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Tentativas de suicídio em Macapá, Amapá, Região Amazônica, Brasil, em 2018

RC: 51519
347
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/tentativas-de-suicidio

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

CHAGAS, Jéssica Andréa Silva das [1], MATOS, Talita de Oliveira [2], DIAS, Cláudio Alberto Gellis de Mattos [3], DENDASCK, Carla Viana [4], OLIVEIRA, Euzébio de [5], ARAÚJO, Maria Helena Mendonça de [6], FECURY, Amanda Alves [7]

CHAGAS, Jéssica Andréa Silva das. Et al. Tentativas de suicídio em Macapá, Amapá, Região Amazônica, Brasil, em 2018. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 03, pp. 17-35. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/tentativas-de-suicidio, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/tentativas-de-suicidio

RESUMO

O suicídio é o ato humano de cessar a própria vida. As atitudes suicidas com intenção de morte, mas sem levar ao óbito são denominadas tentativas de suicídio, isto é, são atos intencionais de autoagressão sem que o desfecho seja a morte. Este trabalho analisou, epidemiologicamente, os atendimentos realizados pelo Serviço Móvel de Urgência – SAMU/AP relacionados a tentativas de suicídio no ano de 2018 em Macapá/AP. Foi realizada uma pesquisa transversal, descritiva e quantitativa. Foram coletados dados de 61 fichas de atendimento inicial referentes às ocorrências realizadas no ano de 2018, a partir do sistema de armazenamento de fichas do SAMU/AP. Este estudo permitiu a ampliação do conhecimento das características dos casos de tentativas de suicídio e suicídio consumado que ocorreram em Macapá/AP, possibilitando, assim, subsidiar os profissionais para trabalharem em intervenções junto à população em busca da diminuição das estatísticas existentes. Ressalta-se que o problema da falta ou da notificação dos casos de tentativa de suicídio realizada de maneira insuficiente é um aspecto importante para o enfraquecimento das informações epidemiológicas, das ações assistenciais em rede e para a efetivação da territorialização e da intersetorialidade em saúde mental. Ações educativas e políticas públicas que reforcem ao médico e às equipes socorristas de forma geral a importância do registro correto e completo das informações

Palavras-chave: Suicídio, epidemiologia, SAMU.

INTRODUÇÃO

Para a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS, 2003), o suicídio é o ato humano de cessar a própria vida. As atitudes suicidas com intenção de morte, mas sem levar ao óbito são denominadas tentativas de suicídio, isto é, são atos intencionais de autoagressão sem que o desfecho seja a morte (BRASIL, 2008) e a OMS calcula que para cada suicídio consumado há cerca de vinte pessoas que o tentam (OMS, 2014).

O Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (BRASIL, 2013) apresentou uma pesquisa, realizada nas 24 capitais brasileiras e no Distrito Federal, com registro total de 272 tentativas de suicídio, sendo 171 do sexo feminino e 101 masculino, nos meses de setembro a outubro de 2011.

De acordo com a OMS (2014), as mortes por suicídio podem ser evitadas se houver condições para oferta da ajuda, sendo a prevenção o componente central e responsabilidade também dos serviços de saúde. Em todo o mundo, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos, o que corresponde a uma taxa de 11,4 óbitos para cada 100 mil habitantes e 1 morte autoprovocada a cada 40 segundos. Estima-se que o número de tentativas supere esse índice em até 10 vezes.

No Brasil, os métodos utilizados para o suicídio são variados e dependem de cada lugar e costumes. Os mais utilizados são enforcamento, armas de fogo e envenenamento (JUNIOR, 2015).

Alguns fatores são sabidamente relacionados ao suicídio, como transtornos depressivos e abuso/dependência de álcool, mas ainda são necessários mais estudos para investigar os aspectos sociais, econômicos e culturais que podem estar ligados ao comportamento suicida (CS) em diferentes regiões do Brasil (LOVISI et al., 2009).

Neste contexto, a implementação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo Ministério da Saúde foi importante, pois fornece um atendimento adequado a pessoas que são acometidas por emergências clínicas, incluindo as tentativas de autoextermínio, podendo evitar que venham a óbito, já que proporcionam um atendimento rápido e precoce ainda no local do ocorrido (SANTANA et al., 2011).

