REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

O triptofano suplementar no combate à depressão: uma revisão de literatura 

RC: 126100
2.850
5/5 - (3 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

REVISÃO BIBLIOMÉTRICA

NÓBREGA, Leyla Fonseca da [1], MARTINS, Glendha Stephanie [2], MUNIZ, Larissa da Silva Leite [3], SILVA, Thalita Pereira da [4], TRIGUEIRO, Victória Karla Martins [5], SERRANO,  Yasmin Meira Fagundes [6], AGUIAR, Michelle Sales Barros de [7]

NÓBREGA, Leyla Fonseca da. Et al. O triptofano suplementar no combate à depressão: uma revisão de literatura. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 08, Vol. 08, pp. 149-159. Agosto de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/triptofano-suplementar

RESUMO

A depressão é uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo, e foi evidenciado que pacientes por ela acometidos possuem níveis baixos de L-triptofano (TRP) e nível aumentado de seu catabólito no plasma, a quinurenina. O TRP é um aminoácido essencial responsável pela biossíntese da serotonina, que em baixas concentrações ou em desequilíbrio, acarreta ansiedade e mudanças negativas no humor, características que são relacionadas à depressão. Diante desse fato, este trabalho propõe responder a seguinte questão: o que os artigos científicos recentes mostram sobre a relação do uso suplementar do triptofano no combate à depressão? O presente artigo tem como objetivo geral descrever se a suplementação com o triptofano pode combater a depressão de forma eficaz. Trata-se de uma revisão de literatura com abordagem qualitativa de natureza descritiva e explicativa. A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Os resultados mostraram que a suplementação do TRP pode ser capaz de, em certas circunstâncias, melhorar rapidamente o humor deprimido e diminuir a ansiedade, como nos quadros graves de depressão subclínica em jovens adultos, sobretudo quando disponibilizada em doses baixas entre refeições. Conclui-se que a associação de fármacos antidepressivos com a suplementação do TRP poderia potencializar os efeitos antidepressivos, tendo um impacto positivo na vida de pacientes com quadro clínico de depressão.

Palavras-chave: Triptofano, Depressão, Suplementos alimentares.

1. INTRODUÇÃO

Estima-se que, em média, 300 milhões de pessoas no mundo padecem com depressão. Nessa patologia, evidenciou-se níveis baixos de L-triptofano (TRP) e nível aumentado de seu catabólito no plasma, a quinurenina, sendo possível associar essas alterações ao potencial desenvolvimento de transtornos depressivos (HOEPNER; MCINTYRE; PAPAKOSTAS, 2021).

O TRP é conhecido por ter um efeito direto na composição alimentar da microflora e não pode ser sintetizado pelo organismo humano, uma vez que sua presença é totalmente dependente de sua ingestão alimentar (KLIMOVA; NOVOTNY; VALIS, 2020). É um aminoácido essencial que atua na síntese protéica e na biossíntese da serotonina (HOEPNER; MCINTYRE; PAPAKOSTAS, 2021). A degradação desse aminoácido no organismo é feita por meio da via da quinurenina, onde é convertido nessa substância e, por fim, na serotonina, que, no sistema nervoso central, vai atuar na regulação das funções humanas essenciais, como apetite, memória, comportamento sexual e humor (GONZALEZ et al., 2021).

Essa diversificação das funções fisiopatológicas ocorre devido à sua distribuição heterogênea no organismo, com 90% sendo encontrado no intestino, 5% no cérebro e os outros 5% no sangue, armazenado, sobretudo, nas plaquetas. Dessa forma, a deficiência desse hormônio relaciona-se a doenças psicossomáticas, como a depressão (GONZALEZ et al., 2021).

Os principais tratamentos farmacológicos para depressão incluem os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina, os quais podem ser prescritos isolados ou em combinação com inibidores da recaptação da serotonina/noradrenalina. Os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRSs) tem no seu mecanismo de ação a inibição de recaptação de 5-HT nas células pré-sinápticas e, consequentemente, aumentando a quantidade de 5-HT na fenda sináptica, ligando-o aos receptores pós-sinápticos (HOEPNER; MCINTYRE; PAPAKOSTAS, 2021).

