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Assistência de enfermagem ao parto humanizado

RC: 91194
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

NASCIMENTO, Camila Oliveira [1], SILVA, Leniara Fernandes Arruda da [2], LIMA, Ronaldo Nunes [3]

NASCIMENTO, Camila Oliveira. SILVA, Leniara Fernandes Arruda da. LIMA, Ronaldo Nunes. Assistência de enfermagem ao parto humanizado. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 05, pp. 147-162. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/enfermagem-ao-parto

RESUMO

Introdução: O parto natural sofre uma desvalorização, cada vez maior devido à prática de intervenções cirúrgicas desnecessária, demostra o quanto a população feminina não sabe que é direito dela o parto natural. Mesmo que o trabalho de parto seja extenso, é a melhor opção tanto para o recém-nascido, quanto para sua recuperação. Objetivo: Avaliar a importância do enfermeiro na assistência prestada à parturiente, quando realizada de forma humanizada e, qual o sentimento das mulheres durante essa assistência. Materiais e Métodos: O método utilizado para a elaboração deste trabalho foi o estudo de revisão bibliográfica. A pesquisa incluiu 40 periódicos, publicados em bases de dados online como, US National Library (Pubmed), Scientific Eletronic Library Online (Scielo); Literaruta Latino Americana em Ciências de La Salud (LILACS) usando como descritores: humanização, parturiente, parto e assistência no período entre 2010 a 2020, onde foram incluídos 31 periódicos e exclusos 9 por estarem fora do período acima citado e por não demonstrem a importância do papel do enfermeiro na assistência de enfermagem ao parto humanizado. Resultados e Discussões: Tendo como reflexão sobre os textos referentes ao tema proposto sobre assistência ao parto humanizado, observou-se que os desafios de humanização relacionada à obstetrícia, relacionam-se à falta de conhecimento da equipe. De acordo com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Natural, os procedimentos de humanização devem ser realizados por toda a equipe que auxilia o parto.

Descritores: Humanização, parturiente, parto, assistência.

INTRODUÇÃO

O parto natural sofre uma desvalorização, cada vez maior devido à prática de intervenções cirúrgicas desnecessária, demostra o quanto a população feminina não sabe que é direito dela o parto natural, mesmo que o trabalho de parto seja extenso é a melhor opção tanto para o recém-nascido, quanto para sua recuperação (SALES; AVELAR; ALÉSSIO, 2018).

Pelo fato de ser um longo período até o nascimento, as mulheres acham que se tornam incapazes e optam por intervenções cirúrgicas, que poderia ser a última opção, caso a mulher não consiga fazer parto normal (JAKOBI, 2010).

Sendo, assim a humanização tem sido um tema que está ganhando muito espaço atualmente, sendo abordada constantemente, em debates e conferências que tratam sobre o conceito de saúde, tendo como finalidade principal o atendimento pelo SUS, tendo como exposição um discurso que valoriza os aspectos emocionais e subjetivos até os aspectos que envolvem mudanças na gestão e nas práticas de saúde (ROCHA, CARVALHO, 2011).

A humanização do parto é um assunto que deve ser debatido nos dias de hoje, pois a parturiente deve ter apoio desde o momento da descoberta da gestação até o seu término no parto. Esta humanização visa promover assistência integral, respeitando as dimensões espiritual, psicológica, biológica, e tornando o parto mais fisiológico, diminuindo intervenções desnecessárias durante o processo de pré e pós-parto e na implantação de procedimentos que possam trazer desconforto físico (ALVES et al., 2019).

Os profissionais de enfermagem são responsáveis por desenvolverem atividades de extrema importância prestando assistência aos partos, independente de qual seja. Diante da eficiência encontrada com o auxílio da tecnologia, o parto natural, foi rotulado como algo indispensável que necessita de uma assistência complexa (FERREIRA et al., 2016).

Já a mulher, acredita que para parir de modo seguro, tem que passar por procedimentos cirúrgicos mesmo ela tendo a oportunidade de parir de forma natural, opta pela cirurgia para a retida do recém-nascido de medicalização (PROGIANTI; COSTA, 2014).

Dessa forma o parto humanizado oportuniza a um melhor processo de atendimento nos serviços de saúde, e necessita uma aceitação principalmente dos gestores e profissionais da enfermagem, para que a população possa ter um cuidado universal, integral e humanizado (RIBEIRO et al., 2016).

