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A importância da detecção precoce da falta de audição em neonatos

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

REIS, Leidiane Dutra de Oliveira [1]

REIS, Leidiane Dutra de Oliveira. A importância da detecção precoce da falta de audição em neonatos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 05, pp. 131-146. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/audicao-em-neonatos

RESUMO

Nosso corpo é constituído por cinco sentidos, um deles é a audição, sentido fundamental para o desenvolvimento global do ser humano. Uma criança que nasce sem a audição e não tem um diagnóstico precoce da ausência de tal sentido, pode ter seu desenvolvimento comprometido. Sabendo disso, este estudo tem como questão norteadora: Por que é importante que se descubra o quanto antes a falta da audição em bebês? Os dois primeiros anos de vida é de suma importância para o desenvolvimento das habilidades auditivas, sendo assim ao se detectar uma alteração na audição de uma criança, é fundamental a intervenção logo de imediato para a preservação do desenvolvimento natural dessas habilidades. Temos como objetivo mostrar a importância da detecção precoce da audição em bebês, visando contribuir para a maior conscientização de profissionais e pais frente aos benefícios do diagnóstico precoce da deficiência auditiva. Conhecendo o fato que a falta da estimulação proporcionada através da audição pode afetar o desenvolvimento, conclui-se que uma pessoa com alterações na audição pode apresentar graves dificuldades e atrasos no seu desenvolvimento global, podendo citar mais especificamente atrasos na aprendizagem, na linguagem oral e escrita bem como em sua vida social. Se tais alterações forem detectadas precocemente, maiores serão as chances de um desenvolvimento normal. A literatura revisada nesse estudo refere-se especificamente a livros e artigos. No que se refere aos livros, foram selecionados capítulos ou obras cujos títulos abordavam os assuntos: triagem auditiva neonatal e ou perda auditiva em neonatos. Quanto aos artigos em revistas cientificas, a busca foi realizada nos portais Lilacs, Scielo e Google acadêmico, sob os descritores indexados: perda auditiva, triagem auditiva neonatal, perda auditiva em neonatos. Totalizando 25 obras, entre livros e artigos, no período de janeiro a abril de 2016.

Palavras-chave: Audição, Bebês, Intervenção precoce, Perda Auditiva.

1. INTRODUÇÃO

A audição desempenha um papel fundamental no desenvolvimento global da criança, especialmente em relação à aquisição da linguagem (LEVY, 2015).

A criança adquire as formas fonéticas e simbólicas da linguagem dos adultos, por imitação. As interações sociais são fundamentais no processo da construção da linguagem, desde o momento da concepção. O papel do adulto é fundamental, pois ele introduz a criança no universo linguístico desde que ela nasce (ZORZI, 1993; FREIRE, 1996).

A estreita relação entre audição e aquisição da linguagem é própria do ser humano, porque é uma função fechada no tempo e está relacionada a períodos maturacionais que ocorrem muito cedo na vida do bebê (RUSSO e SANTOS, 1994).

A audição desempenha um papel decisivo na aquisição da linguagem oral. Os  prejuízos acarretados pela presença da deficiência auditiva sobre o desenvolvimento infantil são amplamente conhecidos, constando entre os mais descritos na literatura, o comprometimento nos mecanismos de construção da fala, o pobre desempenho acadêmico e os transtornos emocionais que levam a limitações no convívio social (NETO, 2007).

A pessoa com deficiência auditiva pode sofrer danos em diferentes aspectos de sua vida. Mais especificamente em crianças, a surdez promove efeitos devastadores, impedindo, em muitos casos, o desenvolvimento normal de linguagem, fato que afetará sua integração social, o processo de escolaridade, e mais tarde, até mesmo sua inserção no mercado de trabalho.

