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Uso do reequilíbrio tóraco-abdominal na melhora do desconforto respiratório em recém-nascidos

RC: 117192
568
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/melhora-do-desconforto

CONTEÚDO

REVISÃO SISTEMÁTICA

BRITO, Joiceane Martins de [1], OLIVEIRA, Ginarajadaça Ferreira dos Santos [2], OLIVEIRA, Klenda Pereira de [3]

BRITO, Joiceane Martins de. OLIVEIRA, Ginarajadaça Ferreira dos Santos. OLIVEIRA, Klenda Pereira de. Uso do reequilíbrio tóraco-abdominal na melhora do desconforto respiratório em recém-nascidos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 06, Vol. 02, pp. 225-237. Junho de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/melhora-do-desconforto, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/melhora-do-desconforto

RESUMO

Introdução: A síndrome do desconforto respiratório é a doença mais comum, e a que mais afeta os recém-nascidos (RN) internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Diante disso, o método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA) é um dos tratamentos mais utilizados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que tem como objetivo remover secreções, restabelecer a melhora da ventilação pulmonar, entre outros. Desse modo, o uso do RTA tem eficácia na melhora do desconforto respiratório em recém-nascidos? Objetivo: Analisar a eficácia do método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA) na melhora da síndrome do desconforto respiratório em recém-nascidos. Método: Trata-se de uma revisão sistemática qualitativa. Resultados: Os estudos analisados demonstraram uma melhora positiva e satisfatória do desconforto respiratório, da Frequência respiratória (FR), Frequência Cardíaca (FC) e o aumento da Saturação periférica de oxigênio (SpO2) com a utilização do método RTA. Conclusão: O uso do RTA mostrou ter eficácia e efeitos positivos na melhora do desconforto respiratório em recém-nascidos.

Palavras-chave: Recém-Nascido, Síndrome do Desconforto Respiratório em recém-nascido, Fisioterapia, Unidades de Terapia Intensiva Neonatal.

INTRODUÇÃO 

Ao decorrer dos últimos anos, destaca-se com os avanços de estudos e melhorias tecnológicas que, os recém-nascidos (RN) internados em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN) estão expostos a diversos estímulos nocivos, como luz e ruídos intensos, temperatura instável e frequentemente procedimentos invasivos e dolorosos (MARTINS et al., 2013, p. 318). Dessa forma, consequentemente, ao nascimento o desenvolvimento do pulso humano não se encontra totalmente estabelecido, imaturidade pulmonar é mais capaz de ser RNPT (recém-nascidos pré-termo). Decorrente disso, encontramos diversos fatores que prejudicaram a mecânica respiratória e sua eficiência nos neonatos (ROUSSENQ et al., 2013, p. 119).

Tendo em vista que, um dos fatores que mais apresentam risco de morte para o RNPT, destaca-se a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), que consequentemente é a mais comum entre bebês prematuros. A SDR é uma patologia causada, de forma geral, pela deficiência de trocas gasosas devido à imaturidade pulmonar e deficiência de surfactante. Este líquido é composto por uma mistura de proteínas e lipídeos (90%), e tem, de forma geral, seus benefícios associados à capacidade de diminuição da tensão intra-alveolar para valores que facilitem a difusão de oxigênio. Atinge o pico de quantidade de funcionalidade na 35.ª semana de gestação (MACÊDO et al., 2018, p. 34). Portanto, as complicações como hipóxia, baixo peso, neurológicas e respiratórias requerem cuidados intensivos oferecidos nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais. Estas complicações podem ser reduzidas com o atendimento fisioterapêutico (SANTOS; PEÇANHA; WIGGERS, 2013, p. 27).

Com isso, sabe-se que a fisioterapia respiratória inclui recursos e técnicas direcionados a higiene brônquica e melhora da ventilação pulmonar (COELHO et al., 2012, p. 155), acrescentando-se que algumas técnicas de fisioterapia respiratória são usadas como: drenagem postural, expansão torácica, percussão, vibração, compressão e tosse assistida usam o paciente como uma interface que transmite intervenções mecânicas (ROUSSENQ et al., 2013, p. 119).

