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Ostectomia de cabeça e colo femoral em canino: relato de caso.

RC: 132561
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL 

ZERBIELLI, Fabio Henrique [1]

ZERBIELLI, Fabio Henrique. Ostectomia de cabeça e colo femoral em canino: relato de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 08, pp. 151-160. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/veterinaria/ostectomia-de-cabeca

RESUMO

A ostectomia de cabeça e colo femoral é uma técnica cirúrgica utilizada frequentemente por cirurgiões, pois a técnica permite restabelecer, de forma parcial, a locomoção do paciente afetado. Nesse contexto, o presente artigo tem como questão norteadora: avaliar uma técnica cirúrgica alternativa após a recorrência de trauma pós acidente. Tem como objetivo, relatar um procedimento ortopédico utilizando a técnica de Ostectomia de Cabeça e Colo Femoral (OCCF) que resultou em melhora clínica. O paciente era um canino Sem Raça Definida (SRD) que sofreu um atropelamento, e que devido a claudicação intensa e desconforto o animal foi encaminhado para o hospital veterinário onde foram feitos exames como hemograma, bioquímicos e também exame radiográfico ao qual evidenciou algumas alterações na região pélvica, sendo verificado uma luxação coxofemoral esquerda e luxação sacroilíaca. Assim, o animal foi encaminhado para três procedimentos cirúrgicos, sendo a primeira para redução da luxação coxofemoral, um segundo procedimento para redução da luxação sacroilíaca, e que devido a recidiva do quadro de luxação o animal necessitou de um terceiro procedimento que foi a OCCF. Esta técnica utilizada se mostrou eficaz na correção do problema, pois é de fácil aplicação na rotina hospitalar e pode devolver, mesmo que parcialmente, a condição física do animal.

Palavras-chave: cão, ortopedia, luxação, ostectomia.

INTRODUÇÃO

A ostectomia da cabeça e colo femoral é um procedimento cirúrgico, utilizado em pacientes com patologias graves na articulação coxofemoral. O procedimento consiste na retirada completa da cabeça e do colo femoral. Esta técnica é utilizada para retirar a dor, restaurar a função e preservar o membro do animal. Vale ressaltar que, como a técnica não reconstrói a articulação coxofemoral, as funções do membro não voltarão a ser completamente normais (DE SOUZA et al., 2011). É um procedimento relativamente simples que tem sido utilizado frequentemente por cirurgiões para eliminar a dor e restaurar parcialmente a função locomotora dos animais (VASSEUR, 1996).

As causas mais frequentes que levam o cirurgião a fazer a ostectomia da cabeça e colo femoral são a luxação da cabeça do fêmur e a displasia coxofemoral. A luxação coxofemoral é o tipo mais comum de luxação em pequenos animais, podendo afetar cães de qualquer tamanho, raça e idade. Geralmente, a luxação é causada por traumas como atropelamentos, mas a torção ou rotação grave do membro durante o exercício também podem levar ao deslocamento (DENNY, 2006).

Segundo De Souza (2011), os animais com luxação não conseguem sustentar o peso no membro acometido e, quando os membros são seguros em extensão, o membro acometido fica mais curto em relação ao outro. Para o diagnóstico, é necessária uma boa avaliação clínica, incluindo a análise do histórico clínico do paciente, das articulações e do comprimento dos membros. Radiografias laterolaterais e ventrodorsais são fundamentais para confirmar o diagnóstico e definir a necessidade de realizar a ostectomia da cabeça e colo femoral.

RELATO DE CASO

Foi atendido no Hospital Veterinário, um canino macho, sem raça definida, pesando 16Kg, com idade de 7 anos e 1 mês, com histórico de atropelamento há 30 dias. No exame físico, foi constatado claudicação no membro posterior esquerdo e dor à palpação.

Os exames complementares incluíram: hemograma, sendo verificado alterações nos valores de eritrócitos 3,92µL (5,5 – 8,5µL); hemoglobina 10,6dL (12 a 18dL); hematócrito 34% (37 a 55%); VCM 86,73fL (60 a 77fL); CHCM 31,17% (32 a 36%); leucócitos totais 43.900µL (6.000 a 17.000µL); policromasia 1+ e anisocitose 1+. No exame de bioquímica sérica, foi constatado alterações nos valores de creatinina de 2,63mg/dL (0,5 – 1,5mg/dL); ALT 557,0 U/L (< 102 U/L); FA 233,0 U/L (<156 U/L) e uréia 91,2mg/dL (21 – 60MG/Dl).

