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Assistência de Enfermagem ao paciente submetido à Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO)

RC: 40098
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

MARTORELLI, Ágata da Silva [1], SILVA, Márcia Pinheiro da [2], MORAIS, Alceni [3]

MARTORELLI, Ágata da Silva. SILVA, Márcia Pinheiro da. MORAIS, Alceni. Assistência de Enfermagem ao paciente submetido à Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 12, pp. 05-19. Outubro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/oxigenacao-por-membrana

RESUMO

Este trabalho consiste em um estudo de intervenções de enfermagem e assistências prestadas ao paciente submetido à oxigenação extracorpórea, com o objetivo de identificar na literatura a atuação do enfermeiro na assistência de enfermagem com pacientes que utilizam ECMO. Conhecer as indicações e contraindicações do tratamento e elencar possíveis diagnósticos e intervenções de enfermagem para estes pacientes. Trata-se de uma revisão bibliográfica de literatura onde foram feitos levantamento do conteúdo de maior relevância, já publicados em livros, revistas, publicações avulsas e imprensas, escrita sobre o tema. Conforme foram feitos os estudos, indicamos as intervenções de enfermagem que mais se encaixavam com o tema abordado e com os diagnósticos de enfermagem selecionados, tendo como referência livros já publicados, sendo assim o enfermeiro poderá orientar o paciente, familiar, técnicos e auxiliares de enfermagem, promovendo desta forma uma melhor assistência ao cliente e prolongando sua expectativa de vida.

Descritores: ECMO, oxigenação por membrana extracorpórea, cuidados intensivos, assistência de enfermagem, diagnósticos de enfermagem.

INTRODUÇÃO

A literatura atual define o termo Oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) é uma técnica que a medicina intensiva utiliza como alternativa para favorecer os pacientes em situações críticas como falência respiratória e cárdica, nas quais é fornecido suporte de oxigênio por meio de tecnologia sofisticada. Através de circuitos acoplados na forma externa do corpo do paciente, este sistema basicamente permite a troca gasosa por meio da passagem do sangue no oxigenador, e ainda sendo capaz de realizar a função do coração e pulmão em razão da pressão gerada pela bomba presente no circuito, desta forma, permitindo que os órgãos do mesmo não fiquem sobrecarregados.

Este sistema (ECMO) possui duas modalidades, sendo que uma funciona como sistema veno-arterial (VA) que permite suporte hemodinâmico e ventilatório. Neste sistema o plasma sanguíneo é deslocado da veia através de uma cânula e logo após esse sangue é entregue pela artéria femoral. Já o sistema veno-venosa (VV) permite a troca gasosa, onde o sangue venoso retorna por uma veia central, após ser transportado de uma cânula inserida na veia femoral e percorrido pela membrana extracorpórea. (VUYLSTEKE; BRODIE; COMBES; FOWLES; PEEK, 2017).

Em relação à modalidade VV, os acessos são obtidos pela região periférica sendo puncionado duas veias, uma jugular e outra femoral. Podendo ser também, através de um cateter duplo lúmen inserido na veia jugular. (ROMANO; MENDES; PARK; COSTA, 2017).

Esta modalidade é indicada principalmente a pacientes com insuficiência respiratória aguda hipoxêmica ou hipercapnica com pH abaixo de 7,20, sem resposta a ventilação mecânica e a pacientes em uso de bloqueadores neuromusculares.

Já a modalidade VA é estruturada por uma cateterização periférica de uma veia e uma artéria, ou por cateter central com inserção no átrio direito e na aorta ascendente. Esta modalidade é indicada a pacientes com falência cardíaca decorrente de choque cardiogênico por síndrome coronariana aguda, também para pacientes com miocardite, overdose de drogas, tromboembolismo pulmonar, choque séptico e parada cardiorrespiratória. (ROMANO; MENDES; PARK; COSTA, 2017).

Outros estudos também apontam casos em que este tratamento com ECMO pode ser indicado: sendo a rejeição do órgão após transplante; ausência de respostas ao uso de fármacos; embolia pulmonar; trauma; hipotermia; e patologias que causam hipertensão pulmonar.

