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Incidência e impacto de patologias dermatológicas influenciadas por fatores emocionais

RC: 133707
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL 

SOUZA, Beatriz Cavalli de [1], LALUCE, Júlia Cardoso [2], ALVARENGA, Manoela Dalwitte [3], KOSHAKA, Thais de Freitas [4], DRULLIS, Elizabeth Maria de Albuquerque [5]

SOUZA, Beatriz Cavalli de. Et al. Incidência e impacto de patologias dermatológicas influenciadas por fatores emocionais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 14, pp. 197-213. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/impacto-de-patologias

RESUMO

Objetivo: o presente estudo busca identificar a correlação entre fatores psicossomáticos e a incidência de patologias dermatológicas. Pergunta problema: Qual a relação entre fatores emocionais e sua incidência e impacto nas patologias dermatológicas? Metodologia: trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa realizada a partir da coleta de dados de 179 pessoas de ambos os sexos, maiores de 18 anos e acadêmicos do 1º ao 6º ano de medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. Os dados foram coletados através de um questionário online, na plataforma “Google Forms”, totalizando 20 perguntas, analisadas por meio de um levantamento que correlaciona fatores emocionais e patologias dermatológicas, indicando sua taxa de incidência, além do impacto dessas patologias no bem-estar da pessoa. Principais resultados: 97.8% dos estudantes consideram o curso de medicina um agente causador de estresse, enquanto 2.2% não. As incidências das doenças de pele nos pesquisados são: 67.6% acne; 24.6% dermatite atópica; 12.8% dermatite seborreica; 7.3% rosácea; 1.7% vitiligo; 0,6% foliculite; 0,6% psoríase; 0,6% disidrose; 0,6% dermatite de contato por esmalte; 0,6% urticária; 0,6% queratose pilar; 19.6% nunca apresentaram dermatoses. Com relação ao impacto da pele no bem-estar: “Vergonha ou preocupação com a aparência por conta da pele” foi relevante para 48,6% dos pesquisados. 15,64% votaram como relevante o item “constrangimento em falar com outras pessoas sobre a doença de pele possuída”. Já “interferência da pele em atividades rotineiras” foi considerado relevante para 24,02%. Em “pele impede a socialização”, 22,9% apontaram relevância. Conclusão: Existe uma alta incidência de doenças de pele desencadeadas por fatores estressantes, sobretudo relacionados ao andamento/progresso do curso e ao ano letivo no qual o aluno se encontra, visto que nos últimos anos do curso a carga horária e nível de estresse são maiores. No entanto, apesar do agravo dessas patologias, não há um impacto social significativo ou grave na vida dos estudantes. Ademais, pesquisas com o intuito de encontrar alternativas que visem estabelecer a relação entre psique e pele são essenciais na busca de tratamentos mais eficazes para as diversas dermatoses psicossomáticas.

Palavras-chave: Dermatoses, Psicossomáticas, Causas emocionais, Incidência, Impacto.

1. INTRODUÇÃO

As psicodermatoses abrangem a concepção há tempos existente na cultura oriental, a qual agrega ao ser humano a coexistência de mente e corpo. Isso é, os aspectos psicológicos, assim como as emoções, os sentimentos, as fantasias e a agressividade seriam expressas na pele, nutrindo o aparecimento e a intensidade das dermatoses (ADDOR; AOKI, 2010). Dessa forma, gera-se a necessidade de uma análise integral do ser humano, considerando-o um ser biopsicossocial, com aspectos físicos indissociáveis dos psicológicos (ALEXOPOULOS; CHROUSOS, 2016).

A forma como a pele se mostra possui grande influência na saúde mental do ser humano. Por ser a forma como o organismo se comunica com o meio externo e se apresenta ao círculo social, uma pele com alguma patologia pode resultar em receio, vergonha, isolamento social e estereótipos que muitas vezes atrapalham a vida cotidiana (AVILA; NUNES, 2019; BABAR; MOBEEN, 2019).