Não são poucos os indivíduos que sofrem as consequências de comprometimentos auditivos. Dados da Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006) apontaram que em 2005, havia 278 milhões de pessoas no mundo com deficiência auditiva incapacitante (moderada a profunda) sendo que a maioria vive em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. No Brasil, segundo o Comitê Brasileiro sobre Perdas Auditivas na Infância, a deficiência auditiva neurossensorial bilateral em neonatos saudáveis acomete entre um a três neonatos em cada mil nascimentos, prevalência 3:1000, e em cerca de 2 a 4% nos provenientes de Unidades de Terapia Intensiva (COMITÊ BRASILEIRO SOBRE PERDAS AUDITIVAS NA INFÂNCIA, 2000).

Quando a surdez é detectada rapidamente em crianças recém-nascidas, as intervenções podem ter resultados bastante satisfatórios, pois os efeitos da perda auditiva serão minimizados com a utilização de dispositivos eletrônicos, como as próteses auditivas e implantes cocleares e métodos de habilitação voltados para o desenvolvimento de habilidades auditivas e de linguagem (HILÚ e ZEIGELBOIM, 2007).

Segundo Oliveira e colaboradores (1998), a detecção precoce da deficiência auditiva é essencial para prevenir ou diminuir os possíveis riscos e desvios que possam surgir no desenvolvimento global da criança. Parece que ressaltar a importância da triagem auditiva neonatal, na busca de alertar pais e profissionais para os benefícios da triagem auditiva em bebês recém-nascidos, faz parte dos apontamentos de diversos pesquisadores.

Em 2010 foi sancionada pelo Presidente da República a Lei 12303/10 que dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame denominado emissões otoacústicas evocadas (EOA) em todas as crianças nascidas vivas no Brasil (BRASIL, 2010).

A fim de minimizar os prejuízos sociais em crianças nascidas com perda auditiva, o exame de EOA é realizado até o primeiro mês de vida com o objetivo de diagnosticar precocemente danos na audição, caracterizando a triagem auditiva neonatal (TAN), um procedimento não invasivo, rápido e com baixo custo. No Brasil, um dos primeiros programas voltados à TAN foi implantado em 1987, no Hospital Universitário de Santa Maria, em Santa Maria/RS (AURÉLIO, 2010).

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO

Segundo Azevedo (1993) o aparelho auditivo tem duas funções, a do equilíbrio e a auditiva e se divide em orelha externa, média e interna. A função sonora compreende na captação, transmissão, transdução e codificação das ondas sonoras, enquanto a função de equilíbrio baseia-se na captação da pressão da gravidade e do deslocamento do corpo no espaço. Uma vez que a função auditiva é de interesse direto do presente trabalho, a mesma será abordada de forma mais detalhada.

2.1.1 ORELHA EXTERNA

Hungria (2000) diz que a orelha externa é composta pelo pavilhão auricular, meato acústico externo e membrana timpânica. O pavilhão auricular é uma estrutura fibrocartilaginosa e que têm na sua composição, saliências e reentrâncias, como a hélix, a anti-hélix, o tragos e o anti-tragos. A depressão mais central é a concha e abertura do conduto auditivo externo, que chamamos de porus acústico externo. Apresenta variações anatômicas, de coloração e tamanho, conforme a etnia.

O meato acústico externo se estende da concha do pavilhão à membrana timpânica, em direção a qual o som é conduzido. Estruturalmente, o meato acústico externo tem formato de “S” e pode ser dividido em um terço lateral, cartilagíneo, e dois terços mediais, ósseos, ambos recobertos internamente por revestimento cutâneo. Na parte cartilagínea estão presentes os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e as glândulas ceruminosas (secretam o cerume).

Segundo Lopes (2013) a membrana timpânica é uma membrana fina e translúcida, que separa a orelha externa da orelha média. Possui aproximadamente 10mm de diâmetro e 80mm2 de superfície. Não é uma superfície plana. Apresenta uma pequena concavidade em seu centro chamada de umbigo, que corresponde à extremidade do cabo do martelo. A membrana timpânica é formada por três camadas: externa, interna e média. A camada externa, de origem ectodérmica, apresenta característica epitelial enquanto a camada interna, de origem endodérmica, apresenta característica mucosa. A camada média, de origem mesodérmica, é constituída de fibras radiais e não radiais (circulares, parabólicas e transversais) que dão consistência própria à membrana timpânica. A camada média está ausente na porção superior da membrana timpânica, a denominada parte flácida. A outra porção da membrana timpânica corresponde à parte tensa, de grande relevância, responsável pela transmissão da vibração sonora para o ouvido médio. O martelo encontra-se aderido à camada média da membrana timpânica.