Estudos sugerem que o comprometimento dos componentes neuroprotetores da via metabólica da quinurenina influencie no quadro depressivo, pois é possível evidenciar uma menor quantidade de TRP, maior degradação desse aminoácido e consequentemente, aumento da concentração plasmática média de ácido quinurênico nesses pacientes. Dessa forma, é necessário investigar a possível coadministração entre o triptofano suplementar com inibidores da recaptação da serotonina em pacientes com depressão grave no combate à depressão, para analisar se há potencialização do efeito antidepressivo (GONZALEZ et al., 2021).

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica que tem como objetivo geral descrever se a suplementação com o triptofano pode combater a depressão de forma eficaz. Diante de tal objetivo, pretende-se aqui responder o seguinte problema de pesquisa: O que os artigos mostram sobre a relação do uso do triptofano suplementar no combate à depressão? A pesquisa é relevante acadêmica, científica e socialmente, por abordar questões atuais relacionadas à fisiopatologia da depressão, bem como uma possível otimização do tratamento da doença com o triptofano.

2. METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa de natureza descritiva. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado em periódicos científicos, constituído principalmente de artigos científicos (GIL, 2002).

Foram consideradas publicações na forma de artigos científicos publicados nos últimos três anos, utilizando-se a base de dados MEDLINE, disponível na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no último ano na base de dados PubMed. Foram usados os descritores “Triptofano”, “Depressão”, “Suplementos alimentares” nas bases de dados da BVS e PubMed, combinados ao operador booleano AND, usando-se como critérios de inclusão os filtros: texto completo disponível, idioma em português e inglês e limite anual de publicação. Os critérios de exclusão foram constituídos os artigos em duplicidade, os publicados anteriormente ao ano de 2019 e aqueles que fogem diretamente da temática proposta, após leitura dos títulos, do resumo e dos descritores.

O artigo foi elaborado no mês de julho de 2021, através de uma pesquisa bibliográfica incluindo 09 artigos científicos. Desses, 02 artigos são da base dados da BVS e 07 artigos da Pubmed. O baixo número de estudos encontrados ocorre por tratar-se de um novo tema na área da saúde.

3. REVISÃO DE LITERATURA

A depressão é uma psicopatologia associada a pensamentos negativos, lentidão, apatia, redução de prazer em viver, dentre outras sintomatologias. Devido à alta incidência no último século, estudos buscam compreender sua fisiopatologia e testar hipóteses. Uma delas defende que a depressão se relaciona a níveis reduzidos de serotonina e noradrenalina, ou seja, de monoaminas, baseada no fato de que pacientes diagnosticados apresentam diminuição na neuroplasticidade de regiões associadas ao humor e à memória (RABELO et al., 2015).

Parece haver correlação entre a depressão e o aumento de citocinas pró-inflamatórias, que reduzem a disponibilidade de L-triptofano (TRP) para a síntese de serotonina como da enzima responsável pela conversão do triptofano em quinurenina e ácido quinolínico (RABELO et al., 2015). O TRP é considerado um dos aminoácidos essenciais para os seres humanos. O organismo humano é composto por cerca de 250 mil proteínas diferentes, sendo todas formadas por apenas 20 aminoácidos. O corpo humano, entretanto, é capaz de sintetizar apenas 11 deles, os outros nove aminoácidos – histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina – precisam ser obtidos através da ingestão dos alimentos, e são chamados de aminoácidos essenciais (KIKUCHI et al., 2021).

O TRP é precursor da serotonina e sua ingestão está relacionada à diminuição da ansiedade e depressão. Estudos de revisão sistemática dos ensaios clínicos randomizados para examinar os efeitos da ingestão de TRP no humor de adultos saudáveis ​​foram realizados com o intuito de investigar essa relação (KIKUCHI et al., 2021).