O apoio dos gestores é fundamental importância para a implantação dos projetos, até o processo de capacitação da equipe, para uma ocorra uma permanente educação em saúde (MOURA, 2015).

O parto é o momento mais esperado na vida de uma mulher, pois tratasse de um evento que integra a vida reprodutiva de homens e mulheres, representando um processo singular de vida, uma experiência memorável na vida do casal, que envolve também suas famílias e a comunidade (SILVA, 2017).

Portanto, a parturiente deve receber um cuidado diferencial nesse momento para repercutir, essa experiência de forma positiva, dessa forma a união entre a assistência da enfermagem obstétrica e o parto humanizado, resulta de modo positivo para a população a ser assistida (BRASIL, 2013).

Optou-se pelo seguinte tema: Assistência de enfermagem ao parto humanizado, com o objetivo de avaliar a importância do enfermeiro na assistência prestada à parturiente, quando realizada de forma humanizada, qual o sentimento das mulheres durante essa assistência (JAKOBI, 2010).

DESENVOLVIMENTO

O Parto Humanizado é recomendado pelo Ministério da Saúde, mas há uma barreira principalmente para mulheres que fazem parte de classes sociais mais pobres, o atendimento deveria ser de forma universal, abrangendo os princípios da equidade e universalidade no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2018).

Devendo ressaltar o conceito, histórico, econômicos e sociais para a realização do Parto Humanizado, no sentido de descrever as dificuldades que as mulheres enfrentam para que uma instituição de saúde a recomende (BRASIL, 2013).

O enfermeiro tem sua valorização desde a avaliação inicial, diagnóstico das alterações, apoio, antes, durante e após o parto tornando esse momento o mais agradável para mãe (SEIBERT et al., 2015).

Uma abordagem humana inclui o apoio às mulheres grávidas e suas famílias e as informações necessárias para o parto natural. Inclui os seguintes cuidados desde início do pré-natal até o momento do parto, a parturiente deve ser instruída como se alimentar, deve orientar sobre deambulação no período das dores, também relatar que a gestante pode escolher a melhor posição para o parto (MEDEIROS et al., 2016).

PARTO NATURAL

Por outro lado, o parto natural não está sujeito a qualquer intervenção médica. Neste caso, as mulheres só recebem o apoio, cuidados e orientação de pessoal e profissional relevante. O parto natural é um lugar onde não há regras, horários, e mulheres grávidas podem andar ou chorar. As mulheres durante o trabalho de parto podem precisar de apoio ou privacidade de outras pessoas (ALVES et al., 2019).

O parto natural não é um pré-requisito para a perfeição, pode ser barulhento ou completamente silencioso é um período de dor, tensão e impaciência, mas é natural porque só a mulher e o filho pertencem a este momento. Por tanto, não há tempo para o nascimento natural, o nascimento precisa de tempo, e cada mulher é diferente, requer paciência e respeito por uma mulher em transe, mas o mais importante, precisa ser totalmente dependente dela e de sua capacidade de dar à luz (PEREIRA et al., 2016).

Se o processo natural for respeitado, mães saudáveis raramente terão emergências. A entrega em um hospital, não deve ser um prelúdio para as dificuldades que podem surgir quando se está no hospital, e é muitas vezes devido à intervenção do pessoal de saúde, que pode pôr em perigo a saúde da mãe e do bebê (PEREIRA et al., 2016).

Por outro lado, o nascimento natural não é um retorno ao passado, mas uma restauração da capacidade e confiança de alguém em sua natureza e uma rendição de si mesmo ao processo. Também não se trata de abandonar a tecnologia, mas sim de atribuir o lugar certo em caso de complicações e riscos. As provas científicas mostram que o parto natural não só é mais valioso para as mulheres, mas também o mais seguro. A atitude da mãe é importante durante todo o processo, especialmente quando se programa o parto natural, caso em que o requisito mais importante é a confiança (COREN, 2017).