A orelha externa tem a função de promover a captação e o encaminhamento da onda sonora para a orelha média. O pavilhão auricular e o meato acústico externo possuem propriedades acústicas que ampliam o efeito da “sombra sonora” da cabeça e realçam a sensitividade para determinados sons.

2.1.2 ORELHA MÉDIA

Representada pela cavidade timpânica ou caixa do tímpano, comunica-se anteriormente com a nasofaringe através da tuba auditiva e posteriormente com a mastóide (HULL, 1997). Nela está presente a cadeia ossicular constituída por três ossículos: o martelo (diretamente ligado a membrana timpânica), a bigorna e o estribo (em contato com a cóclea através da janela oval). Atua transmitindo o som para a orelha interna.

A tuba auditiva é também uma estrutura associada à orelha média. É um canal que liga a cavidade timpânica à nasofaringe e é composta de tecido ósseo e cartilaginoso, revestida por epitélio ciliado. Tem como função a ventilação da orelha média, que é feita quando a tuba se abre intermitentemente. Para que o sistema tímpano-ossicular vibre perfeitamente é de suma importância o equilíbrio entre a pressão atmosférica e a do ar da cavidade timpânica. A tuba auditiva infantil é mais curta, mais larga e mais horizontalizada.

2.1.3 ORELHA INTERNA

A orelha interna, ou labirinto, pode ser dividida em duas partes: o labirinto ósseo e o labirinto membranáceo (HULL, 1997). O labirinto ósseo compreende a cóclea (responsável pela transformação da energia acústica (mecânica) em energia elétrica, o vestíbulo e os canais semicirculares. O labirinto membranáceo, contido dentro do labirinto ósseo, forma um sistema fechado de ductos que se comunicam entre si. As estruturas do labirinto membranoso correspondem aos órgãos receptores responsáveis pela transdução do estímulo mecânico em impulso nervoso.

Os sinais gerados na orelha interna, quando se registram as vibrações sonoras, são encaminhados pelo nervo coclear até a cavidade craniana. O nervo coclear transmite a vibração sonora sob a forma de estimulação elétrica até o centro auditivo. Nessa região os estímulos elétricos levados pelo nervo coclear são interpretados e se elabora a percepção do som.

Devido a complexidade da anatomia e fisiologia da orelha interna, vamos nos ater a uma pequena introdução, apenas para o entendimento.

2.2 DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO AUDITIVO

Ainda no ventre materno o bebê já é capaz de ouvir, a audição é uma forma de comunicação do bebê com o mundo externo.

Na décima segunda semana de gestação, a orelha interna está quase formada  e após a vigésima semana de gestação, fisiologicamente, a cóclea possui função auditiva normal (EISENBER, 1976).

No recém-nascido a termo, o sistema auditivo é capaz de transmitir os sinais para o cérebro (córtex auditivo) logo após o nascimento. Hull (1997) descreveu que ao nascer o bebê apresenta apenas audição do tipo reflexa, como estremecimento, reflexo cócleo-palpebral ou respostas comportamentais como, cessar movimentos, alteração na sucção, acordar. Conforme o crescimento do bebê, essas respostas reflexas, que estavam presentes com dois ou três meses de idade, começam a se modificar pelo processo de maturação do sistema nervoso central (SIMÃO; COUTO; FUJINAGA, 2008)). A partir daí surgem novas respostas aos sons, sendo estas ligadas às novas experiências auditivas que a criança adquire. Com isso, ao invés de ser apenas reflexa, a audição passa a ficar mais aguçada, sensível e complexa, importante para a compreensão e produção da fala.

