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Assistência de Enfermagem na Prevenção de Sífilis Congênita

RC: 70199
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

VIANA, Rosiane [1], SILVA, Adriana Monteiro da [2], SANTOS, Matheus Freitas [3], NUNES, Ronaldo Lima [4]

VIANA, Rosiane. Et al. Assistência de Enfermagem na Prevenção de Sífilis Congênita. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 16, pp. 38-51. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/assistencia

RESUMO

Introdução: A sífilis congênita é um importante problema de saúde pública, pois pode afetar severamente a vida do bebê que pode nascer prematuramente e ter seu desenvolvimento afetado. Objetivo: analisar como o enfermeiro pode atuar na prevenção à sífilis congênita. Materiais e Métodos: Estudo bibliográfico desenvolvido durante os meses de março a junho de 2020, em que foram utilizadas literaturas especializadas na temática entre os anos de 2015 a 2019 presentes nas seguintes bases de dados que foram selecionadas para a busca dos estudos: Cientific Electronic Library Online– (SciELO),  Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Buscou-se por artigos que atendessem os critérios de inclusão. Resultado: O levantamento bibliográfico realizado mostrou que o enfermeiro é um profissional importante para a prevenção da sífilis congênita, pois ele é o primeiro profissional a receber as gestantes e oferecer a elas e a seus parceiros as informações iniciais relativas ao pré-natal.  Conclusão: verificou-se que há a necessidade de oferecer aos enfermeiros capacitação para que eles sejam capazes de atender de forma  eficiente, uma vez que o tratamento deve ser de inicio imediato, visando o seu sucesso e a garantia de não haja a transmissão vertical da sífilis congênita.

Palavras-Chave: Sífilis congênita, atuação do enfermeiro, prevenção.

INTRODUÇÃO

A sífilis congênita (SC) é uma patologia, causada pela bactéria Treponema pallidum, que quando não tratada ou não tratada adequadamente, pode ser transmitida para o feto, via placentária, em qualquer fase da gestação (SILVA, 2015).

Sobre a ocorrência da sífilis congênita, verifica-se que a maior taxa de infecção atribui-se pela transmissão vertical, enquanto à infecção pelo canal de parto apresenta um menor percentual de casos, assim como em relação à amamentação. Neste sentido, o risco de infecção fetal por doença materna não tratada recente é de 80 a 90% (BECK; SOUZA, 2018).

A sífilis congênita pode ser identificada como precoce (quando diagnosticada  nos primeiros meses de vida) ou tardia (quando sua manifestação ocorre após o segundo ano de vida originando úlcera gomosa e lesões petéquias), o que caracteriza cada conforme o aparecimento dos sinais clínicos, podendo acarretar várias sequelas para o bebê, tanto no período da infância, como durante a vida adulta (ALMEIDA et. al., 2018).

A sífilis precoce apresenta três estágios: 1) estágio primário, onde tem-se o surgimento de uma ferida ulcerada, de base dura, altamente infecciosa que desaparece em poucas semanas; 2) estágio secundário, que corresponde a pequenas feridas localizadas principalmente nas mucosas devido a febre baixa e o mal estar, de modo a se tornar latente após algumas semanas; 3) e a latente inicial, no qual os sintomas da doença não se manifestam, ao passo que o vírus permanece adormecido. Assim, a Sífilis tardia trata-se da sífilis latente tardia, da sífilis gengival, da neurológica e da cardiovascular

A sífilis congênita passou a fazer parte da lista de doenças compulsórias em 1986. Nove anos depois, em 1995, o Brasil foi nomeado como signatário da Resolução CE116/14 da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) (BECK; SOUZA, 2018).

O ministério da saúde tinha como propósito a eliminação da sífilis congênita até o ano 2000, o qual não foi alcançado, visto que ainda se enfrenta a crescente incidência de sífilis congênita na população (MELLO; SANTOS, 2015).

Segundo os dados do Ministério da Saúde publicados em 2019, no boletim epidemiológico de Sífilis, verificou-se que no ano de 2018, o número total de casos notificados de sífilis em gestantes no Brasil foi de 62.599, número correspondente a 25,7% de casos a mais que no ano anterior. No mesmo ano, 26.219 casos de sífilis congênita também foram registrados, apresentando uma taxa de incidência de 9,0 casos/1.000 nascidos vivos no Brasil (SOUZA et. al, 2018).

