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Antocianinas e Carcinogênese: Uma revisão narrativa

RC: 42430
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

STOETERAU, Isabella [1]

STOETERAU, Isabella. Antocianinas e Carcinogênese: Uma revisão narrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 12, Vol. 04, pp. 171-190. Dezembro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/antocianinas-e-carcinogenese

RESUMO

Objetivo: O presente trabalho traz uma revisão de literatura sobre a ação das antocianinas no processo de carcinogênese. Metodologia: Realizou-se uma revisão narrativa de literatura utilizando as bases de dado PubMed, Scielo e Google Acadêmico, bem como livros científicos e sites de órgãos nacionais e internacionais. Foram utilizadas as palavras chaves: “antocianina”, “câncer”, “polifenóis” e “antocianinas e carcinogênese”. Um total de 43 artigos foram selecionados, sendo estes nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, publicados entre os anos de 2003 e 2018. Resultados: As antocianinas são componentes da família dos flavonoides responsáveis pelo pigmento vermelho, azul e roxo em tecidos vegetais. Foram descritas diversas propriedades nutracêuticas para as antocianinas, como: proteção contra doenças crônicas não transmissíveis, atividades antioxidante, anti-inflamatória e antimutagênica. A ação das antocianinas no processo de carcinogênese parece estar relacionada com a sua ação antioxidante, estímulo a expressão de enzimas hepáticas, inibição da proliferação, indução da apoptose e da diferenciação celular, diminuição da expressão de metaloproteases e ação antiangiogênica. Conclusão: As antocianinas parecem ter efeitos relevantes na inibição da carcinogênese. Contudo, a maioria dos estudos  utilizaram pesquisas in vitro ou em modelos animais, além de utilizarem apenas os componentes isolados. Por isso, é importante que sejam realizados mais estudos epidemiológicos, com uma amostra significativa e utilizando alimentos em sua forma integral.

Palavras-chave: Fisiopatologia, câncer, polifenóis, antocianinas.

1. INTRODUÇÃO

O funcionamento adequado de uma célula envolve diversos mecanismos como divisão celular, apoptose, reparo do dano ao DNA, angiogênese, diferenciação e sinalização (GUYTON, 2017).

Assim como as células saudáveis, as células tumorais também necessitam destes mecanismos para seu crescimento e sobrevivência. Para isso, elas provocam diversas alterações nos processos de apoptose, reparo de DNA e divisão celular, com o objetivo final de proliferar-se, invadir tecidos próximos e colonizar outros órgãos, por meio de metástase (ALBERTS, 2010).

Para o Brasil, foram estimados 600.000 casos novos de câncer no biênio 2018-2019, sendo principalmente os cânceres de próstata, pulmão, colorretal, mama e colo do útero (INCA, 2017). Cerca de 80% destes casos estão relacionados a fatores externos como estilo de vida, com 35% associados aos hábitos alimentares (ALVES, 2018).

A manutenção de um peso corporal adequado, o maior consumo de alimentos de origem vegetal e menor consumo de alimentos ultra processados, a baixa ingestão de álcool, a realização de atividades físicas e a amamentação são fatores que contribuem para a prevenção do câncer (INCA, 2019).

Os alimentos de origem vegetal, além de possuírem vitaminas, minerais e fibras, ainda possuem fitoquímicos, compostos bioativos conhecidos por suas atividades no organismo, como ação antioxidante, anti-inflamatória, antifúngica e antiviral, ativação do sistema imune, proteção contra radicais livres, estímulo das enzimas hepáticas de detoxificação, entre outras funções (AICR, 2018; INCA, 2016).

Alguns compostos como glicosinolato e licopeno apresentam atividades possivelmente anticarcinogênica, podendo ser importantes na prevenção do câncer (INCA, 2016). Porém, ainda é desconhecido o mecanismo de ação de outros compostos na proteção da carcinogênese. A partir disso, o presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão da literatura quanto à ação das antocianinas no processo de carcinogênese.

