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Sistematização da Assistência de Enfermagem em um Paciente com Adenocarcinoma Pancreático: Estudo de Caso

RC: 13073
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

FERREIRA, Vanessa Diellen Pinto [1], RODRIGUES, Rosana do Nascimento [2], ROCHA, Joyce Stephany Oliveira da [3]

FERREIRA, Vanessa Diellen Pinto; RODRIGUES, Rosana do Nascimento; ROCHA, Joyce Stephany Oliveira da. Sistematização da Assistência de Enfermagem em um Paciente com Adenocarcinoma Pancreático: Estudo de Caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 09. Ano 02, Vol. 07. pp 78-89, Dezembro de 2017. ISSN:2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/adenocarcinoma-pancreatico

INTRODUÇÃO

Relato de experiência do tipo estudo de caso com uma paciente de 69 anos de idade, natural e residente no município de Belém/PA, diagnosticada com adenocarcinoma pancreático.

O pâncreas é um órgão que mede de 15 a 25 cm de extensão, está localizado no abdome superior, posteriormente ao estômago e entre o duodeno e o baço.  É responsável pela produção de enzimas, que atuam na digestão dos alimentos, e pela insulina, hormônio responsável pela diminuição do nível de glicose no sangue. Anatomicamente está organizado em três regiões: cabeça, corpo e cauda. A maior parte dos casos de câncer de pâncreas localiza-se na região da cabeça do órgão. O tipo mais frequente é o adenocarcinoma com 90% dos casos. O risco de desenvolver o câncer de pâncreas aumenta após os 50 anos de idade, principalmente na faixa etária entre 65 e 80 anos, havendo uma maior incidência no sexo masculino. A taxa de mortalidade por câncer de pâncreas é alta, pois é uma doença de difícil diagnóstico e extremamente agressiva (TORTORA, 2008).

O Adenocarcinoma de pâncreas é um dos tumores que mais apresentam dificuldades para o diagnóstico precoce, desta forma, após a confirmação do tumor pancreático, muitos pacientes se encontram em estágios avançados da doença, tornando-se altamente letal. O câncer de pâncreas permanece por um longo período assintomático. Os exames não invasivos, utilizados para detectar os tumores são: a radiografia convencional, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética; enquanto que a biópsia passa a ser o método invasivo para a confirmação do câncer pancreático. (GREENE et al., 2002).

Acredita-se que o fumo duplica o risco de tumores no pâncreas. Consumo de uma dieta rica em gorduras também foi implicado, porém menos constantemente. Pancreatite crônica e diabetes mellitus foram ambas associadas com um risco aumentado para o desenvolvimento do câncer de pâncreas (BERNARDES, 2015).

Para BERNARDES (2015) as medidas preventivas podem ser adotadas durante a vida, como evitar o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, refrigerantes e adotar uma dieta balanceada com frutas e vegetais.

OBJETIVOS:

Geral

Sistematização da Assistência de Enfermagem a uma paciente com Adenocarcinoma Pancreático.

Específicos:

  • Integrar os conhecimentos básicos de Anatomia, Fisiologia, Patologia, Histologia e Farmacologia;
  • Detectar as Necessidades Humanas Básicas Afetadas (NHB Afetadas) do paciente;
  • Identificar os Diagnósticos de Enfermagem, segundo classificação do North American Nursing   Diagnosis Association (NANDA);
  • Traçar um Plano de Cuidados de Enfermagem

METODOLOGIA:

Estudo descritivo do tipo estudo de caso com uma paciente de 69 anos de idade, com diagnóstico médico de adenocarcinoma pancreático, internada em um hospital de referência no município de Belém-PA. Os dados foram coletados durante a consulta de enfermagem, utilizando um instrumento estruturado, constituído por dois roteiros: Histórico de Enfermagem e Exame Físico. O Histórico de Enfermagem consistiu na entrevista com o paciente, bem como na análise de dados do prontuário. O Exame Físico envolveu as quatro técnicas básicas: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Para a identificação dos diagnósticos de enfermagem adotou-se a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Em seguida foi realizada um estudo bibliográfico referente a patologia da paciente.