De acordo com os resultados desses autores, 11 (onze) ensaios clínicos randomizados preencheram os critérios e foram selecionados. Em 04 (quatro) ensaios clínicos randomizados dessa revisão citada, mostraram os efeitos da ingestão de triptofano atuando em sentimentos negativos e na felicidade de indivíduos saudáveis, com diferenças significativas (p<0,05) entre o tratamento e os grupos de controle. Esses estudos apresentam evidências de que a ingestão de TRP pode ser uma terapia eficaz para controle da ansiedade e melhorar o humor positivo em indivíduos saudáveis. Os estudos não mostraram evidência científica da eficácia do TRP para indivíduos com sentimentos agressivos. Evidências mostraram que a ingestão de 0,14–3 g de TRP ao dia, além de uma refeição balanceada, auxilia na melhora do humor em indivíduos saudáveis (KIKUCHI et al., 2021).

Estudos clínicos foram identificados pesquisando sobre o transtorno depressivo usando L-triptofano, zinco, magnésio, vitamina D, ácidos graxos ômega-3, coenzima Q10 e inositol. Estudos com esses termos mostraram níveis anormais de folato, homocisteína e SAMe associados a um maior risco de depressão. Vários estudos apresentaram atividade antidepressiva com L-metilfolato e suplementação de SAMe em indivíduos com depressão. Os aminoácidos L-acetilcarnitina, ácido alfa-lipóico, N-acetilcisteína e L-triptofano foram implicados no desenvolvimento da depressão e evidenciaram efeitos antidepressivos. Dentre os agentes, aqueles que melhoraram os sintomas depressivos foram o zinco, magnésio, ácidos graxos ômega-3 e coenzima Q10 (HOEPNER et al., 2021).

Estudos que avaliaram os efeitos de seis semanas de Treinamento de Resistência (TR) combinado com suplementação de açafrão nos marcadores implicados na depressão e nos níveis de felicidade em jovens do sexo masculino não treinados. Estudos com homens jovens não treinados foram aleatoriamente separados em dois grupos: RT + suplemento de açafrão (RS; n = 14) ou RT + placebo (RP; n = 14). O período do experimento foi de 6 (seis) semanas. Os participantes do grupo RS tomaram um comprimido de 150 mg de açafrão puro imediatamente após cada sessão de RT e ao mesmo tempo em dias sem treinamento. Aqueles designados para o grupo RP tomaram uma pílula de dextrose (MOGHADAM et al., 2021).

É interessante notar que o triptofano é o único precursor da serotonina, e pelo fato de auxiliar a regular as funções humanas essenciais, como apetite, memória, humor e comportamento sexual, observa-se nos estudos que conexões são identificadas entre a disfunção do sistema da serotonina, a etiologia molecular e o tratamento dos transtornos do humor. Sendo assim, a coadministração da suplementação de TRP com inibidores da recaptação da serotonina em pacientes com depressão maior tem sido investigada para explorar o estado depressivo subterapêutico em populações saudáveis (GONZALEZ et al., 2020).

Observa-se que respostas apresentadas nos ensaios são muito diferentes e esse efeito desigual pode ser amplamente explicado por diferenças genéticas inerentes aos indivíduos. A pesquisa contou com 138 indivíduos saudáveis usando o Questionário de Saúde Geral de Goldberg e o Questionário de Perfil de Estados de Humor para determinar os efeitos de uma suplementação diária de 1g de TRP ou placebo. Amostras de DNA bucal foram fornecidas e as variantes TPH1 (rs1800532), MAOA (rs3788862 e rs979605), MAOB (rs3027452) e COMT (rs6269 e rs4680) foram genotipadas. Esse estudo mostrou que MAOB rs3027452 foi igualmente associado à eficácia da suplementação de TRP nas subescalas de depressão de ambos os questionários. Os pesquisadores mostraram p-valores <0,01 (GONZALEZ et al., 2020).

A suplementação de TRP recupera os níveis séricos desse aminoácido e previne distúrbios comportamentais, conforme resultados experimentais. Também foi demonstrado o seu efeito imunossupressor, pela regulação da expressão de FcγR, capaz de evitar a diminuição do triptofano sérico e a progressão de doenças autoimunes, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico (CHO et al., 2021).