2. METODOLOGIA

Realizou-se um estudo de revisão narrativa, sendo o levantamento de artigos realizado nos meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019, por meio de buscas nas bases de dados PubMed, Scielo (Scientific Electronic Library Online) e Google Acadêmico, além de livros científicos e sites de órgãos nacionais e internacionais, como o INCA (Instituto Nacional de Câncer) e AICR (American Institute for Cancer Research).

Foram utilizados os termos “antocianina”, “câncer”, “polifenóis” e “antocianinas e carcinogênese” como palavras-chave. Foram selecionados artigos em português, inglês e espanhol e publicados entre os anos de 2003 e 2018, os quais continham alguma das palavras-chave no título. Após esta seleção, realizou-se a leitura dos resumos das publicações e selecionados 43 artigos relevantes para o desenvolvimento deste trabalho.

3. REVISÃO NARRATIVA

3.1 FISIOPATOLOGIA – CÂNCER

O desenvolvimento de um tumor maligno ou câncer está estreitamente associado com a ativação anormal ou mutação dos genes relacionados a diversos processos celulares, acarretando uma divisão celular aumentada e/ou morte celular reduzida. Grande parte das vezes, uma mutação ocorre por acaso, porém, as chances de estas ocorrerem aumentam quando o organismo é exposto a mutagênicos químicos (cigarro, corante de anilina), físicos (abrasão, radiação ionizante) e biológicos (vírus, alimentação), além da tendência hereditária ao câncer (GUYTON, 2017). Na maioria dos casos, existe uma combinação entre os fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento da doença.

Todos os dias, milhões de células sofrem algum tipo de mutação, as quais, normalmente, são controladas pelas enzimas de reparo. Porém, tal mutação pode criar certa vantagem seletiva para a célula, fazendo com que esta se divida mais vigorosamente que as suas vizinhas, desviando dos mecanismos de reparo e tornando-se fundadora de um clone mutante, o qual pode progredir e virar um tumor maligno (ALBERTS, 2010).

Espécies reativas de oxigênio (EROs) como peróxido de hidrogênio (H₂O₂) e o radical superóxido (O₂-) são ânions reativos contendo átomos de oxigênios que podem produzir radicais livres ou ser ativados por eles. As EROs são produzidas naturalmente pelos organismos como resultado do metabolismo oxidativo. Porém, uma produção excessiva pode causar danos às membranas das células e ao DNA. Um aumento na geração de oxidantes, redução da produção de antioxidantes e/ou falha na reparação do dano, caracterizam o estresse oxidativo (LITCHFORD, 2013).

Os radicais livres são neutralizados por sistemas de defesa que incluem a catalase, superóxido dismutase, glutationa peroxidase, além da ação antioxidante das vitaminas E e C, selênio e fitoquímicos (DORFMAN, 2013). A geração elevada de EROs, bem como falhas na defesa estão relacionadas à mutações em bases, quebras de cadeias, recombinação cromossômica (LIU, 2004) e ativação de carcinógenos na fase de inicial da carcinogênese (DOS SANTOS et al., 2014).

Duas classes de genes são relevantes no desenvolvimento do câncer: os oncógenes e os genes supressores tumorais. Os oncógenes são derivados mutantes dos proto-oncógenes. Esses últimos codificam proteínas responsáveis pela regulação do crescimento celular. A mutação que os origina pode resultar em falhas na divisão celular por defeitos nas proteínas de comunicação como os fatores de crescimento, receptores e proteínas citoplasmáticas. Um exemplo clássico é o oncógene da família RAS que codifica uma proteína que se liga ao GTP (Trifosfato de Guanosina), mas sem atividade GTPásica. Então esta proteína torna-se sempre ativada e resulta num crescimento desregulado (LEHNINGER, 2011).

