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Contribuição do farmacêutico clínico para redução do erro de medicação

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

MELLO, Natasha de Oliveira [1]

MELLO, Natasha de Oliveira. Contribuição do farmacêutico clínico para redução do erro de medicação. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 12, Vol. 05, pp. 86-98. Dezembro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/erro-de-medicacao

RESUMO

A contribuição do farmacêutico clínico é relevante para a redução dos eventos relacionados aos medicamentos, assim como o tempo de hospitalização e os custos para as unidades de saúde do Brasil. Neste contexto, o presente artigo, tem como questão norteadora: Como o farmacêutico clínico contribui para redução de erros de medicação? Tem como objetivo geral, explorar a contribuição do farmacêutico clínico para redução de erros de medicação, por meio de uma revisão de literatura. Para isso utilizou-se como metodologia uma revisão integrativa de literatura na base de dados das bibliotecas virtuais em saúde (BVS e SciELO), da Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (RBFHSS) e do Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (UFF) entre os meses de março a outubro de 2021, buscando materiais disponíveis na íntegra em português entre os anos de 2011 a 2021 com os seguintes descritores: Farmácia Clínica, Farmacêutico, Uso de Medicamentos, Atenção Farmacêutica. Principais Resultados: Nos últimos anos, as instituições de saúde vêm dando cada vez mais atenção à segurança e à qualidade do atendimento dispensado ao paciente. Para isso, vem sendo inseridas no sistema de saúde medidas de prevenção, através de intervenções clínicas, como detectar e prevenir erros de medicação. Conclusão: a atuação farmacêutica na prática clínica através das intervenções realizadas junto às equipes de saúde representa um aumento da qualidade e segurança no atendimento e racionalização de recursos. Assim, no desenvolvimento da atenção farmacêutica, o profissional se incumbe de reduzir e prevenir a morbimortalidade pertinente aos medicamentos, considerando de maneira individual as necessidades dos pacientes.

Palavras-chave: Farmácia Clínica, Farmacêutico, Uso de medicamentos, Atenção Farmacêutica.

1. INTRODUÇÃO

A farmácia Clínica no Brasil teve sua origem no Rio Grande do Norte e foi oficialmente implantada em 1979, quase duas décadas após a sua origem nos Estados Unidos da América (EUA). Ela é “a área voltada para o cuidado do paciente que visa à promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de seus agravos, devido ao uso inadequado de medicamentos.” (LIMA, 2017)

A função do farmacêutico clínico é proporcionar a saúde, prevenir e supervisionar os eventos adversos, assistindo e auxiliando na prescrição de medicamentos para o alcance de resultados clínicos efetivos, para a melhora da qualidade de vida dos pacientes sem, entretanto, deixar de acompanhar a questão econômica relacionada à terapia.

Outro ponto importante a ser observado é a Assistência Farmacêutica. A Política Nacional de Medicamentos define a Assistência Farmacêutica como um:

[…] grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde, demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e eficácia terapêutica de medicamentos, o acompanhamento e avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001)

A partir dessa definição podemos observar que a Assistência Farmacêutica possui responsabilidades e funções nos diversos campos da área da saúde.

O termo uso racional de medicamentos envolve de forma simultânea as ações de prescrição, distribuição/dispensação e o uso adequado de medicamentos com qualidade, indicativo de eficácia, favorecendo a melhor opção quanto à seguridade e o custo para o sistema de saúde. (PEREIRA, 2011)

De acordo com o estudo de Filho et.al (2016), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) tem apoiado o desenvolvimento das atividades de Assistência Farmacêutica, visando ao fortalecimento da função do farmacêutico dentro dos serviços de saúde. O objetivo desta medida é de melhorar a qualidade do atendimento terapêutico farmacológico, diminuir os erros de medicação, bem como ter a função do farmacêutico definida na promoção e na aplicação da política farmacêutica nacional, como um dos critérios para garantir a saúde integral da população.

Nesse ponto de vista, a farmácia clínica vem nas últimas décadas ganhando destaque no Brasil. O termo ‘farmácia clínica’ é utilizado para definir as ações realizadas pelo farmacêutico em benefício do paciente, por meio da “resolução, identificação, e prevenção de problemas relacionados aos medicamentos (PRM)”. Estas ações são caracterizadas pela chegada dos medicamentos do hospital e pela análise das prescrições médicas, diminuindo os riscos a elas associados; ajudando no manejo da doença e na diminuição do tempo de internação, PRM e mortalidade levando assim a ter benefícios econômicos; e garantir a segurança e a efetividade da terapia prescrita. Este trabalho irá debater a necessidade, importância, e aplicabilidade da farmácia clínica como atividade essencial para ser elaborada pelo farmacêutico clínico em conjunto com a equipe de saúde, almejando à segurança do paciente, efetividade no tratamento proposto e a racionalização do uso dos medicamentos. (VIANA, 2017).

