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Os paradigmas da educação nas civilizações antigas e a preparação dos pesquisadores da antiguidade

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CONTEÚDO

ENSAIO TEÓRICO

LIMA, Ingrid da Mota Araújo [1], LIMA, Xênia da Mota Araújo [2]

LIMA, Ingrid da Mota Araújo, LIMA, Xênia da Mota Araújo. Os paradigmas da educação nas civilizações antigas e a preparação dos pesquisadores da antiguidade. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 02, Vol. 05, pp. 100-109. Fevereiro de 2019. ISSN: 2448-0959.

RESUMO

O presente ensaio reflete sobre a história da educação na antiguidade, especificamente, nas regiões da Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma, a educação será explorada partindo do ponto do incentivo a pesquisa por parte dos mestres para com os educandos. O papel da história da educação é elucidar o processo através do qual o homem adquiriu seus conhecimentos, observa-se, então, o aprimoramento cultural das civilizações antigas, na figura dos educandos pesquisadores. Os povos da Antiguidade contribuíram à educação de hoje, portanto, o presente é a soma dos conhecimentos do passado. As primeiras civilizações apresentavam um processo educativo voltados à solução dos problemas cotidianos e, por isso a prática da pesquisa se mostra fundamental, como no passado, a educação é o caminho para o desenvolvimento de qualquer sociedade, a filosofia grega contribui para o desenvolvimento da educação e dos pesquisadores. Portanto nesse texto iremos explorar a importância dos pesquisadores no desenvolvimento das sociedades através da educação. Diante das transformações que o mundo vem sofrendo – ambiente e sociedade – crescem os desafios relacionados ao campo da pesquisa científica, impondo aos pesquisadores a observância de novos paradigmas nas diferentes áreas do conhecimento. Assim, a questão que rege este ensaio é mostrar brevemente a evolução histórica do método científico, partindo dos ensinamentos dos pioneiros da educação.

Palavras-chave: Pesquisa, Civilizações Antigas, Educação.

1. INTRODUÇÃO

Este ensaio tem por finalidade apresentar a evolução histórica do método científico através das civilizações antigas, fazendo um paralelo com as pesquisas no século XXI. Além disso, serão apontadas as novas tendências em pesquisas e conhecimentos científicos. Pois partindo do pressuposto que a sociedade vem passando por processos de transformações radicais em uma dinâmica sem precedentes, supõe-se que a maneira de fazer pesquisas também passou e continuará passando por mudanças e/ou inovações para que se possa atender às novas necessidades e interesses da sociedade globalizada. Isso por que o que era válido no passado, hoje, pode não ter validade, apesar das inúmeras contribuições que tivemos com os povos antigos.

Teixeira (2014); afirma que o conhecimento é uma Relação. Conhecer é estabelecer uma relação entre a pessoa (sujeito que conhece) e o objeto (fato ou fenômeno) que passa a ser conhecido. No processo de conhecimento, quem conhece acaba se apropriando do objeto que conheceu. Ou seja, forma um conceito desse objeto, reconstituindo-o em sua memória.

A ciência pode ser entendida como busca constante de explicações e soluções, de revisão e de verdades sobre os fenômenos naturais e sociais – daí a permanente necessidade do conhecimento. O conhecimento científico resulta da inter-relação que se estabelece entre o sujeito cognoscente (que tem capacidade de conhecer) com os fenômenos da realidade empírica. Assim, podemos dizer que o ato de conhecer se dá por meio das informações obtidas pelo sujeito, conforme as determinações afetivas, biológicas, cognitivos e sociais, na apreensão do objeto. O conhecimento científico é o resultado da relação sujeito e objeto mediado pelo processo de pesquisa.

Os fatos que podem ser conhecidos fazem parte do nosso cotidiano, os produzimos na rotina de cada dia. Por vezes, podemos criá-los com a finalidade de estudá-los, como ocorre em situações experimentais de laboratórios. “Entretanto uma grande parte dos esforços, realizados pela ciência, destina-se ao conhecimento de fatos que já existem, produzidos pela natureza, e que o homem ainda desconhece ou, pelo menos, não sabe todo o alcance de suas implicações.” (RUDIO, 2009, p. 10).

