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As diferentes maneiras de aprender, sobre a perspectiva de um pequeno inventor

RC: 66531
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SANTOS, Sônia Alves dos [1], BROGNOLI, Maicol de Oliveira [2]

SANTOS, Sônia Alves dos. BROGNOLI, Maicol de Oliveira. As diferentes maneiras de aprender, sobre a perspectiva de um pequeno inventor. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 11, pp. 101-113. Novembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/pequeno-inventor

RESUMO

Com o tema “As diferentes maneiras de aprender, sobre a perspectiva de um pequeno inventor”, o trabalho aqui apresentado refere-se a um Relatório de Estágio apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso: Relatório de Estágio do Curso de Especialização em Neuropsicopedagogia do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. O tema escolhido para ser estudado se deu pela relevância de um olhar mais sistêmico, trabalhando o paciente como um todo. Onde é possível aprender e a desenvolver suas cognições de maneira diferente e em tempos diferentes. Assim, entendeu-se que a criança necessitava de estímulos externos, de segurança no meio em que estava inserido e entendimento da melhor maneira de ensiná-lo. Ainda, espaço profissional onde fosse possível “explorar” sua grande facilidade e inteligência na arte de inventar.

Palavras-chaves: Neuropsicopedagogia, funções psíquicas, escola, olhar sistêmico.

INTRODUÇÃO

O presente relatório constituiu-se de um requisito obrigatório para a conclusão da pós-graduação no curso de Neuropsicopedagogia do centro universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Teve por finalidades possibilitar a articulação do conhecimento que foi estudado durante o curso, além de proporcionar o desenvolvimento e a prática das atividades e técnicas desenvolvidas no decorrer do mesmo.

O espaço Revitalizar é um consultório de psicologia e técnicas complementares que tem como objetivo a promoção da saúde e o bem estar do individuo. Neste contexto, o tema escolhido para ser estudado neste relatório se  deu, pela relevância de um olhar mais sistêmico, trabalhando o paciente como um todo. Onde é possível aprender e a desenvolver suas cognições de maneira diferente e em tempos diferentes.

No entanto, o relatório segue através da fundamentação Teórica; observação; coleta e analise dos dados observados; intervenções; Registro e  analise das Intervenções; Considerações finais. Por meio deste trabalho, buscou-se entender melhor o ser humano, proporcionando através da vivência e da prática conteúdos necessários para viabilizar uma vida mais plena e feliz.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

FUNÇÕES PSÍQUICAS E SUAS ALTERAÇÕES

As funções psíquicas são elementos fundamentais a serem avaliados no individuo, e de acordo com Dalgalarrondo (2008) as funções psíquicas são: Consciência, Atenção, Memória, Senso percepção, Volição, Orientação, Afetividade, Linguagem, Personalidade e Inteligência. Sendo que usaremos algumas das funções psíquicas para adentrarmos no relatório em questão. No intuito de entendermos as diversas possibilidades que um indivíduo possui em aprender, citaremos algumas das funções acima citadas.

Consciência: é o conhecimento compartilhado com o outro, e por extensão o conhecimento “compartilhado consigo mesmo”, apropriado pelo indivíduo (ZEMAN; GRAYLING; COWEY, 1997 apud DALGALARRONDO, 2008).

Atenção: Atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto (CUVILLIER, 1937 apud DALGALARRONDO, 2008).

Memória: A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos já ocorridos (DALGALARRONDO 2008).

Orientação: A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente é elemento básico da atividade mental Dalgalarrondo (2008).

Senso percepção: Todas as informações do ambiente, necessárias à sobrevivência do indivíduo, chegam até o organismo por meio das sensações Dalgalarrondo (2008).

Afetividade: A afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos Dalgalarrondo (2008).

Inteligência: A inteligência pode ser definida como o conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo, a resultante, o vetor final dos diferentes processos intelectivos Dalgalarrondo (2008).

Personalidade: Bastos (1997 apud DALGALARRONDO, 2008) apresenta uma definição de personalidade bastante elucidativa. Para ele, a personalidade é o conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência.