Quando uma mulher está ciente e participante do processo, ela encara com alegria e autoconfiança, ela está certa de que a sabedoria e a força de seu corpo são capazes de dar à luz e cuidar de seu filho. Quando a mulher é verdadeiramente consciente, ela confia no poder de seu corpo, sua energia, seu instinto. Se a mulher estiver consciente, ela poderá escolher como e onde dar à luz – mesmo em um hospital – e poderá escolher as pessoas que a acompanharão e ajudarão durante o parto, quando ela precisar (ROCHA, 2011).

O parto natural é uma experiência que vale a pena viver consciente de opções, riscos e poder materno. E isso não significa que o parto seja sempre perfeito, é simplesmente adquirir autoresponsabilidade. A equipe que ajudará a mulher durante o parto deve procurar respeitar a fisiologia natural do processo, permitir que a mãe siga seu instinto, seja capaz de caminhar ou se alimentar quando necessário, seja capaz de escolher uma posição e mudá-la para o conforto (GONÇALVES; MACHADO, 2014).

Porta tanto, humanizados e conscientes o parto é considerado o protagonista de seu nascimento, você pode contar em todos os momentos com as pessoas de sua escolha parceiro, parente, amigos etc., e as necessidades são consideradas e respeitadas: portanto, ela pode vagar comer, beber líquidos e escolher livremente as posições em que deseja passar pelo parto, sem ter que se deitar ou em posição de litotomia (MARQUES et al., 2017).

HUMANIZAR O PARTO

O parto humanizado é um conceito cada vez mais presente entre gestantes e alguns profissionais de saúde. Mas para isso, a mãe deve planejar o que quer no momento do parto, para isso, existe um plano de parto que é um documento escrito pela gestante onde ela expressa as preferências de como e quando quer ser atendida durante o trabalho de parto. No entanto, nada tem a ver com o agendamento de uma entrega, porque se entende que isso é espontâneo e fisiológico, mas tem a ver com a obtenção de um acordo entre os pais e a equipe médica (ALVES et al., 2019).

No entanto, plano de parto ou nascimento é uma declaração expressa da grávida escrita livremente como quer que aconteça o parto, que o nascimento jamais iria querer o que querem evitar e cujo objetivo é gerado mediante a comunicação com a sua equipe de saúde, para que o possível seja cumprido. Deve-se considerar isso por escrito ou consentimento não é uma regra absoluta e pode variar, é melhor ter sempre a consciência de que se deve buscar o melhor para o bebê e para a mãe (CASTRO, 2011).

Nesse sentido, é bom que a equipe de saúde relate anteriormente as diferenças que existem no trabalho de parto (natural, normal e cesariana) e, tanto quanto possível, que a gestante faça o acompanhamento de pré-natal, com profissionais certificados, onde possam orientá-la com informações. Além disso, pode conversar com as mães sobre o atendimento recebido em suas entregas. Neste ponto, tente ouvir o que realmente importa, já que nem todas as mulheres têm boas experiências de parto e é comum que se transmita desânimo ou negatividade (MARQUES et al., 2011).

Os pontos importantes que estão incluídos no plano de nascimento: Tipo de entrega que a equipe médica quer. Sempre manifestar a intenção de um parto natural, sem excluir o acesso à cesariana, caso haja qualquer complicação grave que pode afetar o bebê ou a gestante. Processo de dilatação: Expressar o que a gestante gostaria dispor como suporte para este momento, ou seja, realizar com o parceiro; posição, acessórios que ajudam como bolas, almofadas, espelhos, música, luz; uso de banheira, liberdade de movimento; alimento, toque, epidural, indução, quebra do saco etc. Se tudo correr bem, não deve haver problema para beber líquidos ou comer coisas moles (PEREIRA et al., 2016).

Dentre os benefícios do parto humanizado para a gestante estão: A mulher sente-se mais livre. Onde se pode decidir ajudar o filho a nascer, por vez o bebê é o protagonista e, embora tenha recebido uma epidural, terá um papel determinante no nascimento da criança, no parto normal, há menos risco para a gestante. Perdem metade do sangue de uma cesariana e as chances de infecção uterina são menores, mantém níveis adequados de açúcar no sangue e ajuda a placenta a obter mais oxigênio, a mãe pode estar com o bebê imediatamente (MOUTA; PROGIANTI, 2019).

A humanização é um gesto de respeito pela essência dos outros se concentram em sua essência, singularidade, um olhar holístico e subjetivo; e incentivo que faz a parturiente participar ativamente de todo o processo do parto (ANGUITA et al., 2019).