Estes mesmos estudos também apontam as condições em que o tratamento com a ECMO é contraindicado em casos de: IMC > 45; Idade > 65 anos; Dissecção aórtica; Hemorragia de sistema nervoso central; Coagulopatias grave; Doença pulmonar irreversível; Peso de nascimento menor que 2000g; Anomalias congênitas; Resposta positiva ao suporte ventilatório artificial ou farmacológico; Falência de múltiplos órgãos e qualquer condição que impeça a terapia de anticoagulação.

É fato que como toda tecnologia, esta também precisou construir sua história provando suas vantagens em relação ao objetivo proposto. Para tanto torna-se importante conhecer a história desta tecnologia. Por volta dos anos 70, pesquisadores pretendiam tratar pacientes com insuficiência respiratória por meio da criação de uma técnica de circulação extracorpórea durante a cirurgia cárdica, porém, descobriu-se que o contato direto do sangue e gases promovia destruição de hemácias, leucócitos e plaquetas, causando sangramento intenso, mas a descoberta de membranas de silicone permitiu o uso prolongado dessa técnica, pois separam estes dois componentes. Essa tecnologia pode ser deslocada além do centro cirúrgico e passa a ser muito utilizada em UTI.

Outro fato importante pode ser destacado: Don Hill, em 1972, consegue aplicar a técnica em um paciente adulto. Já Robert Bartlett foi o agente dessa intervenção terapêutica, permitindo assim a evolução deste suporte e proporcionou a capacitação de profissionais para atenderem diversas faixas etárias. É de conhecimento que Bartlett também é o idealizador, fundador e mentor da Extracorporeal Life Support Organization (ELSO), e que congrega todos os profissionais e os serviços que se dedicam à realização dos procedimentos de ECMO/ECLS e mantendo um registro atualizado das indicações e dos resultados obtidos, bem como vantagens e desvantagens desta tecnologia. (ZWISCHENBERGER, 2000).

Frente a este contexto, buscou-se encontrar na literatura a importância dos profissionais Enfermeiros compreenderem e conhecerem o funcionamento da tecnologia ECMO, bem como identificar o papel do enfermeiro e a Assistência de Enfermagem com pacientes que necessitem deste tratamento, considerando a sua gravidade.

OBJETIVO

Identificar na literatura a atuação do Enfermeiro na Assistência de Enfermagem com pacientes que utilizam ECMO.

Conhecer as indicações e contraindicações do tratamento com ECMO.

Elencar possíveis diagnósticos e intervenções de Enfermagem para estes pacientes.

MÉTODO

Trata-se de um estudo realizado através de revisão bibliográfica, método que diz respeito ao levantamento da literatura de relevância, já publicada em livro, revista, publicação avulsa e imprensa escrita sobre o tema em questão, que serve para embasar a investigação referente ao estudo proposto.

Foi realizado um levantamento bibliográfico de artigos sobre a Assistência de Enfermagem ao paciente submetido à Oxigenação por Membrana Extracorpórea, publicados nos idiomas português, espanhol e inglês. Incluídos artigos, livros, textos e teses publicados no período compreendido entre 2011 e 2018 nos idiomas português e inglês. A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), e National Library of Medicine, USA (MEDLINE) e no seguinte periódico eletrônico: Scientific Electronic Library On Line (SCIELO). Para a pesquisa serão utilizadas as combinações dos seguintes descritores em português: ECMO; Oxigenação por membrana extracorpórea; Cuidados intensivos; Assistência de enfermagem; Diagnósticos de Enfermagem.

Foram selecionados apenas aqueles com base de dados BDENF – Enfermagem, LILACS e SciELO disponibilizando cento e vinte um artigos, dessa quantidade os textos foram filtrados por idiomas elegendo apenas aqueles publicados em português ou inglês, oitenta artigos, as demais línguas passaram por critérios de exclusão. Foram filtrados os descritores utilizados: ECMO e Oxigenação por membrana extracorpórea (cinquenta artigos); Cuidados intensivos, assistência de enfermagem e diagnósticos de Enfermagem (oito artigos). Foram utilizados oito artigos relacionados com a temática da pesquisa, para constituir este estudo. Após elencados (cinco artigos) para fazer parte da amostra, foram fichados e resultaram em categorias temáticas que proporcionaram compor a revisão deste trabalho.

RESULTADOS

Relacionados especificamente à temática proposta, foram encontrados cinco artigos que discutem sobre a Assistência de Enfermagem ao paciente submetido à Oxigenação por Membrana Extracorpórea. A relação dos achados bibliográficos que fazem parte deste estudo se encontra no Quadro 1.