O indivíduo aprende de maneira diferenciada, onde para muitos, o entendimento é adquirido de várias maneiras. Sendo imprescindíveis novos olhares, novas maneiras de conseguir extrair o conhecimento de cada um. É preciso unir a teoria e a prática, buscando assim encontrar subsídios que sejam importantes nesta tarefa de não rotular todas as dificuldades de aprendizagem. Pois entendendo o sistema de forma mais integrada, é possível conseguir resultados mais positivos diante de uma nova educação.

OBSERVAÇÃO

No presente relatório, avaliou-se o quanto o meio pode interferir no processo de aprendizagem e no desenvolvimento de um indivíduo. Um ambiente mais agitado, com menos diálogo e mais irritável, permite ao sujeito sérios prejuízos nas funções psíquicas.

COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS

O processo de coletas de dados, leituras e entendimento sobre o parecer psicológico se deu nos meses de setembro de 2019 até dezembro do mesmo ano. Nas dependências da clínica espaço Revitalizar, nas terças e quartas feiras nos horários das 14 horas às 18 horas. Onde se acompanhava diversos atendimentos oriundos de uma agenda de atendimentos, onde se estudou e identificou-se o quanto as crianças e adolescentes reagem de maneira diferenciadas dependendo do meio em que estão inseridas. Podendo progredir cada dia mais, como também regredir, dependendo das oportunidades e possibilidades em que são ofertadas.

INTERVENÇÕES

Diante do principal diagnóstico estudado em relação ao parecer (em anexo) foram atendidas diversas situações pertinentes para que fosse possível chegar a um entendimento mais preciso comportamental e eficiente. Atender de forma sistêmica entende-se que é primordial. Pois através da psicoeducação aliado a um tratamento eficaz, pode-se aprender de maneiras diferentes um mesmo assunto. Em relação à escola, é primordial um olhar mais atento, individual, entendendo as limitações e as facilidades que cada aluno possui. Cada Indivíduo aprende de maneira única, em tempos diferentes, e se identificam com determinadas disciplinas e outras um pouco menos. Sendo que isso não o rotula como um aluno “problema”. A família precisa estar consciente da importância de um contato mais próximo com a escola, estando dispostos a melhorar o ambiente em que a criança está inserida, onde se for preciso, uma ajuda profissional para todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desse trabalho possibilitou obter diferentes experiências e conhecimentos, o que contribui muito para o crescimento profissional. Não é uma tarefa fácil querer mostrar e comprovar que é possível ter um olhar mais humano, com menos rótulos já pré-estabelecidos. Buscou-se com este trabalho, proporcionar alternativas possíveis para que se busquem maneiras diferenciadas e produtivas no ensinamento de alunos com dificuldades de aprendizagens.

No caso específico estudado, entendeu-se que a criança necessitava de estímulos externos, de segurança no meio em que estava inserido e entendimento da melhor maneira de ensiná-lo. Compreende-se a relevância da ajuda profissional, mas que esta ajuda deve ser aliada ao olhar mais minucioso, onde seja possível “explorar” sua grande facilidade e inteligência na arte de inventar.

REFERÊNCIAS

CUVILLIER, A. ABC de Psicologia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos Transtornos mentais. 2° edição. Porto Alegre: Artmed, 2008.

ZEMAN, A.Z. J; GRAYLING, A.C; COWEY, A. Contemporary Theories of consciousness. Journal of Neurology, Neurosurgery and psychiatry, v. 62, p. 549-552, 1997.

ANEXOS

Parecer Psicológico

I. Dados de Identificação:

Nome: O. O. C.

Idade: 8 anos

Data de Nascimento: 05/04/2010

Sexo: Masculino

Escolaridade: 3° ano do Ensino Fundamental

Cidade: São João do Sul – SC

Religião: Evangélica

Pai: M. C.

Escolaridade: Ensino médio

Profissão: Agricultor

Mãe: M. O. S.

Idade: 30 anos

Escolaridade: Ensino médio

Profissão: Cabeleireira

Constelação Familiar: O. É filho único do casal.

II. Data e Local da Avaliação:

O presente Psicodiagnóstico foi devidamente realizado nas dependências da Clínica Particular de Psicologia, situada na estrada geral de vila Santa Catarina, em São João do Sul – SC. Os Psicólogos responsáveis foram Sônia Alves dos Santos Scariot, CRP 12/16454 e Maicol de Oliveira Brognoli, CRP 12/16455. Esta avaliação desenvolveu-se em torno de oito sessões, que perduraram entre 45 a 50 minutos cada. As mesmas iniciaram-se no dia 02 de abril de 2018 e finalizaram-se no dia 05 de junho de 2018.