Conforme o Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal, o desenvolvimento da audição ocorre da seguinte forma:

  • 0-3 meses: o bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos, como a batida de porta e acalma-se ao ao ouvir a voz familiar.
  • 3-6 meses: o bebê olha ou mexe a cabeça para os lados procurando a origem do som, reconhece a voz materna e emite sons sem significado (balbucio).
  • 6 meses: o bebê localiza prontamente sons de seu interesse, até em intensidade suave, virando a cabeça para o lado em que o som foi apresentado.
  • 9 meses: o bebê localiza sons nas direções abaixo e acima da sua cabeça, intensifica o balbucio e brinca com a própria voz, repetindo suas emissões (ex: dá, dá, dá).
  • 1 ano: o bebê, quando solicitado, aponta e reconhece o nome de objetos e pessoas familiares, atende a ordens simples (ex: dar tchau, bater palmas…) e emite as primeiras A partir desta idade o desenvolvimento de linguagem é intensificado, com aumento constante do vocabulário.
  • 2 anos: o bebê usa sentenças simples combinando palavras e usa a linguagem para se comunicar.

2.3 CARACTERÍSTICAS DA PERDA AUDITIVA

Perda auditiva é a redução da audição em qualquer grau que reduza a inteligibilidade da mensagem falada para a interpretação apurada ou para a aprendizagem (NOBREGA et al., 2012). Qualquer tipo de perda auditiva pode comprometer a linguagem, o aprendizado, o desenvolvimento cognitivo e a inclusão social da criança.

A deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida. A deficiência auditiva congênita caracteristicamente compromete a audição do bebê quando o mesmo ainda está em formação, assim sendo, o bebê nasce com a deficiência instalada. São em geral causadas por malformações do ouvido, acarretadas por fatores genéticos, doenças adquiridas pela mãe (rubéola e toxoplasmose) ou pelo uso de medicamentos que danificam o ouvido do feto. A deficiência auditiva adquirida pode ocorrer no período perinatal ou no decorrer da vida do indivíduo.

O período perinatal se estende do nascimento ao oitavo dia após o parto. Segundo Lima, Barba e Santos (2000) neste período diversos fatores podem comprometer de modo permanente a audição da criança, são exemplos: a hipóxia neonatal, prematuridade, hipermaturidade, hiperbilirrubinemia, traumas de parto, uso de medicamentos ototóxicos e exposição ao ruído em incubadoras nas unidades de tratamento intensivo. De todas as condições de risco em que um recém-nascido se enquadra, a prematuridade é a que comparece em índices mais elevados na prática hospitalar. Os bebês que conseguem sobreviver muitas vezes trazem conseqüências graves de saúde, sendo a deficiência auditiva uma delas. Alguns estudos vêm mostrando que os bebês ficam expostos a níveis de pressão sonora elevados no período que permanecem dentro das incubadoras (LICHTIG, 1992).

Diversas pesquisas vêm publicando a necessidade de se avaliar a audição de  recém-nascidos de alto risco visando detectar sinais de dificuldades auditivas.

Após o nascimento as  causas mais frequentes da incidência da perda auditiva são, entre outras, as otites médias, encefalite, drogas ototóxicas, traumas cranioencefálicos, traumas acústicos, diabetes mellitus, doenças auto-imunes, otoesclerose, tumores do nervo auditivo e as doenças infectocontagiosas como sarampo, caxumba e meningite bacteriana (LIMA; BARBA e SANTOS, 2000).

Alguns autores apontam o uso de drogas ototóxicos e a meningite bacteriana como as causas mais frequentes.

Diversas possibilidades etiológicas podem ser responsáveis pela deficiência auditiva, porém muitos dos casos têm origem desconhecida.