O SAMU realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas. Com poder de autoridade sanitária, o médico regulador comunica a ocorrência aos hospitais públicos e assim reserva leitos para que o atendimento tenha continuidade (BRASIL, 2006a). A qualidade dos serviços prestados nos setores de emergência é essencial para prevenir futuras tentativas com desfecho fatal (KAWASHIMA et al., 2014) e devem estar articuladas com os demais serviços do sistema, permitindo o adequado encaminhamento dos pacientes a outros serviços competentes (FRANÇA, 2005; AZEVEDO e BARBOSA, 2007) para que cada um desses recursos colabore e garanta a atenção integral para prevenir novas TS (SUOKAS et al., 2009).

O fluxo de atendimento no SAMU começa a partir da solicitação do usuário realizada através do número 192, e a abertura da ocorrência é feita pela equipe da regulação médica. Na sala de regulação, o médico responsável pela triagem aciona uma das unidades móveis USB ou USA, de acordo com a gravidade do caso (SANTANA et al., 2011).

OBJETIVO

Analisar, epidemiologicamente, os atendimentos realizados pelo Serviço Móvel de Urgência – SAMU/AP relacionados a tentativas de suicídio no ano de 2018 em Macapá/AP.

MÉTODO

O presente estudo consiste em uma pesquisa transversal, descritiva e quantitativa. Foram coletados dados de 61 fichas de atendimento inicial referentes às ocorrências realizadas no ano de 2018, a partir do sistema de armazenamento de fichas do SAMU/AP. O local do estudo foi a Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-AP) sediada em Macapá/AP, na Rua Jovino Dinoá, bairro Beirol, Macapá, Amapá, região Amazônica, Brasil.

As informações foram coletadas do sistema de notificação informatizado do SAMU-AP e no sistema de armazenamento da Central de Regulação do SAMU, no ano de 2019, em Macapá. Em seguida, todas as fichas foram separadas e os dados transcritos para uma ficha individual, para serem analisados, sem qualquer identificação do sujeito.

As informações foram compiladas e analisadas no programa Excel, componente do pacote Office da Microsoft Corporation.

O estudo foi cadastrado na Plataforma Brasil e submetido à análise do Comitê de Ética em Pesquisa, seguindo os princípios éticos da Declaração de Helsinque (AMM, 1964) e atendendo as considerações éticas dispostas na resolução nº 466, de 12/12/2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que contempla as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos, obtendo o CAAE 16334919.4.0000.0003.

RESULTADOS

Das 61 fichas avaliadas, quanto ao mês de ocorrência, 11 (18,03%) registros ocorreram em agosto, 9 (14,75%) em novembro e 7 (11,48%) em dezembro, conforme observado na figura 1.

Figura 1 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU – AP, segundo mês de ocorrência. Macapá, 2018.

Analisando-se o horário das ocorrências, o maior número de registros foi durante a noite, das 18:00h às 23:59h, com um total de 26 casos (42,62%), seguindo-se da manhã, das 06:00h às 12:00h, com 13 casos (21,31%) (figura 2).

Figura 2 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU-AP, segundo horário de ocorrência. Macapá, 2018.

Quanto ao local de solicitação, a maioria das tentativas de lesão autoprovocada ocorreu no domicílio da vítima com 40 notificações (65,57%), e 12 casos sem registro, como apresentado na figura 3.

Figura 3 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU-AP, quanto ao local de solicitação. Macapá, 2018.

No que se refere ao tipo de atendimento, o pedido de socorro foi o chamado mais comum, com 61% (51/61) dos casos analisados (figura 4).

Figura 4 Distribuição dos casos de Tentativa de suicídio atendidos pelo SAMU-AP, quanto ao tipo de atendimento. Macapá, 2018.

Quanto às localidades em que ocorreram as tentativas de suicídio, houve predominância da Zona Sul de Macapá, com 21 casos (34,43%), contemplando os seguintes locais: Buritizal, São José, Zerão, Jardim Marco Zero, Congós, Muca, Araxá, Unidade Pronto Atendimento (UPA) Zona Sul e Cesein – Centro de Medida Socioeducativa de Internação Masculina, e, dentre esses, o bairro Congós foi o mais acometido. Observou-se também a relevância da Zona Norte da cidade, com 15 casos (24,6%), e que o SAMU, ainda que sediado em Macapá, atendeu 15 casos na cidade vizinha, Santana (24,6%) (Tabela 1).