III. Motivo do Encaminhamento:

O. com 08 anos e 1 mês, cursando o 3° ano do ensino fundamental no colégio E. E. B. Caetano Lummertz, foi encaminhado pela própria mãe para o processo de um psicodiagnóstico por apresentar um quadro de dificuldades em acompanhar a rotina de estudos e atividades inerentes a sua turma. A genitora preocupa-se que este fato esteja, ou possa estar afetando a vida de seu filho em seus múltiplos segmentos. A mãe relata que ela e seu esposo percebem a dificuldade de seu filho em acompanhar os estudos, porém possuem incertezas de como proceder para que ele evolua na aprendizagem. Isso os deixa em constante instabilidade emocional, pois não conseguem de fato entender qual a dificuldade que seu filho possui. A mãe salienta que a insegurança diante do processo educacional de seu filho está trazendo grandes dificuldades na vida em família, pois a cada dia, novas dificuldades surgem e a mesma salienta que acredita que seu filho tenha regredido na aprendizagem. Portanto, por meio de um pedido da mãe, visando buscar um possível entendimento sobre o porquê destas dificuldades de aprendizagem, levando-se em consideração estruturas cognitivas e afetivo- emocionais, o presente psicodiagnóstico consolidou-se.

IV. Técnicas Empregadas:

Foram utilizadas como técnicas para a consolidação deste processo de Psicodiagnóstico:

  • Entrevista com os pais (anamnese);
  • Hora do jogo diagnóstica;
  • Testes gráficos: desenho da família, desenho livre;
  • HTP (Teste do Desenho da Casa – Árvore – Pessoa);
  • TDE (Teste de Desempenho Escolar);
  • FIGURAS COMPLEXAS DE REY (Teste de cópia e reprodução de memória de figuras geométricas complexas).

V. História Clínica:

Segundo informações levantadas na entrevista, a genitora conta que O. é filho único, que passou por uma gestação conturbada e um parto também. Segundo a mesma, sua ansiedade fez com que o parto fosse Cesária, pois possuía uma preocupação com o fato de estar acima do seu peso normal. Amamentou até os 6 meses de idade. O menino usou fraudas até 01 ano e 3 meses, caminhou com 01 ano e 2 meses e já com 8 meses pronunciou suas primeiras palavras, onde o objeto trator já o acompanhava desde então. A mãe conta que seu filho não dormia, chorava a noite inteira e que só foi dormir com mais tranquilidade quando já tinha 02 anos, com a procura de um Neurologista que receitou o medicamento Risperidona. Conta que foi muito difícil todo este processo para todos, onde o ambiente familiar era de constante dificuldade e a adaptação escolar não foi diferente. O. foi para o pré-escolar com 04 anos e a mãe relata que foi muito complicado, pois o mesmo chorava muito e não queria ficar. Todo este quadro desesperador perdurou até metade do ano, enquanto o menino tomava até então o medicamento Risperidona. Quando O. Completou 06 anos iniciou o 1° ano do ensino fundamental, onde juntamente com a Risperidona começou a tomar Ritalina na tentativa de se manter concentrado, segundo o Neurologista.

Ainda hoje ao ser comparado com os colegas de classe, segundo a genitora, exibe dificuldades na leitura, não consegue escrever corretamente e identificar sílabas mais complexas. É impreciso muitas vezes faltando lógica e coerência nas suas produções. Possui grande dificuldade para se manter concentrado. Na escola não consegue finalizar as tarefas e conta com ajuda de um segundo professor. Segundo a mãe o caderno que o filho possui hoje no terceiro  ano é menos utilizado que nos anos anteriores, segundo e primeiro ano. A mãe ainda salienta que seu filho na maioria das vezes faz colagem e recortes, não acompanha a turma e o processo educacional é feito em sala separada, aumentando ainda mais a dificuldade de aprendizagem e a ansiedade e frustração no âmbito familiar.