Já os genes supressores tumorais regulam negativamente o crescimento celular e suprimem a ativação de oncógenes específicos. Por isso, a inativação de tais genes permite a ativação de oncógenes que levam ao desenvolvimento do câncer (GUYTON, 2017). O gene supressor p53 é um dos mais importantes no câncer, já que se encontra mutado em metade dos casos e está envolvido em três mecanismos importantes: controle do ciclo celular, apoptose e estabilidade genética (ALBERTS, 2010).

Concentrações alteradas de fatores de crescimento e mutações em seus receptores também contribuem para o desenvolvimento do tumor, pela modificação do processo de sinalização. Um exemplo disso são receptores de tirosinocinase do fator de crescimento (TKR), como os receptores do fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF, do inglês vascular endothelial growth factor) e do fator de crescimento semelhantes à insulina, os quais estão expressos em maior quantidade em vários tumores. Ainda, existe a supressão de fatores que inibem o crescimento celular como o fator de crescimento transformador-β (TGF-β) (MOASSER, 2007).

O processo de carcinogênese é dividido em três fases principais. A primeira é a iniciação que é caracterizada pela transformação da célula produzida por alguma substância mutagênica. Esta transformação ocorre rapidamente, porém as células podem permanecer estagnadas até serem ativadas por um promotor quando, então, começa a fase de promoção, na qual as células proliferam e escapam dos mecanismos de controle, formando uma neoplasma. A última fase, chamada de progressão é caracterizada pela agregação e crescimento do neoplasma maligno (GRANT; HAMILTON, 2013).

As alterações silenciosas causadas por iniciadores tumorais são irreversíveis, podendo manifestar-se mesmo após um longo período de tempo. Este processo leva ao crescimento de pequenos tumores benignos na região exposta ao iniciador, os papilomas. Caso a exposição do promotor seja encerrada, os papilomas podem regredir. Porém, existe uma pequena parcela que apresenta alterações que permitem o crescimento descontrolado mesmo após o promotor ser retirado, favorecendo o desenvolvimento das células cancerosas (ALBERTS, 2010).

Para um crescimento pleno, os tumores devem, além de estimular a divisão celular, inibir o mecanismo de morte celular. A resistência à apoptose é uma das principais características das células cancerosas pois permite que aumentem seu número e que sobrevivam quando não deveriam. Um exemplo deste mecanismo é a mutação que leva ao aumento da expressão da proteína Bcl-2, responsável pelo bloqueio da apoptose por inibir a liberação do citocromo C da mitocôndria (ALBERTS, 2010).

As células cancerosas possuem algumas características próprias como a capacidade de invasão e metástase, além da formação de novos vasos sanguíneos. Este último, conhecido por angiogênese, ocorre por meio de migração e proliferação celular a partir de pequenos vasos já existentes. Diversos são os fatores que medeiam a angiogênese como o VEGF, fator de crescimento de fibroblastos e angiogenina. Além deste, a falta de oxigênio também age ao aumentar a concentração intracelular de uma proteína reguladora chamada HIF-1 (hipoxia inducible factor 1), que estimula a transcrição do VEGF. A partir desse suprimento de oxigênio e outros nutrientes, o tumor consegue crescer e atingir outros tecidos (GUYTON, 2017).

A invasão tecidual está relacionada com o padrão de crescimento desorganizado e bordas irregulares, que se estendem e penetram os tecidos subjacentes. Alterações em proteínas responsáveis pela constituição da matriz extracelular e aderência entre as células permitem esse padrão invasivo (MOASSER, 2007).  Na metástase as células tumorais perdem a adesão ao tecido original e conseguem, através de vasos sanguíneos ou linfáticos, alcançar novos tecidos e proliferar. As alterações na adesão da célula tumoral são moduladas por uma família de integrinas específicas, as quais expressam um perfil invasivo e metastático (LEHNINGER, 2011).