Existem também vias de comunicação bidirecionais entre o cérebro e a pele, que desempenham um papel significativo na integração dessas interações (BATEMAN; WILLAN, 1814). De fato, as vias de comunicação patofisiológicas entre cérebro e pele, que estabelecem o link entre fatores de estresse e manifestação de doença cutânea, ainda não são totalmente claras. Porém, há grande evidência da influência do estresse nos processos de doença, exacerbando o processo inflamatório por meio da modulação do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal, no qual neuropeptídios, neurotrofinas, linfocinas, e outros mediadores químicos são liberados de nervos e células dérmicas. Ademais, acredita-se que a reatividade da pele aos vários fatores de estresse pode ser atribuída a mastócitos dérmicos, uma vez que estes demonstram conexões com terminações nervosas sensoriais, podendo liberar um grande número de mediadores pró inflamatórios. Em suma, apesar do conhecimento não ser completo, é inegável a integração dos sistemas nervoso, endócrino e imune, sendo imprescindível um olhar holístico e multidirecional acerca desses sistemas (CARDWELL et al., 2018).

A dermatite atópica é uma dermatose oriunda de um processo inflamatório, influenciada pelo histórico genético, por fatores ambientais e fatores intrínsecos da pele. A obra de Bateman e Willan (1814) acrescentam “Essa erupção é geralmente devida a uma irritação, de origem interna ou externa, e pode ser produzida por uma grande variedade de irritantes, em pessoas com a pele constitucionalmente muito irritável”. Essa enfermidade tem sido considerada de grande impacto uma vez que compromete diversas esferas e aspectos na vida do paciente (CHEN; THIBOUTOT; ZOUBOULIS, 2002; CHIU; CHON; KIMBALL, 2003). Porém, aspectos psicológicos e imunológicos vêm sendo apontados como determinantes dessa doença. Acredita-se que o estresse, a ansiedade e a passagem por eventos traumáticos possam gerar ou intensificar a dermatite atópica. Além disso, afirma-se que essa dermatose possa ter um impacto significativo na vida do doente, como um fator gerador de ansiedade (CHUH; WONG; ZAWAR, 2006). De acordo com estudo de Hashiro e Okumura (1997), portadores de dermatite atópica possuem maior tendência suicida e mais sintomas psicossomáticos quando comparados a indivíduos sem essa patologia. Logo para muitos pacientes um tratamento eficaz é realizado com acompanhamento psíquico e dermatológico (COSTA; BAGATIN, 2013; FERREIRA; MÜLLER; JORGE, 2006). Tratamentos efetivos e a longo prazo para o controle da dermatite atópica são aqueles que trabalham com a psique da pessoa, desse modo, incluem: relaxamento, controle para evitar coçar as lesões e ações que diminuam o estresse (GÜRPINAR et al., 2019).

A acne vulgar, dermatose crônica gerada por mudanças inflamatórias na unidade pilossebácea afeta, aproximadamente, 94% da população mundial e mostrou-se capaz de gerar distúrbios psiquiátricos, como depressão e tendências suicidas, devido ao desconforto físico e emocional que a acne e suas cicatrizes são capazes de gerar no indivíduo (HASHIRO; OKUMURA, 1997). Acredita-se que, apesar de ser causada por fatores multifatoriais, o aparecimento da acne está fortemente ligado a aspectos emocionais, isso porque o estresse tem a capacidade de provocar alterações hormonais que afetam diretamente a pele, desencadeando o quadro acneico ou levando ao agravamento das lesões (COMIN, 2011; TOLEDO et al., 2018; HOFFMANN et al., 2005). Assim, em momentos de tensão e estresse, há a liberação de cortisol, estimulando hormônios androgênios, que por sua vez, acionam exageradamente as glândulas sebáceas, levando a uma hiperprodução de sebo. Consequentemente, associado a outros fatores, esse processo manifesta-se na pele como acne (COMIN; SANTOS, 2011; HOFFMANN et al., 2005). É importante ressaltar que fatores emocionais não constituem fatores causais exclusivos, mas podem ser decisivos na manifestação acneica na pele.