PRÁTICAS DE HUMANIZAÇÃO DENTRO DA EQUIPE

Existem várias práticas que são consideradas humanizadoras como diretrizes de ajuda humanizada para o parto e nascimento que são estipuladas pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (SEIBERT et al., 2015).

Durante a assistência ao parto e nascimento, é necessário observar a parturiente como um todo, também se faz necessário à atenção as atitudes que os profissionais deverão oferecer segurança a mesma (ALMEIDA, 2015).

Ao admitir a parturiente na unidade hospitalar, deve-se ter o respeito à privacidade das mulheres e escolha de seu acompanhante. Cuidados devem ser tomados durante o parto oferecer líquidos por via oral, dar apoio emocional, oferecer informações sobre os procedimentos realizados e promover conforto, oferecer liberdade de posição e movimento a uma mulher (ROCHA, 2011).

A humanização ao parto e nascimento tem como privilégio a utilização de todas as técnicas obstétricas disponíveis, sendo assim quando uma técnica é indicada para tal deve-se ser realizada com clareza e segurança, sempre utilizando o princípio da bioética da beneficência (PEREIRA et al., 2016).

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

É uma revisão bibliográfica na qual foram realizadas pesquisas em revistas nacionais e internacionais. A pesquisa internacional foi realizada através das informações obtidas no banco de dados US National Library (Pubmed), foi utilizada também determinadas obras da literatura científica obtidas através de periódicos e pelo recolhimento de informações no banco de dados da Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e na Literatura Latino-Americana em Ciências de la Salud (Lilacs) no decorrer de 2010 a 2020, utilizando os termos, parto, humanização e parturiente como descritores.

De um total de 40 periódicos encontrados, foram selecionados para análise 31 artigos referentes à pesquisa sobre assistência de enfermagem ao parto humanizado, tendo como critérios de inclusão profissionais da equipe de enfermagem, como enfermeiro, técnico, da obstetrícia. Já os parâmetros de exclusão profissionais que não sejam da enfermagem, e de outros setores do hospital.

RESULTADOS

Em suma, o parto natural não é uma exigência de perfeição, pode ser ruidoso ou, pelo contrário, ocorrer em completo silêncio, pode ser doloroso e com períodos de tensão e impaciência, o parto verdadeiramente natural não tem tempo, não pode ser induzido ou apressado. O nascimento leva o seu tempo e em cada mulher é diferente; requer paciência e uma atitude respeitosa em relação à mulher que está nesse transe, mas, acima de tudo, os profissionais da saúde que a acompanha precisam confiar plenamente nela e em sua capacidade de dar à luz (CASTRO; CLAPIS, 2019).

É notório, que o parto envolve uma série de processos através dos quais a mulher expulsa o filho do útero através do canal vaginal e, assim, colocá-lo em contato com o mundo exterior, é nesse momento que a mulher precisa de companhia em seu ambiente, questões emocionais e sociais que ainda não foram totalmente atendidas pela equipe de enfermagem, e que são necessárias para alcançar a qualidade do cuidado no trabalho do parto, portanto, os membros da equipe de saúde devem complementar o conhecimento dessas evidências científicas com a aquisição de melhores habilidades através da prática clínica (GOMES; MOURA, 2014).

Desse modo, o cuidado humanizado interfere e exerce uma importante função na duração e qualidade de entrega; se isso acontecer em um tempo prolongado, então os pacientes apresentam um alto grau de ansiedade limitando sua participação ativa e aumentando os riscos para o recém-nascido, assim que pode haver maiores possibilidades de apresentar complicações obstétricas e, portanto, aumenta a morbidade neonatal e materna (LIMA; JESUS; SILVA, 2018).

Em contrapartida, a mulher temerosa, angustiada e até excitada pode sentir-se tensa e ter dificuldades em controlar suas contrações, o que pode também causar a alteração e o trabalho pode ser mais longo, desconfortável e exaustivo. A tensão durante o parto é uma resposta natural às contrações do útero, no entanto, se não for bem gerido, produz exaustão, fadiga e redução de oxigênio, o que também pode causar sofrimento fetal (SILVA et al., 2013).