Ainda, as células tumorais aumentam a expressão e a atividade das metalomatriz proteases e das serina proteases. O aumento destas enzimas causa uma destruição da matriz extracelular, a ativação da cascata do plasminogênio e a ativação de receptores transmembrana, promovendo o fenótipo invasivo e metastático do tumor (MOASSER, 2007).

Nos países desenvolvidos, os tipos de câncer associados a urbanização têm maior prevalência, como o de pulmão, mama e colorretal. Já nos países em desenvolvimento, se destacam aqueles associados a infecções como o de colo do útero e fígado. No Brasil, foram estimados 600.00 novos casos de câncer para o biênio 2018-2019. Considerando as regiões geográficas, o Sul e Sudeste englobam 70% dos casos novos, sendo, principalmente os de próstata, mama, pulmão e de cólon (INCA, 2017).

Apesar da influência genética, grande parte dos casos de câncer está relacionada com fatores de estilo de vida, como alimentação (35%) e tabagismo (30%) (GARÓFOLO et al., 2004 citado por ALVES, 2018). Um estudo Norte americano publicado pelo World Cancer Research Fund/ American Institute of Cancer Research mostrou a associação entre excesso de peso, ingestão de álcool, consumo de carnes vermelhas e processadas, dieta pobre em frutas e verduras, baixo consumo de cálcio e fibras e o desenvolvimento de câncer de útero, mama, fígado, colorretal, boca, faringe, laringe, entre outros (AICR, 2018).

Assim, é importante utilizar o estilo de vida como forma de prevenir possíveis danos ao DNA e desenvolvimento do câncer. Pensando nisso, o Instituto Nacional do Câncer publicou onze passos para a prevenção do câncer. Dentre eles, destacam-se aqui aqueles relacionados à nutrição, como o consumo de uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal e pobre em ultraprocessados, baixa ingestão de bebidas alcoólicas e carnes processadas, manutenção de um peso adequado e amamentação (INCA, 2018).

O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de câncer devido à maior liberação de moléculas pró-inflamatórias e hormônios como insulina e estrogênio, os quais estimulam o crescimento de alguns tipos de tumor (AICR, 2018). As carnes processadas, como presunto, peito de peru, mortadela e salame aumentam as chances do desenvolvimento de câncer de intestino em consequência do excesso de conservantes como nitrito e nitrato, e do câncer de estômago, pelo uso exagerado de sódio (INCA, 2018).

Já o consumo de uma dieta baseada em alimentos de origem vegetal está associado a um menor risco de desenvolver câncer em razão dos maiores teores de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Estes últimos são compostos bioativos que, provavelmente, ajudam a proteger as células de danos que podem levar ao câncer estimulando o sistema imune, bloqueando possíveis carcinógenos, reduzindo inflamação, diminuindo o taxa de crescimento das células cancerosas, impulsionando as enzimas de fase da detoxificação e aumentando a apoptose de células danificadas (AICR, 2018; INCA, 2016).

Diversos são os compostos bioativos conhecidos, os quais se dividem em 3 grupos principais: os polifenóis (flavonoides, ácidos fenólicos, estilbenos, lignanas), glicosinolatos e carotenoides (COZZOLINO; COMINETTI, 2013). Estes estão presentes em diversas fontes vegetais, como: café, suco de uva, cacau, linhaça, chás, soja, brócolis e cítricas. Alguns destes compostos já estão descritos como anticancerígenos, como os glicosinolato,, licopeno e as isoflavonas (INCA, 2016; BHAGWAT; HAYTOWITZ; HOLDEN, 2013; PRIYADARSINI; NAGINI, 2012).

