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A contribuição do enfermeiro na realização do exame Papanicolau como método de rastreamento do câncer do colo uterino: Uma revisão integrativa

RC: 101386
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

GOUVEIA, Renata Bezerra de [1], BEZERRA, Sarah Santos [2], BARBOSA, Marluce Sampaio Nobre [3]

GOUVEIA, Renata Bezerra de. BEZERRA, Sarah Santos. BARBOSA, Marluce Sampaio Nobre. A contribuição do enfermeiro na realização do exame Papanicolau como método de rastreamento do câncer do colo uterino: Uma revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 11, Vol. 08, pp. 55-65. Novembro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/contribuicao-do-enfermeiro

RESUMO

O câncer de colo de útero tem sido um dos que mais acomete a população feminina, apenas o câncer de mama está à sua frente. Todavia, seu rastreamento pode ser feito de maneira rápida, simples e efetiva, sendo a principal forma de prevenção. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer de maior incidência, aumentando as estatísticas da doença. O presente estudo baseia-se na seguinte pergunta norteadora: De que forma o enfermeiro pode contribuir para a efetivação do exame Papanicolau? Diante disso, o objetivo do presente trabalho consiste em identificar nas publicações existentes na área da saúde, sobre a atuação do enfermeiro na realização do exame Papanicolau como método de rastreamento do câncer de colo uterino. Trata-se de uma revisão integrativa, por meio de produções científicas da base de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde – LILACS, Scientific Eletronic Library Online – SCIELO, Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, dos últimos 5 anos, ou seja, de 2015 a 2020. Os principais resultados desse estudo evidenciam que o enfermeiro atua de forma a romper as barreiras existentes, no que se refere, a timidez em realizar o exame e principalmente partir para uma conscientização quanto ao comprometimento de buscar o resultado do exame e caso haja alguma alteração ou irregularidade, procurar os profissionais para receber as orientações necessárias. É fato que, para a realização do exame preventivo do câncer do colo uterino, deve haver mais acesso as informações e melhorias no atendimento. Portanto, conclui-se que, além da importância de realizar o exame Papanicolau, há uma necessidade de um trabalho relacionado às práticas de prevenção por parte dos profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, com o objetivo de quebrar ainda alguns paradigmas com relação ao tema.

Palavras-chave: Enfermeiro, Câncer do colo uterino, Exame Papanicolau, Rastreamento.

1. INTRODUÇÃO    

O câncer de colo de útero, também conhecido por câncer cervical, é uma doença que apresenta um quadro evolutivo bastante lento, mas que acomete, sobretudo, mulheres acima dos 25 anos. O principal agente da enfermidade é Papiloma Vírus Humano (HPV), que pode infectar também os homens e estar associado ao surgimento do câncer de pênis (SILVA, 2016).

O Programa de Assistência Integrada a Saúde da Mulher – PAISM, lançado em 1984, tem como principal objetivo de atender a mulher em sua integralidade, em todas as fases da vida, respeitando suas reais necessidades e as características individuais de cada uma delas. Sendo assim, a mulher tem um suporte importante, no que concerne à sua saúde, porém, é preciso querer fazer parte desse processo e os profissionais de enfermagem encontram-se disponíveis para desenvolver o que de fato se conhece por “assistência de enfermagem”, orientando, encaminhando e rompendo barreiras criadas pela sociedade no que tange a saúde e os seus cuidados (BRASIL, 2016).

Segundo Silva et al. (2015) o método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (Papanicolau), este exame previne o câncer de colo uterino e deve ser realizado em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Consiste na coleta de material do colo uterino para exame em laboratório. É um exame simples e barato, porém algumas mulheres ainda resistem em realizá-lo por medo ou pela situação de constrangimento, imaginada por grande parte delas.

Neste contexto, torna-se indispensável à atuação de uma equipe multidisciplinar em todas as unidades básicas de saúde, auxiliando na prevenção de doenças, entre elas, câncer do colo do útero. Assim, o enfermeiro pode ser considerado um verdadeiro pilar, para que a ação preventiva possa ser oferecida e de fato conhecida entre as mulheres, ou seja, ações educativas devem frequentemente ser realizadas pela equipe de enfermagem da unidade básica e consequentemente para as usuárias do Sistema Único de Saúde – SUS que realizam o exame Papanicolau (SANTOS et al., 2015).