REFERENCIAL TÉORICO

ADENOCARCINOMA PANCREÁTICO

O adenocarcinoma é um câncer que pode afetar as glândulas e todos os órgãos excretores e por isso ele pode se desenvolver na próstata, no estômago, no intestino, nos pulmões, nas mamas, no pâncreas e em praticamente todos os órgãos do corpo. De forma geral os adenocarcinomas são um câncer de difícil remoção cirúrgica, com crescimento rápido e de caráter bastante agressivo pois facilmente geram metástases (FILHO, 2015).

Para FILHO (2015), o Adenocarcinoma de pâncreas é uma doença com alta agressividade, tendo apenas 15% a 20% dos pacientes a possibilidade de ressecção cirúrgica e cura ao diagnóstico, principalmente devido à sintomatologia tardia que apresenta. Os fatores de risco são bem conhecidos quanto a sexo, idade, etnia, fatores hereditários e ambientais.

ANATOMIA PATOLÓGICA

Aproximadamente 60% dos tumores do pâncreas originam-se na cabeça da glândula, 15% no corpo e 5% na cauda. Os Tumores pancreáticos são geralmente massas duras, estreladas, branco-acinzentadas, pouco definidas (MOORE, 2007).

A maioria dos tumores da cabeça do pâncreas obstruem o ducto colédoco distal no seu trajeto através da cabeça do pâncreas, como consequência, há distensão acentuada da arvore biliar em cerca de 50% dos pacientes com carcinoma de cabeça de pâncreas, com a maioria apresentando icterícia. (ANDRADE, 2011)

DIAGNÓSTICO

Para GREENE (2002) será perguntado durante a consulta seu histórico clínico completo, incluindo informações sobre os sintomas apresentados, possíveis fatores de risco, histórico familiar, e outras condições clínicas.

Será realizado um exame físico completo com foco principalmente no abdome para verificar quaisquer massas ou acúmulo de líquidos. A pele e a parte branca dos olhos serão examinadas quanto à icterícia. Os tumores que bloqueiam a via biliar também podem causar aumento da vesícula biliar, que pode às vezes ser palpada no exame físico. O câncer de pâncreas também pode se disseminar para o fígado, o que pode aumentar o órgão.

  • Exames de Imagem para o Diagnóstico do Câncer de Pâncreas: Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Ultrassom
  • Exames de Sangue para o Diagnóstico do Câncer de Pâncreas: Vários tipos de análises sanguíneas podem ser usados para o diagnóstico do câncer de pâncreas ou para determinar as opções de tratamento. Os exames de sangue que medem os níveis de bilirrubina são úteis para determinar se a icterícia de um paciente é causada por doença do fígado ou por uma obstrução do fluxo de bile.

TRATAMENTO

Para GREENE (2002) os três principais tipos de tratamento para câncer de pâncreas são a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Dependendo do estadiamento da doença, alguns destes tratamentos podem ser combinados.

Existem três tipos de procedimentos cirúrgicos usados para remover os tumores do pâncreas:

  • Duodenopancreatectomia: Neste procedimento é retirada a cabeça do pâncreas e, às vezes o corpo.
  • Pancreatectomia Distal: Esta cirurgia remove apenas a cauda do pâncreas e/ou uma porção do corpo do pâncreas.
  • Pancreatectomia Total: Este procedimento já foi usado para tumores no corpo ou na cabeça do pâncreas, e remove todo o pâncreas e o baço.

O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. Existem vários tipos de radiação, porém as mais utilizadas são as eletromagnéticas (RaiosX ou Raios gama) e os elétrons (disponíveis em aceleradores lineares de alta energia). A quimioterapia pode ser utilizada em qualquer estágio da doença. É comumente usada quando o tumor não pode ser removido completamente na cirurgia. Mas, também pode ser administrada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes. Este tipo de tratamento é chamado tratamento adjuvante, e diminui a chance de uma recidiva. Quando a quimioterapia é administrada antes da cirurgia para tentar reduzir o tumor é denominada neoadjuvante.

