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Acidente Radioativo de Goiânia Césio – 137

RC: 6511
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CONTEÚDO

PESSOA, Alysson Eduardo Ferreira [1], SANTOS, Hozana Costa dos [2], PONTES, Iolanda Pereira Oliveira [3], ARANHA, Josenilde Rodrigues [4], MESQUITA, Luciana [5], REIS, Shirley Graciele[6], RIBEIRO, Wladia Cunha Dantas [7], SOARES, Wanessa Danielle Barbosa [8]

PESSOA, Alysson Eduardo Ferreira; et.al. Acidente Radioativo de Goiânia Césio-137. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 13, pp. 434-440., janeiro de 2017. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Este artigo descreve o maior acidente radiológico registrado no Brasil. Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o césio -137 (137Cs) em Goiânia, capital do Estado de Goiás, Brasil. O manuseio de um aparelho de radioterapia abandonado onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas.

Palavras – chave: Acidentes Nucleares, Radioativos, Radioterapia, Malefícios.

INTRODUÇÃO

O Brasil é conhecido mundialmente como o país que ocorreu o maior desastre radioativo, foi o de Goiânia em 13 de setembro de 1987, uma cápsula de Césio-137, abandonada há 2 anos nos escombros do antigo Instituto Goiano de Radiologia, desativado depois de sofrer uma ação de despejo – foi removida por dois sucateiros, violada e vendida como ferro-velho. Entre a retirada da cápsula da clínica em ruínas e a descoberta do fato pelas autoridades, dezenas de moradores de Goiânia conviveram com um material radioativo cuja periculosidade era desconhecida. Atraídos pela intensa luminescência azul do sal do césio-137 adultos e crianças o manipularam e distribuíram entre parentes e amigos.

Os primeiros sintomas da contaminação (náuseas, vômitos, tonturas e diarreia) aparecendo algumas horas após o contato com o material. O saldo dessa experiência foi a morte de 4 pessoas, a contaminação, em maior e menor grau de mais 200 pessoas. Somente em 29 de setembro, aqueles sinais foram identificados como características da síndrome da radiação.

O ACIDENTE DE GOIÂNIA

HISTÓRIA E PERSONAGENS

O Brasil é conhecido mundialmente como o país que ocorreu o maior desastre radioativo, foi o de Goiânia em 1 de outubro de 1987, os brasileiros tomaram conhecimento de um acidente radioativo ocorrido na cidade de Goiânia, através dos jornais. Um aparelho de radioterapia em desuso tinha sido levado no dia 13 de setembro por dois catadores de papel de um prédio abandonado e, 6 dias depois, vendido a um ferro-velho. O acidente não teria sido tão trágico se a fonte de    césio-137, um cilindro metálico de 3,6cm de diâmetro por 3,0cm de altura, contida no aparelho, não tivesse sido violada.

Foi no ferro-velho de Devair Ferreira que a cápsula de césio foi aberta para o reaproveitamento do chumbo. Devair ficou encantado com o pó que emitia um brilho azul no escuro. Ele mostrou a descoberta para sua esposa Maria Gabriela, bem como o distribuiu para familiares e amigos. O irmão de Devair, Ivo Ferreira, levou um pouco de césio para sua filha, Leide Das Neves, que ingeriu as partículas do césio junto ao ovo cozido. Outro irmão de Devair também teve contato direto com a substância. Pelo fato de esse sal ser hidroscópico, ou seja, absorver a umidade do ar, ele facilmente adere à roupa, pele e utensílios, podendo contaminar os alimentos e o organismo internamente.

Figura 1 - Devair Alves Ferreira, dono do ferro –velho e esposo de Maria Gabriela. Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09
Figura 1 – Devair Alves Ferreira, dono do ferro –velho e esposo de Maria Gabriela. Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09
Figura 2 - Leide das Neves, 6 anos, ingeriu o césio – 137. Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09
Figura 2 – Leide das Neves, 6 anos, ingeriu o césio – 137. Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09

Maria Gabriela, a esposa do dono do ferro-velho, Devair, teve a intuição de que o mal-estar que seus familiares também passaram a sentir poderia ser devido ao pedaço da fonte guardada dentro de sua casa. Auxiliada, então, por um dos empregados do ferro-velho, levou o pedaço da fonte dentro de um saco plástico, em um ônibus para o Centro de Vigilância Sanitária. Os profissionais de saúde, vendo os sintomas, pensaram tratar-se de algum tipo de doença contagiosa desconhecida, medicando os doentes em conformidade com os sintomas descritos. Durante a entrevista com médicos, a esposa do dono do ferro velho relatou para a junta médica que os vômitos e diarreia se iniciaram depois que seu marido desmontou aquele “aparelho estranho”. Só então, no dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta de contaminação por material radioativo de milhares de pessoas. Maria Gabriela foi um dos pacientes tratados no Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro e foi uma das primeiras vítimas da contaminação.