Para Andrades (2018) a equipe de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família (ESF) surge com um papel importante na prevenção e detecção do câncer de colo do útero, onde a mesma é responsável em sensibilizar as mulheres e incentivá-las a fazerem o exame de Papanicolau através de programas educativos identificando as mulheres em situação de risco durante o acolhimento na ESF ou na consulta ginecológica, além da coleta do material para a realização do exame de Papanicolau.

Segundo Oliveira e Fernandes (2017) esse tipo de exame também tem sido utilizado em programas de rastreamento do câncer de colo de útero em todo o mundo, buscando interromper o processo de evolução da doença, promovendo a detecção da fase conhecida como a pré-invasiva, ficando cada vez mais eficiente o tratamento e consequentemente a cura da mesma.

É dever do enfermeiro e da equipe de saúde da família promover a integração entre profissionais e pacientes, estimulando estes ao autoconhecimento do corpo e da sexualidade, familiarizando a mulher ao ambiente e ao exame e minimizando sentimentos negativos como o medo, a vergonha, o nervosismo e o constrangimento, que na maioria das vezes os impedem em participar dos programas. Por isso, essa estratégia somente poderá ter sucesso se o profissional estiver de fato compromissado e tiver capacidade para o aconselhamento e a abordagem empática ao paciente (SILVEIRA; MAIA; CARVALHO, 2018).

De acordo com o INCA (2020) o tema não deixa de ser atual, haja visto que o câncer do colo uterino é o segundo câncer mais comum entre mulheres no mundo. Segundo as últimas estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) são 16.590 novos casos. Além disso, o número de mortes cresce, e foram somadas 6.526, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM até o ano de 2018.

O interesse em realizar essa pesquisa nasceu por alguns motivos claros, primeiro, os números alarmantes de casos da doença que tem devastado a vida de milhares de mulheres, ao mesmo tempo em que é um problema grave de saúde pública. A afinidade com a temática saúde da mulher fez com que o tema escolhido fosse exatamente voltado para esse segmento.

Dessa forma, as experiências práticas, acabaram sendo determinantes para a escolha do tema, foi constatado pelo fato de muitas mulheres não realizarem o exame de Papanicolau (conhecido como o método de rastreamento do câncer do colo do útero) e quando realizam não apresentam o compromisso de buscar o resultado.

A problemática do estudo está pautada em descobrir: de que forma o enfermeiro pode contribuir para a efetivação do exame Papanicolau?

O objetivo do estudo consiste em identificar nas publicações existentes na área da saúde, sobre a atuação do enfermeiro na realização do exame Papanicolau como método de rastreamento do câncer de colo uterino. E os objetivos específicos são: levantar informações atualizadas sobre o câncer de colo uterino e sua incidência; descrever a importância da realização do exame Papanicolau e discutir sobre as políticas públicas voltadas à saúde da mulher, especialmente em relação ao câncer de colo uterino.

A principal contribuição que este estudo pode oferecer é de fato romper as barreiras existentes, no que se refere, a timidez em realizar o exame e principalmente partir para uma conscientização quanto ao comprometimento de buscar o resultado do exame e caso haja alguma alteração ou irregularidade, procurar os profissionais para receber as orientações necessárias.

2. METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura, por meio de artigos científicos e materiais sobre o assunto em questão em sites na internet. Este tipo de pesquisa é fundamental nas práticas de investigações, pois através dos registros publicados o investigador tem a oportunidade de encontrar respostas de lacunas existentes (MARCONI; LAKATOS, 2017).

Para a realização da pesquisa foi utilizada a seguinte pergunta norteadora: de que forma o enfermeiro pode contribuir para a efetivação do exame Papanicolau? Para levantamento dos artigos foi realizada uma investigação nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Para a seleção dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: “Enfermeiro”, “Câncer do colo uterino”, “Exame Papanicolau” e “Rastreamento”.

Como critérios de inclusão utilizados para a seleção da amostra foram: artigos publicados em português, no período de 2015 a 2020 e que contemplem a temática estabelecida. Foram excluídos os artigos que não contemplaram o período de tempo estipulado, duplicados e que não se enquadraram nos objetivos da pesquisa.