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

R.C.T, 69 anos, sexo feminino, parda, Natural de Belém Pará, viúva, católica. Mora com os filhos, em casa de alvenaria com luz elétrica, água tratada e fossa séptica, coleta de lixo feita esporadicamente pela prefeitura. Ex etilista, ex tabagista, desconhece alergias, hipertensa, primeira vez que estava sendo internada, possui antecedentes de doenças crônicas na família. Foi admitida em hospital de referência na cidade de Belém em março de 2015, com queixas de algia tipo cólica, náusea, êmese, pirose e melena. Diagnosticada com Adenocarcinoma Pancreático. No momento encontrava-se em pré operatório para pancreatectomia distal.

Ao exame físico encontrava-se orientada no tempo e espaço, normotensa, normotérmica, eupneica e normocardia, verbalizando normalmente, não aceita a dieta oferecida, ictérica, sono e repouso prejudicado devido ambiente hospitalar, crânio simétrico, couro cabeludo integro, pavilhão auricular íntegro com acuidade auditiva preservada, cavidade oral com arcada dentária incompleta, apresentando língua saburrosa. Tórax simétrico, ausculta cardíaca presença de bulhas cardíacas normofonéticas em 2T, na ausculta pulmonar presença de murmúrios broncovesiculares presentes bilateralmente, abdomem doloroso a palpação e abaulado com presença de ruídos hidroaéreos, MSD com presença de acesso venoso, MMII com ressecamento cutâneo, diurese presente e espontânea, evacuação presente.

Sinais Vitais – T: 36.5°C; P: 80 BPM; R: 17 rpm; PA:140x80mmHg

PLANO ASSISTENCIAL

Quadro 01: Plano assistencial de enfermagem.

PROBLEMA DE ENFERMAGEM NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
Dificuldade para dormir Sono e Repouso Padrão de sono prejudicado relacionado à mobiliário estranho para dormir caracterizado por relatos de dificuldade para dormir. -Orientar a paciente a evitar cochilos frequentes durante o dia
Língua Saburrosa Cuidado corporal Autonegligência relacionado a manutenção do controle caracterizado por higiene pessoal inadequado -Promover a limpeza da cavidade oral com antisséptico bucal ou escova de dentes através da educação em saúde.
Pele ressecada Integridade cutânea Volume de líquidos deficiente relacionado a falha dos mecanismos reguladores; caracterizada pele seca -Aumentar a ingestão de líquidos
Arcada dentária incompleta Segurança/ Proteção Dentição prejudicada relacionado a falta de acesso a cuidados profissionais caracterizado por perda de dentes
Acesso venoso periférico (MSD) Integridade cutânea e segurança Risco de infecção relacionado à defesas primárias inadequadas, pele rompida.
Não aceita dieta oferecida Nutrição Nutrição desequilibrada: Menos do que as necessidades corporais, relacionado a fatores psicológicos caracterizado por aversão ao ato de comer. Encaminhar ao psicólogo e ao nutricionista.
Dor Percepção dolorosa Dor aguda relacionada a agentes lesivos caracterizado por relato verbal de dor, Administrar medicação conforme prescrição, avaliar eficácia da medicação.

 

FARMACOLOGIA

A paciente faz uso dos medicamentos a seguir. Os medicamentos prescritos foram descritos em: nome comercial, princípio ativo, indicações e posologia, conforme o quadro, abaixo:

Quadro 02: Prescrição médica de fármacos.