Com os resultados obtidos, o paciente foi encaminhado para realização do exame radiográfico de tórax, abdômen e região pélvica, evidenciando a articulação coxofemoral, após análise das imagens, foi constatado uma luxação coxofemoral no membro posterior esquerdo do paciente e luxação sacroilíaca (Figura. 1). Constatado o problema, o paciente foi encaminhado para dois procedimentos cirúrgicos, sendo que os mesmos aconteceram em dias diferentes.

Figura 1: Cão, sem raça definida, 7 anos e 1 mês, 16 kg. Exame radiográfico em projeção ventro-dorsal evidenciando a luxação coxofemoral esquerda (seta branca) e luxação sacroilíaca (seta preta)

Cão, sem raça definida, 7 anos e 1 mês, 16 kg. Exame radiográfico em projeção ventro-dorsal evidenciando a luxação coxofemoral esquerda (seta branca) e luxação sacroilíaca (seta preta).
Fonte: Arquivo pessoal.

A primeira cirurgia que o paciente foi submetido foi para realização da redução da luxação coxofemoral. Como medicação pré-anestésica, foi administrado quetamina pela via Intramuscular (IM) (1mg/Kg); metadona IM (0,3mg/Kg) e acepram IM (0,03mg/Kg). Para indução, utilizou-se propofol pela via intravenosa (5mg/Kg). Na manutenção foi administrado fármacos sob infusão contínua, do tipo anestesia parcial intravenosa (PIVA), sendo utilizado fentanil (5mg/Kg/hora); cetamina (0,6mg/Kg/hora) e lidocaína (30mg/Kg/minuto). A anestesia local foi aplicada de forma epidural entre a sétima vertebra lombar e primeira sacral, administrando bupivacaina 0,25% (0,2ml/Kg) e morfina (0,1mg/Kg). Também, como terapia de apoio, foi administrado ampicilina (22mg/Kg) e meloxicam (0,2mg/Kg).

Antes do procedimento, foi realizado tricotomia ampla na região do campo operatório. Após, o animal foi posicionado em decúbito lateral direito e realizado a antissepsia prévia e definitiva do campo operatório. Com o animal sedado e sob controle da equipe anestésica, iniciou-se o procedimento realizando uma incisão da pele em sentido craniolateral ao trocanter maior esquerdo, divulsão do tecido subcutâneo, afastamento da musculatura glútea, e neste momento realizou-se a redução da luxação coxofemoral. Após, foi realizado a sutura ilio-femoral afim de estabilizar a articulação usando 4 fios de poliglactina 910, tamanho 2. Feito esta etapa, posteriormente foi realizado a aproximação da musculatura glútea com sutura do tipo sultan usando poliglactina 910, tamanho 2-0. Na sequência, foi feito a redução do subcutâneo com sutura do tipo contínua simples usando fio de poliglactina e sutura em forma de zig-zag. Por fim, realizou-se a dermorrafia com sutura de sultan, com fio de náilon 4-0. Não ocorreram complicações no pré-operatório e transoperatório, sendo o prognóstico cirúrgico caracterizado como razoável.

A segunda cirurgia realizada foi para fazer a redução da luxação sacroilíaca. Como medicação pré-anestésica, foi administrado acepran pela via Intramuscular (IM) (0,03mg/Kg); cetamina IM (1mg/Kg) e metadona IM (0,3mg/Kg). Para indução, utilizou-se midazolam pela Via Intravenosa (IV) (0,2mg/Kg) e cetamina IV (6mg/Kg). A manutenção foi realizada por via inalatória utilizando isoflurano. A anestesia local foi aplicada de forma epidural entre a sétima vértebra lombar e primeira sacral, administrando bupivacaina 0,25% (0,22ml/Kg) e morfina (0,1mg/Kg). Também, como terapia de apoio, foi administrado ampicilina (22mg/Kg) e meloxicam (0,2mg/Kg).

