REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Reinternações em Clínicas Psiquiátricas

RC: 7180
170
5/5 - (6 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

TELES, Edler Bruno Tavares [1], JUNIOR, Antônio Lima [2]

TELES, Edler Bruno Tavares; JUNIOR, Antônio Lima. Reinternações em Clínicas Psiquiátricas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 16, pp. 95-121, Março de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

Nesta pesquisa, são abordadas as mudanças dos modelos psiquiátricos através dos tempos. Focalizou-se em especial a situação brasileira e do estado de Sergipe. Trata-se de um estudo descritivo, seccional, retrospectivo sobre reinternações de patologias primárias em Clínica de Repouso São Marcello. No período de 01 de julho de 2015 a 31 de dezembro de 2015 (2015.2). Além disso, foram analisados dados sociodemográficos da população reinternada. E ainda fatores relacionados, seus desfechos clínicos e diagnósticos. Utilizou-se, como fonte primária, dados do sistema informatizado da clínica (Medhosp) e pesquisa em prontuários convencionais. Como fonte secundária, preenchimento de formulário, por pacientes, familiares e funcionários dos CAPS a que são vinculados. Dos 264 pacientes internados no período, 59 (22,3%) foram reinternações. Destas o gênero em maior número foi o masculino (62,7%); com idade entre 31 e 50 anos (67,8%); a maioria foi de solteiros (81,36%); analfabetos ou com grau de estudo elementar (76,2%); apenas 12,9% atua ativamente no mercado de trabalho. Em relação aos fatores relacionados, 32,2% reinternaram-se pela gravidade do quadro, 23,7% por fatores familiares, 27,1% por mistos e 13,6% por deficiência do serviço. O diagnóstico predominante foi F20-F29 com 72,9% seguido de F30 – F39 (20,3%) das reinternações. A grande Aracaju foi a região administrativa com mais casos 42,4%, no entanto, na comparação com o interior, a capital teve a minoria dos casos 27,1%. Tais dados, estabelecem a necessidade de leitos públicos em clínica psiquiátrica como coadjuvância ao modelo de assistência. Constata-se também a necessidade de refinamento qualitativo do sistema para melhor enfrentamento desse problema multifatorial e potencializar o objetivo da reinserção social.

Palavras-chaves: Modelo Assistencial, Reinternamentos, Características Sociodemográficas, Fatores Relacionados, Transtornos Mentais, Desfecho Clínico.

INTRODUÇÃO

Teríamos encontrado nossa pasárgada? No poema de Manoel Bandeira, pasárgada seria uma terra dos sonhos, na qual todos os nossos objetivos seriam alcançados.

A reforma psiquiátrica brasileira baseada fundamentalmente na desinstitucionalização da assistência ao usuário com transtorno mental visa a transformação de suas vidas.

Atualmente o Brasil dispõe, em sua configuração nacional da rede de saúde mental, de CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS AD, CAPS i, residência terapêutica, ambulatório, Centros de Convivência e Cultura, Programa de volta para casa, Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares e Psiquiátricos. Conta também com Programa permanente para formação de recursos humanos para reforma psiquiátrica. Além de supervisão clínico Institucional do CAPS, Estratégia de apoio matricial em saúde mental, NASF e escola de redutores de danos. E ainda, com leitos de atenção integral, hospital geral, CAPSIII, CAPS AD III, serviços hospitalares de referência em álcool e drogas (Ministério da saúde/Brasil).

Especialmente em Sergipe, onde a rede de saúde mental tem se expandido. O estado possui atualmente 40 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) cadastrados e 18 Serviços Residenciais Terapêuticos implantados. Se analisada a proporção de CAPS por 100 mil habitantes, adotada pelo Ministério da Saúde, Sergipe apresenta 1,28. Número considerado muito bom. De acordo com os princípios do ministério, a prioridade na implementação dos Centros é dada a municípios com mais de 20 mil habitantes. (Ministério da saúde/Brasil).

Sergipe possui atualmente (tabela 1): (Coordenação Estadual de Atenção Psicossocial – 2016)
– 27 CAPS I (quatro em fase de implantação: Campo do Brito, São Domingos, Poço Redondo, Capela)
– 3 CAPS II
– 4 CAPS III- 1 CAPS AD III infantojuvenil
– 4 CAPS AD
– 1 CAPS I

Tais unidades divididas em regiões administrativas conforme mapa 01. (Coordenação Estadual de Atenção Psicossocial – 2016)

Mapa 1 – (Distribuição geográfica dos caps no Estado)

(Coordenação Estadual de Atenção Psicossocial – 2016)