Além da uni ou bilateralidade da perda, as deficiências auditivas podem ser classificadas de acordo com o grau e o local da lesão. De acordo com o grau a perda auditiva é classificada como sendo: leve, moderada, moderadamente severa, severa ou profunda (LLOYD e KAPLAN, 1978). Enquanto a perda leve incapacita o indivíduo para ouvir sons fracos e provoca a dificuldade em compreender a fala em ambientes ruidosos, a perda severa e profunda incapacita a comunicação oral sem o uso de prótese auditiva. De acordo com o local da lesão a perda auditiva pode ser de condução, percepção (neurossensorial) ou mista (SILMAN e SILVERMAN, 1997).

A perda auditiva condutiva ocorre quando as estruturas do ouvido externo e ou médio encontram-se danificadas ao ponto de reduzir a intensidade do som transmitido. Grande parte das perdas condutivas não é permanente e pode ser tratada com medicamentos ou procedimentos cirúrgicos. A perda auditiva neurossensorial, ou sensorioneural, ocorre quando as células ciliadas da cóclea ficam prejudicadas e o som perde intensidade e qualidade no caminho ao córtex cerebral onde o mesmo é processado. Uma vez danificadas, as células ciliadas não são passível de recuperação, o que torna este tipo de perda permanente. A perda auditiva mista, como o próprio nome sugere, consiste em lesões nas estruturas de orelha externa/média e interna.

2.4 TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL

A triagem auditiva é um procedimento simples e rápido que pode se aplicar a um grande número de bebês e tem como objetivo identificar aqueles que têm alta probabilidade de apresentar perda auditiva e portanto necessitam de um diagnóstico audiológico mais completo. Faz-se necessário salientar que a identificação precoce de uma perda auditiva, possibilita uma intervenção fonoaudiológica imediata.

A triagem auditiva neonatal universal deve ser realizada em todos os recém- nascidos, independentemente de apresentarem risco para perda auditiva, de preferência após 24h do nascimento e antes da alta hospitalar.

Surpreendentemente, muitos estudos realizados após a implantação da triagem auditiva neonatal nos grandes centros concluíram que apenas 50% dos diagnósticos estavam associados à existência de fatores de risco para a perda auditiva. Este fato alertou para a quantidade de recém-nascidos com alguma perda de audição eram negligenciados quando a triagem era realizada somente nos recém-nascidos de risco (LEVY, 2012).

Segundo Azevedo (2004), o critério utilizado na triagem auditiva é o de passa (quando o bebê não apresenta probabilidade de apresentar perda auditiva) ou falha (quando o bebê apresenta probabilidade de apresentar perda auditiva e necessita de uma avaliação completa).

Os procedimentos de triagem auditiva neonatal podem ser divididos em comportamentais e eletrofisiológicos (LIMA; BARBA e SANTOS, 2000). A triagem comportamental envolve a audiometria de observação comportamental, cuja simplicidade de aplicação e baixo custo revelam-se fundamentais para sua adoção em diversos serviços de neonatologia, apesar de, atualmente, haver um consenso de que essa técnica não consiste na mais adequada para a avaliação do recém- nascido. A triagem eletrofisiológica envolve a Audiometria de Tronco Cereblal (Brainstem Evoked Response Audiometry – BERA) e as Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE). A seguir serão detalhados os procedimentos das triagens citadas.

2.4.1 AUDIOMETRIA DE OBSERVAÇÃO COMPORTAMENTAL

A Audiometria Comportamental tem como base a identificação de comportamentos reflexivos ou espontâneos de um bebê, nos primeiros meses de vida, frente a determinados estímulos sonoros. Russo e Santos (1994) citam como principais respostas reflexas o reflexo cócleo-palpebral (RCP), o reflexo de susto (Startle) e de acordar. Além dessas respostas reflexas, Azevedo (1991) classifica comportamentos espontâneos de resposta positiva a um estimulo sonoro: a atenção ao som, a procura da fonte sonora, a localização lateral, a localização para baixo e para cima, sejam estas de forma indireta ou direta.

Os estímulos sonoros para descobrir as respostas comportamentais dos bebês são oferecidos através de instrumentos musicais ou por um audiômetro específico, comumente denominado de audiômetro pediátrico.