O vitiligo, doença cutânea idiopática adquirida, tem como característica a presença de máculas branco-nacaradas de diferentes tamanhos e formas. Essa patologia acomete todas as raças e idades e ambos os sexos e, por ser muito expressiva na pele, tem grande potencial de causar estresse psicológico em seus portadores. De fato, o aspecto psicossocial dessa patologia é de extrema importância. A exemplo disso, tem-se um estudo conduzido por Porter et al., no qual foi demonstrado que mais de 50% dos pacientes acometidos com vitiligo sofrem discriminação social, sendo que 20% deles são tratados de forma grosseira (JAFFERANY; FRANCA, 2016). No entanto, essa relação não é unidirecional, postulou-se que o próprio estresse pode levar ao aparecimento ou exacerbação do vitiligo. A resposta hormonal anormal ao estresse reduz o DHEAS, que é conhecido por suas propriedades antioxidantes, um possível mecanismo para o desenvolvimento do vitiligo (LEITE; LEITE; COSTA, 2007; LUDGWIG et al., 2008).

O estresse emocional, dentre os causadores de psicodermatoses, é um dos maiores responsáveis pelas patologias dermatológicas (MCEWEN, 2008).  A pele pode ser vista como uma válvula de escape, na qual as aflições e os sentimentos do indivíduo podem ser manifestados. Metaforicamente, é como se a pele fosse um veículo de expressão do sofrimento enfrentado, e por esse motivo, os fatores que levam ao desenvolvimento da referida psicodermatose, devem ser estudados e compreendidos para que esta possa ser corretamente tratada (AVILA; NUNES, 2019).

Portanto é necessário reconhecer a existência de um ciclo, no qual distúrbios psicológicos causam doenças de pele e doenças de pele causam distúrbios psicológicos, o que por sua vez, é base para uma boa prática dermatológica (ORION; WOLF, 2014).

O estudo objetivou correlacionar aspectos psicossociais com o desenvolvimento e agravamento das patologias dermatológicas, assim como o impacto que essas dermatoses possuem no psicológico de seus portadores, visto a carência de atenção que esse assunto possui na sociedade.

2. METODOLOGIA

O presente estudo consiste em uma pesquisa de caráter quantitativo e qualitativo do tipo transversal com o intuito de investigar a incidência de dermatoses influenciadas por fatores emocionais, bem como o impacto dessas patologias no bem-estar e na vida social do aluno.

A análise sistemática dos dados foi baseada na aplicação de um questionário online através da plataforma “Google Forms”, composto por questões relacionadas a dados pessoais. O questionário elaborado pelos pesquisadores teve como base o índice de qualidade de vida em dermatologia (DLQI) (SILVARES; FORTES; MIOT, 2011), sendo dividido em 3 partes: a primeira consistia em 3 perguntas com o objetivo de identificar o participante; a segunda apresentava 10 perguntas, sendo 7 objetivas e 3 escritas, buscando relacionar o emocional do estudante com a saúde da pele; a última parte era composta por 7 perguntas objetivas a respeito do impacto das dermatoses no bem-estar e na vida social do estudante. Após a aplicação do questionário, foi feito um levantamento dos dados obtidos e, dessa forma, foi possível estabelecer relações pontuais entre estresse, ansiedade, depressão e dermatoses, a influência do curso de medicina no agravo ou não dessas patologias dermatológicas e o impacto no bem-estar do aluno.

Os questionários foram realizados com homens e mulheres do 1° ao 6° ano do curso de Medicina (da Universidade de Mogi das Cruzes, localizada na Av. Dr. Cândido Xavier de Almeida e Souza, 200 em Mogi das Cruzes, SP), com maiores de 18 anos. O estudo possuiu caráter sigiloso, devendo os participantes assinalarem se aceitaram, ou não, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) disponível no questionário online citado anteriormente. Após concordância dos termos descritos no TCLE, os formulários foram analisados mediante dados que compõem o critério de inclusão da pesquisa. Ao término, os participantes receberam uma cópia do TCLE através do e-mail cadastrado no formulário. O anonimato foi garantido e somente dados persistentes à pesquisa foram divulgados, permitindo que o participante saísse do estudo a qualquer momento. Não houve prejuízos materiais ou financeiros aos participantes ou aos pesquisadores.

Para a coleta dos dados, o link para acesso ao formulário online foi encaminhado aos participantes através do e-mail da respectiva turma. O questionário ficou disponível para preenchimento de 01 de junho de 2021 a 25 de agosto de 2021, sendo que o participante só pôde preencher uma única vez.