QUADRO 1 – BIBLIOGRAFIAS POTENCIAIS ACERCA DO TEMA: “ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO À OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA EXTRACORPÓREA”.

Ano Título das publicações Autores
1 2015 Nursing diagnoses and interventions for a child after cardiac surgery in an intensive care unit / Diagnósticos y intervenciones de enfermería para una niña en el postoperatorio de cirugía cardiaca en unidad de cuidados intensivos Cavalcante, Agueda Maria Ruiz Zimmer; Brunori, Evelise Helena Fadini Reis; Lopes, Camila Takáo; Silva, Andréa Braz Vendramini; Herdman, T. Heather.
2 2011 Cuidado de enfermagem a uma paciente em uso da ECMO / Nursing care of an ECMO patient Costa, Lívia Magalhães Brito; Hora, Minéia Pereira da; Araujo, Edlaine Oliveira; Pedreira, Larissa Chaves.
3 2018 Atuação do time de enfermeiros na ressuscitação cardiopulmonar extracorpórea / Performance of the nursing team in extracorporeal cardiopulmonary resuscitation Fernandes, Henrique Mateus; Saraiva, Eliane Laranjeira; Souza, Cristina Silva.
4 2018 Complicações relacionadas à oxigenação por membrana extracorpórea / Complications related to extracorporeal membrane oxygenation Nakasato, Gislaine Rodrigues; Lopes, Juliana de Lima; Lopes, Camila Takao
5 2014 Medicina intensiva: a oxigenação extracorpórea é factível no Brasil? / Critical care medicine: extracorporeal oxygenation is feasible in Brazil? Zigaib, Rogério; Noritomi, Danilo Teixeira.

Fonte: Plataforma da Biblioteca Virtual de Saúde – BVS, Base de dados de enfermagem – BDENF, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS, Revista baiana de Enfermagem – RBE, Revista de Enfermagem Online – UFPE e Revista Brasileira de Terapia Intensiva – RBTI.

No quadro 1, pode-se observar que os artigos foram publicados entre os anos 2011 e 2018, quatro artigos foram publicados na língua portuguesa e apenas um artigo na língua inglesa. Houve predomínio de artigos na base de dados BDENF-Enfermagem (quatro artigos) e LILACS (um artigo), 60,0% (três artigos) são relatos de experiência e abordam a atuação da enfermagem apresentando diagnósticos e cuidados de enfermagem, 40,0% (dois artigos) discutem a base para compreensão e conhecimento do funcionamento desta técnica ECMO. Do total de artigos, apenas três são específicos sobre a temática proposta.

A assistência de enfermagem é um componente básico de atenção à saúde prestada a cada indivíduo e sua família. Organiza o trabalho e a metodologia usada pela equipe para melhor assistir o cliente. Seguindo estes princípios é possível garantir o cuidado do mesmo nos três níveis de atenção primária, secundária e terciária. (ALVIM, 2013).

O processo de enfermagem é dividido em 5 etapas:

• histórico/ anamnese;

• diagnóstico de enfermagem;

• planejamento de enfermagem;

• implementação;

• evolução.

Sendo que neste estudo iremos focar nos diagnósticos de enfermagem e planejamento de enfermagem.

O diagnóstico de enfermagem é a junção e interpretação da coleta de dados tirados do histórico de enfermagem/anamnese. Os diagnósticos do quadro 2 foram selecionados a partir do livro Diagnósticos de Enfermagem da NANDA, tendo como referência as taxonomias, domínios, características definidoras, fatores de relacionados e fatores de risco.

O planejamento de enfermagem tem como objetivo geral designar metas, intervenções e resultados esperados, para promover uma melhor assistência ao cliente. Baseando-se nos diagnósticos de enfermagem mais relevantes, pensados especificamente para situações em que o paciente esteja submetido à ECMO, na qual foram selecionados a partir do livro Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC), estabelecemos possíveis intervenções relacionadas aos diagnósticos de enfermagem propostos, conforme mostra o quadro 2.

QUADRO 2 – CUIDADOS DE ENFERMAGEM VOLTADOS AOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM MAIS RELEVANTES ACERCA DO ASSUNTO OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA EXTRACORPÓREA.

