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Práticas integrativas na atenção primária num cenário pós-pandêmico: relato de experiência

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO 

MANEIRA, Adriana Freitas Delouche [1]

MANEIRA, Adriana Freitas Delouche. Práticas integrativas na atenção primária num cenário pós-pandêmico: relato de experiência. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 01, pp. 31-50. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/praticas-integrativas

RESUMO

A reorientação das práticas assistenciais no Brasil se iniciou a partir da criação do Movimento de Reforma Sanitária ainda na década de 70, que resultou na proposição do SUS favorecendo a remodelação da atenção enquanto a integralidade do cuidado. Neste contexto, nascem as Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS)como serviço suplementar a Medicina convencional, estimulando os mecanismos naturais de recuperação da saúde em prol do bem-estar do indivíduo. Face a isso, o presente artigo processa o seguinte questionamento: existem vantagens na implantação das PICS em Unidades de Saúde da Atenção Primária? Presume-se, que o desenvolvimento destas terapêuticas é capaz de favorecer a melhoria na qualidade de vida da população local através do suporte ao controle de diversas patologias. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é descrever como foi realizada a implantação do atendimento das Práticas Integrativas e Complementares em uma Unidade de Saúde da Família por profissionais da Atenção Primária de um município da região metropolitana de Salvador, num período pós-pandêmico, expondo sob o olhar destes as facilidades, dificuldades e vantagens do processo de inserção dessa nova rotina de trabalho. A metodologia utilizada foi o relato de experiência. Como resultados, após atendimento do primeiro grupo de pacientes em PICS, observou-se que, ao final do pacote de sessões, não foram identificados aspectos desfavoráveis aos usuários quanto a implantação das terapias, uma vez que todos aqueles atendidos na ocasião apresentaram melhora das queixas proferidas. Contudo, para a Instituição e trabalhadores, se faz necessário um melhor planejamento de agendas e fluxos para inseri-las efetivamente na rotina dos serviços. Conclui-se mediante a observação dos especialistas que as técnicas exercidas possuem um considerável potencial para promoção da saúde pois favorecem relaxamento e redução de sintomas em geral, convertendo-se em uma notável ferramenta de cuidado na Atenção Básica para tratar as repercussões orgânicas da sociedade, advindas ou não da Pandemia.

Palavras-chave: Atenção Primária, Práticas Integrativas e Complementares de Saúde, Terapias Alternativas, Pandemia COVID-19.

INTRODUÇÃO 

As discussões sobre as Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS) começaram a surgir no Brasil ainda no final da década de 70, perante a um cenário de movimentação da população pela democratização da saúde (Reforma Sanitária), uma vez que grande parte desta se encontrava à margem da sociedade devido ao estabelecimento, por décadas, de um modelo médico hegemônico assistencial, privatista, curativista, voltado exclusivamente àqueles que poderiam pagar para ter assistência a sua saúde (AROUCA, 1998). Contudo foi em meados dos anos 80, com a VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986, que foi proporcionado um espaço autêntico de diálogo sobre a situação de saúde no país gerando questionamentos acerca da necessidade de novas formas de realizar o cuidado, culminando assim, na deliberação destas práticas enquanto assistência alternativa à saúde, viabilizando aos usuários um acesso mais democrático pela escolha da sua terapêutica preferida (BRASIL, 1986).

Mais adiante, com o advento do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal de 1988 ocorria então a redefinição da política de saúde no país e a organização de uma Atenção Primária caracterizada pela promoção e prevenção da saúde, atuando em território delimitado, trabalhando com uma equipe multidisciplinar responsável por uma população adscrita e aberta às terapias e cuidados que tivessem como foco o indivíduo e seu bem-estar (BRASIL, 1988). Esta reformulação no campo da saúde, norteada pelo estabelecimento dos princípios e diretrizes do SUS foi um dos fatores responsáveis por favorecer o realce das PICS enquanto atendimento humanizado na Atenção Básica pelo Brasil (BRASIL, 2011).

Apesar de já deliberadas e praticadas desde a década de 80, foram aprovadas formalmente pelo Ministério da Saúde apenas em 2006, através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC que tem como principais concepções: absorver e praticar as PICS no SUS, voltadas a um cuidado ininterrupto, humanizado e integral, fomentar ações de participação social, acionar a racionalização das condutas em saúde, através de práticas sociais que contribuam para o desenvolvimento sustentável das coletividades e cooperar com a ampliação da resolutividade e acessibilidade do SUS (BRASIL, 2008).