No período da busca foram identificados um total de 142 artigos relacionados ao tema levantado, destes foram selecionados para compor o estudo 10 artigos, seguindo os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos.

3. RESULTADOS

A amostra final desta revisão foi constituída por dez artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. O quadro 1 representa as especificações de cada um dos artigos, distribuídos, segundo: ano; periódico; nome dos autores e título.

Quadro 1. Artigos levantados nas bases de dados quanto ao ano, periódico, autores e título.

ANO PERIÓDICO AUTORES TÍTULO
2018 Caderno Saúde e Desenvolvimento ANDRADES, Nubia Boeno A atuação do enfermeiro na orientação e prevenção do câncer do colo do útero na atenção básica
2016 Periódico da saúde BRASIL. Ministério da Saúde Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres
2017 Revista Enfermagem Atual CONCEIÇÃO, José Paulo Santos, et al O conhecimento do enfermeiro sobre a prevenção do câncer de colo de útero na atenção básica
2020 Periódico da saúde Instituto Nacional do Câncer (INCA) Câncer do colo do útero
2017 Revista Enfermagem UERJ OLIVEIRA, Jorge Luis Tavares de; FERNANDES, Betânia Maria Intervenções de enfermagem na prevenção do câncer cérvico-uterino: perspectivas das clientes
2019 Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR RIBEIRO, Aclênia Maria Nascimento, et al O papel do enfermeiro na prevenção do câncer do colo uterino
2015 Revista Recien SANTOS, Carla Monteiro, et al O enfermeiro na assistência à mulher com câncer de colo uterino
2015 Rev Rene SILVA, M. A. S.; et al Fatores relacionados a não adesão à realização do exame de Papanicolau
2016 Revista Cultural e Científica do UNIFACEX SILVA, Marili Izidio da Atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo do útero
2018 Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente SILVEIRA, Bruna Leticia; MAIA, Rafaela Cristina Bandeira; CARVALHO, Mariana Ferreira Alves de Câncer do colo do útero: papel do enfermeiro na estratégia e saúde da família

Fonte: Elaborado pelos autores (2021)

4. DISCUSSÃO

O câncer do colo uterino resulta numa multiplicação exagerada e desorganizada das células do colo do útero, e continua sendo um problema grave de saúde pública, com o passar dos anos seus números vem aumentando de maneira assustadora e as projeções desanimadoras de novos casos (ANDRADES, 2018).

Segundo Conceição et al. (2017) o câncer de colo de útero pode ser definido como alterações celulares que ocorrem de forma progressiva e consequentemente gradativa, podendo ser sintomático ou assintomático, sendo em sua maioria assintomático, atua de forma a se desenvolver lentamente, trata-se de uma doença curável, principalmente se for descoberta de forma precoce.

Para Brasil (2016, p. 15) o câncer desde os tempos a. C até os dias atuais vem sendo um grande desafio para a comunidade científica, os estudiosos com estão procurando investir mais na área preventiva e curativa das neoplasias.

De acordo com dados do INCA (2020) o câncer de colo de útero tem uma alta incidência, sendo o seu controle um grande entrave para a saúde pública, é o segundo tipo de câncer que mais acomete as mulheres, ocasionando dessa forma uma alta mortalidade. Andrades (2018) diz que, anualmente são registrados cerca de 470 mil casos novos.

Sabe-se que, o câncer de colo de útero há décadas vem sendo alvo de atenção da comunidade científica por ocupar lugar de destaque nas elevadas taxas de morbidade e mortalidade entre a população feminina, especialmente nos países em desenvolvimento, nos quais esse tipo de câncer relaciona-se com o perfil epidemiológico das mulheres (INCA, 2020).

A colpocitologia oncótica ou Papanicolau é um método realizado de forma manual por profissionais enfermeiros e médicos, onde se permite identificar células sugestivas de pré-invasão até lesões malignas, através de coloração multicrômica de lâminas contendo células cervicais esfoliadas (OLIVEIRA; FERNANDES, 2017).

Para Andrades (2018) o exame normalmente é oferecido as mulheres e realizado nas consultas de planejamento familiar, pré-natal, ginecológica, entre outras que tratam da saúde da mulher, o que não diminui, significativamente, o aparecimento e/ou surgimento do câncer do colo uterino, mesmo sendo esse tipo de câncer uma das poucas afecções malignas, com história que é conhecida pela maioria das mulheres, além de dispor de uma política internacional específica para detecção precoce e erradicação dessa doença.