Diagnósticos
NANDA
Intervenções de Enfermagem

NIC

Perfusão tissular periférica ineficaz – Avaliar pulsos periféricos, perfusão capilar, temperatura e coloração das extremidades;
– monitorar a pressão capilar pulmonar/arterial e a pressão venosa central/atrial direita;
– garantir a disponibilidade de equipamento de reanimação para emergência;
– melhorar perfusão dos membros com sistema de aquecimento, se necessário.
Percepção sensorial perturbada – Aplicar escala de Glasgow, Ramsay e Richmond e classificar;
– utilizar a ética profissional, explicando procedimentos e evitar discussão do caso próximo ao paciente, mesmo submetido à sedação;
– proporcionar ambiente seguro;
– controlar medicamentos e manejar possíveis delírios.
Termorregulação ineficaz – Aplicar e monitorar com cuidado o uso de calor ou frio, como bolsas de água, compressas, manta térmica;
– realizar controle rigoroso de temperatura do paciente a cada 2 horas;
– monitorar rigorosamente o aquecedor da ECMO;
– realizar resfriamento ativo e passivo sempre que necessário.
Ventilação espontânea prejudicada – Controlar o misturador de gases da ECMO e o circuito pré e pós-membrana;
– ajustar parâmetros do ventilador a medidas de proteção pulmonar;
– monitorar os padrões respiratórios como bradipneia, taquipneia, hiperventilação, respirações de Kussmaul, respirações de cheyne-Stokes, padrão apnêustico, respiração de Blot e padrões atáxicos;
– registrar mudanças no SaO2, SvO2, CO2 corrente terminal e alterações de gasometria arterial;
– mensurar hemograma e avaliar capacidade do paciente para transportar oxigênio;
– determinar a necessidade de oxigênio complementar;
– realizar aspiração traqueal sempre que necessário;
– fornecer higiene oral diariamente.
Risco de infecção – Manter a esterilidade das conexões;
– utilizar EPIs necessários e realizar lavagem das mãos;
– utilizar técnicas assépticas para manutenção de dispositivos instalados;
– escalar profissionais para o cuidado exclusivo ao paciente, se possível;
– instruir visitantes sobre o risco de infecção cruzada;
– monitorar sinais e sintomas sugestivos de infecções;
– inspecionar as cânulas da ECMO quanto a sinais de infecção;
– coletar e avaliar parâmetros de leucócitos granulócitos.
Risco de integridade da pele prejudicada – Observar a pele, em especial, sobre saliências ósseas, quanto a sinais de pressão ou irritação;
– evitar exposição da pele ou mucosas por longos períodos a irritantes;
– observar a presença de hipertermia, desnutrição, sedação profunda e edema favorecendo uma possível lesão;
– aplicar escalas de avaliação como Braden ou Norton, conforme adotado pela instituição;
– considerar o uso de dispositivos coletores de urina ou fezes para proteger a pele contra os efluentes;
– usar dispositivos re-distribuidores de pressão;
– posicionar os pacientes restritos com atenção a anatomia, alinhamento postural, distribuição do peso e suportes.
Risco de sangramento – Inspecionar a presença de petéquia, púrpura, equimose e hematoma;
– mensurar funcionamento neurológico;
– coletar e avaliar parâmetros de hematócrito, fibrinogênio, plaquetas, antitrombina, anti-Xa e TTP;
– monitorar parâmetros de anticoagulação a cada 8 e 24 horas;
– suspender Heparina a curto prazo, se necessário;
– evitar procedimentos IV, IM ou SC, se possível;
– monitorar débito cardíaco.

Fonte: Diagnósticos de Enfermagem da NANDA (2015-2017 / 2018-2020) e Classificação das Intervenções de Enfermagem (2010).