Atualmente, é ofertado de forma gratuita 29 PICS reconhecidas e aptas a serem disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde – SUS conforme suas respectivas portarias. A acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e termalismo foram as práticas iniciais a comporem a PNPIC em 2006 (BRASIL, 2006), seguidas de mais 14 técnicas agregadas em 2017, a arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária e yoga (BRASIL, 2017)  e por fim adicionadas mais recentemente 10 práticas em 2018, apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais (BRASIL, 2018).

Conforme Relatório de Monitoramento das PICS no Brasil de 2020, retirados de dados presentes nos sistemas de informação do Ministério da Saúde (SISAB, SIA e SCNES) relativas aos anos de 2017, 2018 e parciais 2019, é visível a observação da evolução destas práticas pelo país.

Dados do ano de 2018, sugerem que as PICS estiveram presentes em 16.007 serviços de saúde do SUS, sendo 14.508 (90%) da Atenção Primária à Saúde (APS), distribuídos em 4.159 municípios (74%) – APS e média e alta complexidade – e em todas das capitais (100%). Foram ofertados 989.704 atendimentos individuais, 81.518 atividades coletivas com 665.853 participantes e 357.155 procedimentos em PICS. Já parciais para o ano de 2019, as PICS estiveram presentes em 17.335 serviços de saúde do SUS, sendo 15.603 (90%) da Atenção Primária à Saúde (APS), distribuídos em 4.296 municípios (77%) – APS e média e alta complexidade – e em todas das capitais (100%). Foram ofertados 693.650 atendimentos individuais, 104.531 atividades coletivas com 942.970 participantes e 628.239 procedimentos em PICS (BRASIL, 2020, p. 3).

Estes novos nortes traçados para a saúde estabeleciam uma assistência diferenciada, liberal, gratuita com acesso ampliado, integral, humanizada e voltada ao usuário em seus mais diversos aspectos. De acordo com Galli e outros (2012, p. 245), “a partir de então, ocorre um retorno e ênfase para maneiras de cuidado que valorizam aspectos relacionados ao físico, ao afetivo, o psicossocial e também ao espiritual”.

O significado de “ter saúde” passava a ser considerado, não mais, mera ausência de doença, difundindo-se assim, formas inovadoras de realizar o cuidado que objetivavam a integralidade do ser. Neste ínterim, as Práticas Integrativas de Saúde ganham força e visibilidade e passam a ser ofertadas a população na Atenção Primária como uma assistência complementar e com espectro holístico do indivíduo.

Baseada na Medicina Tradicional Chinesa, que se utiliza de técnicas e saberes milenares orientais, estas práticas contribuem na visualização ampliada do processo saúde-doença, na manutenção da saúde, valorizando a integralidade do paciente e enfatizando a importância ao autocuidado, sendo todos estes aspectos, capazes de proporcionar bem-estar, relaxamento, alívio do estresse, redução de sintomas e assim gerar prevenção de doenças ao indivíduo (BRASIL, 2006).

Para Telesi Júnior (2016, p. 110) existe uma quantidade expressiva de usuários que buscam por diferentes maneiras de cuidado, entre elas as Práticas Integrativas e Complementares (PICs): “[…] oposta à prática de cuidado feita de forma muitas vezes desumana, que infelizmente prepondera entre nós. As PICS expressam o desejo de mostrar que é possível implementar outras práticas […]”. Este autor ainda afirma que a compreensão da existência da pluripossibilidade de tratamentos favorece a integralidade na saúde através de jeitos diferentes e contemporâneos de assistir e experimentar, salientando inclusive que as PICS são capazes de revigorar a assistência à saúde, suavizando um padrão estabelecido por modelos ainda enraizados, extremamente mecanicistas e egocêntricos, voltados apenas à cura e de estimular o preparo de profissionais que consigam conduzir relações terapêuticas embasadas no diálogo, na democracia e no bem-estar através deste novo modo de cuidar.