Antes do procedimento, foi realizado tricotomia ampla na região do campo operatório. O paciente foi posicionado em decúbito lateral direito e realizado a antissepsia prévia e definitiva do campo operatório. Com o animal sedado e sob controle da equipe anestésica, iniciou-se o procedimento realizando uma incisão na pele em sentido dorsal a asa ilíaca esquerda, divulsão do subcutâneo e hemostasia. Como segundo plano, foi feito a elevação do músculo glúteo médio e o afastamento dos músculos sacroespinhais. Após a abertura, identificou-se a cartilagem sacral em forma de “c”. Realizou-se 1 orifício de 2,5mm e outro orifício de 3,5mm na asa ilíaca no local correspondente a articulação.

Figura 2: Cão, sem raça definida, 7 anos e 1 mês, 16 kg. Exame radiográfico em posição ventro-dorsal evidenciando a fixação das estruturas com parafusos (seta branca)

Cão, sem raça definida, 7 anos e 1 mês, 16 kg. Exame radiográfico em posição ventro-dorsal evidenciando a fixação das estruturas com parafusos (seta branca).
Fonte: Arquivo pessoal.

Para fixação foi posicionado 1 parafuso de 3,5mmX34mm nos orifícios em questão até verificar a compressão dos fragmentos. Posicionamento de 1 pino de steinmann de 2,0mm na margem cranial do parafuso com o objetivo antirotacional (Figura 2.). Finalizada a fixação e posicionamento, foi realizado a aproximação da musculatura com sutura de sultan com fio poliglecaprone 25 0, redução do subcutâneo com sutura de sultan no primeiro plano usando poliglecaprone 25 0 e sutura contínua simples usando poliglecaprone 25, número 2-0. Por fim, realizou-se a dermorrafia com sutura de sultan usando fio de náilon 3-0. Não ocorreram complicações no pré-operatório e transoperatório, sendo o prognóstico cirúrgico caracterizado como razoável.

Transcorridos dezenove dias da primeira cirurgia e nove dias do segundo procedimento, o paciente precisou ser encaminhado novamente para cirurgia devido ao diagnóstico de recidiva de luxação coxofemoral esquerda. Dessa forma, a técnica empregada para corrigir o problema foi a ostectomia de cabeça e colo femoral esquerdo, neste caso foi possível inferir que a recidiva ocorreu devido a ruptura do fio de poliglactina 910 usado na sutura iliotrocantérica do primeiro procedimento. Como medicação pré-anestésica, foi administrado acepran pela via intramuscular (IM) (0,03mg/Kg); cetamina IM (1mg/Kg) e metadona IM (0,3mg/Kg). Para indução, utilizou-se cetamina pela via intravenosa (IV) (6mg/Kg) e propofol IV (5mg/Kg). A manutenção foi realizada por via inalatória utilizando isoflurano. A anestesia local foi aplicada de forma epidural entre quinta vértebra lombar (L5) e sexta vértebra lombar (L6) (Figura. 3), administrando morfina (0,1ml/Kg) e lidocaína (0,22mg/Kg). Também, como terapia de apoio, foi administrado ampicilina (22mg/Kg).

Figura 3: Cão, sem raça definida, 7 anos e 1 mês, 16 kg. Administração da anestesia epidural entre 5ª vértebra lombar e 6ª vértebra lombar

Cão, sem raça definida, 7 anos e 1 mês, 16 kg. Administração da anestesia epidural entre 5ª vértebra lombar e 6ª vértebra lombar.
Fonte: Arquivo pessoal.

Para impedir e minimizar qualquer tipo de contaminação, antes da cirurgia foi realizado a tricotomia ampla na região do campo operatório. O paciente foi posicionado em decúbito lateral direito e realizado a antissepsia prévia e definitiva do campo operatório. Com o animal sedado e sob controle da equipe anestésica, iniciou-se o procedimento realizando uma incisão de pele na face craniolateral ao trocânter maior esquerdo, divulsão do subcutâneo, hemostasia, afastamento da musculatura glútea, identificação da cabeça do fêmur luxada, afastamento da cápsula articular ao redor do colo femoral com uso de osteótomo, exposição da cabeça do fêmur luxada, incisão da cabeça e colo femoral com serra de oscilação e a retirada das estruturas (Figura. 4), logo depois verificou-se se existia a presença de irregularidades, sendo removida se caso existisse. Após, foi realizado a lavagem da ferida com ringer estéril, aproximação de tecido sobre o acetábulo mediante sutura de sultan usando fio de náilon 0, aproximação da musculatura glútea com sutura de sultan usando fio de náilon 2-0. Após, redução do subcutâneo com sutura contínua simples usando fio poliglecaprone 25 números 2-0. Por fim, realizou-se a dermorrafia com sutura de sultan usando fio de náilon 4-0.