TABLE 2 – NURSING CARE AIMED AT THE MOST RELEVANT NURSING DIAGNOSES ON THE EXTRACORPOREAL MEMBRANE OXYGENATION

Nursing Diagnoses

(NANDA)

Nursing Interventions Classification (NIC)
Ineffective peripheral tissue perfusion – Check the peripheral pulse, capillary perfusion, temperature and staining of the extremities;
– monitor the pulmonary capillary wedge pressure/arterial and the venous wedge pressure/right atrial;
– ensure availability of emergency resuscitation equipment;
– improve limb perfusion with the heat exchanger if necessary.
Disturbed sensory perception – Apply the scale of Glasgow, Ramsay, Richmond and classify;
– use professional ethics, explaining procedures and avoid discussion of the case close to the patient even submitted to sedation;
– provide a secure environment;
– control medications and manage possible delusions.
Ineffective thermoregulation – Apply and monitor carefully heat and cold usage, such as water bag, compresses and thermal blanket;
– vigorously perform patient’s temperature control every two hours;
– strictly monitor the heat exchanger from the ECMO;
– perform active and passive cooling as needed.
Impaired spontaneous ventilation – Control the gas mixer from the ECMO and the pre- and post-membrane circuit;
– adjust mechanical ventilator parameters to lung protection measures;
– monitor the breathing patterns such as bradypnea, tachypnea, hyperventilation, Kussmaul breathing, Cheyne-Stokes respiration, apneustic respiration, Biot’s respiration and ataxic gait;
– record changes in SaO2, SvO2, CO2 loading assisting and in arterial blood gases;
– measure blood count and assess patient’s ability to carry oxygen;
– determine the need for supplemental oxygen;
– perform tracheal aspiration as needed;
– provide daily oral hygiene.
Risk of infection – Maintain sterility of connections;
– use, if necessary, PPE and wash the hands;
– use aseptic techniques to maintain installed devices;
– select professionals for the exclusive patient care if possible;- instruct visitor on the risk of cross infection;
– monitor signs and symptoms suggestive of infections;
– inspect ECMO cannulas for signs of infection;
– collect and evaluate granulocytes leukocyte parameters.
Risk for impaired skin integrity – Observe the skin especially on bony protrusions for signs of pressure or irritation;
– avoid exposure of skin or mucous membranes for long periods to irritants;
– observe the presence of hyperthermia, malnutrition, deep sedation and edema favoring a possible injury;
– apply assessment scale as Braden or Norton, as adopted by the institution;
– consider using urine or stool collection devices to protect skin from effluent;
– use pressure relieving devices;
– position restricted patients with attention to their anatomy, postural alignment, weight distribution and supports.
Risk for bleeding – Inspect for the presence of petechiae, purpura, ecchymosis and bruise;
– measure the functional neurological;
– collect and evaluate hematocrit, fibrinogen, platelets, antithrombin parameters, anti-Xa and PTT;
– monitor anticoagulation parameters every 8 and 24 hours;
– suspend Heparin in the sort term if necessary;
– avoid IV, IM or SC procedures if possible;
– monitor cardiac output.

DISCUSSÃO

Frente aos estudos encontrados sobre Assistência de Enfermagem ao paciente submetido à Oxigenação por Membrana Extracorpórea, priorizamos sete Diagnósticos de Enfermagem (DE): perfusão tissular periférica ineficaz; percepção sensorial perturbada; termorregulação ineficaz; ventilação espontânea prejudicada; risco de infecção; risco de integridade da pele prejudicada e risco de sangramento (NANDA, 2015-2017). Com base nesses DE, foram selecionadas as classificações das intervenções de enfermagem baseadas em evidências, sinais, sintomas e etiologia.

Para o diagnóstico de Perfusão tissular periférica foi relacionado ao choque cardiogênico, infarto agudo do miocárdio, miocardite, tromboembolismo, evidenciado por pele pálida, fria, pegajosa, pulsos periféricos ausentes ou diminuídos, tempo de enchimento capilar aumentado. Como justificativa clínica a indicação de um paciente que é submetido a uma circulação extracorpórea para suporte cardíaco entende-se que o mesmo já possui um coração inviável em ofertar ou assegurar aporte sanguíneo para órgãos e tecidos. (NANDA, 2018-2020).

Percepção sensorial perturbada, caracterizado por estresse fisiológico, desequilíbrios hidroeletrolíticos, desorientação, relacionado à sedação. Inclui-se como justificativa clínica, o paciente permanece em sedação contínua por longos períodos e possui bloqueio neuromuscular. (COSTA; HORA; ARAUJO; PEDREIRA, 2011).