Implementar as PICS como uma opção terapêutica complementar, propicia a elevação das possibilidades de embate aos problemas de saúde de forma ponderada, valorizando o conhecimento da cultura popular (GUIMARÃES et al., 2020). Estas práticas podem ser tidas como parte de tratamentos paliativos, em algumas enfermidades crônicas, mostrando assim seus benefícios quando integradas à medicina convencional (BRASIL, 2018a; 2018b).

Foi observado um aumento crescente nos últimos anos, seja na realização destas práticas, como do volume de pesquisas acerca da eficácia das mesmas. Essa elevação da procura por dados científicos e a busca dessas rotinas pela sociedade, torna-se compreensível quando tem sido observado repetidamente que sua realização estimula a promoção da saúde, é uma técnica de fácil acesso, não invasiva, incentiva o autocuidado, enfatiza a subjetividade do ser e gera vinculo terapêutico (NASCIMENTO, 2013).

A procura pelas PICS tornou-se ainda maior quando observamos que em um panorama global pós-pandêmico, as pessoas identificaram a necessidade de um autocuidado não apenas voltado para o biológico, contudo que também incorporasse aspectos psicológicos e fatores intrínsecos emergidos ou agravados pela crise de saúde ocorrida proveniente da COVID-19. A conclusão é da pesquisa PICCovid – Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19, desenvolvida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz em 2020 que realizou questionário on-line, respondido por 12.136 brasileiros com mais de 18 anos. Este estudo relata que mais da metade da população brasileira (61,7%) recorreu à algum tipo de prática, descrevendo a meditação, fitoterapia, reiki, aromaterapia, homeopatia e outras terapias como as principais procuradas durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19 (FIOCRUZ, 2020).

Devido ao cenário estabelecido pela Pandemia, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) também fez sua contribuição e publicou a Recomendação Nº 041, de 21 de maio de 2020, que orienta a ampla divulgação das evidências científicas sobre o uso das PICS durante a crise da COVID-19 (BRASIL, 2020), contudo, abordando acerca da atribuição complementar destas práticas, ressaltando que a aplicação das mesmas não significa a substituição dos procedimentos terapêuticos definidos internacionalmente pela comunidade científica para tratamento da Covid-19.

A doença, ao se apresentar ao mundo, trouxe consigo a danificação da saúde, não apenas física como mental da população, por se caracterizar como sendo uma patologia ainda não explorada, que aflorou trazendo pânico, mortes e anseios quanto às possíveis formas de transmissão e de prevenção (Lima et al., 2020; Ozili, Arun, 2020).

A crise sanitária instalada gerou então a população diversos fatores estressores: serviços de saúde superlotados, quantidade insuficiente de materiais, equipamentos e insumos destinados a terapêutica levando ao colapso dos sistemas de saúde (Weissman et al., 2020), aumento do desemprego e das dívidas, distanciamento social gerando mudança nas rotinas dos indivíduos, desespero frente a perda de parentes e a incapacidade de realização dos rituais de despedida que alteraram a prática do luto e impediram a ressignificação correta destas perdas 130924 e Lenferink, 2020; Fiocruz, 2020a) , levando a manifestações de conflitos internos complexos, aflorando ou intensificando assim transtornos psicológicos como ansiedade, insônia, depressão (Pancani et al., 2020), como também o desenvolvimento de dores crônicas idiopáticas por processos de somatização e piora de quadros de patologias já instaladas (BROOKS et al., 2020).

Contudo, o distanciamento social recomendado pelo Ministério da Saúde durante a Pandemia (BRASIL, 2020a), através do fechamento de escolas, praias, comércios e estabelecimento de trabalho no formato home office, foi um dos maiores responsáveis pela alteração dos padrões comportamentais da sociedade, pois arruinou as relações interpessoais, a diversão e os momentos de lazer e distração das famílias, tão relevantes à saúde mental individual e coletiva (BRASIL, 2020b). Costumes simples como ir ao mercado, padaria, farmácia, sair para trabalhar, levar os filhos à escola, abraçar um familiar, comemorar um aniversário, ir à academia ou ao cinema, tornaram-se escassos e até mesmo perigosos, frente ao risco de disseminação do vírus, já que o mesmo possui uma alta infectividade.