Tabela 1: Localização dos CAPS

MUNICÍPIO NOME COORDENADOR (A)
Aracaju CAPS III Dr. David Capistrano
Filho
Júlio César Cerqueira dos Santos
Paula de Menezes
CAPS AD III Infanto Juvenil
Vida
Maria Aparecida Ribeiro da Silva
CAPS III Jael Patrício
de Lima
Elberlene Arimatéia Moura
CAPS AD III Primavera Larissa Leite Brito
CAPS III Liberdade
Dr. Wilson Rocha
Marcelle Nayana Eloy Macedo
CAPS Infantil Arthur Bispo do Rosário Alessandra Aragão Silva
Barra dos
Coqueiros
CAPS I Pedro Bispo da
Cruz
Zelma de Lourdes Ribeiro Ferreira Andrade
São Cristóvão CAPS I Valter Corréia Clessiane Santos da Rocha
CAPS II João Bebe Água Leide Jane dos Santos Leonídio
Itaporanga
D’Ajuda
CAPS I Arte de Viver Flávia Teles Chagas
Laranjeiras CAPS I José Fernandes
Mecenas
Leila Taize Figueiredo Costa
N. Srª do
Socorro
CAPS II “Usuário Jeanser
Carlos de Oliveira Castro”
Juliana Santana do Nascimento
CAPS II “Rogalício Vieira
da Silva”
Alyne Sobral Souza de Matos
CAPS Infantil São Domingos Sávio Vanessa
CAPS AD “Ana Pitta” Gilzanira Nascimento Bastos
Maruim CAPS I “Senhor dos
passos”
Weidy Krazima Ferreira Bispo
N. Srª das
Dores
CAPS I José Carvalho de Souza Aline Alves de Jesus Medeiros
Lagarto CAPS II “Aconchego” Ana Paula de Santana Prata
CAPS AD João Rosendo
dos Santos
Érica Pereira de Matos
Riachão do
Dantas
CAPS I Estrela Guia Vanina Ribeiro Figueiroa
Salgado CAPS I Janete Alves Lima
Barbosa
Ana Oliveira Ribeiro
Tobias Barreto CAPS I Claridade Josicleide Alves Feitosa
Poço Verde CAPS I Terra do Meu
Sertão
Simão Dias CAPS I Dona Zifinha Adélia Rabelo Carvalho dos
Santos
Estância CAPS I Carmen Prado Leite Carlos Alberto Dias
Itabaianinha CAPS I Hildebrando Dias da Costa Jussara Ferreira Santos
Boquim CAPS I Braz Fernandes Fontes Maria Inêz Passos Matos
Umbaúba CAPS I Laurita Vieira
Carvalho
Fernanda Azevedo dos Santos
Cristinápolis CAPS I Minervina Sales
Machado
Marivânia Souza do Nascimento
Propriá CAPS I Irmã Augustina Suzana Aline Rollemberg
Japoatã CAPS I Quitéria da Silva
Souza
Aquidabã CAPS I Esperança Maria Patrícia dos Santos
Neópolis CAPS I José Nelson Santos
Pacatuba CAPS I Nilton Vieira da
Silva
Adrylane da Silva Pereira
Itabaiana CAPS AD Santo Onofre Grazielle Oliveira Menezes
CAPS I Renato Bispo de
Lima CAIC
Sandra Andrade de Jesus
Carira CAPS I Acordar para a Vida Paulo Ferreira
Campo do Brito CAPS I Vera Lúcia Vieira Maria da Conceição França
Santos
São Domingos CAPS I Éneas dos Santos Hortência de Gois Santos
N. Srª da
Glória
CAPS I Luz do Sol Natasha de Jesus Cordeiro
Canindé do São
Francisco
CAPS I Renascer Rossana Elias Barbosa Silva

(Coordenação Estadual de Atenção Psicossocial)

É essencial para essa pesquisa que fala sobre reinternações falar sobre a reforma psiquiátrica. Em especial a brasileira, que ocorreu a partir da década de 1970.

Para Bonfada 2010, a trajetória histórica da doença mental é marcada por avanços e retrocessos de visões antagônicas de uma mesma questão que se reflete na organização de saberes e práticas.

Para Amarante (1995 p 87), a Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB) é um processo histórico e de formulação crítica e prática com o objetivo de transformar um modelo clássico de psiquiatria. O que concorda Machado e Colvero (2003) e completa dizendo que a RPB almeja revisão, reflexão, transformação de conceitos, teorias, posturas técnicas, ações terapêuticas e assistenciais dos âmbitos políticos e jurídicos.

Na busca de novos conceitos pela construção de uma ética e de respeito a diferença Yassui (2010) vislumbrou a reinvenção do cotidiano do usuário do serviço de saúde mental. Algo que garantisse ou promovesse mais condições, não só para o desenvolvimento de atividades cotidianas, como também o gozo de direitos civis, políticos e sociais. Estando a reforma em um campo multifacetado.

Tais dimensões, segundo Amarantes em 2003, estão interligadas e abrangem campo teórico, jurídico, político, técnico-assistencial e sociocultural. Entre as teóricas, segundo Yassui (2010), deixou-se o modelo causa-efeito moderno por outro que se trata o usuário dentro de sua complexidade. O que para Rotelli (2001) favorece a manifestação real da existência da pessoa.

A dimensão epistemológica da RPB por cisão com o arcabouço teórico da psiquiatria clássica. Redirecionada para novas formas de perceber e experimentar o sofrimento psíquico. Acredita-se que resquícios da psiquiatria clássica contribuam para reinternações e dificultem a elaboração teórico-prática da RPB.

No âmbito político jurídico, referimo-nos as discussões e redefinições das relações sociais e civis em termos de cidadania, direitos humanos e sociais da pessoa com transtorno mental (Amarante/2003)

Em 2001, ocorre, através da promulgação da Lei 10216, a institucionalização de aspectos importantes do projeta da RPB. Há o rompimento do modelo hospitalocêntrico (em vigor desde a década de 1940) e a busca da psiquiatria em ser reconhecida como ciência (Paulin Turato, 2004).