Os questionários aplicados para compilação de dados buscaram correlacionar o estresse, ansiedade e outros fatores emocionais aos quais os estudantes de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes estão submetidos com o aparecimento ou agravamento de doenças dermatológicas, assim como a consequência dessas patologias no bem-estar desses estudantes. Desse modo, a análise de dados foi realizada no Microsoft Excel 2020, através do tabelamento dos dados obtidos, analisando quantitativa e qualitativamente os fatores psicológicos responsáveis pelo aparecimento ou agravamento das doenças dermatológicas, as patologias dermatológicas em questão e seu impacto no bem-estar desses estudantes.

Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob número CAAE 40642420.7.0000.5497 e parecer de aprovação 4.743.749.

3. RESULTADOS

A presente pesquisa teve acesso a 179 estudantes, sendo 126 do sexo feminino e 53 do sexo masculino. Desses estudantes, 97.8% consideram o curso de medicina um agente causador de estresse, enquanto 2.2% negaram que tenha relação entre esses fatores (Figura 1).

Figura 1. Curso de medicina como agente causador de estresse nos estudantes

Curso de medicina como agente causador de estresse nos estudantes.
Fonte: autores.

Com relação à Figura 2, as incidências das doenças de pele nos estudantes em questão são: 67.6% acne; 24.6% dermatite atópica; 12.8% dermatite seborreica; 7.3% rosácea; 1.7% vitiligo; 0,6% foliculite; 0,6% psoríase; 0,6% disidrose; 0,6% dermatite de contato por esmalte; 0,6% urticária; 0,6% queratose pilar. Além disso, 19.6% nunca apresentaram nenhum tipo de doença de pele.

Figura 2. Incidência das doenças de pele nos estudantes

Incidência das doenças de pele nos estudantes
Fonte: autores.

Com relação à Figura 3, denota-se que a doença que mais apareceu na pele dos pesquisados após a entrada no curso de medicina foi a acne (43.13%), seguida de dermatite atópica (31.37%), outras doenças (9.82%), dermatite seborreica (9.80%) e rosácea (5.88%).

Figura 3. Incidência das doenças que surgiram após a entrada no curso de medicina

Incidência das doenças que surgiram após a entrada no curso de medicina
Fonte: autores.

A Figura 4 apresenta diversos âmbitos da qualidade de vida do pesquisado que poderiam apresentar defasagem por conta da pele e suas implicações. A cada item foi atribuída pelos pesquisados uma nota de 0 a 5, sendo 0 nada relevante e 5 muito relevante. Foi considerado na contagem de relevância às respostas iguais ou maiores a 3. Para o item “pele coça, fica sensível, dolorida ou ardida” 44,69% dos pesquisados atribuíram nota maior ou igual a três de relevância. “Vergonha ou preocupação com a aparência por conta da pele” foi tida como relevante por 48,6% dos pesquisados. Para o item “constrangimento em falar com outras pessoas sobre a doença de pele possuída”, 15,64% votaram como relevante. Já “interferência da pele em atividades rotineiras” foi tido como uma realidade relevante para 24,02%. Com relação a “prática de esportes” 10,61% dos pesquisados apontaram as doenças de pele como relevantes na hora de decidir praticar ou não essas atividades. “Pele já causou problemas na faculdade” foi o resultado apontado como menos relevante para os pesquisados, com somente 5,58%. Por fim, ao serem perguntados se a “pele impede a socialização”, 22,9% dos pesquisados apontaram relevância nesse quesito.

Figura 4. Impacto das doenças de pele no bem-estar e na vida social

Impacto das doenças de pele no bem-estar e na vida social.
Fonte: autores.

Durante a execução da presente pesquisa, os participantes foram perguntados se durante aquele ano letivo eles haviam notado piora no aspecto de sua pele. Com base nas respostas coletadas foi possível quantificar, conforme consta na Figura 5, um paralelo entre piora do aspecto da pele e exigências/expectativas/carga horária do ano letivo de medicina. Alunos do 6° ano, apresentaram a piora mais expressiva no aspecto da pele (85,7%), o que pode ser explicado por diversos fatores que vão desde a carga horária extensa de plantões até o estresse com a preparação para as provas de residência. O valor menos expressivo (45,83%) na piora da pele foi encontrado em alunos que cursam o 3° ano de medicina, que coincide com a menor grade horária de todo o curso na faculdade de medicina analisada (Universidade de Mogi das Cruzes). 