Tabela 1 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU- AP, de acordo com a localidade em Macapá e casos atendidos do município de Santana, 2018.

Com relação à caracterização dos indivíduos que tentaram suicídio, o sexo feminino foi predominante, sendo 57,38% (35/61) dos casos, e 31,15% (19/61) correspondente ao masculino (figura 5). A faixa etária mais acometida foi a de jovens, sendo 19 casos de adolescentes entre 14-19 anos (31,15%) e 11 indivíduos na faixa etária de 20 a 25 anos (18,03%) (figura 6).

Figura 5 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU- AP, segundo gênero. Macapá, 2018.

Figura 6 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU- AP, de acordo com a faixa etária. Macapá, 2018.

Em relação aos mecanismos das tentativas de suicídio, as intoxicações exógenas ficaram em primeiro lugar com 22 casos (36,07%), seguidas de enforcamento com 15 (24,59%) e automutilação, com 6 casos (9,84%) (figura 7). Na análise de duas fichas, constataram-se dois métodos de tentativa: na primeira enforcamento e intoxicação exógena e na segunda automutilação e intoxicação exógena. Com relação à automutilação, vale ressaltar que todos os casos ocorreram devido a ferimentos por Arma Branca.

Figura 7 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU- AP, de acordo com o mecanismo de tentativa. Macapá, 2018.

Em relação ao apoio de outras instituições, foram registradas duas ocorrências (3,28%) onde Corpo de Bombeiros Militar (CBM) foi acionado, uma (1,64%) em que a Polícia Militar (PM) foi contatada e uma (1,64%) onde a Unidade de Suporte Básico (USB) foi recrutada, pois neste caso a Unidade de Suporte Avançado (USA) já estava em prestando assistência. A maior parte dos casos (93,44%) não possuía registro dessa informação (figura 8).

Figura 8 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU- AP, de acordo com necessidade de apoio. Macapá, 2018.

Quanto aos códigos das chamadas, 8 casos foram registrados com código 02, que representa prioridade média (urgência), não configurando gravidade extrema e 8 corresponderam a ao código 3, que representa prioridade máxima, emergência (Figura 9).

Figura 9 Distribuição dos casos de Tentativa de Suicídio atendidos pelo SAMU- AP, de acordo com o código utilizado. Macapá, 2018.

Em apenas 3 fichas encontrou-se o registro do horário de saída da ambulância da base e horário de chegada na ocorrência, permanecendo a média de 18 minutos.

DISCUSSÃO

A maioria dos registros (18,03%) ocorreu em agosto, o que pode ser explicado pelo fato deste mês ser a transição para o período mais quente, que ocorre no segundo semestre do ano no Amapá (MARQUES et al., 2012; BELÚCIO et al., 2014). Tal achado é condizente com o fato das tentativas ou mortes por suicídio apresentarem uma sazonalidade em todo o mundo, com picos principalmente na transição das estações mais escuras para as mais claras (LESTER, 1971). A luz, a longo prazo, pode agir como um antidepressivo e melhorar o humor (PAPADOPOULOS et al., 2005). Mas a curto prazo, ela pode alterar o estado de motivação dos indivíduos e aumentar a coragem de cometer suicídio. A variação do nível de serotonina pode ser muito rápida com o aumento de luminosidade solar, o que pode trazer sentimentos desagradáveis ((LAMBERT et al., 2002). Pesquisadores relataram maior número de casos no verão, mas ressaltaram que a sazonalidade climática da TS é uma variável de difícil associação em um país de grande diversidade regional como o Brasil, onde o clima não tem estações marcantes e as estações do ano não são bem definidas em todas as regiões (TREVISAN et al., 2013).

Um estudo mostrou que o aumento da exposição à luminosidade solar gerou um aumento dos casos de suicídio (LINS e DE MENEZES, 2018), o que pode estar associado a diversos hormônios dependentes da luz do sol (como melatonina, serotonina, triptofano e cortisol), responsáveis pela regulação do humor (PETRIDOU et al., 2002). Ao que parece, a desregulação dessas substâncias no corpo, pode levar a mudanças de comportamento nos indivíduos (LINS e DE MENEZES, 2018).