No caso dos instrumentos musicais são utilizados o guizo, o agogô, o sino e o black-black. Os estímulos são dados em ordem crescente de intensidade, à direita e à esquerda, à 20 cm do pavilhão auricular do bebê por 2 segundos, obedecendo o  intervalo de 30 segundos entre um estímulo e outro. O estímulo também é dado 20 cm abaixo e 20 cm acima. Russo e Santos (1994) afirmam que um bebê pode mostrar que ouviu, modificando o seu comportamento quando o som foi apresentado. Salientam que a avaliação audiológica em bebês de até seis meses é muito mais qualitativa do que quantitativa.

No caso do audiômetro pediátrico os estímulos são gerados eletronicamente, com especificidade de freqüências e intensidades, assim como ocorre num audiômetro comum, porém sem fones. Consiste em um equipamento que pode ser facilmente carregado em mãos pelo seu tamanho consideravelmente reduzido.

2.4.2 AUDIOMETRIA DE TRONCO CEREBRAL (BERA)

Bohrer (2010) diz que o BERA é o registro das ondas eletrofisiológicas geradas em resposta a um som apresentado e captado por eletrodos colocados na cabeça do RN e avalia a integridade neural das vias auditivas até o tronco cerebral.

Consiste em um teste que avalia a integridade e a atividade bio-elétrica da via  auditiva, detectando perdas auditivas de grau leve a profundo, uni ou bilaterais. Os potenciais auditivos evocados do tronco cerebral têm sido utilizados em recém-natos há mais de 20 anos, tendo o reconhecimento quanto à sua eficiência.

O objetivo deste tipo de teste é determinar o limiar de resposta auditiva, sendo que a análise das ondas resultantes permite caracterizar o tipo de perda auditiva e a localização da lesão. A análise dos resultados não somente provê informações sobre os limiares auditivos, mas também sobre a condução do estímulo apresentado. A condução é investigada a partir do intervalo de tempo entre a apresentação do estímulo e a obtenção da resposta, a chamada latência de resposta, provendo informações sobre a maturidade neurológica do recém-nascido.

Dentre os estímulos mais usados estão o clique e o tone burst. O clique consiste em um estímulo de longo espectro, abrangendo as freqüências de 2000 a 4000 Hz, e em função de suas características acústicas provê o desencadeamento de um grande número de respostas sincrônicas neuronais. O tone burst é mais utilizado para obter informações de freqüências específicas.

As ondas encontradas no registro do BERA são geradas por estruturas ao longo da via auditiva. Uma das classificações mais utilizadas é a de Möller, Janetta, Bennett e Möller (1981), na qual estão descritos os seguintes sítios geradores:

  • Onda I: porção distal ao tronco cerebral do nervo auditivo;
  • Onda II: porção proximal ao tronco cerebral do nervo auditivo;
  • Onda III: núcleo coclear;
  • Onda IV: complexo olivar superior;
  • Onda V: lemnisco lateral;
  • Onda VI: colículo inferior;
  • Onda VII: corpo geniculado medial.

Respostas normais para as principais ondas do BERA (HALL, 1992):

  • Onda I: latência: 1,5 a 1,9 mseg.
  • Onda III: latência: 3,5 a 4,1 mseg.
  • Onda V: latência: 5,0 a 5,9 mseg.

Este exame mostra importantes vantagens: é objetivo, avalia as orelhas separadamente, avalia as vias auditivas da cóclea ao tronco alto e não sofre interferência de eventuais alterações de orelha externa e média. No entanto, para fins de triagem neonatal mostra significativas desvantagens: alto custo do equipamento, limitação de intensidade e freqüências pesquisadas, exige sedação, tempo de aplicação de 30 minutos e pode apresentar ausência de respostas em crianças com imaturidade neurológica.

2.4.3 EMISSÕES OTOACÚSTICAS

As Emissões Otoacústicas (EOA) foram primeiramente observadas pelo inglês David Kemp, em 1978. O pesquisador observou que um estímulo auditivo provoca a liberação de energia sonora na cóclea, que se propaga pela orelha média, até alcançar o conduto auditivo externo.