A ingestão destes compostos deve ser por meio de consumo de alimentos in natura e respeitando a DRI (Dietary Reference Intakes), evitando uso de cápsulas, visto que estas podem ser menos absorvidas e os estudos sobre suplementação ainda mostram resultados controversos (INCA, 2016; AICR, 2018). Ainda, acredita-se que exista um efeito sinérgico entre os diversos componentes dos alimentos, sendo este efeito o responsável pelas propriedades benéficas à saúde (FERREIRA; DE ROSSO; MERCADANTE, 2010). Por isso, o INCA recomenda o consumo de no mínimo cinco porções variadas por dia, sendo 2 de frutas e 3 de verduras/legumes sem amido, isso daria uma ingestão de cerca de 400g de fontes vegetais diariamente.

3.2 ANTOCIANINAS

Os compostos fenólicos são metabólitos secundários obtidos de folhas, sementes, flores e cascas. Estes compostos são hidrossolúveis e possuem um anel aromático combinado grupos hidroxila e uma molécula de açúcar. A produção de compostos fenólicos parece estar envolvida com a proteção das plantas contra agressores biológicos e estressores ambientais, (COUTO et al., 2017; SALAZAR-GONZÁLEZ et al., 2012), além da atração de polinizadores (GARZÓN, 2008).

No corpo humano, eles apresentam atividades antialérgicas, antivirais, antibacterianas, antitumoral e anti-hemorrágica (BAGETTI et al., 2011. Já nos alimentos, contribuem nas características organolépticas como sabor, amargor e adstringência (BURIN et al., 2010; GOLLUCKE et al., 2013).

Estudos sugerem que entre os compostos fenólicos, o alto teor de antocianinas é um preditor de grande atividade antioxidante do alimento (BAGETTI et al., 2011). As frutas ricas em antocianinas possuem uma alta atividade antioxidante por ligar-se nos elétrons desemparelhados em EROs como peróxido de hidrogênio (H₂O₂), superóxido (O₂-) radicais peróxido (ROO), hidroxila (OH) (COUTO et al., 2017; GARZÓN, 2008).

As antocianinas são flavonoides responsáveis pelos pigmentos laranja, vermelho, azul e roxo em vários tecidos vegetais incluindo frutas, caule, sementes, folhas, flores e raízes (AZA-GONZÁLEZ; NÚÑEZ-PALENIUS; OCHOA-ALEJO, 2012; DE LIMA et al., 2011; SALINAS-MORENO et al., 2009). Elas encontram-se em vacúolos de células vegetais, dissolvidos no fluido celular do tecido epidérmico na forma de glicosídeos de polihidroxi e/ou polimetoxi. Aumentos na taxa de hidroxilação produzem deslocamentos em direção aos tons azuis e na taxa de metoxilação, produzem colorações avermelhadas (GARZÓN, 2008).

As antocianinas são formadas por um anel A aromático que se liga a um anel B heterocíclico, o qual contém uma molécula de oxigênio e que se liga a um anel C aromático, por ligação carbono-carbono. A essa estrutura estão ligados açúcares na posição 3 e 5, podendo variar entre glicose, ramnose, galactose ou arabinose (COUTO et al., 2017).

As variações estruturais nos anéis B resultam em 6 antocianinas conhecidas: Cianidina, Delfinidina, Malvidina, Pelargonidina, Peonidina, Petunidina (BHAGWAT; HAYTOWITZ; HOLDEN, 2013). A cianidina é a antocianina mais comum, aparecendo em 90% das frutas (PRIOR, 2003). As distintas colorações nos alimentos estão relacionadas com diferenças nas proporções destas antocianinas.

As concentrações das antocianinas variam de acordo com o clima, solo, cultivar, espécies, sistema de produção, maturidade, clima, região, uso de fertilizantes, exposição, entre outros (BURIN et al., 2010; BHAGWAT; HAYTOWITZ; HOLDEN, 2013; FALLER; FIALHO, 2009). As antocianinas são consideradas instáveis e sua estrutura é alterada durante o armazenamento, exposição a um pH alcalino, presença de luz, metal, enzimas e açúcares (SALAZAR-GONZÁLEZ et al., 2012; BELLO-PÉREZ et al., 2016).