Figura 5. Piora na pele conforme o ano letivo do curso de medicina

Piora na pele conforme o ano letivo do curso de medicina.
Fonte: autores.

 

4. DISCUSSÃO

Através deste estudo, buscamos avaliar quantitativa e qualitativamente de que forma o estresse influencia no aparecimento de patologias dermatológicas e o quanto elas influenciam na saúde psicológica dos indivíduos e na convivência social. Os dados coletados visam montar um painel a respeito de quais são as doenças de pele mais prevalentes, relacionando seu aparecimento ou não após a entrada no curso de medicina e ao avançar dos anos letivos, dado que o estresse emocional enfrentado por esses estudantes, devido a extensa carga horária e cobranças em excesso, acaba sendo um fator muito relevante. Além disso, o estudo faz um paralelo entre o impacto causado por essas doenças dermatológicas e o bem-estar desses estudantes.

A partir da figura 1, é possível constatar que 97,8% dos participantes consideram que o curso de medicina é um agente causador de estresse, o que, por sua vez, está diretamente relacionado com a extensa carga horária de estudos, a quantidade de matéria para estudar, a cobrança de si próprio, cobrança por parte da família e/ou sociedade e a conciliação dos estudos com atividades sociais, extracurriculares e/ou trabalho. Na pesquisa desenvolvida por Reich; Wójcik-Maciejewicz; Slominski (2010), a correlação entre sistema nervoso, endócrino e imune é abordada, e, de acordo com os pesquisadores, mesmo que os mecanismos exatos da integração entre esses sistemas ainda não sejam claros, é inegável que estejam estritamente relacionados. Assim, a forma como a pele reage aos fatores estressantes pode atuar no processo inflamatório, levando à manifestação de doenças cutâneas.

No que se refere ao período de surgimento das dermatoses, a partir das respostas dos pesquisados, avaliamos que 67% das doenças de pele são anteriores ao curso de medicina, enquanto 28,5% desenvolveram a doença em questão após entrada a na faculdade ou ao decorrer do curso. Dezenove por cento dos voluntários relataram nunca ter apresentado doença de pele. A partir da análise da Figura 2, é possível observar as doenças de pele de maior incidência entre os estudantes, independentemente do seu período de surgimento. Comparativamente, através da figura 3, denotam-se as doenças com surgimento posterior à entrada no curso de medicina.

A expressividade da parcela de estudantes que começaram a manifestar as psicodermatoses durante a faculdade evidencia o papel de destaque dos fatores emocionais. Colocado de outra forma, no contexto da pesquisa realizada, o estresse ao qual o aluno de medicina é submetido tem grande influência no aparecimento das dermatoses que se manifestaram após início do curso.

Ainda de acordo com a Figura 3, ao avaliarmos a relação dos fatores emocionais com a piora do quadro clínico das dermatoses observamos que dos 179 entrevistados, 28,5% desenvolveram a/as doença(s) de pele relatada(s) após a entrada no curso de medicina. Dentre esses pesquisados, a acne, a dermatite seborreica e a dermatite atópica foram as doenças mais expressivas. A acne é uma doença mais prevalente na adolescência, na faixa etária dos 14 a 17 anos nas meninas e dos 16 a 19 anos nos meninos. Ela acomete os folículos pilossebáceos e tem como fatores fundamentais a hiperprodução de sebo, aumento da colonização por Cutibacterium acnes, hiperqueratinização folicular e inflamação dérmica periglandular. Sua distribuição pelo corpo é variada, mas normalmente acomete face, pescoço, tórax e ombros (ADDOR; AOKI, 2010; ALEXOPOULOS; CHROUSOS, 2016; AVILA; NUNES, 2019). No presente estudo 43,13% dos entrevistados que manifestaram doenças após entrarem na faculdade, apontaram a acne como principal manifestação de dermatose. Sabe-se que durante períodos de tensão e estresse, o organismo promove a liberação de cortisol, que estimula os hormônios androgênios a hiperprodução de sebo pelas glândulas sebáceas. Essa hiperprodução associada a outros fatores gera a acne (COMIN; SANTOS, 2011; HOFFMANN et al., 2005). O estresse é responsável por aumentar os níveis de cortisol no corpo através da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. O cortisol é um hormônio da classe dos glicocorticóides que possui diversas funções, como manutenção da homeostase corpórea, promoção do catabolismo proteico e da lipólise e sobretudo atua como anti-inflamatório, inibindo a produção de interleucina-2 e diminuindo a produção de linfócitos T, histaminas e serotonina (REICH; WÓJCIK-MACIEJEWICZ; SLOMINSKI, 2010). Uma pesquisa realizada em Berlin, na Alemanha e coordenada por Zouboulis mostrou que as glândulas sebáceas da pele possuem receptores para neuropeptídios sendo acionadas por um sistema envolvido nas reações de estresse, similar ao eixo hipotalâmico-pituitária adrenal (HPA). Fatores estressantes desencadeiam a superprodução de neuropeptídeos responsáveis pelo desenvolvimento da inflamação clínica da acne (ROIESKI; PACHECO, 2020). No entanto, vale destacar que a acne é distúrbio multifatorial com tratamentos diversos e que não tem o estresse como causa exclusiva (SILVA; MÜLLER, 2007).