Manacorda (2013); esclarece que o papel do sujeito e a relação com o objeto é discutido pela epistemologia, para fazer referência a estes dois polos envolvidos na produção do conhecimento. Epistemologia, no sentido etimológico da palavra, significa; discurso ou estudo (logos) sobre a ciência (episteme). Assim, a epistemologia procura estudar a origem do conhecimento científico e sua validade. Como disciplina filosófica faz permanente reflexão sobre a problemática do conhecimento, das relações entre sujeito e objeto na busca do conhecimento, especialmente do conhecimento científico.

Carvalho e outros (2012, p. 62); explica que da relação do sujeito com os objetos da natureza e da sociedade surgiram várias ciências. As ciências factuais que se dedicam ao estudo dos fenômenos da natureza (físicos, químicos, biológicos…) e dos fenômenos da sociedade (sociais, culturais, econômicos…). Cada ciência dedica-se ao estudo de uma faceta da realidade e, de modo especial, uma particularidade do fato que é observado por meio dos sentidos e da consciência sensível a uma explicação científica.

As ciências elaboram suas teorias que, além de apresentar uma explicação científica dos fatos, também podem nos levar a novas inquietações na busca do conhecimento de fatos que ainda não foram suficientemente explicados. Tal orientação leva o estudante a focalizar sua atenção sobre determinado enfoque teórico específico durante a trajetória acadêmica, passando a constituir tema importante para futura pesquisa.

Gil (2015, p.36); esclarece que; “verdade científica objetiva atinge as razões e as causas dos objetos, pois conhecer é pensar, significa não se contentar em ver os objetos do mundo empírico sem questionar ou refletir. Nós somos capazes de participar do mundo científico a partir do momento em que ultrapassamos o simples conhecer pelo empenho de pensar e refletir com críticas objetivas, possibilitando o nascer e o fortalecer de atitudes científicas”.

Assim, podemos definir ciência como o saber sobre um objeto determinado construído pela pesquisa. Resulta da utilização adequada de métodos capazes de descrever, analisar, controlar, prever fatos e buscar soluções para os objetos detectados pelo homem nas diversas realidades que o cerca.

2. A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE

A educação engloba o ato de ensinar e aprender. Na realidade, ela tem nos seus objetivos fundamentais, a busca contínua de transmissão dos saberes. Este fenômeno é observado em qualquer sociedade, pois ela é responsável pela manutenção e perpetuação das ciências humanas.

O processo educativo passou e passa por constantes mudanças através da história das civilizações. Além disso, evidenciam-se “pedaços” de culturas antigas em nossa educação contemporânea, como afirma Marrou (2015, p. 4); “A história da educação na Antiguidade não pode deixar indiferente nossa cultura moderna; ela retraça as origens diretas de nossa própria tradição pedagógica. Somos grego-latinos; o essencial da nossa civilização veio da deles; isto é verdadeiro, em um grau eminente, para nosso sistema de educação”.

Lakatos; Marconi (2014); afirmam que se pode perceber que, a educação de hoje é o conjunto do desenvolvimento da educação do passado. Ela é fundamental para a transmissão dos valores das sociedades, pois qualquer nação que não prioriza a educação apresenta reflexos na vida social dos cidadãos.

A Idade Antiga ou Antiguidade foi o período que se estendeu desde a invenção da escrita (4000 a.C. a 3500 a. C.) até a queda do Império Romano do ocidente (476 d. C.) e início da Idade Média (século V).

Pilleti (2013); mostra que neste período foi desenvolvido a escrita, o que propiciou uma maior fidelidade nos registros históricos das civilizações antigas, contudo esse processo deu-se devido às mudanças sociais. Logo que o homem alterou seu modo de vida, de nômade para sedentário. Com isso, os grupos sociais se fixaram e começaram a desenvolver a agricultura, assim deu-se o surgimento de uma nova sociedade humana.