Pode-se afirmar que, entre as técnicas fisioterapêuticas utilizadas, está o método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA), que se baseia no manuseio dinâmico sobre o tronco, auxiliando no sinergismo dos músculos respiratórios, adequando a mobilidade torácica, normalizando o tônus muscular abdominal, com consequente incentivo à ventilação pulmonar e à desobstrução brônquica. Para isso, as manobras utilizadas, que envolvem apoios nas regiões torácicas e abdominais, trabalham com a estimulação do diafragma, com o intuito de melhorar a sua dinâmica e adequar o padrão respiratório e postural dos pacientes (AJAMBUJA et al., 2013, p. 608).

Além disso, é uma técnica que tem como característica manuseios e apoios suaves, diferente de outras técnicas fisioterapêuticas (MARTINS et al., 2013, p. 325). Entretanto, os manuseios e manobras do RTA que podem ser empregados em crianças, especialmente lactentes cardiopatas, destacam-se os apoios tóraco-abdominal, íleo costal e abdominal, esses apoios seriam indicados para esse grupo de pacientes, uma vez que eles frequentemente apresentam taquidispneia, desconforto respiratório e uso excessivo dos músculos acessórios da respiração (COELHO et al., 2012, p. 155). Dito isto, o uso do RTA é eficaz na melhora do desconforto respiratório em recém-nascidos?

Em vista disso, ressalta-se que há uma necessidade de maior atenção acerca da temática que ainda é pouco estudada e discutida. Sabe-se que assistência fisioterapêutica é imprescindível no tratamento das doenças respiratórias durante a permanência do RN na UTIN até o momento da alta, cujo objetivo é reduzir a morbidade, alterações da biomecânica respiratória, e, consequentemente, diminuir o tempo de hospitalização e os custos hospitalares (OLIVEIRA et al., 2022, p. 839). Desse modo, a fisioterapia respiratória neonatal tem contribuído de forma substancial para a qualificação do cuidado neonatal (OLIVEIRA; SOBRINHO; ORSINI, 2017, p. 599).

Diante disso, o objetivo geral do presente estudo é analisar a eficácia do método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA) na melhora da síndrome do desconforto respiratório em crianças recém-nascidas. E tem como objetivos específicos: Identificar os efeitos do RTA; verificar as técnicas e manuseios utilizados do método; e examinar a melhora em recém-nascidos.

MÉTODO

Este estudo trata-se de uma revisão sistemática com abordagem qualitativa, que foi baseada em análise de artigos científicos que foram publicados entre os anos de 2012 a 2022. As bases de dados, revistas e jornal que foram utilizados para a busca dos estudos foram: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); PubMed; ASSOBRAFIR Ciência; Brazilian Journal of Case Reports; Contexto & Saúde; Caderno de Graduação – Ciências Biológicas e da Saúde – UNIT /AL; Saúde Integrada; Terapia Manual – Posturologia; Terapia Manual, Posturologia e Reabilitação; Uningá e Cardiorespiratory Physiotherapy, Critical Care and Rehabilitation sendo utilizados os idiomas inglês e português, respectivamente, com os descritores: “thoracoabdominal rebalance”, “newborns”, “respiratory physiotherapy”, “respiratory distress syndrome”, “intensive care unit”, “reequilíbrio tóraco-abdominal”, “recém nascidos”, “fisioterapia respiratória”, “síndrome do desconforto respiratório”, “unidade de terapia intensiva”, realizando o agrupamento dos termos com o operador booleano – AND.

O levantamento de dados deste estudo foram realizados durante os meses de março, abril e o começo de maio de 2022, como critérios de inclusão consideraram-se artigos que falavam diretamente do tema, síndrome do desconforto respiratório e fisioterapia respiratória, sendo selecionados 33 artigos, onde foram incluídos 11, e os critérios de exclusão foram: 1: estudos que não utilizavam o RTA em recém-nascidos ou não utilizavam o RTA; 2: outros tipos de revisões; e 3: artigos que não utilizavam o RTA para o tratamento da síndrome do desconforto respiratório, sendo excluídos 22 artigos.

Para uma elegibilidade inicial, foram considerados títulos de cada registro para verificar compatibilidade com o tema abordado. Após análise dos títulos dos estudos, os resumos e posteriormente todo o texto foi analisado para extração das informações pertinentes à discussão da temática. As características principais incluindo autor e ano, título, objetivo, método e conclusão foram usados para análise crítica e consequentemente síntese de dados. A análise dos dados geral ocorreu com o uso do Microsoft Excel (365 Personal) por meio da discussão e síntese dos principais dados encontrados por comparação entre informações.