Ademais, entende-se que a sífilis pode ocasionar sérios problemas durante o período gestacional, como o risco da ocorrência do aborto espontâneo até a vigésima semana de gestação. Podendo, também, provocar o nascimento prematuro e afetar o desenvolvimento da criança sobre o seu crescimento, onde a criança mostra-se pequena para a idade gestacional (crescimento limitado), assim como o baixo peso ao nascer (LEITE et. al, 2016).

A sífilis congênita pode causar aumento da placenta e inflamação do cordão umbilical, o que pode causar problemas na nutrição do bebê. (LACERDA; RODRIGUES; CARNEIRO, 2016).

A realização deste estudo é de grande relevância, pois no processo de prevenção à sífilis congênita o enfermeiro pode exercer um papel de significativa importância, principalmente no que diz respeito a orientações e no processo educativo de gestantes e seus parceiros (FERNANDES, 2017).

Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo geral analisar as ações do Enfermeiro no atendimento primário a gestantes com sífilis a fim de evitar a transmissão congênita. Sendo os objetivos específicos: Apresentar os efeitos que a sífilis congênita causa na saúde da mãe e do bebê; discorrer sobre o papel da enfermagem na prevenção à sífilis congênita; verificar quais são as limitações encontradas pelos enfermeiros para a realização do seu trabalho durante as consultas de pré-natal.

DESENVOLVIMENTO

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, cujo tratamento é o antibiótico penicilina, tanto para gestantes e não gestantes. A dosagem e o intervalo entre as doses dependem do estágio em que a doença se encontra. (LACERDA; RODRIGUES; CARNEIRO, 2016).

É de extrema relevância que a assistência de Enfermagem seja realizada com o foco na gestante e no parceiro, para isso, é necessária a realização de ações por parte do enfermeiro, que busque pela promoção de uma melhor qualidade, com rastreamento da sífilis na consulta Pré-Natal. Vale destacar que a educação em saúde, aliada ao controle de casos da doença, com a notificação e a busca ativa por um tratamento correto, tanto da gestante quanto do parceiro, são os passos iniciais para o sucesso da prevenção e tratamento da sífilis congênita (FELÍCIO, 2018).

Durante a consulta de enfermagem o profissional atua em 3 etapas, sendo a primeira referente a identificação de problemas, necessidades e intervenções. Na segunda etapa o enfermeiro realiza o diagnóstico de enfermagem, por meio dos dados coletados que após sua análise, detecta problemas de saúde presente e os em potencial. Por fim, na terceira etapa, o profissional planeja ações de prevenção, controle e tratamento e consequentemente a avaliação de enfermagem (OLIVEIRA; NUNES; ANDRADE, 2017).

Assim, o enfermeiro, ao atuar na assistência e no cuidado pré-natal, tem a oportunidade de implementar e promover medidas que, quando aplicadas de forma generalizada e sistêmica, contribui para esse problema (LAZARINI; BARBOSA, 2017).

Caracterização do Estudo: Estudo bibliográfico desenvolvido durante os meses de março a junho de 2020, em que foram utilizadas literaturas especializadas na temática entre os anos de 2015 a 2019 presentes nas seguintes bases de dados foram eleitas para busca dos estudos: Cientific Electronic Library Online– (SciELO), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As buscas foram feitas por artigos que se atendessem nos critérios de inclusão.

Critérios de Inclusão e exclusão: Para ser incluído no estudo os artigos selecionados deveriam abordar relação a assistência de enfermagem na prevenção de sífilis congênita, assim, como ações voltadas à educação em saúde, tanto para gestantes quanto à seus parceiros. Sendo excluídos artigos que abordavam a sífilis em mulheres não grávidas ou gestantes com outras DSTs.