Além de atender às necessidades farmacoterapêuticas do indivíduo, a atenção farmacêutica, deve ser responsável pela validação de uma terapia segura e efetiva, com mecanismos de controle que facilitem que essa assistência tenha continuidade, tendo o farmacêutico que cuidar por essa atenção.

Neste contexto, o presente artigo, tem como questão norteadora: Como o farmacêutico clínico contribui para redução de erros de medicação?

Tendo como objetivo geral: explorar a contribuição do farmacêutico clínico para redução de erros de medicação, por meio de uma revisão de literatura.

2. METODOLOGIA

Na revisão de literatura o pesquisador busca obras já publicadas que serão importantes para a compreensão e a análise do tema problema da pesquisa a ser realizada. (SOUSA et al., 2021)

Esse método de revisão concede atingir pesquisas experimentais e não experimentais, obtendo a união de dados empíricos e teóricos ajudando a direcionar “à definição de conceitos, revisão de teorias e análise metodológica dos estudos sobre um determinado tópico.” (PAULA et al., 2016).

No entendimento por Gil (2018), o principal propósito desta linha de pesquisa é tanto a ampliação de ideias, quanto a descoberta de intuições, o que leva a uma versatilidade, constituindo, muitas vezes em uma pesquisa bibliográfica (GIL, 2018).

Para o desenvolvimento deste artigo foram realizadas pesquisas durante os meses de março a outubro de 2021, em base de dados das bibliotecas virtuais em saúde (BVS e SciELO) e da Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (RBFHSS), e do Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), de materiais disponíveis na íntegra em português entre os anos de 2011 a 2021 com os seguintes descritores: Farmácia Clínica, Farmacêutico, Uso de Medicamentos, Atenção Farmacêutica.

Incialmente foram coletados 14 artigos para análise. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos no idioma português, período de 2011 a 2021, texto completo e compatível ao tema. E os critérios de exclusão: artigos que não se encaixavam no objetivo desta pesquisa, possuíssem outro idioma e que não correspondessem ao período delimitado (2011 a 2021). Após leitura e análise, foram selecionados 7 artigos para desenvolvimento deste estudo.

3. RESULTADOS

Este artigo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando como critérios de inclusão: textos em português, entre os anos de 2011-2021, tema relacionado à intenção da pesquisa e os descritores selecionados pela autora. Após adicionar os critérios pré-estabelecidos, que foi a temática da contribuição do farmacêutico clínico para redução do erro de medicação, foram encontrados alguns artigos e selecionados 14, que após a leitura destes artigos na íntegra, destacaram-se 7 estudos, os quais estão detalhados no quadro 1.

A partir do levantamento bibliográfico foram construídas quatro categorias, a fim de alcançar o objetivo do estudo, apresentados da seguinte forma: 1. “A farmácia clínica”; 2. “O farmacêutico clínico”; 3. “Intervenção farmacêutica” e 4. “Uso irracional de medicamentos”.

No quadro 1 encontra-se a síntese dos artigos levantados por meio dos critérios de inclusão e exclusão.

Quadro 1: Características das publicações utilizadas nesse estudo.

Autoria Ano de
Publicação
Periódico Título do Estudo Objetivo do Estudo
BERNARDI e col. 2014 Publicação da Revista Espaço Saúde Implementação da Avaliação Farmacêutica da Prescrição Médica e as Ações de Farmácia Clínica em um Hospital Oncológico do Sul do Brasil. O estudo visa relatar o processo de informatização e sistematização das avaliações farmacêuticas de prescrições médicas, bem como descrever o perfil de prescrições médicas e intervenções farmacêuticas em um hospital oncológico no sul do Brasil.
FERRACINI e col. 2011 Publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein Implantação e Evolução da Farmácia Clínica no Uso Racional de Medicamentos em Hospital Terciário de Grande Porte. Demonstrar quantitativa e qualitativamente a evolução da farmácia clínica em um hospital terciário de grande porte.
FILHO e col. 2016 Publicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Farmácia; Pós-Graduação em Ciências Aplicadas e Produtos para a Saúde. Competência Profissional para a Assistência Farmacêutica Hospitalar: Perfil e Dinâmica no Estado do Rio de Janeiro. Explorar conhecimentos e habilidades percebidos como necessários para o adequado desempenho da assistência farmacêutica hospitalar (AFH), tendo por referência o perfil dos profissionais e a dinâmica no Estado do Rio de Janeiro.

 

LIMA e col. 2017 Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde. Farmácia Clínica em Ambiente Hospitalar: Enfoque no Registro das Atividades. Verificar a percepção e a prática do farmacêutico sobre o registro das atividades clínicas.
PEREIRA e col. 2011 Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada Avaliação da Utilização de Medicamentos na Prática Clínica em um Hospital Público. Avaliação de processos que visem reduzir os riscos de interações medicamentosas, aumentando a chance de resultados terapêuticos positivos e benefícios para os pacientes.
REIS e col. 2013 Publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein Análise das Intervenções de Farmacêuticos Clínicos em um Hospital de Ensino Terciário do Brasil. Analisar as intervenções realizadas por farmacêuticos clínicos, durante a revisão de prescrições médicas das unidades de terapia intensiva adulto, terapia intensiva cardiológica e de cardiologia clínica de um hospital universitário terciário do Brasil.
VIANA e col. 2017 Publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein Intervenções do Farmacêutico Clínico em Uma Unidade de Cuidados Intermediários Com o Foco no Paciente Idoso. Discutir o papel do farmacêutico clínico no cuidado hospitalar de pacientes críticos, idosos.

Fonte: Autoria própria (2021)

4. DISCUSSÃO

4.1 A FARMÁCIA CLÍNICA

A implementação e a expansão da farmácia clínica reproduzem um impacto positivo no que condiz ao número de intervenções realizadas pelo farmacêutico clínico, possibilitando “o uso racional de medicamentos, o aumento da segurança ao paciente e contribuir para redução de custos associados à pres­crição médica.” (FERRACINI et al., 2011)

Discute-se o conceito, a carência e a aplicação da farmácia clínica como atividade principal para ser elaborada em conjunto com a equipe de saúde, levando em consideração “à segurança do paciente, efetividade no tratamento proposto e o uso racional dos medicamentos”. (BERNARDI et al., 2104)

4.2 O FARMACÊUTICO CLÍNICO

No estudo de Bernardi et al. (2014), o farmacêutico, “profissional do medicamento”, deve ser o responsável na luta contra o uso irracional de medicamentos, promovendo atividades clínicas e estudando os impactos dessas nas ações de saúde pública. Este deve formar um elo entre a prescrição e a administração medicamentosa. E, sua atuação com outros profissionais, deve auxiliar consideravelmente no desenvolvimento da farmacoterapia.

A união do farmacêutico ao paciente medicamentoso é conhecida como atenção farmacêutica. É nesta que encontramos os problemas relacionados aos medicamentos. Portanto, o farmacêutico clínico, deve estar atendo, medir os bons resultados (adesão positiva), perceber os negativos, diminuindo e prevenindo, assim, a morbimortalidade relacionada à medicamentos (BERNARDI et al., 2014).

De acordo com Ferracini et al. (2011), em um estudo feito no Hospital Israelita Albert Einstein entre os períodos de 2003 a 2010, percebeu-se que uma das formas mais efetivas para a segurança dos pacientes está ligada diretamente a participação do farmacêutico clínico na farmácia clínica, pois este “promo­ve segurança para a diminuição de reações a medicamentos, diminuição do tempo de internação, mortalidade e vantagem econômica significativa.” (FERRACINI et al., 2011)

De acordo com o artigo de Lima et al. (2017) os farmacêuticos identificam a importância e necessidade de fazer os registros de suas atividades clínicas, pois a sua falta é capaz de atrapalhar a assistência e menosprezar dados importantes para projetar a segurança medicamentosa de cada paciente. Principalmente no que diz respeito a evitar o uso irracional de medicamentos e promover a segurança do paciente.

No estudo realizado por Filho et al. (2016) foi citado que além dos conhecimentos técnico-profissionais o farmacêutico necessita também de outros conhecimentos em: “políticas públicas de saúde, território, perfil epidemiológico da população e rede de cuidados.” Além de habilidades humanísticas como: “liderança, organização, comunicação, saber ouvir, planejamento e decisão.” Com destaque para as atitudes que envolvem a ética na profissão, como honestidade, responsabilidade e senso de justiça. Comprovando que o farmacêutico clínico deve possuir domínios em “aspectos técnicos, gerais e humanísticos”. (FILHO et al., 2016)

4.3 INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS

De acordo com Reis et al. (2103), a maioria dos erros de medicação, acontece no estágio da prescrição (que é a principal causa de eventos adversos, e onde se pode ter cautela) e na administração de medicamentos. Desta forma, os farmacêuticos devem ter maior persuasão na prescrição correta e na administração do uso da medicação. Visando a diminuição desses erros, aconselha-se “o uso do sistema de prescrição eletrônico e serviços de farmácia clínica”. (REIS et al., 2103)

Portanto, o farmacêutico clínico possui contribuições relevantes no que diz respeito ao cuidado, percepção precoce e solução dos PRMs (resolução, identificação, e prevenção de problemas relacionados aos medicamentos). Outro dado importante levantado no estudo realizado por Reis et al. (2103), demonstra o benefício do farmacêutico nas atividades clínicas, pois foram realizadas um alto número (n=933) de intervenções visando a diminuição dos erros medicamentosos. Aproximadamente, uma em cada sete prescrições onde foram realizadas as intervenções apresentaram algum tipo de PRM, demandando a intervenção desse profissional.

Viana et al. (2017), realizaram um estudo onde foram efetuadas 212 intervenções farmacoterapêuticas diante dos tratamentos por medicamentos. Dentre os 62 dos indivíduos acompanhados, ocorreram em média 3 intervenções por paciente, o que acarretou a diminuição dos eventos adversos.

A partir dos estudos de Viana et al. (2017) e Reis et al. (2013), é nítido que o conhecimento do farmacêutico deve ter um conhecimento amplo sobre os medicamentos, as interações que fazem entre si (interação medicamento-medicamento), a quantidade a ser utilizada, quando usar, o motivo do uso daquele medicamento (considerando as particularidades de cada paciente internado), a intervenção no estágio da prescrição da medicação (fazendo as observações necessárias), assim como, o ato da administração medicamentosa. O conhecimento destas práticas demonstra a relevância e a necessidade do farmacêutico clínico na redução de erros de medicação, tempo de internação do paciente e custo para a unidade de saúde.

4.4 USO IRRACIONAL DE MEDICAMENTOS

O uso irracional de medicamentos é um dos grandes problemas de saúde pública em todo mundo, gerando implicação nos resultados “clínicos, econômicos e humanistas”. Reis et al. (2103), estima que a prescrição errada pode gerar aumento em 50 a 70% dos recursos governamentais destinados à compra de medicamentos.

Pereira et al. (2011), ressalta que as reações adversas a medicamentos (RAM’s), mesmo que constituam um grande problema de saúde pública, geralmente não recebem a devida atenção, não sendo diagnosticadas. Entretanto, estas representam uma considerável causa de hospitalização, especialmente em pacientes idosos, além de poder levar ao óbito. Outro problema comum, é quando a RAM leva a um falso diagnóstico de doença, promovendo novos riscos à saúde do paciente. É válido ressaltar, também, que a RAM nos idosos tem uma maior proporção devido a polifarmácia, podendo causar: desnutrição, diminuição da cognição, mudanças farmacocinéticas e farmacodinâmicas, dentre outros.

Nota-se que todo esse contexto apresentado, é de responsabilidade da equipe multiprofissional, sendo essencial que a comunicação farmacêutico-médico seja assertiva no momento da prescrição e haja constante envolvimento do farmacêutico clínico no acompanhamento da farmacoterapia, visando a diminuição dos erros de medicação.

5. CONCLUSÃO

Buscando responder a pergunta-problema: Como o farmacêutico clínico contribui para redução de erros de medicação? Foi possível concluir que o farmacêutico clínico contribui para a redução de erros de medicação através da atenção farmacêutica, por meio do acompanhamento de uma terapia segura e efetiva. Essa atenção farmacêutica também envolve a avaliação da prescrição e a administração medicamentosa. Essa participação do farmacêutico clínico desde a prescrição, administração de medicamentos e acompanhamento do paciente, promove maior segurança, levando a um menor número de reações medicamentosas e a considerável diminuição dos erros de prescrição e administração.

A cada dia fica mais explícito a relevância da atuação do farmacêutico clínico nas equipes de saúde, uma vez que a ocorrência de erros de medicação ainda é preocupante e que as intervenções do farmacêutico podem levar a benefícios de forma direta para a segurança do paciente, assim como proporcionar a melhora na qualidade do cuidado.

Ademais, o processo de uso dos medicamentos é dinâmico e as intervenções que o farmacêutico clínico realiza podem não só melhorar os resultados terapêuticos, garantindo a segurança, mas também a eficácia e custo-efetividade da farmacoterapia, contribuindo, assim, com a minimização da permanência do paciente no hospital.