Todas estas mudanças nos formatos de vida, aliados a reclusão imposta, favoreceram a piora da qualidade de saúde da população, uma vez que provocaram redução importante nos níveis de atividade física, aumentando o número de sedentários aliado a piora dos hábitos alimentares gerando súbita elevação no índice de pessoas com sobrepeso (BROOKS, 2020) e intensificação ou retorno de alguns vícios como o cigarro, álcool e drogas (Lung, et al., 2020).

Shigemura et al. (2020) abordam que catástrofes anteriores desvendam que os impactos para a saúde mental perduram mais do que a própria pandemia em si e que a repercussão psicossocial e econômica é imprevisível, se ponderarmos todos os danos no contexto global de uma nação. Estes autores ainda afirmam que em períodos de pandemias o quantitativo de sujeitos que desencadeiam transtornos psíquicos, por vezes, ultrapassa o número de atingidos pela doença em si. Outras pesquisas reiteram que circunstâncias sucessivas e acentuadas de estresse são capazes de gerar repercussões delicadas na função e na estrutura do cérebro, especialmente no sistema límbico que comanda as reações de exaustão e perigo (Lucassen et al., 2020).

As alterações psicofisiológicas que acontecem como desarmonia as reações do estresse englobam principalmente o sistema nervoso central, (McEwen; Gianakos, 2011), todavia, influenciando concomitantemente outros sistemas orgânicos como o cardiovascular e digestivo acarretando um desequilíbrio no corpo. Frente a assimilação de um fator estressor, ocorre pelo organismo a produção e liberação de adrenalina, cortisol e outros hormônios que servem para conservação da vida em certos momentos, uma vez que favorecem energia e motivam o indivíduo para uma ação. Sendo assim, por uma questão de defesa, o ser humano tentar reequilibrar suas funções e adaptá-las ao novo momento, de modo a reagir ao estresse. A este fenômeno damos o nome de alostase (Sousa; Silva; Galvão-Coelho, 2015), acontecimento de grande predomínio em diversas situações de estresse, inclusive na Pandemia de COVID-19.

Nestas proporções, a Pandemia transfigura-se em um acontecimento perturbador e estressante, com implicações relevantes à saúde mental dos indivíduos, considerando às medidas de prevenção da doença, impactos econômicos e sociais, com alterações emocionais, comportamentais e cognitivas (BROOKS et al., 2020), sendo, portanto, relevante a busca pela população por mecanismos que consigam apaziguar as faltas que a doença ocasionou, de maneira a minimizar possíveis sequelas.

Neste contexto, as PICS, enquanto forma integral de fazer saúde agregam mecanismos que valorizam a escuta receptiva, à amplificação do vínculo terapêutico, e a acomodação do ser humano no meio em que vive, percebendo-o como um ser absoluto, social, biológico, singular e subjetivo. Por esta razão, não é possível pensar em assistência integral se desvencilharmos a saúde mental do corpo biológico (BRASIL, 2013). De acordo com Ministério da Saúde (2008), o processo saúde-doença é notado de maneira dilatada e propõe-se a realizar a promoção global do cuidado e, sobretudo, incentivar o autocuidado. É fundamental que o cuidado da saúde mental do indivíduo seja agregado à assistência em todos os níveis de atenção, a partir do uso de intervenções capazes de respeitar a subjetividade, a singularidade e a forma como o indivíduo percebe o mundo (Brasil, 2013).

Conforme o Caderno de Atenção Básica: Saúde Mental (Brasil, 2013) pode-se afirmar que a Atenção Primária converge com a abordagem terapêutica das PICS, pois ambas têm como enfoque o sujeito em seu contexto social global, preconizam um tratamento de forma expandida e holística, presam pela autonomia do usuário e o estreitamento de vínculos com a família e a comunidade. A publicação ainda declara que as Práticas Integrativas são transversais nos distintos fragmentos de atenção da rede de saúde e salientam que a Atenção Primária integra lugar padrão para seu desdobramento.

São diversas as recomendações para realização das PICS no cuidado às pessoas, e para cada circunstância de saúde, atribulação ou enfermidade, uma ou outra prática pode ser mais ou menos indicada no momento. Para Carvalho e Nóbrega (2018), a flexibilidade das PICs bem como sua solidificação como regulamento terapêutico e de promoção de saúde, favorece a integralidade da atenção à saúde.