A primeira vítima, Maria Gabriela Ferreira, com 37 anos de idade, que havia entrado em contato com césio-137 pela primeira vez no dia 21 de setembro, quando foi examinada em hospital porque estava com diarreia e vômitos, morreu no dia 23 de outubro de 1987. No mesmo dia, horas mais tarde, foi a vez de sua sobrinha, Leide das Neves Ferreira, uma menina de apenas 6 anos de idade, que passou a purpurina pelo corpo e ingeriu um pouco do pó de césio-137, ao segurar um ovo cozido que comia com a mão contaminada, no dia 24 de setembro. Nos dias 27 e 28 de outubro morreram, respectivamente, Israel Batista dos Santos (22 anos) e Admilson Alves de Souza (18 anos), funcionários do ferro-velho.

figura 3 - Maria Gabriela levou o césio-137 dentro de um saco para a Vigilância Sanitária (Foto: Divulgação/ Cnen). Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/
figura 3 – Maria Gabriela levou o césio-137 dentro de um saco para a Vigilância Sanitária (Foto: Divulgação/ Cnen). Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/
Figura 4 - Israel Batista dos Santos, 22 anos, foi empregado de Devair Ferreira. Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/
Figura 4 – Israel Batista dos Santos, 22 anos, foi empregado de Devair Ferreira. Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/

CONTROLE DE EXPOSIÇÃO

De 30 de setembro a 20 de dezembro de 1987, 112.800 pessoas foram monitoradas pelos técnicos da CNEN na cidade de Goiânia. No total 1000 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo.

Muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Para uma melhor identificação, foi usada uma mistura de ácido e tintas azuis. Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material de rejeito. O que foi recolhido com a limpeza foi transferido para o Parque Estadual Telma Ortegal.

Até hoje todos os contaminados ainda desenvolvem enfermidades relativas à contaminação radioativa, fato este muitas vezes não noticiado pela mídia brasileira.

Figura 5 - Técnicos da CNEN trabalham na área contaminada duante o acidente radiológico com Cs-137, na rua 6-A, setor Norte Ferroviário, em Goiânia -GO
Figura 5 – Técnicos da CNEN trabalham na área contaminada duante o acidente radiológico com Cs-137, na rua 6-A, setor Norte Ferroviário, em Goiânia -GO

REJEITOS

Os rejeitos gerados da descontaminação de pessoas e locais foram compactados, sendo os rejeitos líquidos solidificados com cimento. Algumas casas e barracos tiveram que ser destruídas e removidos com tudo que havia em seu interior. O solo dos focos de contaminação também teve que ser removido. Para o acondicionamento de rejeitos foram utilizados diversos tipos de embalagens.

Atualmente, as taxas de exposição nos locais atingidos em Goiânia são inferiores às de Guarapari ou de Poços de Caldas.  Cinco meses depois do acidente, a população praticamente retornou a sua vida normal, sendo todas as áreas contaminadas liberadas.

No entanto a CNEN ainda manteve em Goiânia 11 técnicos para o acompanhamento dos rejeitos radioativos, para o controle do meio ambiente e para o acompanhamento das vítimas. Seis delas ainda apresentam sequelas razoavelmente graves como as radiodermites (queimaduras por radiação) e continuam recebendo tratamento diário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em Goiânia, especificamente, e no país, o evento analisado não desencadeou um esforço por parte do Estado para o fortalecimento de instituições de proteção ambiental, educação, pesquisa e assistência social. Não se observa a existência de uma estrutura simultaneamente preventiva e reativa a novos desastres dessa natureza. O aprendizado das lições da tragédia jamais se tornaram fim último do Estado, que mal consegue montar uma rede de socorro às vítimas do evento de 1987.

Conclui-se, baseados nessa pesquisa , que esse desastre aconteceu pelo não conhecimento das pessoas sobre a radiação e seu poder corrosivo. Desse modo podemos contribuir para uma reflexão mais ampla sobre os processos de conscientização e prevenção sobre os perigos da radiação.

REFERÊNCIAS

OKUNO, E. Radiação efeitos, riscos e benefícios. São Paulo: Ideal,1988.

BORGES, W. Eu também sou vítima: a verdadeira história sobre o acidente com o césio em Goiânia. Goiânia: Kelps, 2003.

PINTO, F. A menina que comeu césio. Brasília: Ideal, 1987

INSTITUTUO BRASIL CENTRAL (Ibrace). Dossiê radioatividade césio-137. Goiânia, 1988.

www.ceped.ufsc.br/…/a resposta a acidentes tecnológicos o caso.

http://150.162.1.115/index.php/fisica/article/viewFile/7842/7213

http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n1/18.pdf

http://webcache.googlesercontent.com/search?q=cache:pXkT38c1GBAJ:archive.is/des

http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/

[1] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[2] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[3] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[4] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[5] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[6] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[7] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador.

[8] Faculdade Maurício de Nassau/ Curso Tecnólogo em Radiologia/Docente Orientadora.

4.3/5 - (9 votes)
Wanessa Danielle Barbosa Soares

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