Figura 4: Cabeça do fêmur sendo removida

Cabeça do fêmur sendo removida.
Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 5: Cabeça do fêmur removida após incisão com serra de oscilação. Lesão óssea causada pela luxação (seta branca)

Cabeça do fêmur removida após incisão com serra de oscilação. Lesão óssea causada pela luxação (seta branca).
Fonte: Arquivo pessoal.

Não ocorreram complicações trans e pós-operatórias relacionadas ao procedimento de OCCF. Após a recuperação anestésica, o paciente recebeu ampicilina (22mg/Kg, por via intramuscular). Após três dias da cirurgia, o animal recebeu alta e foi encaminhado de volta para casa, o paciente seguiu com as orientações terapêuticas, principalmente para alívio da dor. Foi recomendado ao tutor a administração de cloridrato de tramadol 100mg/ml (via oral, por 5 dias) e dipirona (via oral, por 5 dias). Além disso, foram instituídas outras recomendações como limpeza dos pontos com solução fisiológica e que o deixasse em repouso. Depois de 10 dias, o paciente retornou ao hospital veterinário para retirada dos pontos, e 30 dias depois o animal foi encaminhado para exame radiográfico para verificar a evolução do quadro, sendo o mesmo favorável de acordo com a situação do animal em questão.

DISCUSSÃO

A luxação da articulação coxofemoral é frequentemente diagnosticada em pequenos animais, as lesões geralmente são decorrentes de traumas externos. Porém, há outras afecções que podem lesionar a articulação como doenças regenerativas e necrose asséptica da cabeça do fêmur (DE SOUZA, 2011).

A luxação coxofemoral é a afecção mais encontrada em cães, geralmente são decorrentes de traumas causados por brigas, quedas e acidentes automobilísticos como é o caso do paciente relatado. Segundo Denny e Butterworth (2000), as luxações de origem traumática são comuns e compreende 90% dos deslocamentos articulares em caninos. Anatomicamente a articulação não possui ligamentos e músculos para fixar a extremidade proximal do fêmur, o que possibilita uma grande movimentação articular. A articulação é fixada apenas pela sua própria conformação composta pelo ligamento redondo e cápsula articular, estas, são estruturas de tecidos moles e responsáveis pela sustentação da articulação, por isso, são facilmente rompidas em traumas.

Após a ruptura e diagnosticada a luxação, a primeira conduta a ser seguida é realizar a redução fechada e a imobilização do membro (MARTINI et al., 2001). Esta técnica não possui sucesso na maioria dos casos, então, deve-se realizar a redução cirúrgica.

O acesso para realização da ostectomia de cabeça e colo femoral neste relato foi crâniolateral ao trocânter maior esquerdo, pois segundo Martini et al., (2001) é o local mais indicado e utilizado, principalmente porque as estruturas anatômicas são visualizadas de forma mais precisa. Em um trabalho realizado por Degregori e Serafini, (2016), a técnica empregada foi com acesso ventral com o intuito de ser mais estético e maior habilidade do cirurgião. No entanto, vale ressaltar que a escolha da técnica é baseada na localização do problema, possibilidade de acesso e habilidade do cirurgião.

Para Brinker et al. (1999) a técnica de ostectomia é a mais indicada em caso de recidiva, fato que levou a escolha deste procedimento no presente relato. O peso corporal do paciente é um fator importante a ser considerado para escolha da técnica, o paciente deste trabalho apresentou peso de 16Kg, segundo Smith et al. (2016) animais com peso de até 17Kg respondem de forma positiva a técnica de ostectomia. O mesmo também foi mencionado por Johnson et al., (2005), onde os autores relataram resultados satisfatórios em cães com peso inferior a 17Kg. Associado ao peso do animal, outros fatores podem influenciar na técnica, como temperamento do paciente, distúrbios ortopédicos concomitantes, cronicidade da claudicação e atrofia muscular preexistente (JOHNSON e DUNNING, 2005).