Procedimentos do estudo: Inicialmente selecionou-se periódicos que abordassem sobre a assistência de enfermagem na prevenção de sífilis congênita, e medidas de educação em saúde para gestantes e seus parceiros quanto à prevenção e tratamento da sífilis congênita. Posteriormente fez-se a seleção dos artigos que obedeciam os critérios de inclusão, de forma que foram pré-selecionados ao todo 50 periódicos, que após a leitura foram selecionados 18 estudos, sendo 16 em português, 2 em inglês. Tais periódicos foram registrados a partir dos seus dados online, gerados através do programa Word da Microsoft. Assim, foram utilizados os seguintes aspectos na construção da tabela de dados: ano de publicação, nome dos autores, plataforma de publicação, objetivos e descritores.

Após a seleção dos artigos que atendiam os critérios de inclusão, foram realizadas novas leituras a fim de identificar os seguintes aspectos: importância do trabalho de prevenção realizado pelo enfermeiro, contribuição das ações realizadas pelo enfermeiro, voltadas a redução e prevenção da transmissão vertical, contribuição da educação em saúde para o trabalho preventivo à sífilis realizado pelo enfermeiro, influência do preconceito no acompanhamento preventivo da sífilis congênita, ausência no parceiro no tratamento da sífilis gestacional e a falta de treinamento dos enfermeiros para a prestação de orientação às pacientes e seus parceiros quanto ao risco da sífilis congênita.

RESULTADOS

A pesquisa dos artigos feita através dos descritores em relação a assistência de enfermagem na prevenção de sífilis congênita, resultou no seguinte levantamento:

Ao analisar os 18 periódicos selecionados para o estudo quanto ao papel do enfermeiro nas ações preventivas à sífilis congênita, verificou-se que, 72% dos artigos traz que o enfermeiro exerce um papel importante, 28% que este trabalho é muito importante.

Gráfico 1 Importância do trabalho de prevenção realizado pelo enfermeiro.

Fonte: Autoral, 2020.

Quanto a contribuição das ações realizadas pelo enfermeiro, voltadas a redução e prevenção da transmissão vertical das Infecções Sexualmente Transmissíveis (DSTs), em especial a sífilis, para a redução da ocorrência da doença, 76% dos estudos mostram que sim, 12% em parte e 6% não destacaram esta importância.

Gráfico 2 Contribuição das ações realizadas pelo enfermeiro, voltadas à redução e prevenção da transmissão vertical

Fonte: Autoral, 2020.

Buscou-se saber, também se a educação em saúde pode contribuir para o trabalha preventivo realizado pelo enfermeiro, em relação à sífilis congênita, os dados presentes nos periódicos estudados mostram que sim em 61%, não em 3% e em parte em 36%.

Gráfico 3 Contribuição da educação em saúde para o trabalho preventivo à sífilis realizado pelo enfermeiro.

Fonte: Autoral, 2020.

O preconceito em relação às DSTs, é uma característica marcante no tratamento e na busca pela prevenção, uma vez que as pessoas têm receio em abordar essa temática, por medo das consequências que esta doença pode trazer para as suas vidas, especialmente em relação a sífilis, verificou-se que este é um marcador presente em 83% dos periódicos estudados como sim, e em parte em 17% dos periódicos.

Gráfico 4 Influência do preconceito no acompanhamento à prevenção da sífilis congênita

Fonte: Autoral, 2020.

Outro aspecto considerado relevante para o estudo é a ocorrência da falta de apoio do parceiro. Em 78% dos periódicos analisados este aspecto é um agravante que pode dificultar o acompanhamento e a prevenção à sífilis congênita, por parte do enfermeiro, em 5% não consta esta informação e em 17% esta ausência interfere de forma parcial.

Gráfico 5 – Ausência do parceiro no tratamento

Fonte: Autoral, 2020.

Por fim, analisou-se a falta de treinamento por parte dos profissionais de enfermagem pode ser considerado um dificultador no processo de prevenção à sífilis congênita. 56% dos periódicos mostram que sim, 33% mostram que em parte e em 11% não havia a análise deste aspecto.

Gráfico 6 – Falta de treinamento dos enfermeiros

Fonte: Autoral, 2020.