Morais (2013); ala que, consequentemente, o homem começou a permanecer em um mesmo lugar, á medida que surgiram pequenos agrupamentos e cidades, o que propiciou o desenvolvimento da economia, com isso, diversos povos se desenvolveram na antiguidade, as civilizações hidráulicas (Egito, Mesopotâmia e China), as civilizações clássicas (Grécia e Roma), os Persas, os Hebreus, os Fenícios, além dos Celtas, Etruscos, Eslavos etc.

Por isso, a Antiguidade foi um período muito importante, pois foi nesta época que se deu a formação de Estados e cidades. E ainda, algumas religiões tiveram origem nessa época, como por exemplo; cristianismo, budismo, confucionismo e o judaísmo. Além do mais, o estudo da história começou, neste período, com Heródoto e Tucídides. (COLTRINARI, 2012).

2.1 EDUCAÇÃO NA MESOPOTÂMIA

Mesopotâmia é um vocábulo de origem grega, e que significa Terra entre rios”, pois esse nome era usado para as áreas banhadas pelos rios Tigre e Eufrates e seus afluentes.

A região compreende, atualmente, as terras do Iraque e uma parte da Síria. No período mesolítico, quando se iniciou o processo de sedentarização das populações nômades, então a região da Mesopotâmia começou a ser ocupada. Têm-se os registros das primeiras civilizações, em torno de 400 a.C., mas também, é nesse período que se deu o crescimento das cidades e o aparecimento da escrita cuneiforme. (PILETTI E PILETTI, 2013, p. 33-38).

Barbosa (2012); mostra que se pode destacar ainda que as contribuições provenientes dos povos mesopotâmicos, entre outros, foi a criação de um processo comercial, códigos jurídicos escolas, princípios matemáticos e médicos, e principalmente, a invenção da escrita cuneiforme e construções de templos religiosos.

A escrita cuneiforme teve uma importância e status aos escribas, que para desenpenharem o ofício era necessátio passar por um longo tempo na edubba, local destinado à educação e treinamento dos escribas. “Eles frequentavam a escola, desde a juventude até a idade adulta para adquirirem o status de profissionais. A partir da segunda metade do 3º milênio a. C., houve um aumento no sistema escolar sumérico”. (LUCKESI; 2013).

Nunes (2013); esclarece que os sumérios desenvolveram sua civilização na região sul da Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre, área do Crescente Fértil. Esse crescimento escolar deu-se com a finalidade de formar os escribas para trabalharem nas tarefas econômicas e administrativas do reino e nos templos. A escola era no início, junto aos templos e depois nos palácios, que preparava escribas às necessidades dos palácios, assim, com o tempo o ensino escolar tornou-se um foco da cultura e do saber.

Sánchez (2011); “Mostra que um dos ensinos da Mesopotâmia era a literatura os poemas, obras literárias e os provérbios e ditos populares que faziam parte dos trabalhos dos escribas, que serviam aos membros da realeza”. A organização social era dividida em membros da família real, nobres, sacerdotes e numa esfera mais baixa ficavam os artesões, camponeses e os escravos.

2.2 EDUCAÇÃO NO ANTIGO EGITO

O Antigo Egito foi uma civilização que se desenvolveu no nordeste do continente africano, onde atualmente localiza-se o país do Egito. O Egito tem como fronteira ao norte o Mar Mediterrâneo, a oeste, o deserto da Líbia, a leste, o deserto da Arábia e ao sul, a primeira catarata do rio Nilo. A história do Antigo Egito iniciou-se por volta de 3150 a. C. e terminou em 30 a.C., quando o Egito sob dominação de outros povos se transformou em uma província do Império Romano.

A educação no Antigo Egito dá-se de forma emônica, repetitiva, baseadas na escrita. Os ensinamentos são voltados à formação do homem político, assim, sua educação é direcionada à retórica. Observa-se, também, que a obediência aos estudos era primordial para não sofrer castigos.

Os estudos começavam bem cedo, pois esse povo era prático na natureza, logo, toda ciência era voltada às soluções do dia a dia. Reale; (2015, p. 67). Nos explica que “A matemática, como por exemplo, procurava soluções para as medições das terras ou construção das pirâmides. Daí surge a necessidade de pesquisas em campo fazendo uma ponte ligando os ensinamentos teóricos com os ensinamentos práticos”.

Para Kant; (2016, p. 20); “a educação prática e moral é aquela que diz respeito à construção do homem, para viver como ser livre […] o qual pode bastar-se a si mesmo, construir-se membro da sociedade”. No Antigo Império, a educação visa o homem político, capaz de dominar a arte da retórica. As escolas eram utilizadas pelas classes dominantes para fortalecer e assegurar o seu poder. Também havia as escolas esotéricas e sagradas que formavam os sacerdotes. Os ensinamentos também eram desenvolvidos através da fala, da obediência e da moral. Estes ensinamentos eram transmitidos sob a forma familiar, de pai para filho ou escriba para discípulo, porém a subordinação era constante e era necessário, às vezes, prática do castigo, que fazia parte da instrução. Já as classes menos favorecidas, não eram alfabetizadas, pois poucas pessoas sabiam ler e escrever.

Abrão (2014); mostra que quase todas as escolas funcionavam nos templos, pois os sacerdotes eram os únicos que podiam exercer a função de mestre. E, também, o regime escolar era de internato ou semi-internato e a família era responsável pela alimentação dos filhos. Como todo sistema pedagógico, a cultura egípcia evidencia-se na organização, portanto, a educação era voltada à transmissão dos saberes divinos. Já que o saber religioso representou, para os egípcios, o principal objetivo da educação.

2.3 EDUCAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA

A Grécia Antiga compreendia as regiões do Chipre, Anatólia, sul da Itália e França, costa do mar Egeu, entre outros. Foi nessa região que se criou vários valores que hoje usamos em nosso mundo, assim, herdamos dos gregos, os conceitos de cidadania e democracia, a filosofia e os fundamentos da ciência e do teatro.

A educação não era um sistema desenvolvido nem rigidamente definido, porém em geral, as mulheres até os sete anos de idade, eram educadas no gineceu, na companhia da mãe. Já os rapazes de 7 a 14 anos, eram ensinados na ginástica e na música e no final do século V a. C. surge o professor de “grammatistés” para ensinar as crianças a ler e a escrever.

Esses educadores eram contratados pela família, que dependia do poder financeiro dos pais. Os alunos aprendiam a cantar e recitar os poemas antigos de Homero e Hesíodo, cuja filosofia era a tradição heroica com elevado conteúdo moral, como nos afirma Marrou (2015, p.17); É de Homero que nossa história deve partir; é em Homero que começa, para não mais interromper-se, a tradição da cultura grega; seu testemunho é o mais antigo documento que podemos proveitosamente, compulsar acerca da educação arcaica. O papel de primeiro plano, desempenhando por Homero na Educação Clássica, convida-nos, por outro lado, a determinar com precisão aquilo que podia já representar, para ele, a educação.

Foi na Grécia que surgiu o termo pedagogia que é de origem grega e deriva da palavra “paidagogos”, nome dado aos escravos que conduziam as crianças à escola. A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia, até porque era justamente nessa região que tem início as primeiras reflexões acerca da ação pedagógica, porque tais reflexões iriam influenciar por séculos a educação e a cultura ocidental. (DUROZOI E ROUSSEL, 2016).

Marías (2012); nos fala que nas figuras de seus mais ilustres filósofos Sócrates seu discípulo Platão e Aristóteles onde para eles a principal função da educação era fazer com que os outros compreendam a sua própria ignorância era para ele tarefa crucial. Não propunha soluções para os problemas; pretendia antes a libertação de preconceitos. A pedagogia socrática nasce das reflexões sobre a natureza e o sentido da educação. Tais reflexões giram em torno dos fins e objetivos que a formação dos jovens devem alcançar.

Pereira (2011); elucida que Sócrates defende a fé na razão e a convicção de que existe uma verdade invariavelmente válida. Platão defendendo os estudos até os 50 anos para todos aqueles que fossem ingressar na vida pública e Aristóteles com sua educação voltada para a felicidade, todo seu método de educação era voltado ao autodescobrimento e ninguém se auto descobre sem pesquisar a si mesmo. Portanto os três expoentes máximos da educação grega pregavam que a pesquisa essencial para o desenvolvimento do indivíduo como ser pensante e construtor de conhecimentos.

2.4 EDUCAÇÃO NA ROMA ANTIGA

A história de Roma foi desenvolvida numa região econômica baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade da Roma Antiga era constituída por patrícios e plebeus e sistema político era a monarquia. A origem de Roma é controversa, alguns historiadores dizem que foi fundada em meados do século VIII a.C., por uma mistura de povos itálicos que viviam na região do Lácio desde o século X a.C.; outros defendem que foi fundada pelos etruscos, que viviam ao norte, e ainda, temos o mito que diz que sua formação se deve a Rômulo e Remo. (CHIZZOTTI, 2011)

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega, assim, os romanos adotaram muitos aspectos na arte, pintura e arquitetura. O cristianismo influenciou muito a educação de Roma, e aos poucos, a Igreja Católica se institucionalizou e o clero exerceu o domínio da educação.

Segundo Giordani (2012); a educação familiar tornou-se decisiva na educação da criança, e aos sete anos a criança era influenciada pelos pais, as meninas eram preparadas para os ofícios do lar, já os meninos eram ensinados a seguir seus pais na aprendizagem dos segredos da vida pública e para o futuro profissional.

Quanto à escola secundária, os alunos estudam com os “Gramáticus”, que os ajudava na perfeição da linguagem e dos estudos dos poetas clássicos. Os estudos superiores, naquela época, eram realizados no pátio ou em uma sala que objetivava a transmissão do conhecimento da oratória.

Sposito (2017, p. 141 – 151); nos esclarece a cerca de que “para manter um vasto império do tamanho do romano que ruiu inclusive por conta do seu gigantismo era necessário que as populações conquistadas fossem domesticadas pela educação romana e se tornassem amantes do Estado”. Nesse sentido Cícero, Sêneca e Plutarco que foram os maiores expoentes da pedagogia educacional da Roma Antiga preparavam os alunos para serem grandes oradores afim de reunir as nações conquistadas sob um único império e para isso olhavam os educandos com de forma individual, onde os ensinamentos eram voltados para a vida e não somente de cunho escolar e nessa cultura a escola era voltada para a formação do caráter do indivíduo, diante de todas essas características pedagógicas o educando desenvolvia um papel de pesquisador quase que implicitamente, pois sua educação era voltada a serem pessoas atuantes na vida pública do Império Romano.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destaca-se que a educação na Antiguidade era um privilégio das classes dominantes e que sua clientela era a elite social. Sabe-se que as influências dos povos da Antiguidade, como a filosofia, as artes plásticas, a arquitetura, o teatro, enfim, de muitas ciências do passado antigo deu origem às atuais ciências humanas, exatas e biológicas.

A história da educação é fundamental para que se entenda a educação atual, pois a educação presente é ao mesmo tempo, pedaços do passado e preparação à educação do futuro. Ela nasceu como forma de ensinar e aprender, a princípio de modo espontâneo pela necessidade de sobrevivência; depois, se tornou elaborada para suprir, no contexto humano, a formação do indivíduo.

Diante do que foi exposto nesse ensaio, é preciso então, atentar para o fato das mudanças no ambiente educacional que consequentemente resultam transformações na sociedade que se inserem numa nova ordem mundial e que vem criando novos efeitos sobre a cultura e o modo de vida dos povos.

Essa nova realidade dos fatos, são aprendidos através, ora da inclusão, ora da exclusão desses povos, e com isso estabelecem um novo cenário e novos desafios à pesquisa cientifica para o século XXI.

Não queremos afirmar, entretanto, que a opção metodológica atual sugira que novas formas e processos surgiam em consequência das transformações as quais a sociedade está sendo submetida.

E então, neste início do século XXI, há um aumento da velocidade da inovação tecnológica e uma difusão mais rápida dessa inovação, na medida em que há pesquisas de novos mercados em produtos e processos. Há novos desafios para as ciências, principalmente a educacional o que vai requerer inovações técnicas e administrativas, ou seja, são os novos paradigmas

Finalizando nossa reflexão, acreditamos que esse novo tempo e esse espaço com novas formas de organização, exigem das ciências e dos pesquisadores afins, uma imperiosa necessidade de revisão dos conceitos e das categorias de análise, tanto no âmbito educacional, como da sociedade.

REFERÊNCIAS

ABRÃO, B. S. História da filosofia. São Paulo; Nova Cultural, 2014.

BARBOSA, Elizabeth . Transformação no trabalho e na formação docente na educação a distância online. Revista Em aberto, Brasília, v.23, n.84, Nov, 2012..

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CASTELLS, M, A sociedade em rede, 3, ed. São Paulo; Paz e Terra, 2010. v, 1,

CHIZZOTTI, Adriana. Didática online; contribuições para o desenho didático em ambientes digitais. In; Trajetórias e processos de ensinar e aprender – Lugares, memórias e culturas. Anais do XIV ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino), 27-30 abr. 2008. Porto Alegre, PUC/RS. 2011.

COLTRINARI, L. A pesquisa acadêmica, a pesquisa didática e a formação do professor de geografia. In; PONTUSCHKA, N. N.; OLIVEIRA, O. U. Geografia em perspectiva; ensino e pesquisa. São Paulo; Contexto, 2012.

DUROZOI, G.; ROUSSEL, A. Dicionário de filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas; Papirus, 2016.

GIL, A. C. Técnicas de pesquisa em economia. 2, ed, São Paulo; Atlas, 2015.

GORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. 3. ed. Petrópolis; Vozes, 2012.

HOBSBAWM, E. Era dos extremos. 2.ed. São Paulo; Companhia das Letras, 2016.

KANT, I. Sobre a Pedagogia. Trad. Francisco Fontanela. Piracicaba; Unicamp, 2016

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. São Paulo; Atlas, 2014.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo; Cortez, 2013.

MARÍAS, Julián, História da Filosofia, Edições Sousa & Almeida, Porto,2012, p.133.

MANACORDA, M. A. História da Educação; da Antiguidade aos nossos dias. 12. ed. São Paulo; Cortez, 2013

MORAIS, J. (2013). Criar leitores – Para professores e educadores. Barueri, SP; Manole, 154 p. ISBN; 978-85-7868-077-0

MARROU, Henri-Irénée. História da educação na Antiguidade. 4. ed. São Paulo; E.P.U., 2015

NUNES, C. A. Aprendendo filosofia. Campinas; Papirus 2013

PEREIRA, Maria Helena da Rocha, Estudos de História da Cultura Clássica, Cultura Grega, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2011, p.249, nota 109.

PILLETI, Nelson. História da educação. São Paulo; Ática, 2013

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REALE, G. História da filosofia Antiga; léxico, índices, bibliografia. 5. ed. São Paulo; Loyola, 2015.

RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa. 24. ed. Petrópolis; Vozes, 2009.

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SPOSITO, S. A crise paradigmática e a crítica do conhecimento geográfico. Revista de Geografia, São Paulo, v. 14, 2017, p. 141-151.

TEIXEIRA, E. As três metodologias; acadêmica, da ciência e da pesquisa. Petrópolis; Vozes, 2014.

[1] Bacharel em Administração pela Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns – AESGA, MBA Internacional em Gestão e Negócios Faculdade Vale do Ipojuca – FAVIP (UNIFAVIP/DEVRY), Especialização em Administração de Pessoas pela UNIASSELVI – SC POLO BELO JARDIM, Especialização em Administração Estratégica pela UNIASSELVI – SC POLO BELO JARDIM, Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia pela UNIASSELVI – SC POLO BELO JARDIM, Aluna do Mestrado em Ciência da Educação pela UNIGRENDAL, Professora universitária.

[2] Licenciada em Biologia pela Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim (FABEJA) Pós-Graduada em Psicopedagogia pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia pela UNIASSELVI – SC POLO BELO JARDIM, Aluna do Mestrado em Ciência da Educação pela UNIGRENDAL, Coordenadora Pedagógica.

Enviado: Janeiro, 2018.

Aprovado: Fevereiro, 2019.

 

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Ingrid Da Mota Araújo Lima

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