Tal ruptura teve seus primórdios em 1970, com o início da psiquiatria preventiva. Denúncias de maus tratos, dificuldades de acesso a especialistas, longos tempos de internações, aumento de mortalidade e cronicidade afloravam (Paulin Turato, 2004).

Na década de 1970, por oposição dos empresários do ramo da psiquiatria, as propostas de terapia comunitária de reinserção social enfrentaram forte oposição e não tiveram êxito. Entre os marcos jurídicos da superação manicomial destacam-se: VIII Conferência Nacional de Saúde 1986. Ainda dentre esses marcos, encontramos a lei 9867/99 trata da integração social pelo trabalho. Portaria 224/1992 e 336/ 2002 que tratam respectivamente de diretrizes de saúde mental e divisão e funcionamento do CAPS. Programa volta pra casa 2003, NASF (Brasil /Ministério da Saúde).

Para Yassui p.116 – na dimensão técnico assistencial, trata-se do estabelecimento de uma estratégia de cuidados que envolve reconhecimento de território, com o objetivo de combater maus tratos e práticas segregadoras do positivismo hospitalocêntrico. O atendimento hospitalar passa a ter função restrita de impacto em situações de crise (Pitiá, Furegato 2009).

Por fim, as transformações da reforma psiquiátricas estão no cunho sociocultural para desmistificações da mentalidade social quebra de tabus e preconceitos (Amarante 2003, Yassui 2010 p172). Essa constatação histórica e constitucional marca uma das maiores dificuldades da reforma pelo desejo de alguns familiares de transferir os cuidados de seus entes ao hospital.

O fenômeno de reinternações (revolving door) se origina da falha na reinserção social do usuário e saúde mental (Dias 2008). São desafios que lentificam o processo: a resistência do setor hospitalar, dificuldade familiar, dificuldade operacional do estado brasileiro. Estudos em diversas partes do país apontam para essa problemática (Castro, Furegato e Santos 2010; Pinheiro et al, Bezerra, Rebouças e Dimensteim 2009.

Para Bezerra, Rebouças e Dimensteim 2009, no Rio Grande do Norte, de 2007 a 2008, mais da metade dos pacientes admitidos eram reinternações.  A literatura especifica reinternações como três ou mais internações em dois anos. Ou quatro ou mais internações em cinco anos. Ou ainda quatro ou mais internações sem intervalo superior a dois anos e meio em dez anos (Parente et al 2007).

Ainda para Parente e col 2007, corroboram para o processo: fatores clínicos, econômicos, demográficos, familiares e rede de atenção, comorbidades com drogas e não adesão.

Para Castro, Furegato e Santos 2010, os estudos de 2040 admissões em Ribeirão Preto de 2006 a 2007, reinternações corresponderam a 34%, homens 61,38%; faixa etária 40-49 mais prevalente com 30% dos casos.

Finalmente pinheiros e colaboradores em 2010, argumentam que fragmentação das ações, falta de profissionais, falta de medicações, despreparo profissional são fatores que contribuem com o quadro.

OBJETIVOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Registrar dados numéricos referentes aos reinternamentos e fatores relacionados no período de seis meses (01 de julho de 2015 a 31 de dezembro de 2015)

OBJETIVO REAL

  • Descrever características socioeconômicas da população de pacientes reinternados conforme critério
  • Examinar desfechos clínicos
  • Registrar diagnósticos finais

MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo seccional, retrospectivo, que utiliza como fonte secundária dados coletados nos prontuários dos pacientes reinternados na Clínica de Repouso São Marcello e preenchimento de formulário devidamente consentido a vontade do paciente, da cidade de Aracaju, no período de 01 julho de 2015 a 31 de dezembro de 2015.

POPULAÇÃO DE ESTUDO

População hospitalizada e, em particular reinternada na Clínica de Repouso São Marcelo de 01 de Julho de 2015 a 31 de dezembro de 2015. A Clínica de Repouso São Marcello foi inaugurada em 14 de julho de 1979, portanto, completou 36 anos de existência. Trata-se de uma unidade de referência da psiquiatria sergipana.

AMOSTRA

Retirada a partir de critérios de reinternações por Parente e col. 2007 definidos em tais condições:

  1. Três ou mais internações em dois anos.
  2. Quatro ou mais internações em cinco anos
  3. Quatro internações em dez anos, desde eu o intervalo entre ela não ultrapasse 2 anos e meio.

SELEÇÃO

No estudo o fenômeno de reospitalização, foram incluídos todos os usuários reinternados na Clínica de Repouso São Marcelo, no período de 06 meses, 2015. Foram excluídos prontuários que não contemplavam todas as informações necessárias ao preenchimento da pesquisa, como usuários de drogas e transtornos mentais secundários a razões clínicas.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO

A princípio foram pesquisados pacientes que se enquadravam nos critérios de reinternação em 2015. Após foram levantados dados demográficos desses pacientes.  Foram coletados nos prontuários selecionados, através do preenchimento de um formulário de pesquisa (Anexo 1), após seleção.