Ficando claro que a assistência por parte do profissional de saúde deve ser feita de forma integral abordando a anamnese com orientações e esclarecimentos para a gestante e parceiro sexual, sendo um fator favorável para o desenvolvimento de ações voltadas para a redução da sífilis (FERNANDES, 2017)

Os diagnósticos relacionados à gestante sifilítica são extremamente importantes, visto que proporcionam uma base para a seleção das prescrições de enfermagem, a fim de atingir resultados eficazes no cuidado. Ademais, estes diagnósticos também possibilitam a fixação de intervenções no manejo da sífilis em alguns  casos, tais como: o risco de aborto, onde o enfermeiro deve orientar sobre a  necessidade de manutenção do tratamento, bem como o risco de infecção que associa-se ao aumento da exposição ambiental a patógenos e a defesas primárias inadequadas. E, ainda, a Integridade de pele prejudicada associadas a agentes externos como medicamentos, pele úmida, substância química (FELÍCIO, 2018).

DISCUSSÃO

Conforme visto nos resultados buscou-se verificar a importância da atuação do enfermeiro para a prevenção da sífilis congênita, além de aspectos fundamentais para que este trabalho seja realizado de forma eficiente.

Conforme visto no gráfico 1. Todos os estudos destacaram a importância do trabalho realizado pelo enfermeiro neste trabalho preventivo, sendo considerado em sua maioria como importante ou muito importante.

O enfermeiro atua na linha de frente da assistência primária, e personagem presente no acompanhamento gestacional, deve-se levar em consideração que a identificação dos sinais clínicos no início da gestação é fundamental para que o tratamento inicie de forma imediata, evitando-se assim, as sequelas provenientes da doença que podem afetar tanto a infância quanto a vida adulta da pessoa com sífilis (ALMEIDA, 2016).

A promoção de uma assistência adequada, com ações humanizadas, preocupadas com à gestação e o parto é de grande importância, pois elas auxiliam na redução dos índices de morbimortalidade materno-infantil e, consequentemente contribuem para evitar a sífilis congênita (LACERDA; RODRIGUES; CARNEIRO, 2017)

Portanto, a assistência de enfermagem quando realizada de forma adequada, garante à gestante uma assistência primária de qualidade fazendo com que a redução, não só da transmissão vertical da sífilis, mas também, de outras doenças infecciosas e contagiosas, sejam uma realidade, e também, contribui para o controle dos futuros casos. (LEITE et. al., 2016)

Com relação a contribuição das ações realizadas pelo enfermeiro, voltadas à redução e prevenção da transmissão vertical os dados mostram que, elas são de grande relevância, conforme identificado nos artigos estudados.

A adesão ao pré-natal contribui de forma significativa para a redução das taxas de transmissão vertical e formas graves da doença. Isso está relacionado a fatores como: baixa qualidade da assistência, o início tardio do pré-natal, falhas no tratamento da gestante e, principalmente, do parceiro. Desta forma, o enfermeiro é o primeiro profissional a orientar as pacientes, e por esse motivo suas orientações são essenciais. (PEREIRA et. al., 2019).

Deve-se destacar que os estudos mostram que as questões socioeconômicas interferem diretamente na adesão ao tratamento e a redução da transmissão de sífilis vertical. De maneira que, a assistência de enfermagem é um fator chave para a promoção da conscientização e da multiplicação de informação que auxiliem na prevenção à sífilis congênita. (OLIVEIRA; NUNES; ANDRADE, 2017)

Conforme visto, nos parágrafos anteriores, e na coleta de dados a educação em saúde é fundamental, uma vez que a compreensão de que a sífilis é uma doença fácil de tratar e curar contribui, também, para que as gestantes entendam que se a doença não for detectada a tempo e tratada, pode causar complicações à saúde do bebê. (MATOS; COSTA, 2015).

Assim, as reuniões realizadas durante o pré-natal podem ser consideradas uma importante ferramenta a ser utilizada pelos enfermeiros que participam das consultas de pré-natal na atenção primária (SOUSA, et. al, 2015).

Outro aspecto a se considerar é o fato da intervenção educacional ser responsável por aumentar de maneira significativa o conhecimento das gestantes e seus parceiros sobre a sífilis e, assim, contribuir a redução da taxa de transmissão vertical da SC. (LAZARINI; BARBOSA, 2017).