Mesmo não tendo ainda uma longa trajetória no Brasil enquanto práticas do cuidado, tendo sido aprovadas formalmente apenas em 2006 como já exposto, as PICS já provaram serem capazes de promover a redução dos custos na assistência e ainda assim serem eficazes, dedicando-se a partir de uma atenção integral corpo e mente à prevenção das enfermidades e na promoção da saúde dos indivíduos. A PNPIC do SUS em sua 2ª edição discorre que “a inclusão do ser humano ao meio e a sociedade na qual estão inseridos” tem por objetivo a “visão acrescentada do processo saúde-doença e a promoção como um todo ao cuidado humano” (BRASIL, 2015).

Assim, baseando-se no vasto referencial teórico trazido, podemos dizer que as PICS já vinham traçando um caminho inovador e diferenciado através da Atenção Primária, todavia, após o acontecimento da Pandemia de COVID-19 obtiveram ainda mais destaque e reconhecimento mundialmente pela elevação da sua procura e a observação pelos usuários do potencial das mesmas em favorecer o bem-estar e melhorar quadros físicos e psicológicos preestabelecidos.

Neste sentido e sob a conjectura que através das PICS é possível fortalecer uma assistência à saúde em locais onde estão sendo desenvolvidas, a partir de uma atenção diferenciada que preserve o indivíduo nas suas mais variadas vertentes, objetiva-se, através deste trabalho, descrever como foi realizada a implantação das Práticas Integrativas em uma Unidade de Saúde da Família, de um município localizado na região metropolitana de Salvador, detalhando as facilidades e dificuldades pelos profissionais neste processo de atendimento aos pacientes num cenário pós-pandêmico.

METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de um estudo que descreve o relato de experiência da implantação das PICS em uma Unidade de Saúde da Família num município da região metropolitana de Salvador por profissionais da atenção Primária, no período de maio a agosto/2022.

De acordo com Grollmus e Tarrés (2015), o relato de experiência refere-se a uma criação fundamentada em acontecimentos da vida real, alicerçados por subsídios teóricos, expondo as dificuldades encontradas, os métodos, intervenções e procedimentos utilizados durante as experiências. 

DETALHAMENTO DA EXPERIÊNCIA

Frente à propagação das PICS na Atenção Primária, o Município em questão realizou o levantamento dos profissionais com capacitações para atendimentos em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde a fim de passar a ofertar estes serviços à sua população local. Faz-se primordial esclarecer que a Gestão do Município que aqui se aborda, desde o princípio, além de incentivar seus profissionais a realizarem cursos na área de PICS, visou otimizar àqueles já formados no campo a atuarem dentro de suas Unidades de Saúde, dando todo apoio necessário ao exercício dos mesmos.

Após identificação destes profissionais, foi solicitado às gerências das Unidades, que em reunião, analisassem se os mesmos se disponibilizariam para implementar as técnicas alternativas na USF concomitantemente à suas agendas.

Aprovada a decisão, foi discutido posteriormente acerca do perfil inicial de pacientes a serem atendidos neste primeiro grupo e decidiu-se abarcar a princípio, pacientes acometidos por doenças e dores crônicas e portadores de transtornos psicológicos que passariam por um total de 10 sessões de PICS. Esta limitação da patologia foi pensada pela observação da queixa-procura mais frequente dos usuários presentes nos serviços, além de também ter como propósito restringir inicialmente a demanda de maneira a não sobrecarregar os profissionais e suas agendadas previamente construídas.

A partir disso, foi iniciada a comunicação da população que se encaixava no perfil preestabelecido através dos Agentes Comunitários de Saúde, surgindo assim o primeiro grupo de pacientes composto por um total de 10 membros. Os atendimentos foram colocados para as sextas-feiras no turno matutino entre 7:30 e 11:30 nas salas dos respectivos profissionais capacitados (1 médico e 1 enfermeira) para atendimentos em PICS.

Na primeira sessão, de forma intencional e automática era realizada avaliação do paciente, que consistia em averiguar integralmente o seu estado geral, checando seus dados pessoais, doenças preexistentes, queixas principais, medicações em uso, avaliação de resultados de exames, observação socioemocional, e seus conhecimentos acerca das PICS, sendo estas informações descritas em prontuário eletrônico. As sessões subsequentes davam continuidades a realização das práticas escolhidas por cada paciente.