A dermatite atópica, também apresentou resultados expressivos (31,37%) entre os pesquisados que tiveram suas doenças de pele manifestadas após a entrada no curso. Também denominada eczema atópico, a dermatite atópica é uma doença inflamatória cutânea associada à atopia. Possui caráter genético e é marcada por episódios regulares de eczema associado a prurido, com causa base alterações imunológicas causadoras de inflamação (ADDOR; AOKI, 2010; ALEXOPOULOS; CHROUSOS, 2016). Seu aparecimento na fase adulta é associado a fatores autoimunes, emocionais e ambientais (SIMONS; JAFFERANY, 2020). Logo, o estresse é visto como um expressivo fator agravante (STEINER et al., 2004).

Embora não muito expressiva (5,88%), a rosácea também foi apontada como uma dermatose adquirida após o ingresso na faculdade e trata-se de uma patologia muito influenciada por fatores psicoemocionais. A rosácea é caracterizada como uma doença inflamatória crônica que acomete principalmente mulheres. Clinicamente é identificada por rubor facial, eritema, telangiectasias (finos vasos visíveis na pele), pápulas e pústulas (VOLTARELLI; DONADI; FIORE, 2009). Esses sintomas são causados sobretudo pelo peptídeo antimicrobiano catelicidina em sua forma ativa LL-37, uma vez que essa proteína influencia a ação dos mastócitos, que promovem o estado inflamatório da doença (ADOR; AOKI, 2010). O fato desse distúrbio acometer partes muito expostas do corpo, como a face, gera grande impacto na qualidade de vida social e emocional do afetado, interferindo na forma como se veem e enxergam e gerando um estigma social que pode ocasionar constrangimento, episódios de ansiedade e estresse (WU; COHEN, 2019).

A pele, como já preconizava Julie H Wu (BABAR; MOBEEN, 2019), é um órgão altamente visível, capaz de comunicar informações importantes sobre a saúde de uma pessoa, e a estigmatização é um problema recorrente quando se trata de problemas dermatológicos. Embora algumas vezes negligenciados e considerados apenas como questões estéticas, alguns problemas de pele podem acarretar, a longo prazo, doenças psicossociais profundas. A partir da Figura 4, é possível inferir que as doenças de pele influenciam diretamente na socialização e na qualidade de vida do indivíduo. De acordo com os resultados obtidos, 44,69% dos participantes da pesquisa apresentaram prurido, ardência, sensibilidade e dor na pele. Esses fatores impactam diretamente na qualidade de vida dos acometidos por dermatoses, seja no âmbito pessoal ou na vida profissional, uma vez que a pele é a forma pela qual o indivíduo se comunica com o meio externo e se apresenta na sociedade. Assim, dependendo da patologia da pele e de sua extensão, o indivíduo pode sentir receio, vergonha e, consequentemente, ter sua vida cotidiana impactada (AVILA; NUNES, 2019; BATEMAN; WILLAN, 1814), fato respaldado pelos resultados encontrados (48,60% dos participantes se dizem envergonhados ou preocupados com sua aparência por causa da pele e 22,90% relatam impedimento na socialização). Por conseguinte, há um impacto direto com a qualidade de vida bem como na realização de atividades rotineiras sejam elas de trabalho ou lazer (10,61% relatam que a condição da sua pele atrapalha a prática de esportes).