Termorregulação ineficaz, caracterizado por cianose em leitos, pele fria, palidez, preenchimento capilar lentificado, ou rubor, taquicardia e pele quente ao toque, relacionado à circulação extracorpórea. Inclui-se como justificativa clínica, pode haver flutuação da temperatura entre hipotermia e hipertermia, pois o sangue assim que oxigenado é levado para uma coluna de aquecimento, que fica instalado fora do corpo e este sangue retorna para o paciente, logo, está relacionado intimamente com o controle da temperatura dele. (COSTA; HORA; ARAUJO; PEDREIRA, 2011).

Ventilação espontânea prejudicada, caracterizado por pressão parcial de dióxido de carbono aumentada, pressão parcial de oxigênio diminuída, saturação em desequilíbrio, cooperação diminuída, relacionado a insuficiência respiratória grave e refratária, hipoxêmia, hipercarbica, transplante pulmonar, fístulas broncopleurais. Inclui-se como justificativa clínica, o paciente pode ser submetido a uma circulação extracorpórea para suporte respiratório, onde este desenvolveu uma insuficiência respiratória, na qual o pulmão não realiza oxigenação sanguínea e é incapaz de eliminar o gás carbônico. (CAVALCANTE; BRUNORI; LOPES; SILVA; HERDMAN, 2015).

Risco de infecção, relacionado a procedimentos invasivos, imunossupressão e morbidade adquirida. Inclui-se como justificativa clínica, inserção cirúrgica, cânulas e cateteres, procedimentos invasivos sem devida atenção as técnicas assépticas e infecção cruzada. (CAVALCANTE; BRUNORI; LOPES; SILVA; HERDMAN, 2015).

Risco de integridade da pele prejudicada, relacionado a sedação, instabilidade hemodinâmica, bloqueio neuromuscular, dificuldade de descompressão de proeminências ósseas. Inclui-se como justificativa clínica, existe uma capacidade de transferência do paciente prejudicada, devido estar submetido à ECMO, na qual é priorizado restrição da manipulação do mesmo, portanto ele possui um grande risco para desenvolver lesões por pressão (COSTA; HORA; ARAUJO; PEDREIRA, 2011).

Risco de sangramento, relacionado a medicamentos anticoagulantes, heparinização sistêmica, disfunção plaquetária e hemólise. Inclui-se como justificativa clínica, durante a ECMO o paciente está propenso a desenvolver hemorragias, seja pela instalação do equipamento, devido as cânulas utilizadas e possível fluxo elevado, gerando ruptura de células sanguíneas e uso de heparinização, onde o sangramento pode ser potencializado. (NANDA, 2015-2017 / 2018-2020).

O emprego dessa técnica se baseia na identificação precoce das evidências, nos conhecimentos técnicos, científicos e éticos para pronta resolução de distúrbios hemodinâmicos. Por ser um sistema de maior complexidade técnica exigindo capacidade de tomada de decisões imediatas, cabe ao Enfermeiro participar ativamente do tratamento do paciente e possuir controle sistemático de danos. Segundo o artigo 13 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, é relevante ressaltar que o mesmo deve ser capaz de desempenho seguro para si e para outrem.

O planejamento da assistência de enfermagem deve ser identificado sempre no prontuário do paciente, sendo de fácil acesso e disponível para a equipe, já que estas são informações fundamentais com dados relevantes para o devido cuidado. É fato que a assistência de enfermagem está intimamente ligada ao conhecimento que impactam diretamente no tratamento do paciente. A partir do levantamento de problemas, os enfermeiros devem priorizar os DE mas com cautela, já que este paciente depende de uma assistência assertiva e humanizada. Cabe ao enfermeiro orientar sua equipe para garantir que o desfecho tenha menos complicações durante sua internação, bem como pós-alta qualquer dano seja minimizado.