A estabilidade das antocianinas depende do processamento e da formação de uma matriz alimentar, que as protege de fatores como luz, temperatura e umidade (BELLO-PÉREZ et al., 2016). A presença de ácido caféico, gálico e a quercetina também torna a molécula mais estável (FALCÃO et a.l, 2003).

As principais fontes alimentares de antocianinas são: bagas, como framboesa (SALINAS-MORENO et al., 2009), groselha preta (RAMOS, 2008) e cereja (DOS SANTOS et al., 2014), extrato de Hibiscus (SALAZAR-GONZÁLEZ et al., 2012), repolho roxo, rabanete, oxicoco (GARZÓN, 2008), milho roxo e azul (BELLO-PÉREZ et al., 2016), arroz preto (RAMOS, 2008), berinjela (WANG; STONER, 2008), romã (COUTO et al., 2017), entre outros.

No que se refere à flora brasileira, destacam-se amora (FERREIRA; DE ROSSO; MERCADANTE, 2010), morango (CANTILLANO et al., 2012), acerola (DE LIMA et al., 2011), pitanga roxa (BAGETTI et al., 2011), uvas e seus derivados, como suco e vinho (KENNEDY, 2008; GIUSTI et al., 2007), açaí (BOROVIK, 2010), physalis (AZA-GONZÁLEZ; NÚÑEZ-PALENIUS; OCHOA-ALEJO, 2012) e jamelão (COUTO et al., 2017)

No mercado a aparência das frutas e verduras determina sua aceitação pelos consumidores. Assim, concentrações elevadas de antocianinas estão relacionadas à maior atratividade (SILVEIRA et al., 2007). Na indústria, houve um aumento do interesse por este pigmento como corante natural, devido aos seus efeitos terapêuticos, provável baixa toxicidade, segurança ambiental e também pela demanda dos consumidores (FALCÃO et al., 2003; BOROVIK, 2010). Alimentos ricos em antocianinas podem ser usados como ingredientes em sucos, geleias, sorvetes, coberturas de bolo, tortillas, cereais, etc (BELLO-PÉREZ et al., 2016).

Apesar das inúmeras vantagens, o uso das antocianinas apresenta algumas desvantagens como a baixa estabilidade, falta de disponibilidade de materiais vegetais (GARZÓN, 2008), dificuldade de purificação e o poder corante reduzido comparado com os produtos sintéticos (BOROVIK, 2010).

As propriedades nutracêuticas das antocianinas se baseiam nas suas atividades antioxidantes, anti-inflamatório, como agente redutor, quelante de metais, estimulante das enzimas de fase II da detoxificação hepática, redução da peroxidação lipídica e da proliferação celular (AZA-GONZÁLEZ; NÚÑEZ-PALENIUS; OCHOA-ALEJO, 2012; BELLO-PÉREZ et al., 2016; BURIN et al., 2010; SERNA-SALDÍVAR et al., 2013). Durante o trajeto pelo sistema digestivo até a corrente sanguínea as antocianinas permanecem intactas e sua absorção e eliminação são rápidas. A eficiência da sua absorção parece ser fraca e as porcentagens delas na urina são pequenas, chegando a cerca de 0,1% da quantidade ingerida (PRIOR, 2003; WANG; STONER, 2008).

3.3 ANTOCIANINAS E A CARCINOGÊNESE

Estudos epidemiológicos sugerem que o aumento da ingestão de frutas e verduras está relacionado com menor risco de desenvolvimento de tumores. Esta relação se deve em parte pela alta concentração de fitoquímicos nestes alimentos. A partir disso, surgiu grande interesse em identificar as atividades anticâncer destes compostos (DING et al., 2006; LIU, 2004; MALDONADO-CELIS; ARANGO-VARELA; ROJANO, 2014; PANATO, et al., 2007).