RESULTADOS

Inicialmente, foram encontrados 500 estudos dos quais após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 11 estudos para compor a versão final da revisão conforme apresentado no fluxograma (figura 1) seguinte. Os dados dos estudos foram analisados por meio do programa Microsoft Excel (365 Personal), algumas características dos artigos foram resumidas no quadro 1 onde foram descritos: Autor e Ano; Título; Objetivo; Método e Conclusão.

Cada estudo analisado demonstrou uma melhora positiva e satisfatória do desconforto respiratório, da Frequência respiratória, Frequência Cardíaca e o aumento da Saturação periférica de oxigênio utilizando o método RTA. Além disso, sem causar mudanças no comportamento dos RN, inclusive o RTA foi até mais eficaz comparado com a fisioterapia respiratória tradicional em dois dos estudos.

Quadro 1: Características dos estudos

* Autor e Ano Título Objetivo Método Conclusão
1 Coelho et al. (2012) Lactentes cardiopatas submetidos aos apoios do método Reequilíbrio-Tóraco-Abdominal. Descrever os efeitos dos apoios do método fisioterapêutico de Reequilíbrio-Tóraco-Abdominal (RTA) em parâmetros cardiorrespiratórios, dor, comportamento e desconforto respiratório de lactentes com cardiopatias congênitas acianóticas, e comparar com lactentes que não receberam a intervenção. Trata-se do relato de uma série de quatorze (14) casos de lactentes com diagnóstico de cardiopatia congênita acianótica Esse relato evidenciou efeitos satisfatórios nos lactentes cardiopatas submetidos aos apoios do método RTA.
2 Ajambuja et al. (2013) Efeitos imediatos do reequilíbrio tóraco-abdominal em crianças com doença do refluxo gastroesofágico – relato de série de casos Avaliar efeitos imediatos dos manuseios do RTA em parâmetros cardiorrespiratórios, sinais de desconforto respiratório (Boletim de Silverman-Andersen), dor (escala de Lawrence), comportamento (escala de Prechtl e Beinteman) e sintomas (questionário) em crianças. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo série de casos A aplicação do Reequilíbrio Tóraco-Abdominal apresentou benefícios nas crianças com DRGE, sem repercutir no comportamento ou provocar intercorrências.
3 Roussenq et al. (2013) Reequilíbrio tóraco-abdominal em recém-nascidos prematuros: efeitos em parâmetros cardiorrespiratórios, no comportamento, na dor e no desconforto respiratório Avaliar o efeito de manuseios do método fisioterapêutico de Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA) em parâmetros cardiorrespiratórios, em sinais clínicos de esforço respiratório, no comportamento e na dor de recém-nascidos (RN) prematuros com baixo peso internados em unidade de terapia intensiva. Ensaio clínico controlado, randomizado com avaliador cego Os RN prematuros de baixo peso submetidos aos manuseios do método RTA apresentaram redução da FR e do desconforto respiratório. Não houve prejuízo alteração no comportamento dos neonatos com a aplicação da técnica.
4 Oliveira et al. (2017) Comparação entre o método Reequilíbrio Toracoabdominal e a fisioterapia respiratória convencional em recém-nascidos com taquipneia transitória: um ensaio clínico randomizado Comparar a fisioterapia respiratória convencional com o método RTA em recém-nascidos com TTRN. Ensaio clínico intervencional, comparativo e randomizado O método RTA mostrou-se seguro e superior à fisioterapia respiratória convencional em recém-nascidos com TTRN.
5 Oliveira et al. (2022) Efeito agudo do método reequilíbrio toracoabdominal em lactentes com diagnóstico de bronquiolite Avaliar os efeitos do método RTA, comparado à fisioterapia tradicional (FT) em lactentes com bronquiolite. Pesquisa experimental e prospectiva O RTA mostrou-se mais eficaz que as técnicas da FT em relação aos benefícios ao lactente.
6 Arantes (2021) O uso da técnica de reequilíbrio torácico-abdominal em paciente com bronquiolite viral aguda: relato experimental Relatar o caso de um recém-nascido diagnosticado com BVA e submetido ao RTA técnica fisioterapêutica durante sua internação por meio da avaliação de suas variáveis cardiorrespiratórias. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, descrito de acordo com a metodologia CARE Case Reports Guidelines. O método RTA mostrou melhora significativa da frequência respiratória, saturação de oxigênio e sinais de esforço respiratório quando utilizado em lactente hospitalizado por BVA em curto prazo.
7 Carvalho et al. (2021) Efeitos do Método de Reequilíbrio Toracoabdominal sobre a Função Cardiorrespiratória de Prematuros com Síndrome do Desconforto Respiratório Avaliar os efeitos do método de Reequilíbrio Toracoabdominal sobre a função cardiorrespiratória de prematuros com Síndrome do Desconforto Respiratório. Ensaio clínico randomizado realizado O método de Reequilíbrio Toracoabdominal produziu efeitos positivos sobre a saturação periférica de oxigênio de recém-nascidos diagnosticados com Síndrome do Desconforto Respiratório, não influenciando nos parâmetros de frequência cardíaca, frequência respiratória e grau de desconforto respiratório.
8 Silva et al. (2017) Efeitos do Método Reequilíbrio Toracoabdominal em Recém-Nascidos com Desconforto Respiratório Avaliar os efeitos do método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA) em RN com DR. Nove RN foram submetidos à: avaliação ANTES; tratamento com RTA; avaliação após (APÓS) e avaliação, após 10 minutos, sem manuseio (10 min APÓS). Foram avaliados: frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SatO2), desconforto respiratório (Boletim de Silverman-Andersen – BSA e Escore de Downes – ED) e desequilíbrio da biomecânica respiratória. O RTA reduziu o grau de DR, melhorou a FR e a oxigenação e reequilibrou a biomecânica respiratória.