O exame de EOA baseia-se na captação deste som originário da cóclea através de uma pequena sonda introduzida no meato acústico externo. Um estímulo sonoro é apresentado na orelha externa, atingindo a cóclea. Havendo uma integridade das estruturas da orelha interna, uma resposta em forma de “eco” será enviada no sentido contrário, sendo esta captada pelo equipamento, processada e lançada em um gráfico.

O descobrimento das Emissões Otoacústicas contribuiu para a formação de novo conceito sobre a função da cóclea, mostrando que esta não é só capaz de receber sons, mas também de produzir energia acústica. Esta propriedade vem sendo atribuída às células ciliadas externas (PLINKIRT, 1991) e é controlada através das vias auditivas eferentes. Segundo Parrado e Gattaz (1995) as Emissões Otoacústicas podem ser classificadas em duas categorias: Espontâneas e Evocadas. Podem ser registradas em indivíduos que apresentam limiares de, no máximo, 30 dBNA (VONO-COUBE E COSTA FILHO, 1998).

A EOAE refere-se a um método de aplicação relativamente simples que pode ser realizado em qualquer faixa etária, é não invasivo, rápido e objetivo, dispensa sedação e o uso de eletrodos característicos no BERA. Tais vantagens conferem a este exame audiológico uma forte indicação para sua aplicação em recém-nascidos.

Existem dois tipos de EOA e ambos os procedimentos apresentam sensibilidade e especificidade adequados para a TAN:

  • EOA evocadas Transientes:

O estímulo utilizado é o clique abrangendo as faixas de freqüências que variam, dependendo do equipamento utilizado, entre 1000 a 5000 Hz.

  • EOA evocadas – Produto de Distorção:

O estímulo utilizado é a combinação de 2 tons puros e a resposta captada num dos pontos de distorção gerados por esta combinação de tons na membrana basilar. Podem ser utilizados estímulos com freqüências variando entre 750 a 10.000 Hz (GATANU, 2010).

As Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT) têm sido citadas como melhor procedimento para triagem auditiva neonatal. Apesar da indicação, este método de avaliação auditiva mostra desvantagens, uma vez que avalia somente da cóclea, depende da integridade da orelha externa e média, é restrito no que se refere à faixa de freqüência investigada e é realizado com um equipamento de alto custo.

2.5 DETECÇÃO E INTERVENÇÃO

Em função das características da fase, a deficiência auditiva do bebê pode passar despercebida por um longo tempo, motivo pelo qual a triagem neonatal é tão importante. As Emissões Otoacústicas (Teste da orelhinha) têm se mostrado o procedimento mais utilizado nos programas de Triagem Auditiva Neonatal, pode ser realizado 48 horas após o nascimento de uma criança, de preferência precedendo a alta da maternidade, a fim de possibilitar que um maior número de recém-nascidos sejam submetidos ao teste. Pesquisas têm mostrado que as EOA apresentam menor número de falsos-positivos (crianças que falham na triagem, porém não é constatada perda auditiva) e falsos-negativos (crianças que passam na triagem e posteriormente se constata perda auditiva) quando comparados ao Potencial Auditivo Evocado (BERA), principalmente nas primeiras 48 horas de vida devido a imaturidade do SNC (BORGES, MOREIRA, PENA et al, 2006).

No entanto avaliando estas pesquisas há um consenso que a triagem auditiva neonatal seja feita com as EOA e os casos positivos sejam submetidos a segunda triagem confirmatória com o BERA. Se o bebê não apresenta as respostas esperadas, o diagnóstico deve ser fechado até os 3 meses de idade e caso a perda auditiva seja confirmada, o bebê deve ser encaminhado para a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual – AASI ou implante coclear e terapia fonoaudiológica especializada.