4. RESULTADOS

Algumas inflamações, sejam agudas ou crônicas, características de distúrbios que cursam com condições neuropsiquiátricas, como a depressão, estão conectadas a um estado de perturbação de certos aminoácidos e ao metabolismo de neurotransmissores associados. O metabolismo provocado por um processo inflamatório em aminoácidos aromáticos, em especial o TRP, realiza papel regulatório na função de células do sistema imunológico. Isso porque, por ser precursor da serotonina, desempenha um papel relevante em transtornos afetivos como a depressão, através da regulação de sentimentos negativos (STRASSER et al., 2017).

Ademais, restou evidenciado que o TRP se correlaciona tanto com outros catabólitos neuroativos pelo eixo da quinurenina quanto com o imunometabolismo do aminoácido, estando esse último diretamente associado com os processos ligados à sintomatologia neuropsiquiátrica. A degradação do TRP também se liga à ativação imunológica e níveis aumentados de marcadores biológicos para doenças agudas e crônicas, como a neopterina que, ao ser sintetizada no decorrer de um estresse oxidativo, fornece uma ligação adicional entre o metabolismo do TRP, a neurotransmissão serotoninérgica e catecolaminérgica (GOSTNER et al., 2020).

A síntese de produtos pela neurorregulação da via de quinurenina, metabólito do TRP, é enfatizada com a elevação de hormônios do estresse e da imunorregulação, enquanto a produção está longe das vias neurorregulatórias da serotonina e da melatonina, o que se liga aos transtornos de humor deprimido que estão classicamente associados à diminuição da serotonina e melatonina aos aumentos nos produtos da via da quinurenina (DUAN et al., 2018).

Os achados sobre as alterações no metabolismo do TRP associados com a síntese de serotonina (5-HT) para o tratamento clínico da depressão também servem como evidências de que a depressão pode ser tratada como um distúrbio sistêmico com novos alvos bioquímicos para desenvolvimento de novas opções para planos terapêuticos (DELL’OSSO et al., 2016).

Com os resultados obtidos em 11 estudos randomizados controlados, a ingesta de TRP foi considerada uma abordagem eficaz para a terapêutica de um indivíduo com comportamento depressivo, aumentando o humor positivo e diminuindo a ansiedade e outros transtornos ou sintomatologias associadas ao humor negativo (KIKUCHI et al., 2021).

A adição de L-triptofano à dieta nutricional do grupo de melhora composto por indivíduos saudáveis sugeriu melhora no humor ao ser feito um comparativo com grupo de controle também composto por indivíduos saudáveis sem o TRP como parte da alimentação, sendo que sentimentos de caráter mais agressivos não apresentaram resultados conclusivos que sugerissem um efeito redutor com a suplementação entre os 138 indivíduos que participaram (GONZALEZ et al., 2020).

Estudo mais recente com 28 indivíduos também detectou melhores resultados em um Grupo Experimental (RS) que administrou comprimido com dosagem de 150 mg de açafrão puro que em um Grupo de Controle (RP) que administrou placebo de dextrose nas mesmas condições do primeiro grupo. Em ambos se praticava Treinamento de Resistência (TR) e a administração dos fármacos aconteciam no mesmo horário e em dias sem prática de TR. As concentrações de AEA, dopamina e endorfina tiveram seus valores significativamente aumentados no grupo RS e sem alterações no RP. A serotonina e os níveis de felicidade aumentaram significativamente em ambos, mas com resultados mais satisfatórios em grupo experimental ao ser feito comparativo com o grupo de controle. As concentrações de triptofano permaneceram inalteradas (MOGHADAM et al., 2020).

Os efeitos do TRP na atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) acabam não se tornando claros, mas o TRP, assim como a vitamina B6 e outros suplementos em que a nicotinamida fez parte da composição, quando disponibilizado entre as refeições pode melhorar rapidamente o humor deprimido em certas circunstâncias: doses baixas em adultos jovens em quadro grave de depressão subclínica (TSUJITA et al., 2019).

Pesquisadores tratam os estados de humor negativos devido à falta de TRP em participantes com histórico de depressão. Estudos foram consistentes e o menor consumo de TRP refletiu no estado de humor deprimido, tendo sido o foco do estudo os efeitos de doses mais altas desse aminoácido na dieta, enquanto muitos dos estudos publicados se concentraram no TRP eliminado (LINDSETH et al., 2015).