Cabe ressaltar que os profissionais atenderam de formas distintas os pacientes, uma vez que possuíam formações em práticas diferentes: o médico da equipe realizava sessões de acupuntura (20 minutos) e a enfermeira desempenhava sessões de auriculoterapia (10 minutos), reflexologia podal (20 minutos) e ventosaterapia (20 minutos). O tempo que cada paciente permaneceria em sessão iria variar conforme a (s) prática (s) escolhida (s) pelo (s) mesmo (s). O atendimento se dava com paciente deitado em maca em posição confortável e adequada para o bom desempenho do profissional, luzes apagadas, com claridade apenas de basculantes que deixavam adentrar a luz natural nas salas e com músicas relaxantes que propiciassem tranquilidade para que a assistência atingisse seus objetivos.

Quando se pensou em convocar a população usando as Práticas Integrativas, suspeitou-se que haveria pouca ou nenhuma demanda inicial, pelo provável desconhecimento teórico da comunidade acerca desta assistência alternativa, contudo, a busca pelas terapias superou as expectativas dos profissionais. Isso demonstra que as Práticas já fazem parte do conhecimento da população em geral e que sua eficácia tem sido observada e disseminada provocando o desejo de experimentação das terapias pelos pacientes.

Todos os usuários durante o período de tratamento se demonstraram abertos e curiosos a experimentação das técnicas, fator que contribuiu para o sucesso da terapêutica. Conforme as sessões se passavam, os usuários iam conseguindo compreender os objetivos de cada prática e participavam ativamente da dinâmica e do seu autocuidado.

A categoria médica atendeu no período 7 pacientes inseridos em 3 classes de agravos a saúde: a) dores crônicas: lombalgia, cervicalgia, gonalgia e hérnias; b) doenças crônicas: fibromialgia; c) transtornos psicológicos: ansiedade e insônia. Enquanto a enfermeira atendeu apenas 4 pacientes que se agruparam em apenas 2 classes: a) dores crônicas: cervicalgia e lombalgia; b) transtornos psicológicos: ansiedade, depressão, insônia e bipolaridade.

O quantitativo diferenciado entre as categorias profissionais se justificou pelo fato de que os pacientes atendidos pela enfermagem, tinham acesso a 3 terapias (ventosaterapia, auriculoterapia, reflexologia podal) permanecendo em média, cada um, por volta de uma hora em consulta. Ao passo que, as sessões médicas, eram estritamente para realização de acupuntura onde o tempo de permanência dos usuários se fazia bem menor, possibilitando assim, atender um montante maior de clientela.

Como pontos de fragilidade na implantação das PICS podemos dizer que não foi conseguido, devido a incompatibilidade de tempo, que os pacientes revezassem entre as 2 categorias profissionais, o que impossibilitou todo o público encaminhado de passar pela totalidade das Práticas Integrativas que a Unidade de Saúde oferecia. Todavia, para um próximo grupo de pacientes, cogita-se uma nova forma de atender onde todos os pacientes (ou pelo menos aqueles que queiram) possam realizar inteiramente as PICS disponibilizadas, seja aumentando o número de turnos para a realização das mesmas e reorganização das agendas ou estipulando um quantitativo igual de pacientes entre as categorias.

Somado a isso, o fato de ter sido instituído somente um período (sexta, manhã) para a realização das PICS como forma de não deixar de atender às demais demandas dos serviços, também não colaborou para que mais pacientes pudessem ter sido beneficiados. Todavia, para que se possa disponibilizar mais tempo para as terapias, torna-se necessário um planejamento bem estruturado da Unidade, para que não haja sobrecarga dos outros ramos de atendimento nos turnos restantes, gerando um cuidado frenético, frio e superficial.

Outra questão discutida foi o tempo total de sessões. Foi considerado um período demasiadamente longo a execução de 10 sessões inicialmente pensadas, o que gera um intervalo de 2 meses e meio aproximadamente entre a abertura de novos grupos de PICS, acarretando assim uma extensa lista de espera de pacientes que desejam conhecer ou serem favorecidos pelas técnicas.