Fonte: Autor.

DISCUSSÃO

Os dados obtidos no presente estudo demonstram que o método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA) mostrou ser positivo para o tratamento da doença síndrome do desconforto respiratório. Os efeitos positivos observados foram consistentes e se mantiveram inalterados frente a diferentes procedimentos de controle, tais como Frequência respiratória (FR), Frequência Cardíaca (FC), Saturação periférica de oxigênio (SpO2), etc.

O conjunto de achados indica que, nas circunstâncias e limitações definidas no presente estudo o uso do método RTA tem o potencial de beneficiar os pacientes portadores da doença síndrome do desconforto respiratório, sem apresentar alguns dos efeitos adversos dos tratamentos convencionais.

Os efeitos observados são compatíveis com a diminuição do desconforto respiratório, medido pelo Boletim de Silverman-Andersen (BSA), além de melhora dos parâmetros cardiorrespiratórios, os estudos (Quadro 1) que passaram pela análise corroboram esta hipótese.

Em estudo realizado em RNPTS com SDR, Carvalho et al. (2021) demonstraram efeitos similares, onde os valores médios dos escores obtidos a partir do BSA foram de 2 ± 2,1 antes do tratamento e de 1 ± 1,9 imediatamente após a intervenção com RTA. No tratamento de controle os resultados médios observados foram de 3 ± 1,8 no pré-tratamento e de 2 ± 1,5 no pós-tratamento imediato.

No estudo de Roussenq et al. (2013) foi evidenciado que houve uma diminuição significativa da FR (54,08 ± 8,34rpm x 49,77 ± 2,82 rpm, p = 0,0277) e do BSA (0,62 ± 0,96 x 0,00 ± 0,60; p = 0,0431) nos RN submetidos ao RTA.

O estudo de Coelho et al., (2012), mostrou que os lactentes cardiopatas submetidos aos apoios do método RTA apresentaram melhora de parâmetros cardiorrespiratórios (aumento da SpO2: 84,5±8,27 x 87,75±6,55, e diminuição da FR: 52±16,57 x 45,25±17,59) e do desconforto respiratório, sem alteração no comportamento e nem quadro de dor após a intervenção.