O exame radiográfico é de grande valia para complementação diagnóstica das doenças pélvicas em cães (FROES, 2011). O exame radiográfico foi fundamental para o diagnóstico das luxações neste paciente, foi possível evidenciar as alterações na articulação coxofemoral e sacroilíaca, e mesmo após a recidiva o exame foi decisivo para realização da ostectomia. Esta técnica foi escolhida devido a sua praticidade e por ser indicada em casos de recorrência do problema. Neste relato em questão, inferimos que o problema ocorreu devido a ruptura do fio de poliglactina 910 usado na sutura iliotrocantérica do procedimento de redução da luxação coxo femoral. O fio apresenta como características ser do tipo multifilamentar, trançado e estirado e que é absorvido pelas reações do organismo em até 60 dias, considerado excelente para qualquer plano de sutura (SAITO et al., 2007). Na literatura, há poucos relatos mencionando desvantagens deste tipo de fio, no presente relato, suspeita-se que o fio tenha sido pouco tracionado o que causou a ruptura e desprendimento do mesmo.

REFERÊNCIAS

ANN L. JOHNSON DVM, MS, DIPLOMATA ACVS DIANNE DUNNING DVM, MS, Diplomata ACVS. Femoral Head and Neck Ostectomy with Joint Capsule Interpolation. [s. l.], p. 46–47, 2005.

BRINKER, W.O. et al. Tratamento das luxações coxofemorais. Manual de ortopedia e tratamento das fraturas dos pequenos animais. São Paulo: Manole, 1999. cap.15, p.394-406.

DEGREGORI, Emanuelle Bortolotto; SERAFINI, Gabriele Maria Callegaro. Relatório de estágio curricular supervisionado em medicina veterinária. [s. l.], p. 30, 2016.

DENNY, H.R.; BUTTERWORTH, S.J. A guide to canine and feline orthopedic surgery. 4.ed. Oxford: Blackwell Science, 2000. 496p.

DENNY, H. R., BUTTERWORTH, S. J. Cirurgia ortopédica em cães e gatos, 4. ed., São Paulo: Roca, 2006. FEITOSA, F.L.F.

DE SOUZA, M. M. D. et al. Afecções ortopédicas dos membros pélvicos em cães: Estudo retrospectivo. Ciência Rural, 2011.

FROES, Tilde Rodrigues. Diagnóstico radiográfico das doenças articulares pélvicas do cão. Revista Veterinária e Zootecnia em Minas, [s. l.], p. 35–39, 2011.

MARTINI, Filippo Maria; SIMONAZZI, Barbara; BUE, Maurizio D E L. Extra-articular Absorbable Suture Stabilization of. [s. l.], p. 468–475, 2001. Disponível em: https://doi.org/10.1053/jvet.2001.25875

SAITO, Célia Tomiko Matida Hamata et al. Subcutâneo de ratos aos fios de sutura poliglecaprone 25 ( monocryl ) e poliglactina 910 ( vicryl ). [s. l.], v. 25, p. 131–142, 2007.

SMITH, Joe S. et al. Femoral head ostectomy for the treatment of acetabular fracture and coxofemoral joint luxation in a Potbelly pig. Veterinary Surgery, [s. l.], v. 46, n. 2, p. 316–321, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1111/vsu.12604

VASSEUR, Philip B. Ostectomia da Cabeça e do Colo Femorais. In: BOJRAB, M. Joseph; BIRCHARD, Stephen J.; TOMLINSON, James L. (org.). Técnicas Atuais em Cirurgias de Pequenos Animais. 3oed. São Paulo: Roca, 1996. p. 634.

[1] Graduado em Medicina Veterinária. ORCID: 0000-0002-6674-6943.

Enviado: Outubro, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Fabio Henrique Zerbielli

Uma resposta

  1. Tenho um Pincher que fez a retirada da cabeça do fêmur. O pós cirurgia não teve complicações, os pontos cicatrizam de forma linda, ela comeu bem, porém as vezes ficava meio abatida. Mas o pior é que ela ainda não coloca a pata no chão e aprece está atrofiando.

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