NOME COMERCIAL PRINCIPIO ATIVO GRUPO FARMACOLÓGICO INDICAÇÃO CLÍNICA POSOLOGIA
Tramadol Cloridrato de Tramadol Analgésico opioide Indicado para dor de intensidade moderada à severa, de caráter agudo, subagudo e crônico. 50 mg + Soro Fisiológico 0.9 % 100ml via endovenosa de 8/8 horas
Digesan Bromoprida Antiemético Indicado para o alívio dos distúrbios da motilidade gastrintestinal, situações de refluxo gastroesofágico, náuseas, vômitos e para facilitar procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal. 10 mg + 18ml água destilada via endovenosa de 8/8 horas
Antak Ranitidina Antiulceroso, inibidor dos receptores H2 indicado para o tratamento da úlcera duodenal, úlcera gástrica benígna, incluindo aquelas associadas com agentes anti-inflamatórios não esteroides. Prevenção de úlceras duodenais associadas a agentes anti-inflamatórios não esteroides, incluindo ácido acetilsalicílico, especialmente em pacientes com história de doença ulcerosa péptica, úlcera duodenal associada à infecção de H. Pylori, úlcera pós-operatória, esofagite de refluxo, alívio dos sintomas de refluxo gastroesofágico, síndrome de Zollinger-Ellison 150 mg, um comprimido via oral de 12/12horas
Fitomenadiona Vitamina K1 Antihemorrágico hipoprotrombinemia (prevenção e tratamento em diversas desordens da coagulação por deficiência dos fatores II, VII, IX e X ou devido a anticoagulantes orais, salicilatos e alguns antibióticos). 10 mg intramuscular 1 vez ao dia
Ceftriaxona Ceftriaxona 

dissódica

Antibiotico Gonorreia endocervical (não complicada); gonorreia uretral (não complicada); infecção articular; infecção da pele e dos tecidos moles; infecção intra-abdominal; infecção óssea; infecção pélvica (em mulheres); infecção perioperatória (profilaxia); infecção urinária; meningite; pneumonia; septicemia.

 

 

1g + 20ml de água destilada via endovenosa de 12/12 horas
Rocefin Nifedipina Anti-hipertensivo; antagonista dos canais de cálcio; tratamento de pressão alta e angina do peito (apenas para pacientes devidamente beta-bloqueados). 20 mg 1 comprimido via oral se PA > ou = 160x100mmHg

Insulina zíncica cristalina

 

Insulina Regular Hormônios Pancreáticos indicada para o tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 1 e do Diabetes Mellitus Tipo 2, principalmente nos casos de cetoacidose diabética e coma hiperglicêmico hiperosmolar. Subcutânea conforme glicemia capilar
Glicose Hipertônica Glicose 50% Indicado como fonte calórica em nutrição parenteral, atuando no tratamento da redução de carboidratos e fluidos. 4 ampolas via endovenosa se glicemia <70mg/dL

 

CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou a importância da sistematização da assistência de enfermagem (SAE), na elaboração do plano de cuidados de enfermagem a uma paciente diagnosticada com adenocarcinoma pancreático, a importância do processo de enfermagem aplicado a paciente junto ao tratamento, melhora da patologia e na prevenção de dificuldades associadas. Demonstrando assim, a atuação efetiva da equipe de enfermagem direcionando para um cuidado individualizado, participativo e colaborativo, centrado na pessoa humana e não apenas na doença. Isto implica na interligação entre a prática e a teoria, conduzindo o enfermeiro ao desenvolvimento de um julgamento crítico para a tomada de decisão com a devida participação do paciente.

REFERÊNCIAS

GREENE, F.L.; FLEMING, I.D; FRITZ, A.G.; BALCH, C.M.; HALLER, D.G.; MORROW, M. (eds). AJCC Cancer Staging Manual, sexta edição. Comissão Mista Americana de Câncer. New York: Springer 2002.

MOORE, K.L; DALLEY, A.F. Anatomia orientada para a clínica. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

TORTORA, G. J.; Grabowski, S.R. Princípios da anatomia e fisiologia. Rio de Janerio: Guanabara Koogan, 2008.

FILHO, E.Tumor de pâncreas.  Disponível em: http://ligadepatologiaufc.blogspot.com.br/2011/07/tumor-de-pancreas.html. Acesso: Abr 2015

BERNARDES, B. Adenocarcinoma de Pâncreas. Disponível em: http://www.ddi.unifesp.br/media/uploads/abdome/adeno_carcinoma_de_pancreas.pdf Acesso: Maio 2015.

[1] Graduanda em Enfermagem

[2] Graduanda em Enfermagem

[3] Graduanda em Enfermagem

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