Vale ressaltar que isso pode ser um fenômeno inofensivo para a maioria da população, mas para grupos psicologicamente vulneráveis e com pré-disposição ao autoextermínio pode ser um importante fator de risco (DEISENHAMMER, 2003).

Com relação aos horários de ocorrência, observou-se que a maioria dos atendimentos foram realizados no período da noite (18:00 às 23:59h) e da manhã (06:00 as 11:59h), semelhante a outros trabalhos (AVANCI et al., 2005; SOUZA et al., 2011).  Esse achado pode ser atribuído à ingestão de bebida alcóolica citada nos dados coletados, mais frequente à noite (MENDES e LOPES, 2007), uma vez que o consumo de álcool e/ou abuso de outras drogas estão intimamente ligados à tentativa ou ao suicídio consumado, como apontaram as autópsias de 1.018 suicídios, nas quais foram encontrados níveis de concentração de álcool elevado no sangue das vítimas (≥0,1 g/kg) (ZUPANC et al., 2013).

O uso de drogas traz consigo maior vulnerabilidade, alteração de juízo crítico e autocontrole e aumento da impulsividade, o que pode desencadear comportamento suicida naqueles com predisposição para tal (KLIMKIEWICZ et al., 2012). Álcool e outros adições podem aumentar o risco ou interagir com a depressão favorecendo então o aparecimento da ideação suicida (WASSERMAN et al., 2005).

Em relação ao tipo de solicitação, o pedido de socorro foi o mais prevalente, o que corrobora com a literatura, uma vez que em relação ao comportamento suicida há frequentemente um pedido de socorro, ainda que nem sempre seja claramente consciente, expresso, reconhecido ou acolhido (WHO, 2014; VEDANA et al., 2017).

Os casos analisados nesta pesquisa se concentraram mais na Zona Sul, Zona Norte e cidade de Santana, nos bairros da periferia como, por exemplo, o bairro Congós, constituído de áreas alagadas (MARINHO et al., 2018). Uma pesquisa realizada em 2006 em Macapá também mostrou que a maioria das pessoas com comportamento suicida (80%) habitavam os bairros de periferia, com menores índices socioeconômicos, bastante desigualdade e pobreza (NEVES, 2007), que é fator predisponente ao suicídio (DE FRAGA et al., 2016).

Quanto ao gênero a prevalência de tentantes neste trabalho foi do sexo feminino (57,38%), diferentemente de outros estudos (VIDAL et al., 2014; LIMA et al., 2019), em que predominou-se o sexo masculino, estando de acordo com a epidemiologia nacional e mundial (SADOCK et al., 2017; BACHMANN, 2018). Quanto aos óbitos relatados nesta pesquisa, não houve predominância de um dos sexos.

Pode-se atribuir essa discordância à epidemiologia local, pois em Macapá as mulheres representam o maior percentual com 50,88% da população enquanto os homens correspondem a 49,12% (IBGE, 2010). Além disso, em relação ao sexo feminino, os estados de Roraima e Amapá foram alguns dos que obtiveram a maior variação da taxa de óbito por suicídio no período de 2011 a 2015 com 0,9/100 mil habitantes, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (BRASIL, 2017).

Embora as mulheres sejam quatro vezes mais propensas a tentar o suicídio, os homens têm quatro vezes mais êxito (SADOCK e SADOCK, 2007; MOREIRA et al., 2017). Este fato pode estar associado a maior agressividade, intenção de morrer e uso de meios mais letais (NOCK et al., 2008). Além de características como impulsividade e competitividade, os homens também possuem maior acesso a tecnologias letais e armas de fogo e carregam o papel de gênero social como o “provedor econômico” do lar, em uma cultura patriarcal, sendo submetidos a maior estresse quanto ao desemprego, empobrecimento, desespero e doenças mentais (SANTANA et al., 2011).