Após a coleta, esses dados, quer referentes ao universo hospitalar, quer os relacionados aos reinternamentos, foram organizados de forma a facilitar a compreensão das variáveis em questão. Para tanto, utilizaram-se variáveis em quatro grupos distintos:

  • Variáveis sociais, econômicas e demográficas: idade, sexo, estado civil – onde se considerou união estável como casamento – profissão e grau de instrução.
  • Variáveis referentes aos fatores determinantes de reinternações no período relacionadas:

COM GRAVIDADE DA PATOLOGIA MENTAL

  • Ausência de autopatognose
  • comoridades
  • comprometimento cognitivo.
  • Risco de suicídio
  • Refratariedade (Cavalvante R.R.2003,)

COM FATORES SOCIOECONÔMICOS E FAMILIARES

  • Impossibilidade de adaptar-se à vida familiar.
  • Interrupção de tratamento devido à orientação de terceiros.
  • Sem família e sem teto
  • Falta de recursos para comprar a medicação.
  • Rejeição familiar/ Maus-tratos familiares

MISTAS (QUE CONTEMPLAM AMBAS AS VARIÁVEIS ANTERIORES)

COM DEFICIÊNCIAS ASSISTÊNCIAS DE SERVIÇO

  • Medicação não indicada para o quadro psiquiátrico
  • Medicação prescrita em subdose
  • Falta de medicações no serviço.
  • Acentuados sintomas de intoxicação neuroléptica.
  • Variáveis concernentes aos desfechos ao tipo de transtorno mental de acordo com CID – 10, considerando momento da alta;
  • Variáveis referentes ao desfecho clínico (ao final do reinternamento):
    • Melhorado: estabilizado, com redução da sintomatologia que originou a reinternação, permitindo convívio social e sensibilização da família quanto ao seguimento.
    • À pedido: por responsáveis/transferências para outros serviços hospitalares

A princípio foram pesquisados pacientes que se enquadravam nos critérios de reinternação em 2016. Os dados referentes a eles serão coletados nos prontuários selecionados, através do preenchimento de um formulário de pesquisa (Anexo 1), após seleção.

  • Fugas/abandonos: pós 48h de ausência.
  • População residual: pacientes considerados residentes (2 ou mais anos de internação).
  • Óbitos

Dados coletados em formulário específico (Anexo 1)

ANÁLISE DE DADOS

Os dados serão resumidos através de frequências absolutas e percentuais. As comparações de proporções serão realizadas através de teste de hipóteses baseados em estatísticas com distribuição binominal, teste Binomial (CLOPPER; PEARSON, 1934), (para o uso de duas categorias mutualmente excludentes) ou estatística multinominal (READ; CRESSIE, 1988) (três ou mais categorias). Em ambos os casos foram considerados testes bilaterais, onde a hipótese nula afirma que as proporções entre as categorias são iguais. Em todos os testes aplicados, o nível de significância adotado foi de 5%, desta forma, utilizando o p-valor como estatística de decisão do teste, afirmaremos que as proporções serão estatisticamente semelhantes quando o p-valor obtido for maior que 0,05, e diferentes quando o p-valor for menor que 0,05. O software utilizado foi o R, versão 3.3.1 (THE R CORE TEAM, 2016)

ASPECTOS ÉTICOS

Por tratar-se de uma pesquisa envolvendo seres humanos este estudo será encaminhado para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa sob o protocolo, recebendo aprovação desta instância.

Acatando aos critérios éticos e legais dispostos nas Normas para Pesquisas.

Envolvendo Seres Humanos presentes na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996), explicamos aos pacientes e seus familiares entrevistados os objetivos da pesquisa, os seus direitos como participantes do estudo. Feito isso, solicitávamos que o sujeito da pesquisa lesse e assinasse, em duas vias, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) e o Termo de Doação do Depoimento (APÊNDICE B), por se tratar de uma entrevista. A adoção destas medidas acata e garante a segurança e o rigor necessários ao desenvolvimento da pesquisa científica envolvendo seres humanos.

RESULTADOS

A tabela 2, apresenta características sociodemográficas dos pacientes reinternados. A tabela 3 apresenta números dos fatores relacionados, CID 10 e desfecho clínico desses pacientes. As tabelas 4 e 5 falam da distribuição geográfica desses pacientes. A tabela 6 trata do desfecho clínico dos pacientes reinternados.

Tabela 2: Características sociodemográficas dos pacientes reinternados da clínica São Marcello de 01 julho a 31 Dezembro de 2015

Gênero %
Masculino 37 62,7
Feminino 22 37,3
Faixa etária
10-30 anos 11 18,6
31-50 anos 40 67,8
50 e mais 8 13,6
Estado civil
Solteiro(a) 48 81,4
Casado(a) ou União estável 5 8,5
Divorciado(a) ou Viúvo 6 10,2
Escolaridade
Analfabeto 14 23,7
1-4 série 31 52,5
5-8 série 9 15,3
Ensino Médio 5 8,5
Ocupação
Aposentado 28 47,5
Ativo 10 16,9
Não aposentado 21 35,6


Tabela 3: Fatores relacionados , desfecho clinico, CID 10, pacientes reinternados da clínica São Marcello, Aracaju ((SE) de 01 julho a 31 Dezembro de 2015