Conceição et al. (2017) pontuaram que para a realização do exame preventivo do colo do útero, e a fim de garantir a qualidade dos resultados, é de fundamental importância seguir alguns passos, não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais, como por exemplo, evitar ultrassonografia, relações sexuais, anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame. O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico, então deve-se aguardar o término da menstruação.

Realizar o controle do câncer do colo do útero ainda representa um dos maiores desafios para a saúde pública, ou seja, a dificuldade diz respeito ao fato da doença acometer mulheres de várias regiões do mundo, mesmo essa enfermidade tendo um alto potencial de cura quando diagnosticado de maneira precoce. Nesse sentido, espera-se dos profissionais da saúde o papel de orientar a população quanto à importância da realização periódica do exame Papanicolau (CONCEIÇÃO et al., 2017).

No que tange os fatores de risco para o câncer de colo de útero, são dos mais variados possíveis, entre eles, estão a idade, estado civil, doenças sexualmente transmissíveis, principalmente o HPV, nível socioeconômico, dentre outros. Dessa forma, torna-se cada vez mais evidente que a grande maioria deles está relacionada aos cuidados com a saúde e aos estilos de vida, muitas vezes atrapalhado pela necessidade das mulheres em trabalhar e principalmente ainda cuidar da família (SILVA, 2015).

Na concepção de Brasil (2016) estima que se houver um rastreamento nas mulheres de 25 a 65 anos com o exame citopatológico e tratamento das lesões precursoras, haverá uma redução de 80% da mortalidade por esse câncer.

Por outro lado, para Silva (2016) no caso de pacientes grávidas, as atividades de prevenção devem ser desenvolvidas, ou seja, precisa-se aproveitar o atendimento da mulher no pré-natal, pois se trata de um momento especial e nele devem ser asseguradas as ações e as atividades de promoção e proteção tanto da saúde da mulher, como da saúde do seu filho.

Segundo Andrades (2018) dentre as atividades do pré-natal encontra-se o exame Papanicolau que também deve ser realizado, ou seja, a coleta endocervical não tem qualquer contraindicação, porém, deve ser realizada de maneira cuidadosa e com uma correta explicação do procedimento e do pequeno sangramento que pode ocorrer após a realização do procedimento. Como existe uma eversão fisiológica da junção escamo-colunar do colo do útero durante a gravidez, a realização exclusiva da coleta ectocervical na grande maioria destes casos fornece um esfregaço satisfatório para análise laboratorial.

Para Ribeiro (2019) dentre as atribuições do profissional de enfermagem está o desenvolvimento de ações de saúde com integração e práticas educativas que venham desencadear prevenções de doenças, inclusive a do câncer do colo de útero. Na enfermagem o cuidado ao cliente preconiza a necessidade de cada um, isso implica profissionais aptos a essa assistência proporcionando meios concretos e seguros para a sua reabilitação.

A lei do exercício profissional 7499/88 e o decreto 94406/97 que se encontra na portaria 1721/ MEC de 15/12/1994 ressalta que uma das atribuições do enfermeiro é a realização da coleta do PCCU (Preventivo de Câncer do Colo Uterino) em sua consulta de enfermagem (SILVEIRA; MAIA; CARVALHO, 2019).

Segundo Ribeiro (2019) a equipe de enfermagem tem diversas funções que vão desde uma campanha de esclarecimento buscando mostrar as mulheres para a importância da realização do exame citopatológico e preferencialmente devem estabelecer uma integração com grupos/ONG’s que já promovam reuniões regulares, especialmente associações de moradores, de mulheres, clubes de mães, escolas, igrejas e outros.

O papel da enfermagem é de suma importância visto que muitas vezes por falta de orientação e esclarecimentos muitas mulheres deixam de realizar o exame. Nesse cenário, esta profissão cuida do outro como um todo e busca ouvir seus sentimentos, dialogar e, desta forma, ajudar a quem precisa (SANTOS, 2015).