O comportamento suicida no sexo feminino pode estar relacionado a traumas vividos na infância, abuso sexual, problemas conjugais e transtornos de ansiedade, tornando-as mais susceptíveis a novas tentativas (PIRES et al., 2012; VELOSO et al., 2017). Métodos menos letais, religiosidade, atitudes flexíveis em relação às aptidões sociais, desempenho de papéis durante a vida e baixa prevalência de alcoolismo são alguns dos fatores a que podem ser atribuídos a menor ocorrência de óbito por suicídio entre as mulheres. Elas também reconhecem de forma precoce os sinais de risco para depressão, doença mental, suicídio, buscam ajuda em momentos de crise e têm maior participação nas redes de apoio sociais (MENEGUEL et al., 2004)

As estatísticas de violência doméstica e familiar contra a mulher em Macapá no ano de 2018, com registro de 1.307 casos, também podem estar associadas com os achados do presente estudo, devido à intensa relação que este cenário tem com dependência financeira, baixa renda e baixo nível educacional das mulheres vítimas de maus tratos (AMAPÁ, 2018). Tal conclusão também é favorecida devido ao fato de que a maior parte dos casos de maus-tratos terem ocorrido em domicílio, no período da noite, predominantemente nos bairros da Zona Sul da cidade, similarmente às tentativas de autoextermínio.

No tocante a faixa etária, os achados são similares aos resultados do estudo que analisou lesões autoprovocadas na Região Norte no período de 2012-2016, e o maior número de óbitos registrado foi na faixa etária de 20 a 29 anos, também se mostrando elevado nas faixas de 15 a 19 e 30 a 39 anos (PIRES, 2019). Esses dados são semelhantes aos mundiais, sendo o suicídio a principal causa de morte entre indivíduos de 15 a 24 anos no mundo inteiro (SADOCK et al., 2017). Isso pode significar que a cidade de Macapá tem experimentado a tendência regional e nacional de aumento dos casos de suicídio entre jovens (MACHADO e SANTOS, 2015), uma vez que essa faixa etária vive muitas transformações e questões no contexto social em que está inserida.

O suicídio em jovens aumentou em todo o mundo e no Brasil nas últimas décadas, sendo a terceira principal causa de morte nessa faixa etária no país. Os comportamentos suicidas entre jovens e adolescentes envolvem motivações complexas, incluindo rompimentos de relacionamentos (PIRES, 2019), humor depressivo, abuso de substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância (ABP, 2014).

Autores pontuam que as fases da adolescência (12-20 anos) e adulta jovem (20-40 anos) configuram períodos de transformações pessoais e sociais, conflitos decorrentes da própria idade, onde há aumento das responsabilidades, cobranças e da necessidade de tomar decisões. O apoio de outrem, fundamental para um equilíbrio emocional nessa etapa da vida, passa então a ser deixado de lado (SEHNEM e PALOSQUI, 2014).

Pode-se, ainda, atribuir tais resultados ao atual uso exacerbado da internet e mídia sociais na infância e juventude, uma vez que seu uso desenfreado está relacionado a diversas patologias psíquicas e a indivíduos com maior vulnerabilidade, impulsividade e perturbações, além de ansiedade social, baixa autoestima, solidão, menores níveis de atividade física, hostilidade e comportamento agressivo, menor felicidade e vitalidade subjetivas e prejuízos na saúde mental de forma geral (YOUNES et al., 2016). “A forma como forma como os jovens usam a internet são meios que colocam os jovens em risco ao suicídio” (ESCÓSSIA, 2017).

No que se refere ao mecanismo de tentativa de suicídio, assim como em vários estudos (AVANCI et al., 2005; LIMA et al., 2019), houve predominância da intoxicação exógena como método, diferentemente da epidemiologia nacional e da região Norte, cujo principal mecanismo é o enforcamento (PIRES, 2019), análogo a outros estudos (SEHNEM e PALOSQUI, 2014; VIDAL et al., 2014; CUNHA et al., 2016; D’EÇA JÚNIOR et al., 2019). Foi registrado em alguns casos ainda o uso de medicações controladas, além de história de transtorno psiquiátrico prévio. Desemprego, distribuição e comércio dos fármacos no país e prescrição indiscriminada de drogas psicoativas podem ser fatores que favoreceram a excessiva exposição da população aos produtos químicos (BERNARDES et al., 2010).