Segundo Marilda Lipp a origem do estresse pode ser tanto externa quanto interna. Os fatores de origem externa são representados por situações cotidianas. Os fatores internos correspondem à maneira como se imagina ou interpreta uma situação, sendo esta perigosa ou ameaçadora (ALEXOPOULOS; CHROUSOS, 2016). Nesta pesquisa, é possível visualizar na Figura 5 dados que corroboram com a proposição de Lipp a partir da relação existente entre a carga horária/expectativas pessoais e o ano letivo do curso de medicina. Alunos que se encontram em semestres com menor exigência (3° ano – 5° e 6° semestre) afirmam piora menos expressiva na saúde da pele em comparação a alunos de semestres mais estressantes (6° ano – 11° e 12° semestres, equivalente ao estresse de origem interna e externa). Além da carga horária, diversos outros fatores contribuem para esse resultado, como por exemplo, o estresse causado pelo início uma fase, saída do colegial/cursinho e ingresso na universidade (o que explica o maior índice de piora da saúde da pele em alunos do 1° ano em relação à alunos do 3° ano, equivalente ao estresse de origem externa).

Ademais, a estigmatização em torno dos acometidos por dermatoses na sociedade é notória, podendo prejudicar a vida social e trazendo ainda mais prejuízos psicológicos. É nesse contexto que as patologias dermatológicas e os fatores emocionais convergem em um ciclo de retroalimentação destrutivo.

5. CONCLUSÃO

No estudo em questão, pode-se inferir que existe uma correlação direta entre fatores psicossomáticos e patologias dermatológicas. A alta incidência de doenças de pele em estudantes de medicina, que, majoritariamente (97.8%), enxergam o curso como fator estressante, é, por si só, alarmante. Este fato ganha ainda mais destaque a partir da constatação de que alunos que cursam semestres com uma carga horária mais extensa, ou que estão passando por uma fase de muita pressão, como a preparação para a residência, afirmam uma piora na saúde da pele. Nesse ínterim, é possível concluir que há uma linha tênue entre doenças dermatológicas e questões psicossomáticas, principalmente o estresse oriundo das mais diversas situações às quais o estudante de medicina é submetido. Ademais, foi constatado que, apesar da piora progressiva da saúde da pele conforme o aumento do estresse relativo ao ano letivo, os participantes não apresentaram impacto social grave. Contudo, é interessante que mais pesquisas sejam elaboradas com o objetivo de encontrar alternativas que busquem reduzir o estresse enfrentado por esses estudantes.

REFERÊNCIAS

ADDOR, Flavia Alvim Sant’Anna; AOKI, Valeria. Barreira cutânea na dermatite atópica Skin barrier in atopic dermatitis. Anais Brasileiros de Dermatologia, v.85, n.2, p.184–94, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/abd/a/hfXznRXzgkY8YRkyqT8kLZM/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em 26/03/2021.

ALEXOPOULOS, Alex; CHROUSOS, George P. Stress-related skin disorders. Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders, v.17, n.3, p.295–304, 2016. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s11154-016-9367-y>. Acesso em  24/03/2021.

AVILA, Lissa; NUNES, Carlos Pereira. O impacto na qualidade de vida de indivíduos com dermatite atópica. Revista de Medicina de Família e Saúde Mental, v.1, n.1, 2019. Disponível em: https://www.unifeso.edu.br/revista/index.php/medicinafamiliasaudemental/articl%20e/view/1567/0. Acesso em 27/03/2021.

BABAR, Osama; MOBEEN, Amen. Prevalence and Psychological Impact of Acne Vulgaris in Female Undergraduate Medical Students of Rawalpindi and Islamabad, Pakistan. Cureus, v.11, n.9, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31720190/. Acesso em 16/03/2020.

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[3] Graduanda de medicina. ORCID: 0000-0003-3844-2667.

[4] Graduanda de medicina. ORCID: 0000-0002-9774-3921.

[5] Orientadora. ORCID: 0000-0002-2376-8034.

Enviado: Setembro, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Beatriz Cavalli de Souza

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