O Quadro 1 resume os principais achados e resultados do presente trabalho.

Quadro 1: Resumo dos achados científicos

AUTOR ANO TAMANHO DA AMOSTRA INTERVENÇÕES COMPARAÇÃO RESULTADOS
Gonzalez I et al. 2020 n = 138 Suplementação diária de 1g de triptofano para o grupo experimental, composto apenas por indivíduos saudáveis. Placebo diário para o grupo controle, composto apenas por indivíduos saudáveis. MAOB rs3027452 foi igualmente associado à eficácia da suplementação de triptofano nas subescalas de depressão no Questionário de Saúde Geral de Goldberg e no Questionário de Perfil de Estados de Humor. Os pesquisadores mostraram p-valores <0,01.
Kikuchi AM et al. 2021 n = 11 Adição diária de 0.14-3 g de L-triptofano na dieta do grupo experimental, composto apenas por indivíduos saudáveis. Dieta regular sem adição de L-triptofano no grupo de controle, composto apenas por indivíduos saudáveis. A adição de 0.14-3 g de L-triptofano pode gerar melhora no humor de indivíduos saudáveis. No entanto, não foi possível comprovar quaisquer efeitos desta suplementação na redução de sentimentos agressivos.
Moghadam BH et al. 2021 n = 28 O Grupo Experimental (RS) realizou Treinamento de Resistência (TR), e logo em seguida, foi administrado comprimido de 150 mg de açafrão puro. O comprimido também foi administrado nos dias sem prática de TR, no mesmo horário. O Grupo de Controle (RP) realizou Treinamento de Resistência (TR), e logo em seguida, foi administrado comprimido placebo de dextrose. O comprimido placebo também foi administrado nos dias sem prática de TR, no mesmo horário. As concentrações de AEA (0,5 ng/ ml), 2-AG (0,04 ng/ml), dopamina (0,7 ng / ml) e β-endorfina (9,4 pg/ ml) aumentaram significativamente no grupo RS (P <0,05). Entretanto, não foram detectadas alterações no grupo RP. As concentrações de serotonina (RS= 1,7 ng/mL e RP= 1 ng/mL) e os níveis de felicidade aumentaram significativamente em ambos os grupos, com maiores mudanças no grupo RS. As concentrações de triptofano permaneceram inalteradas (P> 0,05). Além disso, ambos os grupos aumentaram significativamente a resistência muscular com maiores mudanças no grupo RS (P <0,05).

Fonte: Dados da pesquisa bibliográfica, 2021.

Observa-se no Quadro 1 que o uso do TRP suplementar no combate à depressão apresentou a eficácia na suplementação do triptofano em subescala de depressão, melhorou o humor nos indivíduos saudáveis, porém não apresentou efeitos na redução dos sentimentos agressivos. Com isso, denota-se a importância desta substância, pois é essencial ao combate nessa patologia em questão que vem desencadeando grandes transtornos para a população em todas as faixas etárias.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, portanto, respondendo a questão norteadora, que a quantidade ideal de TRP suplementar para um impacto positivo no tratamento contra a depressão necessita de outros estudos, com configurações mais adequadas de período de ingestão, frequência de ingestão e método de ingestão para poder ser efetivamente aplicada na prática médica.

Entretanto, de acordo com os resultados de alguns estudos mencionados no presente artigo, parece haver uma relação entre o TRP suplementar e o combate da depressão, considerando que o aumento dos medicamentos antidepressivos contendo TRP amenizou os efeitos antidepressivos no tratamento do transtorno, sendo ideal a realização de mais estudos quantitativos sobre o tema, tendo em vista a possibilidade de melhorar a qualidade de vida de milhões de pacientes em todo o mundo.

Faz-se notória a importância do uso do TRP no combate a depressão, associado a outros fatores como serotonina, dopamina e β-endorfina proporcionando melhorias tais como aumento da felicidade, resistência muscular com maiores mudanças nos grupos os quais foram aplicados. 

REFERÊNCIAS

CHO, Takamasa et al. Mood Disorder in Systemic Lupus Erythematosus Induced by Antiribosomal P Protein Antibodies Associated with Decreased Serum and Brain Tryptophan. Journal of immunology. Baltimore, 1950. vol. 206 (8), p. 1729-1739, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33789980/. Acesso em: 16 jun 2021.

