempre for melhor para a organização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa bibliográfica, constatou-se que os administradores são de suma importância para a gestão hospitalar, visto que, além de garantir que os profissionais de saúde tenham todos os meios para realizar as atividades da instituição, os gestores também precisam planejar as áreas em sua totalidade, desde a gestão de recursos humanos até as compras.

Ao retornar a pergunta problema definida: quais dificuldades o administrador hospitalar enfrenta dentro da gestão hospitalar? Identificou-se que existem diversos planejamentos que podem ser adotados para a execução dos processos dentro dos hospitais que precisam ser bem planejados e distribuídos entre os setores e funcionários, focando sempre no melhor serviço a ser prestado ao paciente.

De acordo com as pesquisas realizadas, observou-se que o administrador hospitalar tem grandes desafios a serem enfrentados, como o de gerir os objetivos específicos das classes profissionais que atuam no segmento hospitalar, buscando sanar os conflitos e, por conseguinte, ordenar os objetivos específicos das categorias ao maior objetivo da organização. É de grande importância que a administração hospitalar esteja de forma organizada com os sistemas que viabilizem o negócio e possam garantir a gestão. Portanto, o administrador se tornou indispensável nos serviços das organizações hospitalares e suas adequações, sendo capaz de solucionar problemas complexos e tornando os processos eficazes e eficientes dentro da organização.

Sugere-se, para estudos futuros, o conhecimento voltado para gestão hospitalar e o trabalho estrutural desenvolvido pelos administradores. Da mesma forma, espera-se que sejam realizados estudos sobre autonomia dos administradores da gestão hospitalar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DITTERICH, R. G. MOYSÉS, S. T. MOYSÉS, S. J. O uso do contrato de gestão e incentivos profissionais no setor de saúde pública de saúde. Caderno de saúde pública; v. 28, n. 4, p. 615-27, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012000400002. Acesso em: 05 out. 2022.

FONSECA, A. D.; BATISTA, J. B.; VASCONCELOS, L. da S. P. A Evolução da Gestão Hospitalar e Suas Intervenções no Mercado Atual. LABORO – Revista Científica da Faculdade Laboro, v. 1, n. 2, p. 26-32, 2015.

GONÇALVES, M. A. Organização e funcionamento do SUS. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração /UFSC, 2014.

KUSCHNIR, R. C. Gestão dos sistemas e serviços de saúde. 3ª ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2014.

LORENZETTI, R. et al. Gestão em saúde no brasil: diálogo com gestores públicos e privados. Texto & Contexto Enfermagem, v. 23, n. 2, p. 417-25, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/qJDNdkLvQ9qc6wVRsQRmyyH/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 5 out. 2022.

MACÊDO, D. F.; ROMEIRO, T. I. C.; MARSIGLIA, D. C. A importância do Administrador na Gestão Hospitalar: percepção de médicos, enfermeiros e administradores de um hospital universitário. Revista FOCO, v. 8, n. 2, p. 37-58, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.21902/jbslawrev.%20foco.v8i2.212. Acesso em: 5 out. 2022.

MACEDO, L. J. J. de; CARVALHO, J. B.; COUTINHO, H. R. M. O Gestor em Saúde no Setor Público. 2014. Disponível em: https://lume-re-demonstracao.ufrgs.br/gestao-politicas-programas-saude/files/gestor_saude_setor_publico.pdf. Acesso em: 5 out. 2022. 

MARTINS, C. C. WACLAWOVSKY, A. J. Problemas e Desafios Enfrentados pelos Gestores Públicos no Processo de Gestão em Saúde. Revista de Gestão em Sistema de Saúde, v. 4, n. 1, p. 100-109, 2015. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/revistargss/article/view/12733. Acesso em: 5 out. 2022.

OLIVEIRA, S. M. K. de. Fundamentos de Administração Hospitalar e Saúde. Porto Alegre: SAGAH, 2019.

PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S. A Importância da Qualidade do Serviço na Gestão Hospitalar. Revista Eletrônica Atualiza Saúde, v. 1, n. 1, p. 109-17, 2015. Disponível em: https://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2015/01/A-IMPORTANCIA-DA-QUALIDADE-DO-SERVICO-NA-GESTAO-HOSPITALAR-REVISTA-ATUALIZA-SAUDE-N1-V1.pdf. Acesso em: 5 out. 2022.

PORTELLA, E. et al. Repensando o hospital: motores de mudança e respostas inovadoras. Barcelona: Antares Consulting S.A., 2014.

PRESTES, A.; FERREIRA, J.; OLIVEIRA, R. Manual do gestor hospitalar. Brasília: Federação Brasileira de Hospitais, 2019.

SALU, E. J. Administração Hospitalar no Brasil. São Paulo: Manole, 2013.

SANTOS, T. B. S.; PINTO, I. C. de M. Gestão hospitalar no SUS. Salvador: EDUFBA, 2021.

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SILVA, C. L. da; ASSIS, L. de. Aplicabilidade do Planejamento Estratégico em Hospitais Universitários Federais. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde, v. 5, n. 2, p. 39-56, 2016. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/revistargss/article/view/12758. Acesso em: 5 out. 2022.

[1] Graduanda do curso de Administração. ORCID: 0000-0002-6416-6419.

[2] Graduanda do curso de Administração. ORCID : 000-0001-8682-8762.

[3] Graduanda do curso de Administração. ORCID: 0000-0001-9717-9868.

[4] Orientador. Mestre em Engenharia de Produção. Especialista em Logística Empresarial. Graduado em Administração com Ênfase em Marketing.

[5] Coorientador. Graduação em Tecnologia em Sistemas Eletrônica pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (2011). Bacharel em Administração, Especialista em Engenharia da Produção pela Universidade Estácio de Sá (RJ), Especialista em Engenharia da Qualidade pela Universidade Estácio de Sá (RJ); Especialista em Gestão Industrial (PE), Especialista em Didática do Ensino Superior (AM); Supply Chain e Logística Empresarial; Mestrado em Engenharia Industrial pela Universidade do Minho (Portugal). Revalidado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Enviado: Setembro, 2021.

Aprovado: Outubro, 2022.

4.8/5 - (52 votos)
Blenda Caroliny Silva do Nascimento

Respostas de 2

  1. Parabéns por escrever um artigo tão esclarecedor que possui pouca visibilidade e materiais com a escrita bem formulada e desenvolvida de maneira que possa ser entendida sem dificuldades.

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