Como mostra o gráfico 4. 83% dos artigos estudados apontam, em algum momento, que preconceito é, também um fator que interfere de forma significativa para que o tratamento de sífilis ocorra de forma adequada e satisfatória, principalmente, porque a maioria das pessoas entende que a infecção por doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, é proveniente de comportamento considerado socialmente como inadequado (VASCONCELOS et. al., 2016)

A maior parte das pessoas, que procuram o serviço de atendimento primário, desconhece a diferença entre os tipos de transmissão de sífilis, e raramente conseguem compreender que ela pode ser transmitida da mãe para o filho de forma vertical. (SOUZA et. al., 2018)

Desta forma, o enfermeiro, deve ter empatia e lançar mão de estratégias que permitam à paciente, bem como seu parceiro a compreenderem a importância de se realizar os exames preventivos a fim de, caso necessário, o tratamento de ambos tenha sucesso e reduza o risco de transmissão da sífilis para a criança que está sendo gerada (MELLO; SANTOS, 2015).

Além do preconceito, tanto por parte das gestantes, mas especialmente por parte dos parceiros, a ausência do pai da criança nas consultas de pré-natal é um fator determinante para a cura eficaz da mãe, visto que a falta do tratamento do parceiro implica no risco de reinfecção sobre a gestante, considerando assim, o caso da criança como SC (SILVA et. al., 2015)

Por meio do levantamento apresentado no gráfico 4, identificou-se a não adesão ao tratamento por parte do parceiro provoca uma redução no sucesso do tratamento (RODRIGUES et. al., 2016).

Desta maneira, cabe destacar que há a necessidade de buscar pela constante capacitação dos profissionais que atuam no atendimento primário à gestantes com Sífilis, pois esses profissionais devem ser capazes de realizar ações preventivas para gestantes e seus parceiros de forma que haja uma harmonia na busca pela saúde de ambos e do bebê. Parceiros, buscando a melhoria da assistência sob uma perspectiva mais ampla e integral, de modo a implementar outros locais para realização de testes de VDRL, busca ativa, acompanhamento contínuo durante todo o processo gestacional e a notificação de casos positivos, assim como, treinamentos e capacitação dos profissionais de saúde como, os médicos, os enfermeiros e os demais profissionais que atuam na assistência pré-natal (CARIATI; SILVA, 2019).

Devendo-se considerar, uma abordagem preventiva perinatal/neonatal colaborativa e indicadas para reverter a crescente incidência de SC muito importante para garantir as estratégias que priorizam a identificação e o tratamento precoces de neonatos de risco são necessários para reduzir e/ou eliminar as consequências devastadoras à longo prazo da SC sobre essa população vulnerável (ROWE; NEWBERRY; JNAH, 2018).

A análise leva a compreensão de que o treinamento dos profissionais é decisivo para que a prevenção à SC ocorra de forma eficiente. Principalmente porque os crescentes índices de sífilis congênita tornam essa patologia um persistente problema de saúde pública. (FELÍCIO, 2018)

Especialmente em relação aos enfermeiros que atuam na assistência pré-natal. Pois se observa que há dificuldades no manejo clínico da sífilis, sendo o principal dificultador o desconhecimento em relação a alguns documentos necessários para a notificação do agravo. (BECK; SOUZA, 2018).

Assim, para que o profissional possa intervir da maneira estabelecida pelos órgãos governamentais, é preciso que seja ofertado a eles treinamentos constantes, pois somente assim é possível preencher lacunas no conhecimento sobre a doença no período gestacional. (CARIATI; SILVA, 2016).

CONCLUSÃO

O presente estudo teve como objetivo analisar como o enfermeiro pode atuar na prevenção à sífilis congênita. O levantamento bibliográfico realizado mostrou que o enfermeiro é um profissional de grande importância para a prevenção da sífilis congênita, pois ele é o primeiro profissional a receber as gestantes e oferecer a elas e a seus parceiros as informações iniciais relativas ao pré-natal.