GRAFICO 1: Média anual de indicadores conforme categorias ‘A’ e ‘D’ das Boas Práticas e Rede Cegonha. Curitiba, Paraná. 2014 e 2015.

FONTE: (PERIPOLLI; RABELO, 2019).

No gráfico estão sendo apresentados os dados dos anos de 2014 e 2015 referentes à média anual de cada indicador. O gráfico demonstra as boas práticas propostas pela Organização Mundial da Saúde.

No gráfico 1 demonstra os indicadores de práticas benéficas e que devem ser estimuladas. Tendo como reflexão sobre os textos referentes ao tema proposto sobre assistência ao parto humanizado, observou-se que os desafios de humanização relacionada à obstetrícia, relacionam-se à falta de conhecimento das mulheres e acompanhantes, a falta de orientação e preparação do companheiro, a relação assimétrica entre profissionais de saúde e mulheres com potencial para engravidar quanto em relação ao parto, inadequação e negação de informações, más condições estruturais e falta de comunicação entre profissionais de saúde e parturientes (SANTOS; OKA-ZAKI, 2012).

A partir da utilização dos critérios de inclusão e exclusão anteriormente citados, foram selecionados 9 periódicos. Eles passaram por dois filtros antes de serem selecionados, primeiro foi realizada a pesquisa individualizada por cada pesquisador, seguindo os mesmos critérios de inclusão já mencionados e pela leitura de seus títulos e resumos; segundo: os artigos selecionados de forma individualizada foram compartilhados entre os pesquisadores, mantendo apenas os artigos que fossem comuns aos mesmos.

Os artigos selecionados foram lidos na íntegra, formando uma amostra conclusiva de 05 periódicos usados como resultados analíticos objetivando compreender os exercícios da prática da assistência de enfermagem na ação educativa no parto, elaboração de práticas obstétrica humanizada e evidencia da produção cientifica de enfermagem frente ao parto humanizado.

Desse modo, os resultados foram dispostos de maneira descritiva em quadro demonstrando as características de cada uma das pesquisas relacionadas ao assunto em questão, seguindo perspectivas éticas dos autores das pesquisas verificadas no quadro a seguir:

Quadro 1: Características das pesquisas relacionadas ao estudo.

Nome do artigo Ano Autores Periódico Objetivos
Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. 2019 CASTRO; CLAPIS. Revista Latino-Americana de Enfermagem Identificar a percepção das enfermeiras obstétricas sobre humanização da assistência ao parto, bem como evidenciar, através dos discursos, as ações desenvolvidas no processo de nascimento e os fatores dificultadores da implementação dessa assistência.
Densidade tecnológica e o cuidado humanizado em enfermagem: a realidade de dois serviços de saúde. 2018 LIMA; JESUS; SILVA. Physis: Revista de Saúde Coletiva Comparar percepções e práticas do cuidado de enfermagem, sob a perspectiva da humanização em saúde, em dois serviços hospitalares que se distinguem por apresentar, respectivamente a seguinte configuração: baixa e alta densidade tecnológica.
Assistência de enfermagem ao parto humanizado 2012 SANTOS; OKAZAKI. Rev Enferm UNISA [periódico na Internet] Descrever a assistência de enfermagem prestada durante o parto normal humanizado.
O discurso e a prática do parto humanizado de adolescentes 2013 SILVA et al. Texto & Contexto Enfermagem Conhecer as práticas de atenção ao parto desenvolvido pelos profissionais de saúde no cuidado à parturiente adolescente
Modelo humanizado de atenção ao parto no Brasil: evidências na produção científica. 2014 GOMES; MOURA. Rev. Enf. UFRJ Analisar as tendências na produção científica sobre atenção ao parto, no Brasil, na perspectiva da humanização, no período de 2001- 2010.

Fonte: autores.

DISCUSSÃO

É importante que a equipe de enfermagem tenha uma atitude e experiência para ser capaz de fornecer assistência humanizada a todas as mulheres sem diferenças culturais para uma revisão em pequena escala de protocolos e padrões resulta em intervenção limitada, assim, os pacientes são inseguros durante a hospitalização, tais como tensão, ansiedade, medo e dor, até que o trabalho em longo prazo ocorre (CUNHA et al., 2013).