Em geral a triagem é feita no próprio berçário e é recomendado para todos os recém-nascidos, mesmo para aqueles que não têm casos de surdez na família ou que não sofreram intercorrências na gestação e parto. Como já referido a triagem pode ser feita por meio de Emissões Otoacústicas, Potenciais Auditivos Evocados do Tronco Cerebral ou audiometria comportamental reflexa (cócleo-palpebral), porém devem ser feitos por profissionais habilitados. Erros na interpretação de respostas podem gerar diagnósticos equivocados e caso haja a deficiência auditiva podem retardar o diagnóstico, impedindo que a criança se beneficie da intervenção fonoaudiológica precoce e causando atraso inaceitável no desenvolvimento da linguagem.

A Triagem Auditiva Neonatal passou a ser estudada de forma mais intensa em função das evidências que a identificação precoce das deficiências auditivas em crianças, assim como a intervenção audiológica, até os seis meses de idade possibilitam que o processo de aquisição de linguagem e de habilidades cognitivas ocorram próximo da normalidade, provendo uma melhora na qualidade de vida do deficiente auditivo (YOSHINAGA-ITANO, 1999), porém, infelizmente, sabe-se que grande parte dos deficientes só é diagnosticada bem mais tarde em torno de 3 a 4 anos de idade.

2.6 LEGISLAÇÃO

A tentativa de implantar a triagem auditiva neonatal em todas as maternidades do território nacional tem sido uma busca de diversos profissionais da saúde que têm a consciência da gravidade das conseqüências acarretadas pelo diagnostico tardio da deficiência auditiva. A triagem auditiva neonatal universal – TANU conseguiu algumas recomendações importantes. Segundo a Recomendação Nº 01/99 do Comitê Brasileiro sobre Perdas Auditivas na Infância, todas as crianças devem ser testadas ao nascimento ou no máximo até três meses de idade.

No município de Franca, em São Paulo, uma lei municipal (nº 5.888, de 19 de março de 2003) “dispõe sobre a obrigatoriedade da realização de triagem auditiva neonatal nas maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Município de Franca”.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A audição é o sentido mais importante do homem em sua vida de relações humanas. Por meio da audição, a linguagem oral pode ser adquirida. Espera-se, com este estudo, ter mostrado o quanto é a importante a detecção precoce da audição em neonatos, para que os prejuízos da detecção tardia sejam minimizados ou até mesmo inexistentes. Quanto antes for feita a detecção e o diagnóstico da perda auditiva, maiores as chances de um desenvolvimento normal a criança apresentará.

A justificativa principal para detecção da deficiência auditiva (DA) no berçário refere-se ao impacto causado pela DA na aquisição da fala e linguagem, no desempenho acadêmico e no desenvolvimento socioemocional. Os primeiros dois anos de vida são os mais importantes para aquisição da fala e linguagem. A meta de identificar, detectar e intervir o mais cedo possível, minimiza ou previne estes efeitos adversos. Avanços tecnológicos têm propiciado melhores oportunidades para a detecção da DA no período neonatal.

Os benefícios decorrentes da intervenção precoce variam de acordo com a severidade e tipo de DA. É importante ressaltar que estes benefícios somente serão atingidos se os serviços especializados estiverem disponíveis e acessíveis àqueles bebês diagnosticados como deficientes auditivos, bem como a seus familiares.

Quando a surdez é diagnosticada precocemente, cada família irá agir de uma maneira. No entanto, presume-se que os pais em geral terão uma reação de choque, uma vez que 90% das crianças surdas nascem em famílias ouvintes. Para a maioria dos pais, a surdez é algo desconhecido. Então eles não sabem o que esperar daquela criança.

É preciso saber que quando cuidamos de crianças com deficiência auditiva, não devemos olhar somente a criança, devemos olhar também os pais, a família, os sonhos e expectativas projetadas naquele filho. São as crianças e suas famílias que vão viver com as consequências de nossas ações precoces (ROSS MARK,1992).

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[1] Pós-graduada em Audiologia pela Clínica-Escola CEDAP, Fonoaudióloga pela Universidade Veiga de Almeida.

Enviado: Junho, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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Leidiane Dutra de Oliveira Reis

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