Em relação ao dia-a-dia os pais se preocupam, pois o consideram desligado e com pouca iniciativa no que se refere às atividades escolares. Na questão das brincadeiras, o menino passa os dias criando e inventando contando com a ajuda do pai no intuito de que seu filho se acalme por alguns instantes possibilitando momentos de tranquilidade para os mesmos. Sobre o relacionamento social chama muita atenção por ser comunicativo, sempre inventando histórias e querendo fazer invenções. No entanto, muitas vezes seus colegas não o aceitam no grupo, e este por sua vez, por perceber e sentir-se sozinho como defesa a sua frustração, torna-se muitas vezes um menino agressivo, pois entende que desta maneira prestam atenção nele. A mãe conta que o filho tem muitos medos e que até três meses atrás ainda dormia no quarto de seus pais. Possui dificuldade em aceitar um não, pois a mãe conta que para amenizar todos os choros e gritos quando menor, os pais permitiam e acabavam dando tudo o que ele pedia no intuito de que o mesmo se acalmasse. O. sente uma necessidade quase incontrolável de estar se alimentando o tempo todo, possuía crises de ansiedade severas diante de um não dado pelos seus pais, sendo visível o descontrole aparente até mesmo no aspecto físico, chegando a aparentar uma crise convulsiva, salientando aos berros que iria morrer.

VI. Resultado da Testagem:

Na aplicação do Teste HTP, O. mostrou tendência a fantasiar querendo a todo momento inventar histórias e fazer o desenho com inúmeros acréscimos. Diante do comando dos profissionais acatou e começou a desenhar, foi muito comunicativo durante o processo, vivendo no mundo da fantasia. Na interpretação pode-se encontrar grande nível de ansiedade e insegurança, baseadas em uma  forte necessidade de apoio. Pode-se analisar tensão intensa no lar, seguindo de um sentimento de inferioridade bastante significativo.

Na interpretação do Desenho da Família, observou-se certo sentimento de conflito com os familiares e dificuldades com a ressonância afetiva. Indica ainda, uma sensação de cerceamento e de não receber uma devida atenção. Ao mesmo tempo, o pai é visto como a figura dominante, às vezes com importância positiva e/ou negativa com sentimentos de valorização e/ou conflitos. Entretanto, o menino também possui sentimentos de pertinência e de fazer parte desta família.

No Teste Figuras Complexas de Rey, obteve no processo de cópia da figura percentil 10, recebendo Classificação Inferior a Média. Isso sugere um pouco de prejuízo na capacidade de Percepção Visual, tendendo a fazer distorções de forma e localização, bem como omissão de elementos. Já no processo de Reprodução de Memória obteve percentil 30, angariando Classificação médio Inferior. Deste modo, apresenta uma dificuldade quanto a Memória Imediata, na qual a pessoa pode omitir elementos, distorcê-los ou mesmo alterar a sua localização. Com relação aos tempos de Cópia e Reprodução de Memória, o menino obteve percentil 40 em ambos o processo, o que é considerado normal e esperado para a maioria da população.

Na interpretação do Teste TDE (Teste de Desempenho Escolar), utilizando-se da Tabela 4 no manual das normas para o 3° ano do Ensino Fundamental, tem-se que O. apresenta um desempenho com Classificação Inferior no Subteste de Escrita, obtendo 5 pontos no Escore Bruto. No Subteste Aritmética seu Escore é de 9 pontos com Classificação Inferior a média. Seu Escore no Subteste de Leitura foi 32 pontos, situando-se numa faixa Inferior àquele esperado para seu nível de escolarização. Quando se toma a idade do menino de 08 anos e 01 mês e se faz uma previsão do Escore Bruto Total de 46 pontos alcançados, verifica-se que O. aproxima-se do Escore apresentado a partir da idade de 07 anos. Assim, os resultados parecem evidenciar que quanto ao seu desempenho escolar nas áreas da Linguagem, O. demonstra um conhecimento da escrita de palavras pouco adequado ao seu nível de aprendizagem escolar, mostra dificuldades na decodificação e leitura de palavras isoladas. Na área dos cálculos aritméticos evidencia um pouco mais de habilidade nesta área do conhecimento, mas ainda inferior ao esperado para o 3° ano do Ensino Fundamental.

Durante as avaliações feitas pelos profissionais, também no processo da Hora do Jogo Diagnóstica, ficou explícita a grande necessidade e facilidade de comunicação do menino. Mostrou-se sempre bem disposto e bastante ansioso por estar junto dos profissionais. Contava e falava muito, sendo que este aspecto impactante camuflava a superficialidade de seu pensamento, evidenciando certa dificuldade em entender o que era pedido. Muitas vezes foi-se necessário retomar alguns questionamentos por parte dos psicólogos, pois sua resposta era incoerente com o que se tinha sido perguntado. Manifestou dificuldades em distinguir a hora certa de falar, contando e fantasiando o que viesse a sua mente, tendo que ser

interrompido para que voltasse a sua atenção ao objetivo proposto. Gostava de contar “grandes feitos e realizações”, onde na maioria das vezes, estes relatos eram frutos da sua imaginação. Aparentou ser muito curioso e competitivo, não aceitando quando perdia em algum jogo executado junto aos pelos psicólogos. Possui grande dificuldade de reconhecer seus erros, querendo sempre justificar o porquê que tinha perdido, ou ainda, inventando novas regras para que ele fosse o devido vencedor.

VII. Indicação Terapêutica:

Indica-se para este caso até o presente momento: Psicoterapia e Psiquiatra Infantil para O, bem como, Orientação Familiar Psicológica. O paciente cresceu em um ambiente super protetor x conflituoso que pode ter colaborado para o comportamento ansioso e desatento diante das responsabilidades que o cercam principalmente a escolar. Devido ao mesmo fato, apresenta uma significativa imaturidade com um quadro de falta de limites, dificuldades de encarar o “não” e fantasiar demasiadamente. Levando-se em consideração a História Clínica do paciente, pode-se perceber que cresceu em um ambiente familiar também conflituoso, o que provavelmente exacerbou certa irritabilidade diante das frustrações, sentimento de insegurança e uma forte necessidade de apoio.

No ambiente escolar necessita de acompanhamento Psicopedagógico e continuidade do auxílio de segundo professor em sala de aula. O teste TDE elucidou significativas dificuldades nas áreas da escrita, leitura e aritmética evidenciando escores inferiores ao seu estágio de escolarização. O. possui laudo do Médico Neurologista apontando quadro de Transtorno de Déficit de Atenção  e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Ansiedade com traços psicóticos atualmente controlados. O paciente no momento da testagem não demonstrou claramente indícios de um quadro psicótico, entretanto entra facilmente no mundo da imaginação e fantasia, mostrando-se imaturo e com dificuldades de focar a atenção. Neste sentido, tem necessidade de ser estimulado, provado e ajudado e a partir daí produzir, pois possui capacidades de aprendizagem escolar um pouco abaixo do esperado para sua idade cronológica.

[1] Graduação em Psicologia pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (2017), Especialização em Iridologia pela Faculdade Einstein (2019), Especialização em Neuropsicopedagogia pela Uniasselvi (2020) e Especialização em Docência do Ensino Superior pela Uniasselvi (2020). Pós-Graduanda em AEE e Educação Inclusiva pela FARESE, Pós-Graduanda em Psicologia Jurídica e Avaliação Psicológica pela FAVENI e Pós-Graduanda em Psicologia Cognitiva e Comportamental.

[2] Graduação em Psicologia pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC em 2017, Especialização em Docência do Ensino Superior e EJA pela Faculdade da Região Serrana – FARESE em 2019, Especialização em Iridologia pela Faculdade Einstein em 2019, Especialização em Psicologia Clínica pela Faculdade da Região Serrana – FARESE em 2019, Especialização em AEE e Educação Inclusiva pela Faculdade da Região Serrana – FARESE em 2020, cursando Especialização em Psicologia Comportamental e Cognitiva pela Faculdade de Venda Nova do Imigrante – FAVENI, cursando Especialização em Psicologia Social pela Faculdade de Venda Nova do Imigrante – FAVENI, cursando Especialização em Psicologia Jurídica e Avaliação Psicológica pela Faculdade de Venda Nova do Imigrante – FAVENI e cursando Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

Enviado: Novembro, 2020.

Aprovado: Novembro, 2020.

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Sônia Alves dos Santos

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