Por conseguinte, as equipes multidisciplinares de cuidados de saúde têm de aumentar a sensibilização, a formação e a experiência em cuidados humanizados para garantir a qualidade dos cuidados prestados às mulheres durante o parto.

No processo do parto, o pessoal de enfermagem deve ajudar e atender às necessidades das mulheres, porque estão ao seu lado, cuidar dela, apoiá-la psicologicamente e emocionalmente, falar com ela, explicar-lhe como o parto está acontecendo, e todos os procedimentos a ser realizado, este é o papel de uma abordagem humanizada que a equipe de enfermagem deve fornecer para minimizar os resultados negativos para os pacientes e prolongar o tempo de entrega (ALVES et al., 2019).

Portanto, os profissionais de enfermagem devem interagir com os pacientes para entender o que está acontecendo. Desenvolver uma comunicação clara evitará a alienação frequente com os pacientes, o que leva a um cuidado inadequado e antagonismo com o ato oportuno (CASTRO; KRAPIS, 2019).

Por outro lado, através da enfermagem, podem-se melhorar a compreensão dos pacientes de seu estado de saúde. Portanto, quando os pacientes puderem realizar suas próprias atividades, a equipe de enfermagem vai ajudar no autocuidado, os enfermeiros devem basear- se nas diferentes situações e necessidades de cada pessoa (SAINT; OKAZAKI, 2012).

O parto humanizado proporciona maior conforto das gestantes, diminui o perigo para as gestantes e para os bebês e promove confortabilidade e resguardo aos envolvidos. conforme essa compreensão, a Organização Mundial de Saúde desenvolveu um documento nomeado “assistência ao parto normal”, o qual determina atos para atender as indispensabilidades das mulheres e de seus familiares (REIS; PATRÍCIO, 2015).

Ainda de acordo com Reis e Patrício (2015) é importante compreender que a enfermagem é um processo de pré-percepção emocional e prática que surge da conexão entre profissionais de enfermagem e pacientes, famílias e/ou comunidades, com o objetivo de promover, proteger, restaurar e reabilitar o fundo de saúde/doença.

De acordo com as orientações nacionais para a assistência ao parto natural (2017), os procedimentos de humanizar o parto devem ser levados a cabo por toda a equipe de apoio, o diálogo entre a equipe e a gestante deve ser mantida em todos os momentos, e os profissionais têm de transmitir segurança aos colegas para que se sintam confortáveis. Os participantes no parto têm o dever de respeitar a privacidade proporcionada pelas parturientes, e o pessoal deve debater com as mulheres gestantes como irá ocorrer o parto.

CONCLUSÃO

Esta revisão bibliográfica evidenciou que o estudo sobre a assistência ao parto humanizado pela equipe de enfermagem tem um crescimento significativo no Brasil.

O desempenho do enfermeiro é fundamental para isso o processo de humanização do parto, como ele contribui para isso através da orientação para a mulher grávida desenvolvimento do nascimento, esclarecimento de dúvidas e complicações, mas quando o especialista não pode enviar cuidadosamente as informações necessárias e com certeza, a chance de entrega é desfavorável para a mulher grávida será mais alta.

No que diz respeito a podemos ver enfermeiros em termos de humanização tem que treinar mais e mais o processo de humanização e nascimento através de especializações e atualizações contínuas do conhecimento técnico científico, além de desenvolver habilidades na prática.

REFERÊNCIAS

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ALVES, A. N. O. et al. A humanização e a formação médica na perspectiva dos estudantes de medicina da UFRN-Natal-RN-Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 33, n. 4, p. 555-561, 2019.

ANGUITA, M. V. et al. Humanização dos cuidados de saúde no serviço de urgência: análise qualitativa baseada nas experiências dos enfermeiros. Revista de Enfermagem Referência, n. 23, p. 59-68, 2019.

BESSA, L. F; MARMEDI, M.V. Ação educativa: uma perspectiva para humanização do parto. Rev. Baiana de Enf. 2010.

BUSANELLO, J. Parto humanizado de adolescentes: concepção dos trabalhadores da saúde. Esc. de enf. UERJ.2011.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Rede cegonha reduz mortalidade materna em 21% no 1º ano do programa, diz saúde. Brasília, 2012.