Apesar dessas morbidades não serem maioria nos resultados encontrados neste trabalho, atribui-se que o risco de comportamento suicida ao longo da vida é maior quando existe um transtorno de humor associado, transtornos esses que podem aumentar a angústia (transtorno do pânico, transtorno de estresse pós-traumático) ou diminuir a contenção (transtornos de conduta e antissociais, uso indevido de substâncias) (VASCONCELOS-RAPOSO et al., 2016; BRASIL, 2017). Outro trabalho sueco reforça que, independentemente do método de perpetração (enforcamento ou autointoxicação), os medicamentos antidepressivos e/ou antipsicóticos são os mais encontrados nos resultados de toxicologia de suicídios (JONES et al., 2013)

A predominância da intoxicação exógena como mecanismo de tentativa esteve tanto no sexo feminino quanto masculino, no entanto estes divergiram quanto ao tipo de substância utilizada, pois houve predominância do uso de medicações pelas mulheres (MOREIRA et al., 2017), e de raticidas dentre os homens. Isto poderia ser explicado pelo fato de que existe um menor grau de intencionalidade dentre as mulheres (DE SOUZA PACHECO et al., 2010). Além disso, as mulheres frequentam mais os serviços de saúde, tendem a procurar mais os cuidados básicos e a realizar mais consultas do que os homens (LIMA et al., 2018), o que pode acarretar diagnósticos precoces.

Na literatura, os percentuais de comportamento agressivo e taxas de mortalidade são superiores dentre os homens também por que desde a juventude as mulheres tendem a não mostrar de forma significante esse tipo de comportamento (FALCÃO e OLIVEIRA, 2015), o que se explica devido aos diferentes papéis sociais que homens e mulheres assumem diariamente.

De acordo com a literatura, os homens utilizam métodos mais violentos, como enforcamento, estrangulamento e sufocação, devido a uma maior intenção suicida, por conhecerem informações sobre meios mais letais e por terem menores problemas com a imagem do corpo, enquanto as mulheres utilizam doses excessivas de substâncias perigosas, ou autointoxicação farmacológica intencional (VIEIRA et al., 2015).

Estes achados são corroborados pelo estudo espanhol de 180 suicídios e que também mostrou esta diferença entre homens e mulheres em relação aos métodos (AZCÁRATE et al., 2015). Ainda nessa direção, estudo mostrou que pacientes iranianos com diagnóstico de overdose e intencionalidade suicida foram mais frequentes entre as mulheres, sendo mais comum o uso dos psicofármacos (ZÖHRE et al., 2015).

Chama a atenção, neste estudo, que uma parte significativa 31,4% (11/35) das mulheres utilizaram o enforcamento na TS, o que pode ser elucidado pela frase: “a forca é o meio mais tradicionalmente utilizado tanto por brasileiros quanto por brasileiras para se matar”, apesar de existirem muitas literaturas discordantes deste premissa. Ressalta-se, ainda, o percentual expressivo (26,22%) de falta de registro nos prontuários dos meios de tentativas de suicídio e morte por suicídio em ambos os sexos (MINAYO e CAVALCANTE, 2013).

De acordo com os dados obtidos neste estudo o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado em duas ocorrências e a Polícia Militar em uma, o que sugere que as TS envolvidas pode ter tido maiores agravantes além do quadro clínico do paciente, fato este reafirmado pelas questões epidemiológica, geográfica e socioeconômica já mencionadas, já que a maior parte dos casos ocorreu na periferia da cidade. Destaca-se a ausência desse dado em 56 fichas (93,44%) o que dificulta maiores interpretações.

Há ainda a classificação dos códigos de acionamento e deslocamento da ambulância. Sendo eles: Código vermelho e laranja (3) – prioridade máxima, emergência, deslocamento imediato e rápido, sinais luminosos e sonoros ligados; código amarelo (2) – prioridade média, urgência, deslocamento em no máximo 60 segundos, velocidade normal, com sinais luminosos ligados; e código verde e azul (1) – prioridade baixa, tempo para deslocamento máximo de acordo com a regulação, velocidade normal e sinais luminosos ligados (PMC, 2014).