A relação entre as antocianinas e a proteção contra o desenvolvimento de câncer foi proposta devido a sua ação antioxidante, estímulo a expressão de enzimas de detoxificação, redução da formação de adutos oxidativos no DNA e redução da proliferação celular pela modulação de vias de transdução de sinal (GRIMES et al., 2018; MALDONADO-CELIS; ARANGO-VARELA; ROJANO, 2014; STONER et al., 2007; WANG; STONER, 2008). A inibição da proliferação foi associada com a habilidade de bloquear fases do ciclo celular por meio de proteínas de regulação como p53, p21 e ciclinas (LIN et al., 2017)

Também, foram apontados outros mecanismos de ação como: indução de apoptose, aumento da sinalização intracelular de Ca2+, aumento da liberação de citocromo C, ativação das caspases, diminuição da expressão de metaloproteases, estímulo à diferenciação e inibição da mutagenicidade (DING et al., 2006; NETO; AMOROSO; LIBERTY, 2008; WANG; STONER, 2008).

Foram demonstrados efeitos antiangiogênicos pela desregulação de VEGF, HIF-1a e metaloprotease e inibição do receptor VEGF-2 induzida por H₂O₂ e TNF-α (LIN et al., 2017; MA; NING, 2018; RAMOS, 2008). Extratos ricos em antocianinas inibiram a invasão do tumor por meio da redução da expressão de metalomatriz proteases e estímulo a expressão de fatores inibitórios das proteases e do ativador de plasminogênio (WANG; STONER, 2008).

Os primeiros estudos sobre a atividade anticarcinogênica de extratos de oxicoco surgiram em 1996, mostrando a inibição da síntese de poliamina e indução da expressão da enzima de detoxificação quinona redutase (MALDONADO-CELIS; ARANGO-VARELA; ROJANO, 2014). Também foi demonstrado que o oxicoco inibe as etapas de iniciação, promoção e progressão da carcinogênese (Kamei et al., 1998 citado por GARZÓN, 2008).

Ainda, foi apresentado que extratos de oxicoco inibiram o crescimento de células cancerosas do pulmão, cólon, mama e rim, bem como de melanoma e leucemia. Já estudos com o seu suco demonstraram inibição de células tumorais de mama. Subfrações de antocianinas de oxicoco limitaram em 50-70% o crescimento em três linhagens de câncer de próstata (RWPE-1, RWPE-2 e 22Rv1). Mas sem inibir significativamente a proliferação de linhagens do cólon e oral (NETO; AMOROSO; LIBERTY, 2008).

Zhang et al. (2005 apud ALVES et al., 2014) utilizaram cinco tipos de antocianidinas (cianidina, delfinidina, pelargonidina, petunidina e malvidina) e quatro antocianinas (cianidina-3-glicose, cianidina-3-galactose, delfinidina-3-galactose e pelargonidina-3-galactose), na concentração de 200mcg/ml para avaliar o efeito inibitório no crescimento em diversas linhagens celulares. A malvidina e a pelargonidina inibiram 60% do crescimento em células tumorais do estômago, cólon, pulmão e mama. Separadamente, a malvidina inibiu em 40,5% o crescimento das células do sistema nervoso central, e a pelargonidina em 34%. Quanto às células cancerígenas mamárias, a cianidina, delfinidina e petunidina inibiram o crescimento em 47, 66 e 53%, respectivamente.

O tratamento de células cancerosas de esôfago com cianidina-3-O-glicosídeo e cianidina -3-O-rutinosídeo inibiu a proliferação, induziu a apoptose e modulou a expressão de COX-2 e iNOS (STONER et al., 2007). Berti et al. (2003 apud ALVES et al., 2014) demonstraram o efeito anticarcinogênico da 3-O-beta-glicopiranosídeo via indução da apoptose e da diferenciação em células de leucemia. Antocianinas induziram a ativação do gene p38 (supressor de tumor) e ativaram fatores mitocondriais pró-apoptóticos (Bim) ao aumentar a geração de EROs em células de leucemia (RAMOS, 2008).