CÉSAR, E. S.R; MOURA, S.G.; MELO, M.M.M. et al. Assistência pré-natal realizada pelo enfermeiro (a): um olhar da mulher gestante. Rev. fundam. Care. Online, v.7, n.3, p.2930- 38. 2015.

CASTRO, J. C; CLAPIS, M. J. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, n. 6, p. 960-967, 2019.

COREN. Governo Federal amplia planejamento da gravidez e humanização do parto. Coren – DF. Brasília, 2017.

FERREIRA, G, R. et al. O papel da enfermagem na orientação do aleitamento materno exclusivo. Revista Conexão Eletrônica, v. 13, n. 1, p. 1-18, 2016.

GOMES, M, L; MOURA, M.A.V. Modelo humanizado de atenção ao parto no Brasil: evidências na produção científica. Rev. Enf. UFRJ. 2014.

JAKOBI, H.R. O Parto na Água: um guia para pais e parteiros. 2ª. ed. São Paulo: Ma-nole, 2010. v. 01. 139p.

LIMA, A. A; JESUS, D. S; SILVA, T. L. Densidade tecnológica e o cuidado humanizado em enfermagem: a realidade de dois serviços de saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 28, p. e280320, 2018.

MARQUES, L; et al. Humanização na assistência ao pré-natal e puerpério. 2017.

MARQUES, F. C; AZEVEDO, L. A. Percepção da equipe de enfermagem sobre humanização do parto e nascimento. Rio de Janeiro, vol. 10 n. 3, 2011.

MOURA, F. M. J. A humanização e a assistência de enfermagem ao Parto normal. Revista Brasileira Enfermagem. (2015).

MOUTA, R. J. O; PROGIANTI, J. M. Estratégias de luta das enfermeiras da Maternidade Leila Diniz para implantação de um modelo humanizado de assistência ao parto. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 18, n. 4, p. 731-740, 2019.

PROGIANTI, J.M.; COSTA, R.F. Práticas educativas desenvolvidas por enfermeiras: repercussões sobre vivências de mulheres na gestação e no parto. Revista Brasileira Enfermagem, Brasília, v.65, n.2, p.257-63, mar./abr. 2014.

PEREIRA, S. S; et al. Parto natural: a atuação do enfermeiro diante da assistência humanizada. Tempus Actas de Saúde Coletiva, v. 10, n. 3, p. 199-213, 2016.

PERIPOLLI, O. P; RABELO, M. Assistência ao parto sob a ótica de enfermeiras obstétricas. Rev. Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, Minas Gerais, vol. 7, núm. 3, p. 22, 2019.

PROGIANTI, J. M; PORFÍRIO, A. B. Participação das enfermeiras no processo de implantação de práticas obstétricas humanizadas na maternidade Alexander Fleming (1998-2004). Escola Anna Nery, v. 16, n. 3, p. 443-450, 2012.

REIS, A.E; PATRÍCIO, Z. M. Aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para o parto humanizado em um hospital de Santa Catarina. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, p. 221-230, 2015.

RIBEIRO, J. F. et al. O prematuro em unidade de terapia intensiva neonatal: a assistência do enfermeiro. Journal of Nursing UFPE/Revista de Enfermagem UFPE, v. 10, n. 10, 2016.

ROCHA, D; CARVALHO, R. Humanização da assistência: o que pensam os estudantes de enfermagem Einstein. 2011; 5 (4):315-20.

SALES, C. D; AVELAR, T. C; ALÉSSIO, R. L. S. Parto normal na gravidez de alto risco: representações sociais de primíparas. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 1, p. 303-320, 2018.

SANTOS, I. S; OKAZAKI, E. L. F. J. Assistência de enfermagem ao parto humanizado. Rev Enferm UNISA, v. 13, n. 1, p. 64-8, 2012.

SEIBERT, S.L. et al. Medicalização x humanização: o cuidado ao parto na história. Rev. enferm. UERJ, v. 13, n. 2, p. 245-251, 2015.

SILVA, R. C. et al. O discurso e a prática do parto humanizado de adolescentes. Texto & Contexto Enfermagem, v. 22, n. 3, p. 629-636, 2013.

SILVA, S. N. A importância do acompanhante para a humanização no parto. uma revisão integrativa. 2017.

[1] Técnico de Enfermagem.

[2] Técnico de Enfermagem.

[3] Orientador.

Enviado: Maio, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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