Fatores relacionados %
Familiar 14 23,7
Gravidade 19 32,2
Misto 16 27,1
Serviço 8 13,6
Não encontrado 2 3,4
Desfecho Clínico
Alta melhorada 55 93,2
Evasão 2 3,4
Óbito 1 1,7
Transferência 1 1,7
CID
F30-F39 12 20,3
F20-F29 43 72,9
F0-F09 2 3,4
F70-F79 2 3,4

 

Tabela 4: Distribuição regional , pacientes reinternados da clínica São Marcello, Aracaju ((SE) de 01 julho a 31 Dezembro de 2015

Regional %
Alto Sertão 1 1,7
Baixo São Francisco 1 1,7
Agreste Central 7 11,9
Centro Sul 4 6,8
Leste Sergipano 11 18,6
Grande Aracaju 25 42,4
Sul Sergipano 7 11,9
Outros Estados 3 5,1
Total 59 100

 Tabela 5: Distribuição capital x interior, pacientes reinternados da clínica São Marcello, Aracaju ((SE) de 01 julho a 31 Dezembro de 2015

%
Capital 16 27,1
Interior 40 67,8
Bahia 3 5,1
Total 59 100

 Tabela 6: Desfecho clínico, pacientes reinternantes da clínica São Marcello, Aracaju ((SE) de 01 julho a 31 Dezembro de 2015

Desfecho Clínico %
Alta melhorada 55 93,2
Evasão 2 3,4
Óbito 1 1,7
Transferência 1 1,7
Total 59 100

 

1. INTERNAMENTOS

As proporções de novos internamentos e reinternações são estatísticamente diferentes, 205 pacientes (78,7% dos internamentos) e 59 pacientes (22,3% dos internamentos) respectivamente. O resultado do teste binominal mostra que a proporção de reintermentos foi estatisticamente menor que 50%. (p<0,05). (Gráfico 1)

Gráfico 1 – Número de internamentos da clínica de 01julho de 2015 a 31 de dezembro de 2015

2. FATORES RELACIONADOS

A porcentagem de fatores relacionados não houve diferença estatística significante  a gravidade da doença entre as variáveis gravidade, fatores familiares, mistos e deficiência do serviço. No entanto, se somarmos os três últimos fatores em uma nova categoria denominada fatores modificáveis, teremos 64,4% passando a ser significativamente maior a diferença entre proporções (p<0,05) (gráfico 2).

Gráfico 2 – Fatores relacionados à reinternamento

3. GÊNERO

A proporção entre os reinternados do sexo masculino, apesar de maior que do sexo feminino, não atingiu nível de significância (p<0,001).

Gráfico 3 – Distribuição por gênero

4. FAIXA ETÁRIA

A faia etária compreendida entre 31 e 50 anos foi significativamente superior às demais (p< 0,05). Gráfico 4.

Gráfico 4 – Distribuição por faixa etária

5. ESTADO CIVIL

A proporção de solteiros é significativamente maior que a dos demais estados civis (p <0,001). Gráfico 5.

Gráfico 5 – Estado civil

6. ESCOLARIDADE

A proporção de pacientes com escolaridade mínima é significativamente superior a de analfabetos e também aos demais níveis de escolaridade.(p<0,001). Gráfico 6.

Gráfico 6 – Nível de escolaridade.

7. DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL CAPITAL VERSUS INTERIOR

A proporção da distribuição de pacientes residindo na capital foi significativamente menor que a do interior (p<0,001).  Gráfico 7.

Gráfico 7 – Distribuição territorial

8. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL

A proporção de pacientes da grande Aracaju obteve percentuais significativamente maiores que leste sergipano. (p< 0,001) Gráfico 8.

Gráfico 8 – Distribuição por regiões

9. CLASSIFICAÇÃO CONFORME CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS (CID10).

A proporção de pacientes CID 20-29 foi significativamente superior à categoria CID F30 -39. Esta, por sua vez, também foi superior às demais. (p<0,001). Gráfico 9.

Gráfico 9 – CID 10

10.OCUPAÇÃO

Em ocupação também houve diferença significativa entre as categorias (p-valor < 0,012), ao nível de significância de 5%, no entanto, os grupos dos aposentados (47,5%) e não aposentados (35,6%) são semelhantes e ambos apresentaram proporções superiores ao grupo dos ativos (16,9%). Gráfico 10.

Gráfico 9 – CID 10
Gráfico 10 – Ocupação

11.DESFECHO

A proporção de pacientes com alta melhorada foi significativamente superior as demais categorias. (p<0,001). Gráfico 11

Gráfico 11 – Desfecho

DISCUSSÃO

Começamos com resultados em relação ao fenômeno revolving door. Nesta pesquisa, o fenômeno representou uma fatia importante de 22,3% do total. Suieli Castro, hospital Santa Teresa 2006, encontrou, em Ribeirão Preto, 34% de reinternações. Paula Lessa, 2008 em Niterói, 37% de reinternações. Deborah Karoline Ribeiro Ramos, em 2011.1 (segundo semestre) 57,7% de reinternações. Renata Rosolen 2014, Maringa maio a outubro, 11% de reinternados. Sempre, portanto, nota-se a importância desse tema, um problema de dimensões nacionais.