Além disso, verificou-se que há a necessidade de oferecer a esses profissionais capacitação para que eles sejam capazes de atender de forma eficiente, uma vez que o tratamento deve ser de início imediato, visando o seu sucesso e a garantia de não haja a transmissão vertical da sífilis congênita.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA; Andressa Valgueiro; et. al. Assistência de enfermagem na prevenção e tratamento da sífilis congênita. Revista Saúde. UNG-SER. v. 10, n.1 (ESP), 2016.

BECK, Elisiane Quatrin; SOUZA, Martha Helena Teixeira. Práticas de enfermagem acerca do controle da sífilis congênita. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online); 10(3, n. esp): 19-24, jun. 2018.

CARIATI, Iveline Souza; SILVA, Stael Silvana Bagno Eleutério. Sífilis na gravidez:  a atuação do enfermeiro. XII Simpósio de Ciências Aplicadas, 19, 20, 21 out. 2016.

FELICIO, Rodrigo Tassi. Educação em saúde: assistência da enfermagem durante o pré-natal e a sífilis gestacional. Rev. INESUL v. 1, n. 1, Jun. 2018.

FERNANDES, Catiane Raquel Sousa. Assistência de enfermagem a gestantes com sífilis. Revista IESM.  v. 1, n. 1, jan. 2017

LACERDA, Érica Dionísia de; RODRIGUES, Jailson Alberto; CARNEIRO, Wendell Soares. Controle da sífilis na gestação: uma abordagem sobre a assistência de enfermagem. Temas em saúde, v. 17, n. 2, João Pessoa, 2017.

LAZARINI, Flaviane Melo; BARBOSA, Dulce Aparecida. Education Intervention in primary care for the prevention of congential syfphilis. Rev. Latino-Am. Enfermagem, vol.25,  Ribeirão Preto,  2017.

LEITE, Ive Athieri; et. al. Assistência de enfermagem na sífilis na gravidez: uma revisão integrativa. Ciências Biológicas e da Saúde, Maceió, v. 3,  n. 3, p. 165-176, Novembro, 2016.

MATOS, Caroline Mendes; COSTA, Erielle Palmeira. Assistência de enfermagem na prevenção da sífilis congênita. 2015. Universidade Tiradentes. Aracaju-SE. 24p. 2015. 5.

MELLO, Valéria Silva de; SANTOS, Rosângela da Silva. A sífilis congênita no olhar da enfermagem. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2015 set/out; 23(5):699-704.

OLIVEIRA, Jaciara Aparecida Crisostomo; NUNES, Clara dos Reis; ANDRADE, Cláudia Caixeta Franco Andrade. Assistência de enfermagem no pré-natal em relação à sífilis congênita. Revista Científica Interdisciplinar. n.2, v.2, artigo n. 4, julho/dezembro, 2017.

PEREIRA, Daniana Martins; et. al. A importância do enfermeiro na prevenção das DST’S com ênfase na sífilis na atenção primária. Rev. Universo.edu. 2019.

RODRIGUES, Antônia Regynara Moreira; et. al. Atuação de enfermeiros no acompanhamento da sífilis na atenção primária. Rev enferm UFPE online., Recife, 10(4):1247-55, abr., 2016.

ROWE, Cristine; NEWBERRY, Desi; JNAH, Amy. Congenital syphilis: a discussion of epidemiology, diagnosis, management, and nurses’role in early identification and treatment. Advamces in Neonatal Care. December 2018, Volume 18 Number 6 , p 438 – 445.

SILVA, Tereza Cristina Araújo, et. al. Prevenção da sífilis congênita pelo enfermeiro na Estratégia Saúde da Família. R. Interd. v. 8, n. 1, p. 174-182, jan. fev. mar. 2015.

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SOUZA, Luzia Antônia de; et. al., Ações de enfermagem para prevenção da sífilis congênita: uma revisão bibliográfica. NCLibertas, v.8, n.1, ago. 2018.

VASCONCELOS, Maristela Inês Osawa; et. al. Sífilis na gestação: estratégias e desafios dos enfermeiros da atenção básica para o tratamento simultâneo do casal. Rev Bras Promoção Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 85-92, dez., 2016.

[1] Graduação em Enfermagem.

[2] Graduação em Enfermagem.

[3] Graduação em Enfermagem.

[4] Orientador. Professor Mestre do Curso de Enfermagem.

Enviado: Setembro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

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