Contudo, estas situações não implicaram nos resultados positivos observados por ambas as categorias que avaliaram que, ao final das sessões, os pacientes apresentavam uma melhora notável de suas patologias, algias e quietude dos transtornos psicológicos, se manifestando mais dispostos, ativos, dinâmicos e animados, reafirmando, enquanto relato de experiência, a efetividade da implantação das Práticas Integrativas de Saúde no contexto da Atenção Primária.

DISCUSSÃO

Não se pode negar que as Práticas Integrativas vêm ganhando espaço e visibilidade a cada dia e têm mostrado através das suas técnicas destrezas e um enorme potencial em minimizar sintomas e queixas.

As PICs surgem em meio à Atenção Primária como maneira de se fazer cumprir um dos fundamentais princípios do SUS: a integralidade (BRASIL, 2006). Para tanto, se faz preciso uma cautela acerca da sua implementação, uma vez que estas práticas precisam manifestar a integralidade do cuidado, e não se tornar uma mera contribuição de serviço baseado nas mesmas atitudes da biomedicina. Dito isso, é plausível afirmar que as PICs são habilitadas a oportunizar uma assistência humanizada, segura, eficaz e universal, como apoio à Medicina Tradicional (AGUIAR; KANAN; MASIERO, 2019).

Já existem diversos estudos que trazem os benefícios da utilização das PICs, que tem por intuito fomentar a prevenção e promoção da saúde por meio de tecnologias leves e seguras. Estas pesquisas, permeiam diversos campos e enfermidades e vem paulatinamente confirmando as vantagens de se incorporar as PICS ao cuidado das pessoas nos mais diferentes níveis de atenção, inclusive na Atenção Primária.

Em um estudo realizado por Matos (2018), por exemplo, é apontado a ação concreta da acupuntura e de outras PICS (yoga, massagem e quiropraxia) no tratamento de algumas disfunções fisiológicas (disfunções temporomandibulares, patologias de caráter psicológico, doenças gástricas, enxaqueca, hipotonia de músculos e obesidade), comprovando o fortalecimento da qualidade de vida a estas pessoas, que passaram a obter atenuação de suas algias e ter uma maior compreensão sobre a imprescindibilidade de um comprometimento permanente e atencioso ao seu autocuidado.

Outro estudo, feito com idosos, que tinha por objetivo saber a eficácia das práticas integrativas no que tange a retardar os efeitos do envelhecimento, explicitou que aqueles que recebiam as técnicas, pouco eram admitidos em casas de repouso, referiam sentirem-se mais dispostos e menos tristes, melhorando desse modo suas condições física e mental, a destreza e as habilidades, sendo reintegrados mais facilmente a vida social novamente (CAMARGO; TELLES; SOUZA, 2018).

De forma suplementar, uma outra pesquisa, desta vez com pacientes portadores de doenças crônicas como a Diabetes Mellitus, evidenciou melhora significativa acerca do controle metabólico dessa patologia quando foi utilizado pelos usuários algumas práticas como terapia com ervas medicinais, massagens, homeopatia, acupuntura, suplementação nutricional e aromaterapia. Além disso, também houve melhora dos sintomas de algia e alguns transtornos psicológicos como ansiedade e estresse ao uso de algumas outras PICS como o reiki, reflexologia podal, o moxabustão, meditação, o tai chi, e outros (DACAL; SILVA, 2018).

Em se tratando do uso das PICs num panorama pós-pandêmico, também existem trabalhos que revelam a sua eficácia. Pesquisas mais recentes demonstraram que a fitoterapia, por exemplo, se destacou por apresentar bons resultados quando utilizada de modo adicional ao tratamento da medicina convencional na terapêutica de alterações do organismo determinadas pela COVID-19 (Ren et al., 2020; Xu, Zhang, 2020; Wang et al., 2020; Xiao et al., 2020; Chan et al., 2020; Zengli et al., 2020; H-T. Zhang et al., 2020; Fan et al., 2020; Liu et al., 2020; Ang et al., 2020; A-H. Zhang et al., 2020). Foi avaliado que pacientes que apresentaram sintomas leves de COVID-19, usando fitoterapia melhoraram seu sistema imune, permaneceram menos tempo com os sintomas e se recuperaram mais rápido, reduzindo período de tempo de internamento. Fato não tão observado em sintomáticos graves (Ren et al., 2020).