Para o enfermeiro de terapia intensiva este é um assunto de muita relevância, tratando-se de cuidados intensivos pressupõe-se um o aperfeiçoamento e aprimoramento dos conhecimentos em relação à conceituação, história, funcionamento, critérios de inclusão e exclusão sobre a oxigenação por membrana extracorpórea, bem como identificar os possíveis diagnósticos e intervenções de Enfermagem que adentrem a essa situação, prestando assistência segura e de qualidade ao paciente submetido à ECMO. Outro ponto importante é compreender a partir da leitura dos artigos, que sendo este um procedimento de alta complexidade, é indispensável o trabalho da equipe multiprofissional, permitindo ao paciente receber suporte extracorpóreo de forma segura, sejam estes neonatos, crianças ou adultos, obtendo grandes resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A nova técnica de oxigenação e circulação sanguínea vem sendo muito falada e pouco estudada. Lembrando que a enfermagem que está vinte e quatro horas por dia ligada diretamente ao cliente que é submetido a tal procedimento, precisar estar capacitada e orientada quanto a todos os dispositivos, não somente da máquina em questão, mas sim de cateteres assessórios que vêm junto com a internação crítica. Por isso, é muito importante conhecer as patologias que geralmente utilizam-se dessa modalidade, como: falência cardíaca decorrente de choque cardiogênico por síndrome coronariana aguda; miocardite; overdose de drogas; tromboembolismo pulmonar; parada cardiorrespiratória; rejeição do órgão após transplante; patologias que causam hipertensão pulmonar e entre outros. Concluímos que o conhecimento a partir de treinamentos e capacitação a cerca deste procedimento ajudará o enfermeiro a trabalhar com mais qualidade e segurança para o paciente, planejando sua assistência alinhada com as necessidades do mesmo, para então assim ser possível concluir melhores diagnósticos e intervenções de acordo com a necessidade de cada cliente.

REFERÊNCIAS

ALVIM, ANDRÉ, SILVA, LUIZ. O Processo de Enfermagem e suas Cinco Etapas. Revista Enfermagem em Foco, p. 140-141, 2013.

BRASIL. Resolução COFEN 311/2007. Aprova a Reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

BULECHEK, GLORIA, M.; BUTCHER, HOWARD, K.; DOCHTERMAN, JOANNE, MCCLOSKEY. Classificação das intervenções de enfermagem – NIC. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 901 p.

CAVALCANTE, AGUEDA, MARIA, RUIZ, ZIMMER; BRUNORI, WVELISE, HELENA, FADINI, REIS; LOPES, CAMILA, TAKÁO; SILVA, ANDRÉA, BRAZ VENDRAMINI; HERDMAN, T. HEATHER. Nursing diagnoses and interventions for a child after cardiac surgery in an intensive care unit: Diagnósticos y intervenciones de enfermería para una niña en el postoperatorio de cirugía cardiaca en unidad de cuidados intensivos. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, vol. 68, no. 1, jan./feb. 2015.

COSTA, LÍVIA, MAGALHÃES, BRITO. HORA, MINÉIA, PEREIRA DA; ARAUJO, EDLAINE, OLIVEIRA; PEDREIRA, LARRISA, CHAVES. Cuidado de enfermagem a uma paciente em uso da ECMO. Revista baiana de Enfermagem, Salvador, v. 25, n. 2, p. 209-220, maio/ago. 2011.

FERREIRA, FELIPP, SILVEIRA DA. Oxigenação extracorpórea por membrana (ECMO) em cães: Estudo da pressão arterial média, temperatura corporal, análise bioquímica e eletrocardiográfica. 2009. 74 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Rio de Janeiro, 2009.

NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: Definições e classificação 2015-2017. 10ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 468 p.

NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: Definições e classificação 2018-2020. 11ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 488 p.

ROMANO, THIAGO, GOMES; MENDES, PEDRO, VITALE; PARK, MARCELO; COSTA, EDUARDO, VIEIRA, LEITE. Extracorporeal respiratory support in adult patients. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, vol. 43, no. 1, jan./feb. 2017.

VUYLSTEKE, ALAIN; BRODIE, DANIEL; COMBES, ALAIN; FOWLES, JO-ANNE; PEEK, GILES. Ecmo in the adult patient: Core critical care. 1st ed. Cambridge university press, 2017. 228 p.

ZIGAIB, ROGÉRIO; NORITOMI, DANILO TEIXEIRA. Medicina intensiva: a oxigenação extracorpórea é factível no Brasil? Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 26, n.3, jul./set. 2014.

ZWISCHENBERGER, J. B.; STEINHORN, R. H.; BARTLETT, R. H. ECMO. Extracorporeal cardiopulmonary support in critical care. Michigan: Extracorporeal life support organization, 2000. 822 p.

[1] Graduanda em Enfermagem.

[2] Graduanda em Enfermagem.

[3] Especialização em Nefrologia para enfermeiros. Graduação em Enfermagem.

Enviado: Setembro, 2019.

Aprovado: Outubro, 2019.

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