Silva et al. (2017), obteve resultados que comprovaram os efeitos benéficos do RTA em RN com DR, a FR 10 min APÓS foi menor que ANTES (p = 0,010). A SatO2 ANTES (87,88 ± 9,43%) foi menor que APÓS (97,50 ± 1,87%, p=0,014) e 10 min APÓS (96,50 ± 0,84%, p=0,029). O DR pelo BSA foi maior ANTES (4,33 ± 1,80) do que APÓS (2,33 ± 2,18, p = 0,002) e 10 min APÓS (2,11 ± 1,45, p < 0,001). O DR pelo ED foi maior ANTES (3,67 ± 0,87) do que APÓS (2,33 ± 1,00, p = 0,003) e 10 min APÓS (1,89 ± 1,05, p < 0,001).

Arantes (2021), evidenciou em seu estudo que houve uma melhora do desconforto respiratório antes (2,83+2,61) e após (2,00+2,45, p= 0.000), FR antes (46,50+9,39) e após (37,67+7,80, p= 0,005), e da SpO2 antes (90,50+6,29) e após (95,33+5,47, p= 0.000).

As principais limitações para o desenvolvimento deste estudo foram a pequena quantidade de estudos, que de forma específica realmente utilizaram o método RTA como tratamento para a melhora síndrome do desconforto respiratório, visto que, alguns dos artigos encontrados eram pagos, e artigos que tinham como modelo metodológico revisões de literatura.

Os resultados obtidos suportam o conceito de que o RTA tem efeitos positivos sobre a doença síndrome do desconforto respiratório, indicando se esta abordagem é uma alternativa adicional para o manejo dos pacientes. Caso sejam confirmados, o tratamento empregado neste estudo abre novas perspectivas terapêuticas para o controle de uma condição de extrema importância em questões de saúde pública.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso do RTA, respondendo à questão norteadora, demonstrou ser eficaz, tendo efeitos positivos e significativos para a melhora do desconforto respiratório em recém-nascidos. As técnicas e manuseios mais aplicados foram: Apoio tóraco-abdominal; Apoio íleo-costal; e Apoio abdominal inferior. O Reequilíbrio Tóraco-Abdominal teve extrema importância na redução da SDR em RN e nos parâmetros cardiorrespiratórios FR e FC, além de melhorar a SpO2. Diante das limitações deste artigo e dos poucos estudos sobre o método, sugere-se a realização de mais estudos que relatem a aplicação do RTA em RN, não só com desconforto respiratório, para maiores comprovações sobre seus benefícios e sua eficácia.

REFERÊNCIAS

AJAMBUJA, Anelise Zimmermann de; PARAZZI, Paloma Lopes Francisco; RIES, Lilian Gerdi Kittel; et al. Efeitos imediatos do reequilíbrio tóraco-abdominal em crianças com doença do refluxo gastroesofágico – relato de série de casos. ConScientiae Saúde, São Paulo. v. 11, n. 4, p. 607–617, 2012. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-720154. Acesso em: 18/03/2022.

ARANTES, Ana Paula. The use of the thoracic-abdominal rebalancing technique in a patient with acute viral bronchiolitis: an experimental report. Brazilian Journal of Case Reports, Fortaleza. v. 1, p. 70–78, 2021. Disponível em: https://www.bjcasereports.com.br/index.php/bjcr/article/view/the_use_of_the_thoracic_abdominal_rebalancing_technique_in_a_pat. Acesso em: 12/04/2022.

CARVALHO, Andreza Marques; ZIMPEL, Sandra Adriana; COSTA, Cinthia Maria Xavier; et al. Efeitos do método de reequilíbrio toracoabdominal sobre a função cardiorrespiratória de prematuros com síndrome do desconforto respiratório: effects of thoracoabdominal rebalancing method on cardiorespiratory function of premature infants with respiratory distress syndrome. Revista Contexto & Saúde, Rio Grande do Sul. v. 21, n. 42, p. 4–15, 2021. Disponível em: https://revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/11436. Acesso em: 29/03/2022.