DELL’OSSO, Liliana et al. Depression, Serotonin and Tryptophan. Current pharmaceutical design v. 22 (8), p. 949-954, 2016. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26654774/. Acesso em: 10 jun 2021.

GONZALEZ, Irene et al. MAOB rs3027452 Modifies Mood Improvement After Tryptophan Supplementation. International journal of general medicine, v.14, p. 1751–1756, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33986613/. Acesso em: 10 jun 2021.

GOSTNER, Johanna M et al. Tryptophan Metabolism and Related Pathways in Psychoneuroimmunology: The Impact of Nutrition and Lifestyle. Neuropsychobiology v. 79 (1), p. 89-99, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30808841/https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34054418/. Acesso em: 10 jun 2021.

HOEPNER, Cara et al. Impact of Supplementation and Nutritional Interventions on Pathogenic Processes of Mood Disorders: A Review of the Evidence. Nutrients v. 13(3), p. 767, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33652997/. Acesso em: 10 jun 2021.

KIKUCHI, Asako; TANABE, Aya; IWAHORI, Yoshihiro. A systematic review of the effect of L-tryptophan supplementation on mood and emotional functioning. Journal of dietary supplements, vol. 18, pp. 316–333, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32272859/. Acesso em: 15 jun 2021.

LINDSETH, Glenda; HELLAND, Brian; CASPERS, Julie. The effects of dietary tryptophan on affective disorders. Archives of psychiatric nursing, vol. 29, pp. 102–107, 2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25858202/. Acesso em: 15 jun 2021.

MOGHADAM, Babak Hooshmand et al. Impact of saffron (Crocus Sativus Linn) supplementation and resistance training on markers implicated in depression and happiness levels in untrained young males. Physiology & behavior v. 233, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33556410/. Acesso em: 14 jun 2021.

STRASSER, Barbara et al. Mechanisms of Inflammation-Associated Depression: Immune Influences on Tryptophan and Phenylalanine Metabolisms. Current topics in behavioral neurosciences v. 31, p. 95-115, 2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27278641/. Acesso em: 10 jun 2021.

TSUJITA, Natsuki et al. Effect of tryptophan, vitamin b6, and nicotinamide-containing supplement loading between meals on mood and autonomic nervous system activity in young adults with subclinical depression: a randomized, double-blind, and placebo-controlled study. Journal of Nutritional Science and Vitaminology, v. 65, n. 6, p. 507-514, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31902864/. Acesso em: 16 jun 2021.

[1] Pós-Graduada em Direito Público, Graduada em Direito pela UFPB, Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa – João Pessoa/PB. ORCID: 0000-0002-7096-8469.

[2] Graduanda em Medicina pela Universidade de Marília – Marília/SP. ORCID: 0000-0001-5860-6812.

[3] Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa – João Pessoa/PB. ORCID: 0000-0003-0523-6744.

[4] Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa – João Pessoa/PB. ORCID: 0000-0002-1727-8477.

[5] Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa – João Pessoa/PB. ORCID: 0000-0002-5543-4733.

[6] Graduanda em Medicina pelo Centro Universitário de João Pessoa – João Pessoa/PB. ORCID: 0000-0002-4294-0805.

[7] Orientadora. Doutorado em Sistemas Petrolíferos e Problemas de Energia, Mestrado em Engenharia de Produção, Especialização em gestão e planejamento do ensino aprendizagem e Graduação em Química Industrial. ORCID: 0000-0001-7712-8932.

Enviado: Outubro, 2021.

Aprovado: Agosto, 2022.

5/5 - (3 votes)
Leyla Fonseca da Nóbrega

Uma resposta

  1. Parabéns pelo estudo, artigo, tenho depressão e ansiedade, transtorno de pânico a 40 anos, fiz todas terapias possíveis,e medicamentos, gostaria muito de saber se posso me tratar com triptofano e acetilcisteína,estou curado de um câncer de reto,mas meu sistema nervoso piorou,se sim qual quantidade diária.PF

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita