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Estratégia de enfrentamento Covid-19: capacitação para o uso correto de EPIS e higienização das mãos para os profissionais de saúde

RC: 132914
134
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/epis-e-higienizacao

CONTEÚDO

 ARTIGO ORIGINAL

AMÉRICO, Mariane Lima [1], RUFINO, Silmara Moreira Alves [2]

AMÉRICO, Mariane Lima. RUFINO, Silmara Moreira Alves. Estratégia de enfrentamento Covid-19: capacitação para o uso correto de EPIS e higienização das mãos para os profissionais de saúde. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 11, pp. 49-66. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/epis-e-higienizacao, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/epis-e-higienizacao

RESUMO

Considerando a vulnerabilidade da população idosa, frente ao Coronavírus e o seu potencial de risco, sabemos que os esforços para conter a pandemia no Brasil é proveniente de pouca atenção, incluindo às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), sendo locais de moradia de milhares de pessoas idosas. Contudo as Instituições de Longa Permanência, desempenham um papel extremamente relevante no âmbito de interesse público em questão da Proteção Social. Compreende-se que os idosos residentes das ILPIS possuem um perfil específico e singular, caracterizado principalmente por diversas comorbidades, tornando-os mais vulneráveis ao risco de contaminação agravamento e letalidade pelo Coronavírus. Por esta razão, os profissionais de saúde devem ser treinados e capacitados periodicamente para atender de forma segura o paciente idoso. Objetivo: este estudo tem como objetivo ressaltar a importância do uso correto de EPIS e higienização das mãos pelos profissionais de saúde como estratégia de enfrentamento da Covid-19. Metodologia: trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo exploratório; foram realizadas visitas técnicas em (03) três Instituições de Longa Permanência para Idosos, sendo que (61) sessenta e um profissionais de saúde participaram da entrevista. Resultados: Nota-se que 88,52% dos entrevistados são da área da Enfermagem; a faixa etária prevalente dos profissionais da saúde é de 29 a 60 anos; 99% dos entrevistados declaram que possuem algum conhecimento sobre o uso correto dos EPIS e técnica asséptica de higienização das mãos. Um dado relevante encontrado foi a questão do uso de algum equipamento de proteção individual utilizado fora do ambiente de trabalho, 47,51% dos entrevistados relatam que possuem essa prática.

Palavras-chave: Capacitação, Covid-19, Equipamento de Proteção Individual, Higienização das Mãos, Instituição de Longa Permanência.

INTRODUÇÃO

Os idosos apresentam um destaque maior diante da pandemia Covid-19, em grande parte por apresentar alterações consequentes da senescência ou senilidade. Apesar do envelhecimento populacional, infelizmente há pouca visibilidade e valorização dessa população. A pandemia Covid-19 apontou destaque aos idosos, principalmente relacionado ao potencial de risco dessa população, com direcionamento de ações e estratégias de distanciamento social especificamente, levando então à visibilidade deste público-alvo na pandemia Covid-19. Sendo assim, apresentam-se ações de proteção à pessoa idosa durante a pandemia, envolvendo então os idosos institucionalizados. Estudos mostram que, nestes cenários, a infecção pelo Sars-CoV-2 é alta, com taxa de mortalidade para maiores de 80 anos superior a 15%. Este contexto é considerado de alto risco para infecção, pois envolve principalmente os idosos, que possuem diversas comorbidades crônicas e dificuldades para Atividades da Vida Diária (AVD), contato frequente de cuidadores, profissionais e/ou visitantes (NUNES et al., 2020).

Para a proteção dos residentes e funcionários, nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), minimizar o alto risco de infecção é essencial, sendo importante intensificar os cuidados com a higienização, limpeza e fluxo de entrada e saída dos funcionários/familiares e visitantes nas instituições.

As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) são definidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como espaços coletivos de moradia para pessoas com 60 anos ou mais, podendo ser governamental ou não. No Brasil, após um levantamento de dados realizado pelo IPEA foi constatado a presença de 3.548 instituições com 83.870 idosos, com tendência de ampliação dessa população institucionalizada. As ILPIs em sua maioria, atendem as condições que são estabelecidas pela Resolução de Diretoria Colegiada n.º 283 à respeito da infraestrutura, porém deixam a desejar na questão de capacitação dos profissionais, assim como a presença de equipes multiprofissionais, sendo um potencializador na questão de cuidados que serão ofertados aos pacientes (WANDERLEY et al., 2020).

E em Instituições de Longa Permanência para Idosos, a equipe multidisciplinar é extremamente fundamental, pois ela olha o paciente de forma integral, avaliando suas necessidades, promovendo manutenção e restauração da saúde para o idoso, prevenindo de agravos, ajudando em seu desenvolvimento e adaptação de suas funções.

O índice de mortalidade nas ILPIs teve impacto mundial desde quando o primeiro caso de Covid-19 foi anunciado no Brasil, em fevereiro de 2020. Ações estratégicas para o enfrentamento e detecção da contaminação, devem ser baseadas em evidências científicas e informações, essas podem auxiliar a diminuir a incidência de mortalidade em instituições de longa permanência (BOAS, 2020).  Diante disso, a oferta de apoio e suporte técnico, com ações de capacitação destes profissionais das Instituições de Longa Permanência durante a pandemia passou a ser de extrema importância, visto a complexidade e risco que os idosos institucionalizados estão expostos. Sendo eles como cuidadores de idosos, equipe de enfermagem e outros profissionais que atuam na linha de frente das ILPIS.

Sendo assim, pensou-se em realizar capacitações para os profissionais de saúde que atuassem nas ILPIs pertencentes ao território de abrangência do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” (IPGG-JEM),  com foco de capacitar este grupo em duas ações primordiais: a higienização das mãos e o uso corretor dos Equipamentos de Proteção Individual; garantindo a qualidade da assistência em saúde e preservando pela saúde, bem-estar e segurança dos profissionais de saúde e principalmente dos pacientes idosos.

METODOLOGIA

O atual projeto faz uso das abordagens qualitativas quantitativas, ou quanto-qualitativas assumindo caráter de pesquisa descritivo, que segundo Gil (2002), deseja proporcionar maior ligação com o problema, podendo torná-lo explícito ou a construir outras hipóteses. Também, podem ser descritivas, que conforme descreve Gil (2002), nos relata as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

 Esse tipo de pesquisa envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados através de questionário fechado, com o intuito de avaliar/identificar frequência que os colaboradores se atualizam ou passam por capacitação profissional  e a importância que atribuem a esta prática para as Instituições de Longa Permanência (ILPI) e no IPGG-JEM ( Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes).

A coleta de dados anteriormente seria realizada somente em 02 ILPIS, porém por complicações relativas, ao número de profissionais que deveriam ser entrevistados, a coleta de dados foi realizada em 03 Instituições de Longa Permanência, onde, o primeiro contato com os responsáveis técnicos pelas ILPIS foi realizado por via telefônica, na qual foi explicitado a proposta do projeto e consequentemente solicitado a autorização prévia para a visita ao local.

Em segundo momento, ocorreu o consentimento do responsável técnico, com agendamento de dia e horário para visita ao local.

Onde se dá o terceiro momento, na qual se realizou a coleta de dados via questionário impresso para os colaboradores das ILPIS de maneira presencial. Realizamos a coleta de dados em 03 ILPIS, com aproximadamente 61 profissionais da saúde entre eles: cuidadores de idosos, auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e assistentes sociais. Com idade variando entre 18 e 61  anos, ou mais.

Todas as instituições nas quais participaram da pesquisa, estão localizadas na Zona Leste de São Paulo, de origem filantrópica.

Critérios de Exclusão dos Entrevistados: Profissionais que atuam em ILPIS que não possuem formação acadêmica na área da saúde seja em nível de aprimoramento, técnico e/ou superior;

Critérios de Inclusão dos Entrevistados: Profissionais que atuam em ILPIS com formação acadêmica na área da saúde em nível de aprimoramento, técnico e/ou superior.

Em se tratando dos critérios de inclusão e exclusão dos entrevistados, o próprio questionário tem uma questão chave que identifica se o entrevistado (a) é um profissional da área da saúde.

Os dados foram obtidos e analisados segundo frequência absoluta e relativa. Para a elaboração de tabelas, foi utilizado o software Excel do Pacote Microsoft Office versão 2010 e aplicado um questionário através da plataforma Google Forms.

Este estudo foi realizado após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde, registrado sob o nº4.395.427 CAAE: 39068820.5.0000.5469, na cidade de São Paulo. Todos os profissionais entrevistados concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, respeitando-se, entre outros, o anonimato dos sujeitos da pesquisa, tal qual estabelecido na autorização institucional para a realização da investigação. Todos puderam obter acesso a informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para esclarecer eventuais dúvidas.

RESULTADOS

A Tabela 1 representa o quantitativo dos profissionais entrevistados nas ILPIS, vejamos a seguir:

Tabela 1 – Características sobre área de atuação dos participantes da amostra em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Características sobre área de atuação dos participantes da amostra em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Tabela 2- Faixa etária dos participantes em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Faixa etária dos participantes em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

De acordo com a Tabela 2, os participantes entre 18 a 28 anos representam (13,11%); os profissionais de saúde que estão na faixa etária de 29 a 39 anos representam (18,03%); os entrevistados entre 40 a 50 anos representam (26,23%) e os participantes com idade de 51 a 60 anos totalizaram (26,23%) e os participantes com mais de 61 anos representam (16,39%).

Tabela 3 – Representação em tabela sobre participantes que realizam ou não a higienização das mãos conforme técnica asséptica em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Representação em tabela sobre participantes que realizam ou não a higienização das mãos conforme técnica asséptica em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

A representação da tabela 3, trata da questão sobre o conhecimento dos profissionais de saúde que fazem adesão a técnica asséptica da higienização das mãos; os dados obtidos foram:

Dentre os profissionais (11,48%) não realizam a técnica asséptica de higienização das mãos, enquanto (88,52%) realizam a técnica asséptica de higienização das mãos corretamente. Em números absolutos e porcentagens.

Tabela 4 – Representação em tabela sobre a disponibilidade dos lavatórios para higienização das mãos serem providos de papel toalha, sabonete líquido e lixeira de acionamento por pedal ou cotovelos. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Representação em tabela sobre a disponibilidade dos lavatórios para higienização das mãos serem providos de papel toalha
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Os resultados foram de (37,7%) dos lavatórios não são providos e (62,3%) dos lavatórios são providos. Em números absolutos e porcentagens.

Tabela 5- Temos a representação em tabela sobre o acesso às instruções sobre a higienização das mãos de forma correta estarem disponíveis aos profissionais, próximo aos lavatórios. São Paulo, SP, Brasil, 2020

Temos a representação em tabela sobre o acesso às instruções sobre a higienização das mãos de forma correta
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Os resultados foram de (49,2%) não possuem acesso às instruções e (50,8%) possuem acesso às instruções. Em números absolutos e porcentagens.

Tabela 6 – A representação na tabela mostra se os profissionais que atuam nas ILPI, possuem conhecimento sobre os Equipamentos de Proteção Individual, para uso ao cuidar de um paciente acometido pelo COVID-19. São Paulo – SP, Brasil, 2020

A representação na tabela mostra se os profissionais que atuam nas ILPI, possuem conhecimento sobre os Equipamentos de Proteção
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Os resultados foram de (100%), onde todos os 61 profissionais disseram que sim.

Tabela 7- Representação dos participantes que realizam ou não a troca de EPI ‘S. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Representação dos participantes que realizam ou não a troca de EPI 'S. São Paulo – SP, Brasil, 2020
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

A tabela 7 aborda a questão da troca de EPIS de um procedimento para o outro, entre os entrevistados, os resultados foram: (4,92%) profissionais que não realizam, (1,64%) profissionais que raramente realizam e (93,44%) profissionais que realizam.

Tabela 8 – Representação dos participantes que realizam ou não a troca de máscara cirúrgica dentro do tempo estipulado. Em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Representação dos participantes que realizam ou não a troca de máscara cirúrgica dentro do tempo estipulado. Em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

De acordo com a tabela 8, verificamos quantos profissionais de saúde realizam a troca de máscara cirúrgica conforme o período estipulado (a cada três horas), sendo então (9,84%) profissionais não realizam, (90,16%) profissionais realizam.

Tabela 9 – A representação na tabela mostra se a higienização das mãos vista pelos profissionais que atuam na ILPI, evita a contaminação cruzada. São Paulo, SP – Brasil, 2020

A representação na tabela mostra se a higienização das mãos vista pelos profissionais que atuam na ILPI, evita a contaminação cruzada. São Paulo, SP – Brasil, 2020.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Os resultados foram de (100%), onde todos os 61 profissionais disseram que sim, em números absolutos e porcentagens.

Tabela 10- A representação na tabela mostra se os profissionais acham importante trabalhar respeitando as normas de segurança. São Paulo – SP, Brasil, 2020

A representação em tabela mostra se os profissionais já participaram de alguma palestra ou treinamento referente ao uso correto de EPI’S. São Paulo – SP, Brasil, 2020.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Os resultados foram de (100%), onde todos os 61 profissionais disseram que sim, em números absolutos e porcentagens.

Tabela- 11 – A representação em tabela mostra se os profissionais já participaram de alguma palestra ou treinamento referente ao uso correto de EPI’S. São Paulo – SP, Brasil, 2020

A representação em tabela mostra se os profissionais já participaram de alguma palestra ou treinamento referente ao uso correto de EPI’S. São Paulo – SP, Brasil, 2020.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Os resultados foram de (100%), onde todos os 61 profissionais disseram que sim. Em números absolutos e porcentagens.

Tabela 12- Representação dos participantes que já foram questionados por não usar EPI’S. Em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Representação dos participantes que já foram questionados por não usar EPI’S. Em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020.
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Na tabela 12 podemos analisar quantos profissionais de saúde já foram questionados por não usar os EPIS, observamos que (90,16%) profissionais que não foram questionados e (9,84%) profissionais que já foram questionados.

Tabela 13- Profissionais que deixam o local de trabalho com os EPI’S, utilizando somente no ambiente de trabalho e profissionais que não deixam o local de trabalho com os EPI’S. Em números absolutos e porcentagens. São Paulo – SP, Brasil, 2020

Profissionais que deixam o local de trabalho com os EPI’S, utilizando somente no ambiente de trabalho e profissionais
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Na tabela 13 realizamos uma tabela referente aos profissionais de saúde que costumam deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual são utilizados no ambiente, percebemos que (52,46%) não deixam o seu local de trabalho utilizando EPIS, e (47,54%) que deixam o seu local de trabalho utilizando EPIS. Em números absolutos e porcentagens.

Tabela 14- Profissionais que fazem uso da sequência correta para retirar os EPI’S, e os que não fazem uso da sequência correta. Em números absolutos e porcentagens. São Paulo, SP – Brasil, 2020

Profissionais que fazem uso da sequência correta para retirar os EPI’S, e os que não fazem uso da sequência correta.Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

A tabela 14 caracteriza os profissionais de saúde que fazem uso da sequência correta para retirar os EPI’S, segundo normas da OMS e ANVISA; analisamos que (18,03%) não realizando a sequência correta e (81,97%) realizam da forma correta.

DISCUSSÃO

A Organização Mundial da saúde mostra que a maior taxa de mortalidade pelo Coronavírus ocorre na população idosa, sendo os idosos que evoluem mais rapidamente para um quadro grave, tendo também o maior percentual de pessoas que acabam sendo hospitalizadas devido ao Corona vírus, equivalente a 75% dos óbitos nacionais, são desta população (BOAS, 2020).

Desta maneira, durante a pandemia é importante reforçar que os idosos possuem peculiaridades singulares, decorrentes da senescência ou senilidade e trazer ao entendimento a complexidade do envelhecimento, que na qual, necessita ser respeitada.

Diante de todas as medidas profiláticas para o Corona vírus, o distanciamento e afastamento social foi recomendado pela OMS, com o intuito de derrubar a alta transmissibilidade da doença, protegendo então as populações mais vulneráveis, incluindo principalmente os idosos. Onde a partir dessa necessidade de reinventar novos comportamentos, priorizou-se a higiene constante como lavagem de mãos e uso do álcool em gel.

Medidas de prevenção e proteção devem ser preconizadas de forma eficaz na redução das várias formas de contágio em todos os locais, e principalmente levar as recomendações para os Cuidadores de Idosos e profissionais, e também aos idosos institucionalizados. Segundo a Sociedade Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (SBGG) os idosos que residem em ILPI, são considerados mais longevos o que consequentemente apresentam comorbidades em estágios avançados, dificultando a questão de isolamento, já que o contato entre o cuidador e residente é alto, e a interação de idosos com outros idosos é sempre por longo tempo, e em ambientes fechados (BOAS, 2020).

Nesse contexto, nota-se a importância de capacitar profissionais que atuam em ILPI, sobre as possíveis transmissões do Corona vírus, já que são eles quem ficam por muito tempo com os idosos, evidenciando a importância de utilizar os EPI’S, com medidas claras para a resguarda da saúde dos residentes, evitando então, a possibilidade de óbitos nas instituições (BRASIL, 2020).

A partir dos resultados obtidos no presente trabalho, e ao decorrer das tabelas apresentadas no resultado da pesquisa, notou-se que os participantes sendo eles profissionais da saúde das áreas de: Enfermagem, Psicologia, Assistente Social e Cuidadores, em sua maioria, predominantemente não possuem dificuldades ao realizar atividades como a  higienização das mãos conforme técnica asséptica, sendo representada na tabela 3, onde (11,48%) não realizam a técnica asséptica e  (88,52%) realizam a técnica asséptica de higienização das mãos corretamente, e a tabela 5, onde mostra se os profissionais possuem acesso às  instruções referente à  higienização das mãos próximos ao lavatório  e apenas para uma parte dos entrevistados sendo (49,2%) não tem  acesso às instruções e (50,8%) tem acesso às instruções (BRASIL, 2020).

E realizando um comparativo, com base nas recomendações para prevenção e controle de infecções por corona vírus, em ILPI é necessário que cada instituição possua como objetivo principal das suas orientações, descrever recomendações para o desenvolvimento de planos de ação institucionais, com o intuito preventivo e com foco em evitar a disseminação do COVID-19 e óbitos em ILPI. É importante realizar atividades de treinamento/capacitação para educação em saúde especificamente aos profissionais da área de saúde, da instituição e institucionalizados sobre as medidas preventivas (higienização das mãos, uso de álcool em gel) e utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) quando indicadas, reforçar as condutas de higiene do local seguindo de protocolos de higienização das mãos e proteção dos  idosos institucionalizados e profissionais (RODRIGUES, 2020).

A partir deste ponto de vista, podemos observar os resultados da tabela 6, onde (100%) dos profissionais possuem conhecimento sobre os EPI’S necessários para serem utilizados diante da pandemia do Corona vírus, na tabela 7, sendo a grande maioria onde reconhece a necessidade de trocar os EPI’S de um processo ao outro, sendo (4,92%) não realizam a troca, (1,64%) raramente realizam a troca e (93,44%) realizam a troca. E a tabela 8, onde nos mostra que os profissionais em sua maioria, realizam também, a troca de máscara cirúrgica dentro do tempo estipulado sendo, (9,84%) não realizam a troca e (90,16%) realizam a troca.

Com base nos resultados, nota-se que os trabalhadores de ILPI podem estar infectados e serem a fonte de contágio, mesmo com resultados apresentando baixos níveis de profissionais que não seguem corretamente com os protocolos e normas estabelecidas, ainda assim podem transmitir e colocar vidas de outros idosos em risco. O uso contínuo de máscaras cirúrgicas durante os principais cuidados é necessário, mas, para isso acontecer, deve haver garantia dos EPIs e capacitações a estes profissionais de maneira efetiva, já que na tabela 11, onde mostra que  (100%) dos profissionais relatam que participaram de palestras ou treinamentos sobre o uso correto de EPI’S, então a importância da capacitação deve ser priorizada onde os mesmos devem ser instruídos sobre as manifestações clínicas de maneira mais precisa, referente a infecção por Coronavírus (SANTANA et al., 2020). Por fim a tabela 13, nos mostra resultados onde (47,54%) dos profissionais costumam ir para as ruas, com os EPIS que utilizam dentro do ambiente de trabalho, e a tabela 14, onde (18,03%) dos profissionais não faz uso da sequência correta para se retirar os EPI’S, sendo assim, com base no “relatório  técnico consolidado visa subsidiar a Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso da Câmara Federal no enfrentamento emergencial da pandemia da Covid19, com ênfase para as instituições de acolhimento de pessoas idosas”, pode-se estabelecer algumas maneiras preventivas para a disseminação do vírus em ILPI (RODRIGUES, 2020).

MÉTODOS PREVENTIVOS E CONTROLE PARA IMPEDIR A DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS EM ILPI.

Estabelecer um percurso de entrada para o funcionário da instituição de modo que somente tenham contato com os idosos após se submeter ao uso exclusivo de uniforme disponibilizado pela ILPI; Priorizando a higienização das mãos e uso da paramentação adequada; Evitar contato com aparelhos eletrônicos; Colocar identificadores nas portas dos quartos, descrevendo os métodos preventivos e EPI’S necessários ao uso de casos confirmados e suspeitos; Dispensadores de álcool em gel 70% disponíveis durante toda a instituição e locais de circulação como cozinha, banheiro, dormitórios; Atentar para as recomendações previstas na Norma Regulamentadora 32 (NR 32) para segurança e saúde no trabalho; Oferecer e disponibilizar o uso de máscaras cirúrgicas pelos colaboradores durante a realização dos cuidados diretos com os idosos institucionalizados. Reforçar a higienização das mãos antes e imediatamente após qualquer manejo com o idoso e quando as mãos visivelmente sujas, realizar a higienização com água e sabão antisséptico; caso  as mãos estiverem visivelmente limpas, a higiene das mãos poderá ser realizada, com produtos de base alcoólica (álcool em gel 70%) (RODRIGUES, 2020).

CONCLUSÃO

Os idosos institucionalizados representam o principal alvo da infecção pelo SARS-CoV-2, com altas taxas de mortalidade. O rastreamento através de capacitações aos profissionais que atuam nas ILPI é de suma importância, já que o corona vírus apresenta um problema grave à saúde da pessoa idosa que reside em ILPI.

Monitorar e rastrear essas instituições auxiliou na detecção precoce em casos de suspeita do vírus em profissionais ao realizar o questionário ofertado. Perante a pandemia do institucionalizados, através de uma capacitação eficiente aos profissionais, sobre o uso correto de EPI, e higienização das mãos.  Covid-19, mostrar a importância da atuação dos profissionais da saúde em ILPI, é extremamente essencial.

Concluo que o trabalho foi significativo como forma de rastreio e prevenção com relação à disseminação do vírus em ILPI reduzindo então, a taxa de mortalidade dos idosos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Orientações para a prevenção e o controle de infecções pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2) a serem adotadas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos. Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/notas-tecnicas/nota-tecnica-no-05-2020-gvims-ggtes-anvisa-orientacoes-para-a-prevencao-e-o-controle-de-infeccoes-pelo-novo-coronavirus-em-instituicoes-de-longa-permanencia-para-idosos-ilpi.pdf/view. Disponível em 01 de maio de 2020;

BOAS, Paulo José Forte Villas. Recomendações para prevenção e controle de infecções por coronavírus (SARS-Cov-2) em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2020. Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/pt_gga010720a03.pdf. Acesso em 25 de abril 2020.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

NUNES, Vilani Medeiros de Araújo Nunes et al. COVID-19 e o cuidado de idosos: recomendações para instituições de longa permanência. Natal: EDUFRN, 2020.

RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani. Boas práticas para as Instituições de Longa Permanência para Idosos no enfrentamento da pandemia de Covid-19: estratégias e protocolos. Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos. Brasília: FN-ILPI, 2020.

SANTANA, Rosimere Ferreira. et al. Recomendações para o enfrentamento da disseminação da COVID-19 em Instituições de Longa Permanência para Idosos. Revista Brasileira de Enfermagem. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/hTzkVrMBrKBZFNWcRyYZQTm/?lang=pt. Acesso em: 25 de abril 2020.

WANDERLEY, Vivianni Barros. et al. Instituições de longa permanência para idosos: a realidade no Brasil. Journal Health NPEPS, v. 5, n. 1, 2020. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps/article/view/4183. Acesso em: 15 de abril 2020.

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

As perguntas que serão feitas através da plataforma Google Forms:

  1. Você é profissional da saúde:

( ) Enfermeiro ( ) Médico ( ) Técnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( )

Outros: ___________________

  1. Qual a sua faixa etária:

( ) 18 a 28 anos; ( ) 29 a 39 anos; ( ) 40 a 50 anos; ( ) 51 a 60 anos; ( ) 61 anos e mais

  1. Costuma realizar a higienização das mãos conforme técnica asséptica?

( ) Sim ( ) Não ( ) Raramente

  1. Os lavatórios para higiene das mãos são providos de papel toalha, sabonete líquido e lixeira de acionamento por pedal ou cotovelos?

( ) Sim ( ) Não

  1. As Instruções higienização das mãos estão disponíveis próximos ao lavatório?

( ) Sim ( ) Não

6.Você sabe quais são os Equipamentos de Proteção Individual indicados para uso ao cuidar de um paciente acometido pela COVID-19?

( ) Sim ( ) Não

7.De um procedimento para o outro ocorre a troca de EPI’S?

( ) Sim ( ) Não ( ) Raramente

8.Realiza a troca de máscara cirúrgica dentro do prazo estipulado?

( ) Sim ( ) Não

  1. Na sua percepção a higienização das mãos de forma correta evita a contaminação cruzada?

( ) Sim ( ) Não

  1. Acha importante trabalhar respeitando as normas de segurança?

( ) Sim ( ) Não

  1. Já participou de palestras ou treinamentos sobre o uso de EPI?

( ) Sim ( ) Não

  1. Alguma vez foi questionado(a) por não usar EPI?

( ) Sim ( ) Não

  1. Costuma deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual utilizados no ambiente de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

  1. Faz uso da sequência correta para se retirar os EPIS segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)?

( ) Sim ( ) Não

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO – TCLE

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA DE SERVIÇOS DE SAÚDE

INSTITUTO PAULISTA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA “JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES”

Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 34 – São Miguel Paulista – CEP: 08011-010 – São Paulo/SP

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa Estratégia de enfrentamento diante da pandemia: capacitação dos profissionais de saúde das ILPIS da Zona Leste de São Paulo quanto ao uso correto de EPI’S e higienização das mãos.

Pesquisadora Responsável: Mariane de Lima Américo.

Gostaria de convidar o (a) senhor (a) para participar dessa pesquisa, que tem o objetivo de coletar dados através de uma capacitação sobre o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual e higienização das mãos como estratégia na diminuição dos índices de mortalidade em Instituições de Longa Permanência durante a pandemia do coronavírus na cidade de São Paulo/ Zona Leste .A pesquisa será realizada através do questionário pelo Google Forms com duração de 5-10 minutos.

Essa pesquisa apresenta risco mínimo ao participante, trazendo possível incômodo por dispor do seu tempo à pesquisa. Os dados obtidos poderão contribuir para o conhecimento das condições da Enfermagem e de Saúde, colaborando para o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual. Em caso de dúvidas ou imprevistos, a pesquisadora Mariane estará disponível no telefone: 2030-4079 ou pelo e-mail: [email protected] das 08h00 às 17h00.

Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, você terá direito de:

  • Receber resposta a qualquer dúvida sobre a pesquisa;
  • Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar da pesquisa, sem qualquer prejuízo no atendimento recebido no IPGG;
  • Garantia de que sua identidade não será revelada e que os dados obtidos serão utilizados somente para esta pesquisa, podendo ser divulgados em congressos, reuniões científicas e publicados em revistas científicas.
  • Procurar esclarecimentos com o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde no telefone (11)3116-8606 ou Rua Santo Antônio 590 5º andar Bela Vista São Paulo, em caso de dúvidas relacionadas às questões éticas. Horário de funcionamento das 09h00 às 16h00. E- mail: [email protected]

Declaro que entendi a pesquisa e aceito participar, sem receber qualquer pagamento.

São Paulo,           de                                                                 de                       .

Nome do sujeito/ ou do responsável:                                                                   

Assinatura: _________________________________________

Eu, Mariane de Lima Américo declaro que forneci todas as informações referentes ao projeto, ao participante e/ou responsável. Esse TCLE foi elaborado em duas vias de igual teor e uma cópia será disponibilizada ao participante.

[1] Pós Graduanda em Gerontologia. ORCID: 0000-0002-7380-5171.

[2] Orientador. ORCID: 0000-0003-1006-3059.

Enviado: Março, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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