COELHO, Rafaela; ASSUMPÇÃO, M. S.; GONÇALVES, Renata Maba; et al. Lactentes cardiopatas submetidos aos apoios do método Reequilíbrio-Tóraco-Abdominal. Revista Terapia Manual – Posturologia, Londrina. v. 10, n. 48, p. 154–160, 2012. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/43782313/terapia_48_completa_1-with-cover-page-v2.pdf?Expires=1653065864&Signature=eu006ge7ckXmgee2Ps4jOqpfteZdqFpLXju-KmVDkNRNjNdSFkKNnxiAMV8VG6~hUpl1dSERvO-31oXkVXGbFqQ6qE4v6rw9FC80zhXRzuoUoAQGiuVNncjYleq2Dc28-1SsvSeRfhxsOlXLSgMKarhSMHG3l0ISILAhGJuydriYI7PWjPN4ElE41buFPH9-xaeyAUtSQ8982zgNEo1SDi3l2Aekf-FLu2d875RPQkmVJA9pe8aREhNTEyrrU3xW0Wxy4wbA8eW3fSKF2X2GA9wSVi8f5CQ~zJg11kCDJrNg41lM4Mu~bCMFhaKGUWTwqk9HnkcDGkf4B3YXQUj8Rw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA#page=12. Acesso em: 08/04/2022.

MACÊDO, Bárbara Luiza Nascimento de; LEITE, Ingrid Nayana Matias Rebouças; CUNHA, Tamara Martins da; et al. Perfil epidemiológico de recém-nascidos com síndrome do desconforto respiratório e sua comparação com taxa de mortalidade. Cardiorespiratory Physiotherapy, Critical Care and Rehabilitation, São Paulo. v. 9, n. 2, p. 33–43, 2018. Disponível em: https://www.cpcrjournal.org/article/5da73af70e8825925fba68e1. Acesso em: 04/04/2022.

MARTINS, Renata; SILVA, Maria Eduarda Merlin da; HONÓRIO, Gesilani Júlia da Silva; et al. Técnicas de fisioterapia respiratória: efeito nos parâmetros cardiorrespiratórios e na dor do neonato estável em UTIN. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife. v. 13, n. 4, p. 317–327, 2013. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-697352. Acesso em: 18/03/2022.

OLIVEIRA, Miriana Carvalho de; SOBRINHO, Cristina Ortiz; ORSINI, Marco. Comparação entre o método Reequilí­brio Toracoabdominal e a fisioterapia respiratória convencional em recém-nascidos com taquipneia transitória: um ensaio clí­nico randomizado. Fisioterapia Brasil, Belo Horizonte. v. 18, n. 5, p. 598–607, 2017. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-907114. Acesso em: 18/03/2022.

OLIVEIRA, Miriana Carvalho de; FERRAZ, Tainá Pimentel; MAIA, Gabriel Gomes; et al. Efeito agudo do método reequilíbrio toracoabdominal em lactentes com diagnóstico de bronquiolite. Fisioterapia Brasil, Belo Horizonte. v. 22, n. 6, p. 837–849, 2022. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1358278. Acesso em: 18/03/2022.

ROUSSENQ, Kethlen Roberta; SCALCO, Janaina Cristina; ROSA, George Jung da; et al. Reequilíbrio tóraco-abdominal em recém-nascidos prematuros: efeitos em parâmetros cardiorrespiratórios, no comportamento, na dor e no desconforto respiratório. Acta Fisiátrica, São Paulo. v. 20, n. 3, p. 118–123, 2013. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-704967. Acesso em: 18/03/2022.

SANTOS, Viviana Carvalho; PEÇANHA; Franck Maciel; WIGGERS, Giulia Alessandra. Perfil dos recém-nascidos e fisioterapia em uma unidade de terapia intensiva neonatal. ASSOBRAFIR CIÊNCIA, São Paulo. v. 4, n. 4, p. 1–166, 2013. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/rebrafis/article/view/17538/13925.pdf. Acesso em: 06/04/2022.

SILVA, Luana Mello da; FERREIRA, Sabrina Maria; SOUZA, Beatriz Cantanhede Carrapatoso; et al. Efeitos do método reequilíbrio toracoabdominal em recém-nascidos com desconforto respiratório. ASSOBRAFIR CIÊNCIA, São Paulo. v. 8, supl. 2, p. 1–429, 2017. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/rebrafis/article/view/32385/22827.pdf. Acesso em: 03/05/2022.

[1] Graduanda de Fisioterapia. ORCID: 0000-0002-3742-1808.

[2] Orientadora. ORCID: 0000-0002-0516-6793.

[3] Orientadora. ORCID: 0000-0002-7322-8757.

Enviado: Maio, 2022.

Aprovado: Junho, 2022.

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Joiceane Martins de Brito

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