Uma metanálise recente avaliou a relação entre o consumo de antocianinas e o risco de desenvolver câncer colorretal, e os resultados demonstraram uma associação inversa significativa. Esses resultados foram associados com a ação antioxidante das antocianinas, bem como capacidade de interferir no ciclo celular e induzir apoptose (WANG et al., 2018).

Fragoso et al. (2018) avaliaram o uso da polpa de açaí liofilizada na carcinogênese associada a colite em ratos e verificaram que a ingestão do açaí reduziu o número de criptas aberrantes, a proliferação tumoral e a incidência de displasia de alto grau, além de aumentar a expressão de genes de regulação negativa da proliferação celular.

Outro estudo que avaliou o uso de antocianinas da framboesa preta em tecido do cólon em camundongos demonstrou uma superexpressão de miR-24-1-5p, que está relacionado com a inibição da sinalização de β-catenina, proteína responsável pela formação e progressão do câncer colorretal (ZHANG et al., 2018). Além disso, as antocianinas podem ser fermentadas por microorganismos no intestino, formando ácidos fenólicos e aldeídos antiproliferativos (GRIMES et al., 2018).

Contudo, alguns estudos não mostram efeitos benéficos entre a ingestão de polifenóis e redução do risco de câncer. Inclusive, um estudo avaliou a suplementação com uma dieta rica em antocianinas em pacientes em quimioterapia e demonstrou que não houve resultado positivo quanto à inibição do desenvolvimento de tumores quando comparado com a quimioterapia sozinha (LIN et al., 2017; WANG; STONER, 2008). Ainda, dependendo do tipo celular, dose e tempo de tratamento, os polifenóis podem agir como pró-oxidantes, ao induzir a produção de EROs e a apoptose, principalmente na presença de um catalisador de metal (GRIMES et al., 2018).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo foi possível caracterizar a fisiopatologia do câncer, conhecer as características químicas, biológicas e funcionais das antocianinas, suas principais fontes alimentares e sua atividade no processo de carcinogênese. Concluiu-se que as antocianinas apresentam diversas atividades quimiotóxicas às células cancerosas. Por meio da sua ação antioxidante, antiangiogênica, de indução da apoptose e da diferenciação celular, estímulo às enzimas hepáticas de detoxificação, inibição do processo invasivo e de proliferação elas parecem ter um potencial anticâncer.

Apesar de todos estes aspectos positivos, é importante salientar que a maioria dos estudos foi desenvolvida in vitro ou em células animais, o que dificulta a comparação com o organismo humano. Além disso, muitos dos experimentos utilizaram compostos isolados. Isso difere da forma de consumo nos humanos, que normalmente é por alimentos íntegros e não apenas uma única substância concentrada. Nesse sentido, é importante considerar o efeito sinérgico entre os nutrientes e fitoquímicos como principal responsável pelos benefícios oferecidos pelos alimentos de origem vegetal ao organismo humano.

No Brasil, foram desenvolvidos poucos estudos sobre a atividade protetora das antocianinas na carcinogênese. Isto é contraditório em um país com uma flora tão diversificada e rica em alimentos fontes de antocianinas, como o açaí, jabuticaba, pitanga, acerola, uva, baguaçu, physalis, entre outros. A partir disso, conclui-se que é necessária a realização de mais estudos em humanos, com uma amostra significativa, utilizando alimentos de forma íntegra, principalmente as fontes alimentares brasileiras, para tentar chegar a uma resposta definitiva sobre a ação das antocianinas no processo de carcinogênese.

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[1] Pós graduada em Fisiologia Humana e da Nutrição.

Enviado: Novembro, 2019.

Aprovado: Dezembro, 2019.

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Isabella Stoeterau

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