5. CONCLUSÃO

Através desse estudo foi observada a alta incidência de câncer do colo de útero resultando em muitas mortes entre a população feminina, mortes estas evitáveis visto que podem ser prevenidas através de um exame simples, barato e eficaz, o exame preventivo Papanicolau. Observando essas informações, destaca-se que o enfermeiro, segue tendo um papel importante como educador na saúde e na realização do exame.

Por meio da pesquisa bibliográfica descobriu-se que o câncer não é uma doença recente, atualmente sabe-se que o câncer causa desordem nas células sadias, multiplicando além do que o organismo necessita formando tumores que quando acompanhado por metástase se torna maligno, apesar de anos de estudo é ainda hoje conhecida como uma doença onde o tratamento não é totalmente eficaz causando altos índices de mortalidade.

Por outro lado, em se tratando do câncer de colo de útero, constatou-se que este é o segundo câncer que mais afeta a mulher no período de reprodução. Sua forma de prevenção é o exame Papanicolau nome assim referido pelo nome do criador, este exame detecta a lesão precursora deste câncer facilitando seu tratamento. Este câncer na maior parte do tempo é de forma assintomática, quando sintomática significa que esta já está na forma avançada, seu principal fator de risco é o HPV.

Em resposta a questão norteadora: de que forma o enfermeiro pode contribuir para a efetivação do exame Papanicolau? Concluímos que o enfermeiro tem como sua principal função, desde a fase de prevenção primária até a secundária, orientando à mulher quanto os principais fatores de risco e dúvidas em relação à doença conscientizando-a quanto à importância do exame, e ainda na realização dele, encaminhando-a sempre que necessário a um especialista para um tratamento específico.

Portanto, é fato que, para a realização do exame preventivo do câncer do colo uterino, deve haver mais acesso as informações e melhorias no atendimento. Todavia, foi constatado que, além da importância de realizar o exame de PCCU, há uma necessidade de um trabalho relacionado às práticas de prevenção por parte dos profissionais de saúde, com o objetivo de quebrar ainda alguns paradigmas com relação ao tema.

REFERÊNCIAS

AIMI, Deusodete Rita da Silva. Pesquisa narrativa: reflexões sobre produções dos últimos 14 anos. Educação em Perspectiva. Viçosa, MG v. 11 p. 1-15| e 020018|2020

ANDRADES, Nubia Boeno. A atuação do enfermeiro na orientação e prevenção do câncer do colo do útero na atenção básica. Caderno Saúde e Desenvolvimento| vol.12 n.7 | 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

CONCEIÇÃO, José Paulo Santos, et al. O conhecimento do enfermeiro sobre a prevenção do câncer de colo de útero na atenção básica. Revista Enfermagem Atual 2017.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Câncer do colo do útero. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 01/09/2021.

MARCONI, Marina; LAKATOS, Eva. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

OLIVEIRA, Jorge Luis Tavares de; FERNANDES, Betânia Maria. Intervenções de enfermagem na prevenção do câncer cérvico-uterino: perspectivas das clientes. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2017.

RIBEIRO, Aclênia Maria Nascimento, et al. O papel do enfermeiro na prevenção do câncer do colo uterino. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. V.27,n.3,pp.132-134 (Jun – Ago 2019).

SANTOS, Carla Monteiro, et al. O enfermeiro na assistência à mulher com câncer de colo uterino. São Paulo: Revista Recien. 2015; 5(14):19-24.

SILVA, M. A. S.; et al. Fatores relacionados a não adesão à realização do exame de Papanicolau. Rev Rene, Paraná, v.16, n.4, p. 532-539, 2015.

SILVA, Marili Izidio da. Atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo do útero. Carpe Diem: Revista Cultural e Científica do UNIFACEX. v. 14, n. 2, 2016.

SILVEIRA, Bruna Leticia; MAIA, Rafaela Cristina Bandeira; CARVALHO, Mariana Ferreira Alves de. Câncer do colo do útero: papel do enfermeiro na estratégia e saúde da família. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018.

[1] Graduanda em Enfermagem pela Universidade CEUMA. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5279-5771.

[2] Graduada em Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5088-9934.

[3] Orientadora. Mestrado em Doenças Tropicais. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7276-6521.

Enviado: Outubro, 2021.

Aprovado: Novembro, 2021.

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Renata Bezerra de Gouveia

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