Em relação ao diagnóstico, CID 10, encontramos F20-29, com maiores percentuais 72,9%, significativamente maior que os demais. Rosimeire e colaboradores em Hospital Portuga Ramalho encontrou 48% dos pacientes na clínica (1994 – 2003). Tal diferença se deveu ao fato dessa pesquisa alagoana incluir pacientes dependentes de substâncias psicoativas e transtornos secundários ao uso de drogas. Nunes filho e col, para pacientes esquizofrênicos não tratados, encontrou números semelhantes 78%. Parente e col. 2007, tiveram 58% esquizofrenia. Paula Lessa 47% em Niterói. Castro e Furegato 27% esquizofrênicos sendo ainda sim principal causa relacionada.

Em relação aos fatores relacionados, ainda que tenhamos na gravidade dos casos mais de 32% dos reinternos como fator mais presente, não atingiu nível de significância. Há de se destacar ainda as demais categorias, por se tratar de fatores perfeitamente mutáveis e passíveis de intervenção (64,4%). Nossos números discordam com a pesquisa alagoana de Dra. Rosimeire R Cavalcante (1994 -2003) que encontrou números da gravidade próximos a 90%. Para Silva e Costa (2010), por exigir uma articulação entre diversos saberes, é preciso apoio multidisciplinar e melhoria qualitativa do sistema de atenção, para melhor assessorar não só os pacientes como seu contexto social. Para Rosa (2003), os números retomam no seu texto as dificuldades de entendimento dos familiares e para o controle dos sintomas. Dados divulgados por Rosa (2003), revelam que no Piauí parcela significativa das famílias e cuidadores sentiam alívio, tranquilidade e relaxamento durante internação.

No que diz respeito ao gênero, apesar de em maior número, não foi constata maioria significativa reinternantes do sexo masculino 62,7%. Castro, Furegato e Santos (2006) encontraram 61,4%, Renata Rosolen (2014) 83%. Rosimeire R Cavalcante 68,5% dos reinternantes tinham sexo masculino. Números que confirmam uma tendência teórica de maior gravidade e menos sociabilidade dos pacientes deste gênero acometidos por patologias mentais.

A faixa etária dos reinternantes neste estudo foi 31 a 50 anos (67,8%). Castro e Furegato encontraram (40 – 49 anos) 30%.  Rosimeire R. Cavalcante (31-50 anos) 53,4%. Desses dados podemos inferir que o prejuízo do sistema público, pois se trata de pacientes em idade produtiva frequentemente afastados de contribuição.

No tocante ao estado civil, 81,36% dos reinternos são solteiros, concordantes com pesquisa de Dra. Rosimeire R Cavalcante 55,8%. Gradella Junior 61,8% também confirmou esta tendência. O que apenas ratifica dados da literatura.

Grau de escolaridade destacou-se o nível elementar com 52,7%. Para Castro e Furegato o que prevaleceu foram os analfabetos 67%. Rosimeire R Cavalcante 46,5% analfabetos. Tal tendência, principalmente somando analfabetos com grau nível elementar, mostra grau de comprometimento de socialização e capacitação para desenvolver atividades econômicas e sociais.

Ocupacionalmente, há 47,5% de aposentados entre os reinternantes. Em detrimento, apenas 16,9% atua ativamente no mercado de trabalho. Ou seja, 35,6% de pacientes não estão na ativa e nem aposentados. O que concorda com pesquisa de Rosimeire R Cavalcante 44,8% estavam nessa situação. Assim como também Gradella Júnior 32,8 a 45.8% pertenciam ao grupo dos desocupados. Mais um dado que reforça para eles dois dados grau de comprometimento e a necessidade de implementação de políticas de capacitação e inclusivas.

Em relação ao desfecho clínico, 93,2% dos reinternantes receberam alta melhorada. O que ocorreu em 85,9% da pesquisa no hospital Portuga Ramalho em Alagoas. Fato que instigou a origem e a necessidade observada de elaboração deste levantamento.

Chama atenção, por último, o fato de que Aracaju, na distribuição geográfica ter tido um número de destaque em casos reinternantes. Na comparação com o interior do estado são apenas pouco mais de 27,1%. Porém, quando usamos a divisão regional, a Grande Aracaju com 42,4% se destaca diante das demais regiões. O que levanta faz pensar que, mesmo com mais ofertas de serviços de maior complexidade, é grande o número de reinternantes na região.

CONCLUSÃO

De acordo com a discussão dos resultados, podemos concluir:

Existe uma fatia de reinternamentos que, embora menor que metade dos internos (22,3%), ocupa lugar de destaque nas vagas da clínica de repouso São Marcello.

Entre os pacientes reinternados, tivemos maioria sexo masculino 62,7%. Esse grupo também obteve, em sua maioria (67,8%), pacientes na faixa etária dos 31 aos 50 anos.

A maioria foi de solteiros 81,36%, de escolaridade nível elementar 52,7%. E ainda, se somarmos esse número com a quantidade de analfabetos teremos 76,2% dos pacientes.

Apenas 16,9% dos reinternantes atuam ativamente no mercado de trabalho, 47,5% estão aposentados e um número importante 35,6% não trabalham nem estão aposentados.

Predominou entre os reinternos o somatório de fatores mutáveis (73,1%) relacionados ao evento.

A alta melhora foi o desfecho clínico predominante.

O diagnóstico entre os reinternamentos mais prevalente, com 72,9% entre pacientes reinternanes, foi esquizofrenia e outros transtornos delirantes.