A inadequação dos registros e o preenchimento impreciso dos instrumentos de captação de dados geram subnotificação (MACENTE e ZANDONADE, 2010). O número de pessoas que cometem a tentativa de suicídio é muito maior do que os registros de notificação oficiais (BRANDÃO, 2015), tal fato pode ser elucidado devido aos os profissionais de saúde ainda se mostrarem conservadores quando se trata deste assunto e acabam por mascarar ou não registrar adequadamente os eventos, por motivos religiosos, sociais e legais, somados a um preconceito já fixado sobre pacientes psiquiátricos e situações que os envolvem (MINAYO, 1998; BRASIL, 2005). Alguns estudos destacam o suicídio como a mais passível de subestimação dentre as causas externas (MACENTE e ZANDONADE, 2010).

Além disso, podem ocorrer outras possíveis causas para a subnotificação: (1) os profissionais desconhecem a importância e os procedimentos para notificação; (2) o não conhecimento da lista de doenças e agravos submetidos à vigilância; (3) ausência de adesão à notificação; (4) preocupação com a quebra da confidencialidade das informações; (5) falta de percepção da relevância em saúde pública das doenças e agravos submetidos à vigilância (WALDMAN e JORGE, 1999). Além disso, a alta demanda do serviço pode desviar funções (DOS SANTOS INÁCIO et al., 2019) e dessa forma não permitir que os profissionais tenham tempo adequado para o preenchimento de tais documentos.

A subnotificação de doença de notificação compulsória é uma irregularidade que fragiliza o funcionamento do sistema de saúde brasileiro, gera prejuízos substanciais conforme as doenças subnotificadas vão constituindo risco à saúde da população. O conhecimento destas e de seus agravos são indispensáveis para a promoção de ações de controle (SOUZA et al., 2006).

É imprescindível, portanto, que o SAMU diante da impossibilidade de realizar a notificação repasse de forma sistemática e organizada as informações relacionadas ao atendimento à unidade referenciada, para garantir a continuidade do cuidado e evitar revitimizações (BRASIL, 2016).

CONCLUSÕES

Apesar de alguns resultados não serem concordantes com a epidemiologia descrita da literatura nacional e mundial, este estudo permitiu a ampliação do conhecimento das características dos casos de tentativas de suicídio e suicídio consumado que ocorreram em Macapá/AP, possibilitando, assim, subsidiar os profissionais para trabalharem em intervenções junto à população em busca da diminuição das estatísticas existentes.

Ressalta-se que o problema da falta ou da notificação dos casos de tentativa de suicídio realizada de maneira insuficiente é um aspecto importante para o enfraquecimento das informações epidemiológicas, das ações assistenciais em rede e para a efetivação da territorialização e da intersetorialidade em saúde mental (BRANDÃO, 2015).

Portanto, sugerem-se ações educativas e políticas públicas que reforcem ao médico e às equipes socorristas de forma geral a importância do registro correto e completo das informações, visto que destas partem os dados estatísticos e os recursos para o sistema de saúde, além de ser respaldo para os referidos profissionais em casos de relevância jurídica.

Recomenda-se ainda que os dados de urgência e emergência sejam utilizados para elaboração de uma linha de base descritiva dos serviços de saúde e dos perfis epidemiológicos existentes (BRASIL, 2006b), tendo em vista que ainda não há um instrumento oficial padronizado para armazenamento de informações das ocorrências atendidas (CABRAL e SOUZA, 2008).

REFERÊNCIAS

ABP. Suicídio. Suicídio: informando para prevenir.  Brasília DF: CFM/ABP, 2014.

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[1] Acadêmica de Medicina. Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

[2] Acadêmica de Medicina. Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

[3] Biólogo, Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Professor e pesquisador do programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Técnológica (PROFEPT), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Amapá (IFAP).

[4] Teóloga, Doutora em Psicanálise, pesquisadora do Centro de Pesquisa e Estudos Avançados- CEPA.

[5] Biólogo, Doutor em Doenças Topicais, Professor e pesquisador do Curso de Educação Física da, Universidade Federal do Pará (UFPA).

[6] Médica, Mestra em Ensino e Ciências da Saúde, Professora e pesquisadora do Curso de Medicina do Campus Macapá, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

[7] Biomédica, Doutora em Doenças Topicais, Professora e pesquisadora do Curso de Medicina do Campus Macapá, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Junho, 2020.

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Carla Dendasck

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