Em outra investigação foi revelada a prática da moxabustão como assistência complementar ao tratamento da COVID-19 (Xu et al., 2020). Neste estudo, a técnica, que tem por objetivo aquecimento indireto dos pontos de acupuntura disseminados pelo corpo por meio da queima de ervas medicinais (Brasil, 2006), se mostrou eficaz no alívio dos sintomas e na prevenção da patologia, sendo aplicada uma vez ao dia, em áreas relacionadas aos desequilíbrios energéticos e físicos decorrentes da doença (Xu et al., 2020).

Já a Yoga, em outros trabalhos, foi avaliada como manobra capaz de favorecer a saúde mental e reduzir o risco de infecção pelo Sars-Cov-2 por meio de técnicas de respiração, posturas e procedimentos, fortalecendo desse jeito o sistema respiratório (Tillu et al., 2020).

Adicionalmente as Práticas Integrativas já citadas, pesquisas acerca da aromaterapia, também revelam que esta terapêutica tem conseguido melhorar o equilíbrio do corpo, primordialmente nos sistemas respiratório e imunológico (Nascimento, 2020) a partir do uso de óleos essenciais de acordo com os sintomas apresentados por cada paciente.

Respaldado por todo referencial teórico trazido, este relato de experiência, consegue reiterar, de modo auxiliar, sobre a conveniência da implantação das Práticas Integrativas no âmbito da Atenção Primária, relatando os pontos positivos do seu uso no primeiro grupo de pacientes observado pelos profissionais e levantando as necessidades surgidas nos serviços mediante a sua implantação. O fato de todas as categorias de pacientes (doenças crônicas, dores crônicas e distúrbios psicológicos) terem apresentado progressos positivos acerca das suas enfermidades, motivou substancialmente os trabalhadores envolvidos a aperfeiçoar ainda mais a assistência da Unidade e formar novos grupos de usuários assim que haja uma reestruturação dos pontos fracos avaliados.

É incontestável que para a fluidez de um processo de implantação das PICS, os gestores possam proporcionar todo apoio necessário para que o trabalho seja desenvolvido e implementado com compreensão, tranquilidade e envolvimento de ambas as partes, propiciando insumos e equipamentos necessários, liberando os profissionais para atualizações sempre que preciso e flexibilizando agendas para incorporação de novas tecnologias do cuidado.

Com base nestes e outros inúmeros estudos existentes é possível afirmar que cada vez que estas práticas são usadas, mais se consegue compreender a força de suas ações, seja física, espiritual ou psicológica e comprovar também a eficácia das PICS dentro de um rol imenso de enfermidades e agravos, demonstrando seu incontestável potencial para manutenção da saúde através da pluridimensionalidade do ser.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que profissionais e usuários averiguam através das PICs a perspectiva do fortalecimento da saúde e qualidade de vida, uma vez que há uma demanda crescente de clientes insatisfeitos com a assistência prestada por um modelo de saúde fragmentado e ainda vigente.

Esta insatisfação com a medicina tradicional, aliado as incontáveis experiências positivas divulgadas por estudos desenvolvidos com PICS, é que faz exacerbar a procura por essa terapêutica e a coloca como destaque de cuidado quanto diz respeito a integralidade da assistência e subjetividade, assim como a consolidação da relação horizontal entre usuários e serviços de saúde.

Entretanto, os resultados positivos das PICS não devem ser interpretados como caminhos para substituição de tratamentos e intervenções constantes na medicina convencional, visto que, elas próprias possuem inúmeras deficiências e limitações, mas sim, traduzidos como um complemento de uma assistência para que se torne mais efetiva e com efeitos duradouros.

Os estudos trazidos, os conceitos e os referenciais teóricos, vêm somar na afirmação que as PICs favorecem, sem dúvida, benefícios à saúde mental e física dos usuários e despertam o autocuidado, fator primordial para aumento do bem-estar e satisfação de existência.

diante do exposto, podemos declarar que a ocorrência de relatos de experiência como este, têm a capacidade de validar as vantagens das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, exacerbando as finalidades destas terapêuticas como formas complementares, autênticas e integrais de fazer saúde.

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[1] Especialista em Saúde Pública com ênfase em PSF. ORCID:0000-0002-2794-8550.

Enviado: Outubro, 2022.

Aprovado: Outubro, 2022.

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Adriana Freitas Delouche Maneira

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