RECOMENDAÇÕES

  • Manuteção de leitos públicos em clínica psiquiátrica. Ainda que como coadjuvante no modelo de assistência.
  • Necessidade de melhor controle e políticas públicas para qualificação e enfretamento de problemas multifatoriais (entre eles a construção de apoio e orientações a familiares e cuidadores) encontrados nos reinternamentos.
  • Ampliar oficinas de capacitação para melhorar inserção social e no mercado de trabalho.

A Passárgada sonhada para os pacientes psiquiátricos com a reforma psiquiátrica começou a ser construída. No entanto, nota-se ainda que, para atingir objetivos finais de inserção social, são necessários ajustes qualitativos dos serviços públicos.

REFERÊNCIAS

1-AMARANTE, P. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 2 ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995.

___. A (clínica) e a Reforma Psiquiátrica. In: AMARANTE, P. (coord) Archivos de Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2003. p. 45-65.

2-BEZERRA, C.G.;REBOUÇAS, F.P.; DIMENSTEIN, M. Perfil do usuário participante do projeto de alta assistida do Hospital Psiquiátrico João Machado. In: DIMENSTEIN, M.(org). Produção do conhecimento, agenciamento e ampliação no fazer pesquisa e psicologia.

3-BEZERRA, C.G.;DIMENSTEIN, M. O fenômenoo da reinternação: um desafio a Reforma Psiquiátrica. Mental. Barbacena-MG. Ano9, n.16,P417-442, jan/jun 2011.

4-BONFADA, D. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e as urgências psiquiátricas. Dissertação (Mestrado), Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.

5-BRASIL. Ministério da Saúde. . 8a Conferência  Nacional de Saúde: relatório final. Brasília, 1986. Disponível em: < http: //portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/8_CNS_Relat%20final.pdf>

___. Ministério da Saúde. Saúde Mental em Dados – 12, ano 10, n° 12. Informativo eletrônico. Brasília: outubro de 2015. Acesso em 24/06/2016. Disponível em:<www.saude.gov.br/bvs/saudemental>

6-CASTRO,S.A. caracterização sociodemográfica e clínica das reinternações psiquiátricas no Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto, no período de 2006 a 2007. Dissertação (Mestrado) Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 2009.

7-CASTRO, S. A.; FUREGATO, A. R. F.; SANTOS, J. L. F. Características sócio-demográficas e clínicas das reinternações psiquiátricas. Rev. LatinoAm. Enferm. v. 18, n. 4.[9 telas], 2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n4/pt_20.pdf>. Acesso em: 08 fev 2016.

8-CAVALCANTE, R. R.; Transformação em uma atual instituição assistencial psiquiátrica no Estado de Alagoas: reinternações, 2005. Disponível em: < repositorio.ufpe.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/8675/arquivo8649_1.pdf?…> Acesso 03 out 2015.

9-COORDENAÇÃO ESTADUAL EM SAÚDE MENTAL ESTADO DE SERGIPE 2016. Material fornecido pessoalmente na sede da Coordenação Estadual de Assistência psicossocial (CEAP) – telefone (0xx79) 3226-8341. 24/01/2017.

10-CLOPPER, C. J.; PEARSON, E. S. The Use of Confidence or Fiducial Limits Illustrated in the Case of the Binomial. Biometrika, v. 26, n. 4, p. 404–413, 1934.

11-DIAZ, F. S. Os movimentos sociais na reforma psiquiátrica: o”novo” na história da psiquiatria do Brasil. Tese de doutorado ,Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:<http://www.fiocruz.br/ppghcs/media/tesefernandosobhie.pdf> Acesso: 27 out 2015.

12-GRADELLA Jr. O. Hospital psiquiátrico: reafirmação da exclusão. Rev. Psicologia e Sociedade 2002; 14(1): 87-102.

13-MUNIZ, PAULA LESSA; O fenômeno Revolving Door: Um desafio à Reforma Psiquiátrica, Niterói, RJ 2013. Disponível em: <www.uff.br/saudecoletiva/images/Documentos/dissertacoes/paula-lessa.pdf>. Acesso em: 17/09/2016

14-NUNES Filho EP, Breno J, Nardi AE. Psiquiatria e saúde mental. São Paulo: Atheneu; 1996. p. 1-5/75-105

15-NUZZO, R. Scientific method: Statistical errors – P values, the “gold standard” of statistical validity, are not as reliable as many scientists assume. Nature, v. 506, n. 7487, p. 150–152, 2016.

16-ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Organização Mundial de Saúde. Declaração de caracas. Venezuela, 1990. Disponível em: <http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/atuacao-e-conteudos-deapoio/legislacao /saude_mental/declaracao_caracas> Acesso em: 27 out 2015.

___. Relatório Mundial da Saúde. Saúde mental: nova concepção, nova esperança. 1ed.Lisboa: Ministério da Saúde, Abril de 2002. Disponível em: <http://www.who.int/whr/2001/en/whr01_djmessage_po.pdf> Acesso em: 08 out 2015.

17-PARENTE, C. J. S. et al. O fenômeno do revolving door em hospitais psiquiátricos de uma capital do Nordeste brasileiro. REME rev. min. enferm. v. 11, n. 4, p. 381-386. 2007.