Nos artigos supracitados, notou-se a intervenção farmacêutica nas prescrições médicas para algum tipo de prevenção de erro, seja de prescrição, interação medicamentosa ou administração, o que demonstra a importância do farmacêutico clínico no ambiente hospitalar acompanhando o paciente na farmácia clínica, pois este profissional, sendo especialista em medicamentos e tendo o conhecimento do problema do paciente em questão, tem voz para ser ouvido pela equipe de saúde e promover as intervenções farmacêuticas necessárias.

REFERÊNCIAS

BERNARDI, E. A. T. et.al. Implementação da Avaliação Farmacêutica da Prescrição Médica e as Ações de Farmácia Clínica em um Hospital Oncológico do Sul do Brasil. Revista Espaço Saúde, v.15, n.2, p.29-36, jun. 2014, Londrina. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=723426&indexSearch=ID>. Acessado em: 17 de outubro de 2021.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ministro da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Formulação de Políticas de Saúde. Política Nacional de Medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2001, p. 34. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios, n. 25). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_medicamentos.pdf>. Acesso em: 01 de novembro de 2021.

FILHO, M. T. L. Competência Profissional para a Assistência Farmacêutica Hospitalar: Perfil e Dinâmica no Estado do Rio de Janeiro. Publicado em Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Farmácia, Pós-Graduação em Ciências Aplicadas e Produtos para a Saúde; 2016, Niterói. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/5670/1/Milton%20Dayrell%20Lucas%20Filho.pdf. Acessado em: 12 de outubro de 2021.

FERRACINI, F. T. et al. Implantação e Evolução da Farmácia Clínica no Uso Racional de Medicamentos em Hospital Terciário de Grande Porte.  Publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein; p.456-460, 2011, São Paulo. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/eins/a/BSVZdLHn38q8jXwCXj73qBs/?lang=pt>. Acessado em: 10 de outubro de 2021.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

LIMA, E. D. et al. Farmácia Clínica em Ambiente Hospitalar: Enfoque no Registro das Atividades. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde; v. 8, n. 4, p. 18-24 out./dez. 2017, São Paulo. Disponível em:<http://www.v1.sbrafh.org.br/public/artigos/2017080403001253ES.pdf>. Acesso em: 03 de novembro de 2021.

PAULA, C. C.; PADOIN, S. M. M. GALVÃO. C. M. Revisão integrativa como ferramenta para tomada de decisão na prática de saúde. In: LACERDA Maria Ribeiro; COSTENARO, Regina Gema Santini (Org.). Metodologias da pesquisa para a enfermagem e saúde: da teoria à prática. Porto Alegre: Moriá; 2016. p. 51-76. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/reben/a/gtrm9Rp48t7PYSpbDsCTQyz/>. Acesso em: 10 de outubro de 2021.

PEREIRA, G. J. S.; et.al. Avaliação da Utilização de Medicamentos na Prática Clínica em Hospital Público. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada; p. 239-244, 2011, Paraíba. Disponível em: <http://rcfba.fcfar.unesp.br/index.php/ojs/article/view/350/348>. Acesso em: 03 de novembro de 2021.

REIS, W. C. T. et.al. Análise das Intervenções de Farmacêuticos Clínicos em um Hospital de Ensino Terciário do Brasil. Publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein; p. 190-196, 2013, São Paulo. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/eins/a/9mCKYBgjB8ZxfVJmLs3LpJS/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

SOUSA, A. S.; OLIVEIRA, S. O.; ALVES, L H. A pesquisa Bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da Fucamp; v. 20, n. 43, p. 64-83, 2021. Disponível em:  <https://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/2336.> Acesso em: 10 de outubro de 2021.

VIANA, S. S. C.; ARANTES. T.; RIBEIRO, S. C. C. Intervenções do farmacêutico clínico em uma Unidade de Cuidados Intermediários com o foco no paciente idoso.  Publicação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein; p. 283-288, 2017, São Paulo. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/eins/a/pFsKYyFVxbSSpDv97M53gKN/?format=pdf&lang=pt#:~:text=As%20interven%C3%A7%C3%B5es%20envolviam%20indica%C3%A7%C3%B5es%20farmacoterap%C3%AAuticas,de%20medicamentos%20desnecess%C3%A1rios%2C%20entre%20outras>. Acesso em: 04 de novembro de 2021.

[1] Pós-Graduada em Farmacologia Clínica com Ênfase em Prescrição Farmacêutica na Universidade do Grande Rio – Professor José de Souza Herdy – UNIGRANRIO. Pós-Graduada em Farmácia Estética pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba. Pós-Graduada em Farmácia Clínica e Hospitalar pela Faculdade UniBF. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9133-2905.

Enviado: Dezembro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2021.

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Natasha de Oliveira Mello

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