18-PAULIN, L. F.; TURATO, E. R. Antecedentes da Reforma Psiquiátrica no Brasil: as contradições dos anos 1970‟. História, Ciências, Saúde, Manguinhos. Rio de Janeiro. v.11, n. 2, p 241-258, Mai/Ago, 2004.

19-PITIÁ, A.C.A.; FUREGATO, A.R.F. O Acompanhamento Terapêutico (AT): dispositivo de atenção psicossocial em saúde mental. Interface comun. saúde educ. Botucatu, 2009. ISSN 1414-3283. ISSN online 1807-5762. 2009. Disponível em:<http://www.interface.org.br/arquivos/ aprovados/ artigo133.pdf> Acesso em 02 set. 2015

20-RIBEIRO, D.K.R.; Reinternações psiquiátricas no Rio Grande do norte 2011. Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal/RN, 2011. Disponível em: < www.scielo.br/pdf/icse/v15n37/aop1411>. Acesso em 28 nov. 2016

21-READ, T. R. C.; CRESSIE, N. A. C. Goodness-of-fit statistics for discrete multivariate data. New York: Springer-Verlag, 1988.

22-ROSA, L. C.; Transtorno Mental e o cuidado na família. São Paulo:      Cortez, 2003.

23-ROSOLEM, R.; Reflexões sobre ocorrência de internações em psiquiatria. Maringá-PR, 2014. Disponível em: < old.ppi.uem.br/gephe/files/Dissertacao_Renata.pdf> Acesso em 16/10/2016.

24-ROTELLI, F. A instituição inventada. In: NICÁCIO, F. (org). Desinstitucionalização. SãoPaulo: Hucitec, ed. 2, 2001.

25-SILVA, E.A.; Costa, I.I. O profissional de referência em Saúde Mental: das responsabilizações ao sofrimento psíquico. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund. V. 13, n. 4, p. 635 – 647, 2010.

26-THE R CORE TEAM. R: A Language and Environment for Statistical Computing. Vienna, Austria: R Foundation for Statistical Computing, 2016.

27-YASUI, S. Rupturas e encontros: desafios da Reforma Psiquiátrica brasileira. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2010.

Anexo 1

APÊNDICE A

FUNDAÇÃO BENEFICENTE HOSPITAL CIRURGIA
RESIDÊNCIA MÉDICA EM PSIQUIATRIA
CLÍNICA DE REPOUSO SÃO MARCELLO
PROJETO DE PESQUISA

“Reinternações psiquiátricas na Clínica são Marcelo: implicações e impacto das novas

estratégias de atenção à saúde mental”

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Este é um convite para você participar da pesquisa “Reinternações psiquiátricas na Clínica são Marcelo: implicações e impacto das novas estratégias de atenção à saúde mental”, coordenada pela pesquisador Prof. Dr. Antônio Lima Junior e desenvolvida pelo médico residente Edler Bruno Tavares Teles.

A pesquisa tem como objetivo investigar o fenômeno das reinternações psiquiátricas (também conhecido como fenômeno da porta giratória) na Clínica são Marcelo à luz das novas estratégias de atenção à saúde mental, assim como, identificar o índice de reinternações psiquiátricas e avaliar o impacto dos novos dispositivos de atenção à saúde mental na ocorrência das reinternações psiquiátricas.

Este estudo justifica-se mediante a exigência ética de se desinstitucionalizar a assistência em saúde mental, bem como, a necessidade do fortalecimento de novos dispositivos terapêuticos substitutivos ao hospital psiquiátrico. Além disso, estudos sobre o fenômeno da porta giratória são importantes para o desenvolvimento do cuidado à pessoa com transtorno mental e sua consequente qualidade de vida.

Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) a uma entrevista semi-estruturada, que será gravada e posteriormente transcrita, estando o participante ciente da doação de seu depoimento ao pesquisador. Informamos que após a transcrição da entrevista, o participante da pesquisa terá livre acesso ao conteúdo da mesma, de modo que possa se certificar de que sua fala foi transcrita fielmente. Ressaltamos ainda, que todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento, sendo somente utilizadas com propósito científico. Os dados serão guardados em local seguro e não serão disponibilizados para outros fins que não sejam a produção do conhecimento e publicações científicas.

Esclarecemos que sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso deseje participar, como benefício, você estará contribuindo para a melhoria na qualidade do serviço de atenção à saúde mental do estado de Sergipe para a redução dos casos de reinternação de pacientes devido à compreensão do fenômeno proveniente dos dados fornecidos ao pesquisador.

Como toda pesquisa envolvendo seres humanos, esta também apresenta riscos, no entanto, estes riscos são considerados mínimos e podem estar relacionados, à possibilidade constrangimento. No entanto, você poderá deixar de responder questões que possam trazer incômodo.

Se você tiver algum dano proveniente da participação nesta pesquisa, você será indenizado.

Em caso de algum gasto, comprovadamente nesta pesquisa, você será ressarcido.

Você ficará com uma cópia deste termo e toda dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para a pesquisadora responsável ou o coordenador da pesquisa Prof. Dr. Antônio Lima Junior, e dúvidas sobre a ética da pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa.

APÊNDICE B

[1] Dissertação apresentada no Programa de residência médica em psiquiatria pela Fundação de Beneficência Hospital Cirurgia para conclusão do curso.

[2] Professor Orientador.

5/5 - (6 votes)
Edler Bruno Tavares Teles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita