ESTUDO DE CASO
FERREIRA, Paula Damiana Marcondes [1], CUNHA, Maria Claudia [2]
FERREIRA, Paula Damiana Marcondes. CUNHA, Maria Claudia. Efeitos psíquicos em criança a partir de uma intervenção assistida com equino: estudo de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 08, Ed. 02, Vol. 02, pp. 134-159. Fevereiro de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/intervencao-assistida, DOI: 10.3279/nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/intervencao-assistida
RESUMO
Introdução: as Intervenções Assistidas por Animais (IAA) que utilizam a espécie equina como mediadora representam um campo emergente de pesquisas. Esses animais podem atuar como facilitadores sociais e potenciais catalisadores para o contato entre humanos. Objetivo: investigar os efeitos psíquicos de intervenção assistida por equino em criança. Método: pesquisa de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, desenvolvida na modalidade de estudo de caso, sendo obedecidas as normas éticas para estudos com seres vivos. Casuística: criança com 10 anos e 3 meses, do sexo feminino e com motivação para a intervenção assistida por equino. Procedimento: O procedimento foi separado entre a fase pré-IAA e pós-IAA. Fase pré-IAA: Entrevista semi-dirigida com a professora, entrevista com a mãe e aplicação do procedimento Desenho-Estória (D-E) com o sujeito. Fase IAA: atividades individuais em manejo equino: 1) aproximação e escovação; 2) alimentação, limpeza das baias e banho; 3) encilhamento básico; 4) condução do animal; e 5) montaria conduzida. As etapas da fase da intervenção foram filmadas. Fase pós-IAA: reaplicação do procedimento D-E. Resultados: em síntese comparativa do material obtido nos procedimentos D-E pré e pós-IAA, observou-se que a luminosidade e o afeto estiveram presentes em ambas as situações, emblematicamente representados pelo sol e pelos corações. A expansão dos traços dos desenhos nas folhas somente ocorreu após as IAAs, os conteúdos expressos pós-IAA trouxeram elementos das experiências ali vividas, em contraponto com aqueles fantasiosos predominantes no material pré-IAA. Em ambas as situações, os conflitos internos da criança decorrentes da angústia frente ao contato com suas limitações físicas se fizeram presente, contudo, eles foram significativamente potencializados e expressos pós-IAA. Conclusão: há evidências, no caso estudado, de que a interação humano-equino suscitou efeitos psíquicos singulares; revelados especialmente nos resultados do procedimento D-E pós-IAA. Sugere-se, portanto, o aprofundamento de estudos sobre IAA (predominantemente desenvolvidos com cães) realizados com equinos.
Palavras-chave: Terapia assistida com animais, Terapia assistida por cavalo, Fenômenos psicológicos.
1. INTRODUÇÃO
A Associação Internacional de Organizações de Interação Humano-Animal (IAHAIO) é a principal associação global de organizações preocupadas com o avanço do campo da Interação Humano-Animal (IHA), sistematizando e formulando diretrizes de cuidados e ações para a realização das Intervenções Assistidas por Animais (IAA). As Atividades Assistidas por Animais (AAA), Terapia Assistida por Animais (TAA), Educação Assistida por Animais (EAA) e Treinamento de Animais de Serviço (TAS), são tipos de (IAA), com objetivos específicos. Cada tipo de intervenção, possui objetivos específicos que as definem (IAHAIO, 2018). As IAA que utilizam a espécie equina como mediadora representam um campo ainda emergente, empregando o uso de cavalos e éguas em uma variedade de atividades com humanos (SCOPA et al., 2019).
A propósito, vale citar questões terminológicas. Wood et al. (2021), organizaram um consórcio multidisciplinar, incluindo representantes de organizações conhecidas no meio equestre, como: a AHA (Associação Americana de Hipoterapia; a PATH (Associação Profissional de Equitação Terapêutica Internacional); EAGALA (Associação de Crescimento Assistido e Aprendizagem de Equinos) e HHRF (Fundação de pesquisa de cavalos e humanos). O objetivo foi recomendar a terminologia adequada para as Intervenções Assistidas nos Estados Unidos, que utilizem o equino para beneficiar as pessoas, tendo em vista que a problemática ainda existente nessa área de atuação, o que dificulta o profissionalismo e a ação específica a ser adotada ao traçar o método a ser seguido. Foram encontrados 12 tipos de serviços oferecidos na área da IAE, todavia estes não atendiam os objetivos para atuação.
Por tal razão, Wood et al. (2021), compreenderam que há 3 grandes eixos de atuação: Terapia Assistida por Equino (TAE), Aprendizagem Assistida por Equino (AAE) e Equitação. As variadas intervenções podem ser incluídas nessas categorias, sendo que a TAE envolve profissionais de 05 grandes áreas: aconselhamento (coaching), terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia e fonoaudiologia. A AAE está voltada para a área da educação em ações organizacionais ou no desenvolvimento pessoal e a Equitação utiliza-se de 04 serviços, incluindo esporte equestre adaptativo, equitação terapêutica, condução e salto.
Importante acrescentar o conceito de equitação lúdica (praticada nos centros hípicos) como vertente da equitação clássica. Tal modalidade abrange atividades realizadas com crianças, entre 3,0 à 8,0 anos de idade, junto aos equinos. As atividades envolvem o manejo equestre, ou seja, os cuidados dispensados ao animal: alimentação, limpeza e montaria; praticadas ao ar livre e de maneira lúdica (CAVALOS DO SUL, 2014).
Esse contexto possibilita que a criança, em contato com o equino, adquira noções de esquerda/direita, em cima/embaixo, frente/atrás, parar/andar, aprimorando a concentração e disciplina para guiar o animal com segurança e intensidade corretas. Auxilia na identificação corporal, a partir do momento em que a criança começa a associar e identificar as partes do corpo do animal com as do seu próprio corpo. Autoconfiança e autoestima também se beneficiam da técnica, principalmente pelo fato de a criança estar no comando de um animal maior e mais forte do que ela, mas que depende dela mesma para guiá-lo, criando uma relação de respeito e confiança. Já nas práticas de: alimentar, encilhar e escovar o equino, aprende-se brincando sobre a higiene pessoal, hábitos alimentares saudáveis e vestuário (CAVALOS DO SUL, 2014).
Salienta-se, também, que o alinhamento efetivo das terminologias empregadas não é consensual no meio equestre, sendo necessários mais estudos nessa área. Importante enfatizar que a IAHAIO já se baseia nas diretrizes internacionais sobre os requisitos de educação e treinamento em serviços assistidos por equinos, mencionadas acima (IAHAIO, 2018). Vale acrescentar que as modalidades AAE e Equitação não utilizam técnicas para reabilitação como na Equoterapia (ANDE BRASIL, s.d.).
Para cada intervenção a ser desenvolvida, existem necessidades distintas e um tipo de equino que melhor se adapta às exigências (FLORES; DAGNESE e COPETTI, 2019). Peso máximo a ser carregado pelo animal, características físicas e comportamentais desejadas e a avaliação, são cuidados necessários que se deve ter com os equinos diante das Intervenções Assistidas. Lima et al. (2021), relatam que é raro encontrar, no campo equestre, criadores ou treinadores que preparem e comercializem equinos para as variadas intervenções, dificultando o processo de avaliações que, quando feitas periodicamente, podem ajudar a identificar quais são as habilidades e as dificuldades do animal e, assim, planejar melhor o treinamento. Os autores citados acima, relatam que as características físicas e comportamentais desejadas referem-se ao temperamento e a personalidade adequada do equino à função a ser executada. Baixa reatividade a estímulos sonoros, visuais e táteis, características comportamentais como: calma, franqueza, inteligência, obediência, resistência e sociabilidade, se tornam fundamentais.
Conforme Black (2012), os equinos podem agir como facilitadores sociais e potenciais catalisadores para o contato entre os indivíduos, o que influencia a interação social entre pessoas e fatores relacionados, como: confiança, empatia e saúde mental. Naste et al. (2018), enfatizaram o benefício da interação humano-equino, ao estudarem crianças e adolescentes em situações de traumas complexos, ou seja, múltiplos ou prolongados. Os autores perceberam que os pacientes na TAE melhoram capacidades cognitivas, sociais e comunicativas, bem como os aspectos emocionais, diminuindo a impulsividade e a agressividade. Vale citar, ainda, o estudo de Trotter e Baggerly (2019), onde relatou-se o quanto a interação do humano com o equino tem que estar pautada na confiança, para que conteúdos humanos internos possam surgir. Outros autores que comentam os aspectos emocionais surgidos na IAE são Lönker; Fechner e Wahed (2020), enfatizando a importância desse animal como facilitador na promoção da saúde mental.
Lanning e Krenek (2013), avaliaram a interação dos participantes em IAE, cujo objetivo foi de analisar as mudanças nos indicadores de qualidade de vida e sintomas de depressão de veteranos que participaram de um programa da PATH (Associação Profissional de Equitação Terapêutica Internacional). O projeto de pesquisa incluiu coleta de dados qualitativos e quantitativos e o protocolo de instrumento Beck Depression Inventory-2ª edição (BDI-II), para avaliar as mudanças nos comportamentos de saúde e nos sintomas de depressão. Os participantes realizaram aproximação com o cavalo em atividades de solo (escovar, conduzir, caminhar com as mãos) e em atividades de equitação (caminhar, trotar, contornar objetos como cones e barris, andar em terreno acidentado). Os sujeitos, quando questionados sobre como suas vidas mudaram desde a participação na IAE, relataram o aumento da sociabilidade e da confiança nos outros, como redução no isolamento. O exame da qualidade de vida, comportamentos de saúde e escores de sintomas de depressão indicaram menos sintomas de depressão ao longo do tempo.
Outro estudo que utilizou IAE para avaliar a melhora nos sintomas depressivos foi de Frederico; Hatz e Lanning (2015). Os participantes, jovens em situação de risco, receberam 5 semanas de atividades na interação com o equino, enquanto os participantes do grupo controle receberam tratamento como de costume. Mesmo uma breve intervenção (5 semanas), teve um impacto positivo na vida e atitudes dos adolescentes, com aumento dos níveis de esperança e diminuição dos níveis de depressão.
Tan e Simons (2018), estudaram as percepções dos pais sobre os resultados psicossociais após IAE em um grupo de crianças australianas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os participantes desta pesquisa qualitativa eram pais de crianças menores de 18 anos. A análise resultou em quatro temas: autoconceito e bem-estar emocional, habilidade autorregulatória, benefícios sociais e resultados inesperados. Os temas relatados neste estudo demonstraram que o ambiente da IAE é enriquecido, pois é socialmente estimulante, facilita a aprendizagem, e propicia bem-estar emocional, elementos estes que são importantes no desenvolvimento psicossocial das crianças, particularmente aqueles com deficiências neurológicas.
Em situação de vulnerabilidade emocional, devido às situações traumáticas vivenciadas, a IAE apresenta bons resultados. Leonforte (2019), em seu estudo sobre o bem-estar social e emocional na juventude aborígene através da AAE, desenvolveu um programa piloto com esses jovens, para determinar a eficácia desta intervenção na melhoria do bem-estar social e emocional. Foi concluído melhorias nas habilidades de autorregulação, autoconsciência e socialização, evidentes a partir do registro fotográfico e dos dados do questionário.
Outro estudo que teve como objetivo avaliar se o contato entre adolescentes e equinos, especificamente na AAE, geraria impacto na competência social foi a dissertação realizada por Rottner (2018), identificando influência positiva na autoconfiança, autoestima e aumento da tranquilidade dos sujeitos.
Diante das pesquisas citadas e dos benefícios psíquicos gerados pelas IAE, esta pesquisa teve a finalidade de ampliar o estudo deste tema, partindo da hipótese que o contato com este animal, especificamente em atividades de equitação lúdica (aproximação, alimentação, limpeza, condução e montaria), poderia facilitar a expressão de conteúdos subjetivos dos sujeitos envolvidos. Assim, o objetivo da pesquisa foi investigar os efeitos psíquicos da intervenção assistida por equinos em criança.
2. MÉTODO
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição em que foi realizado. Parecer de número 5.186.676.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória que apresenta Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pela mãe e Termo de Assentimento (TALE) assinado pela criança.
2.1 CASUÍSTICA
Criança do sexo feminino, 10 anos e 3 meses de idade, com hipótese diagnóstica de Síndrome de Joubert.
2.2 CRITÉRIO DE SELEÇÃO
Criança que apresenta motivação para a intervenção com equinos.
2.3 ANIMAL ESCOLHIDO PARA A INTERVENÇÃO
O animal participante da intervenção foi o cavalo Universo, da raça puro sangue lusitano, com idade de 21 anos e 2 meses (nascido em 17/11/2000). Vale ressaltar que o cavalo foi treinado e devidamente preparado para intervenções com crianças, sendo seu temperamento dócil e de rápida resposta quando solicitado.
2.4 LOCAL
O presente estudo foi realizado no Centro Equestre de São Bernardo do Campo (CESB), situado na Estrada Marco Polo, 4934, Bairro Batistini, São Bernardo do Campo. A hípica conta com um espaço de 24.000 metros em meio a natureza, sendo que, desse total, 60 por cento da área é totalmente preservada. Há duas pistas tamanho oficial para prática do esporte hipismo clássico, um picadeiro coberto, redondel, piquetes e 92 baias. O espaço também possui restaurante e serviço de portaria.
3. PROCEDIMENTOS
3.1 FASE 1: SELEÇÃO DO SUJEITO
O sujeito da pesquisa foi encaminhado por escola particular, localizada na cidade de Santo André (SP), após reunião realizada com a Direção (em 23/02/2021), na qual foi apresentado o projeto de pesquisa e o TCLE para os responsáveis.
O sujeito foi encaminhado pela equipe pedagógica, que fez sua escolha espontaneamente, pautando-se nos possíveis benefícios da IAA para essa aluna, do ponto de vista biopsíquico. Salienta-se que a pesquisa não considerou a hipótese diagnóstica da criança como variável, focando-se na interação desta com o animal diante das atividades de manejo equino (equitação lúdica) e nos resultados do procedimento D-E.
A partir dessa seleção, foi realizada entrevista remota com a equipe pedagógica, com a participação da professora da criança, a fim de compreender os aspectos psíquicos do sujeito no ambiente escolar.
3.2 FASE 2: ENTREVISTA COM A MÃE
Foi realizada entrevista semi-dirigida com a mãe a partir das perguntas: “como você avalia os aspectos emocionais de sua filha? Por que sua filha deve participar dessa intervenção? Por que você aceitou participar dessa pesquisa?” O objetivo foi a compreensão da história de vida do sujeito, com destaque para os aspectos emocionais.
A entrevista foi realizada de forma online, por vídeo chamada no aplicativo Zoom, com data e hora previamente definidos com a mãe. A duração da entrevista foi de 45 min. A assinatura do TCLE foi solicitada no início dessa etapa, sendo enviado o modelo em arquivo para o e-mail da participante. Após assinado, o termo foi reenviado à pesquisadora.
3.3 FASE 3: APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DESENHO-ESTÓRIA-(D-E)
Este procedimento caracteriza-se como projetivo e destina-se a sujeitos de ambos os sexos, de qualquer idade cronológica em que seja possível a aplicação. Abrange todos os níveis mentais, socioeconômicos e culturais, baseando-se em um convite tácito que se faz ao examinado de se aprofundar em sua vida psíquica, interacional e comunicativa. Consiste em cinco unidades de produção, sendo, cada qual, composta por desenho livre, estória, inquérito e título. O examinando realiza os 05 desenhos livres sucessivamente, verbaliza uma estória e, em seguida, responde às questões do examinador por meio de esclarecimentos e novas associações, dando um título a essa unidade de produção; respectivamente para cada unidade de produção (TRINCA, 2013).
Essa fase ocorreu em uma sala do centro hípico no primeiro encontro com a criança. A sala localizava-se no setor administrativo, sendo reservada e silenciosa. Não houve resistência da criança para realizar o procedimento.
A sala já estava previamente organizada com as 05 folhas sulfite sobre a mesa na posição horizontal, 12 lápis de cor e um lápis grafite. A sala contava com uma mesa, duas cadeiras, um sofá e um armário. Havia uma janela, permitindo que o sujeito visse parte do ambiente da hípica, gerando, em alguns momentos, a atenção aos estímulos ambientais externos.
A aplicação durou 50 min, sendo realizada em uma única sessão.
3.4 FASE 4: ATIVIDADE PRÉVIA AO ENCONTRO COM O CAVALO
Foi realizada a leitura do livro “O Cavalinho”, de Juliana Ganem F. Pires, para desencadear a conversa sobre equinos e atividades de manejo. A criança recebeu um exemplar do livro em questão ao final da atividade. Essa ação ocorreu no ambiente equestre, especificamente na pista, antes da primeira IAA.
3.5 FASE 5: IAA
Foram propostos 05 encontros, com duração pré-estabelecida de 30 à 40 minutos cada, a partir, respectivamente, das seguintes atividades de manejo equino: 1) aproximação e escovação; 2) limpeza das baias, alimentação; 3) encilhamento básico; 4) condução do animal; e 5) montaria conduzida. Cada atividade foi assessorada pela equipe técnica (equitador profissional e equitadora lúdica) e pela pesquisadora. Os equitadores auxiliaram na condução do animal e a pesquisadora coordenou a aplicação das atividades propostas.
Atividade 1: o cavalo estava sem encilhamento para que a criança se aproximasse do animal para tocá-lo. Após a aproximação, a criança escovou partes do corpo do animal, com os seguintes utensílios: escova, rasqueadeira de borracha e metálica e pente de crina.
Atividade 2: a criança limpou a baia do cavalo, organizando a serragem e retirando a sujeira existente. Para tanto, foram necessários os seguintes utensílios: balde, bucha e forcado. Posteriormente, aprendeu quais alimentos são ofertados para um equino, levando-os até a baia do animal para alimentá-lo.
Atividade 3: os equipamentos de encilhamento básico foram apresentados à criança. São eles: embocadura e rédea, manta, pelego, sela, barrigueira e estribo. Após a apresentação e explicação de cada equipamento, o sujeito encilhou o animal.
Atividade 4: a criança retirou o cavalo da baia, colocando a embocadura e conduzindo o animal à pista.
Atividade 5: nesta atividade o cavalo já estava encilhado e pronto para montaria. O sujeito experienciou montar no animal, com a equipe técnica auxiliando à condução.
3.6 FASE 6: REAPLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DESENHO-ESTÓRIA (D-E)
Após 05 semanas do procedimento inicial, foi realizada a reaplicação no mesmo local da aplicação pré-IAA e de acordo com as mesmas instruções iniciais. Ao final, a criança ganhou um cavalinho feito de velcro, contendo equipamentos que manuseou nas atividades realizadas.
4. RESULTADOS
4.1 ENTREVISTA COM A PROFESSORA
A aluna é tranquila, é querida e interage com todos os colegas. Quando manifesta ansiedade frente à realização de alguma atividade proposta, apresenta agitação motora. Fica eufórica quando gosta de algo, precisando ser acalmada. Acata e respeita regras. A criança contou para os colegas sobre sua futura participação na IAA com cavalos com entusiasmo.
4.2 ENTREVISTA COM A MÃE
A criança nasceu de 38 semanas, sendo detectada a necessidade de cuidados especiais, já que tinha significativa hipotonia geral. Com 03 meses de idade, após avaliação genética, foi diagnosticada a Síndrome de Joubert, condição patológica rara do cérebro em que há subdesenvolvimento do vermis cerebelar e do tronco cerebral. A criança em questão, apresentou, de início, uma respiração anormalmente rápida, teve hipotonia, movimentos oculares anormais (tendência à baixa visão), atraso no desenvolvimento e ataxia.
Ao receberem a notícia, os pais sentiram-se desamparados e angustiados: “será que minha filha será independente? será que conseguirá se desenvolver?”. Na mesma época, foi encaminhada à instituição Laramara (especializada nos cuidados com deficientes visuais) em função de apresentar baixa visão.
Demorou para sentar, engatinhar e andar; somente aos 03 anos conseguiu andar sem ajuda. Sua fala se iniciou por volta de 02 anos. De acordo com a mãe, a criança tem dificuldades na linguagem caracterizadas por alterações fonológicas, mas é possível compreendê-la.
A mãe relata que a filha é “espontânea e verdadeira” e lida relativamente bem com as próprias dificuldades. Porém, recusa-se a atender solicitações se avalia que poderá se sentir insegura/desamparada devido à baixa visão. Logo, sempre busca ambientes que favoreçam sua autonomia. Demonstra sentimentos de alegria com frequência, mas se frustra nos momentos em que não consegue realizar alguma atividade, por conta da baixa visão.
Está alfabetizada e, no ambiente escolar, se relaciona harmoniosamente com todos. Tem prazer e vontade de aprender. Atualmente, realiza ainda atendimentos especializados: natação, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Quanto à intervenção com equino, a mãe acha que essa relação auxiliará a filha a expressar o que sente e também nos aspectos motores, por isso aceitou participar da pesquisa. A criança não teve contato anteriormente com equinos e não possui animal de estimação.
4.3 PROCEDIMENTO D-E PRÉ-IAA
Dirigimo-nos à sala reservada para a aplicação da técnica. O ambiente já estava preparado. A criança falava bastante e parecia feliz em participar da atividade. No trajeto, comentava ao conhecer o ambiente: “nossa, que lindo!”. Na sala, acomodou-se na cadeira, permanecendo à vontade. Foi apresentado o TALE, para que compreendesse as atividades a serem realizadas na pesquisa e registrasse seu aceite. Fez um desenho de figura humana como representação de seu consentimento.
A atividade foi iniciada com a instrução protocolar: “Nessas folhas em branco você poderá fazer o desenho que quiser, como quiser, depois contará uma estória e colocará um título, um nome, para o desenho que fez”. A criança atendeu à solicitação de imediato.
A seguir, serão destacados/interpretados os conteúdos mais significativos de cada unidade de produção:
Figura 1. Desenho 1: a princesa e o caçador
O conteúdo da história remeteu aos contos de fadas. O sol sugere a importância da luminosidade e, as nuvens em formas de coração, ganham um sentido anímico. O desenho é monocromático (marrom) e restringiu-se ao canto superior esquerdo da folha, denotando possibilidade de apego à fantasia e ao passado. Quando realizado o inquérito sobre o desenho, disse: “É só isso mesmo. Já falei tudo”.
Figura 2. Desenho 2: estrela e o sol
Agora o sol aparece na cor amarela, ao lado de uma estrela com características humanas. A utilização do espaço da folha foi ainda mais restrita que no anterior. No relato, a estrela faz um pedido (aceito) ao sol: “hoje eu quero estar só”; talvez desejando não ser invadida pela pesquisadora. Foi um limite estabelecido pela criança.
Nesse desenho aparece uma cor (o sol amarelo, vivamente preenchido) que não o marrom, que predomina nos desenhos 3 e 4. É inevitável a associação com a baixa visão da criança.
Figura 3. Desenho 3: coração feliz
A figura humana (uma menina) pode representar ela mesma. Os corações envolvem a menina; denotam afetividade. Talvez, tentando comunicar como desejava relacionar-se com a pesquisadora: afetivamente.
Figura 4. Desenho 4: a vovó feliz
Mais uma vez surge a importância do afeto, por meio de uma avó que, de mãos dadas com a neta, a convida para almoçar e elogia suas produções. O desenho começa a expandir-se, timidamente, no mesmo canto superior direito da folha.
Figura 5. Desenho 5: a amiga feliz
Há uma certa semelhança com o desenho quatro: as figuras humanas são semelhantes, destaca-se (agora claramente) os olhos vazados; que sugerem curiosidade e experiências visuais. As mãos, assim como nos desenhos 3 e 4, tem forma de pétalas, sugerindo dificuldades nas habilidades manuais e certa infantilidade. A criança usou lápis coloridos apenas para desenhar; sem realizar preenchimento das figuras. A ocupação do quadrante superior esquerdo se mantém como predominante; sugerindo passividade, expectativas diante da vida, desejo de retornar ao passado e/ou permanecer absorta em fantasia. Os pés foram desenhados, assim também nas figuras 3 e 4, como se estivessem “borrados”, denotando possível insegurança no caminhar/estar ao mundo, dependência. O relato foi encenado no ambiente escolar, sugerindo demandas de interação e acolhimento.
4.4 IAA
Encontro 1: no primeiro dia da IAA, a criança demonstrou desejo de conhecer, de imediato, o animal, dizendo: “quero conhecer o cavalo, quero cuidar dele”. Foi conduzida até a baia do animal e apresentada ao cavalo Universo: “meu Deus, como ele é grande e bonito!”.
Os toques realizados no corpo do animal eram demorados e acompanhados de beijos e abraços. Encostava seu corpo no dele, parecendo tentar “senti-lo”: “senti o coração dele”, “como ele é macio”.
Durante a limpeza do cavalo, auxiliou na escovação dos pelos, limpou corpo e cascos, trançou os pelos da cauda e reconduziu o animal para sua baia. No trajeto, observou as outras baias: “olha gente, os outros cavalos na casinha deles!”.
Antes de iniciar-se o encontro seguinte, a mãe fez um relato importante a partir do comentário da professora: em uma atividade escolar foi solicitada a elaboração de um desenho, a filha desenhou o cavalo Universo, destacando seu coração e comentou: “posso ouvir o coração dele”.
Encontro 2: após a limpeza da baia, disse ao cavalo: “Tudo está limpinho pra você”.
Encontro 3: o encontro seguinte foi para realizar o encilhamento. Durante essa atividade (que ela descreveu como “colocar roupa no cavalo”) abraçava e beijava o animal, repetindo: “grande esse cavalo, eu ouço o coração dele”.
Encontro 4 e 5: a atividade de condução e montaria foram as últimas intervenções realizadas. Ao receber a criança para a atividade, a família relatou que ela havia acordado agitada: “hoje é o último dia”.
Antes de conduzir e montar no animal, tocou o corpo do Universo várias vezes. O abraçou e o beijou. Ele já estava encilhado e a criança o conduziu até a pista. Em cima do cavalo, aprendeu a posicionar as rédeas e a emitir o som (“mandar beijinhos”) para que ele iniciasse a andadura. Em montaria comentava, frequentemente: “ele é muito forte, bonzinho e quentinho”.
No final da intervenção permaneceu por longo tempo abraçada ao cavalo. Acariciou sua cabeça: “ele tem um dentão, né?”. Afastou-se dizendo carinhosamente: “tchau cavalo, tchau!”.
4.5 PROCEDIMENTO D-E PÓS-IAA
O procedimento foi aplicado no exato contexto do procedimento D-E pré-IAA: no mesmo espaço físico, a partir das mesmas instruções. Mas, dessa vez, antes de iniciar a atividade, a criança comentou: “vou fazer uns desenhos bem bonitos e agora do Universo”.
Em relação aos resultados pré-IAA destaca-se que, em todos os desenhos, a criança ampliou a ocupação do espaço das folhas; antes restrita ao quadrante superior esquerdo. A seguir, serão destacados/interpretados os conteúdos mais significativos de cada unidade de produção:
Figura 6. Desenho 1: o cavalo e o sol
O cavalo Universo é desenhado (e explicitamente nomeado por escrito) em interação com o sol (novamente a demanda de luminosidade). No relato, inicialmente, ambos entram em conflito: o Universo recusa o pedido de montaria do sol, argumentando que “está sujo”. O sol (agora ela mesma?) lhe oferece um banho. O Universo aceita e “agradece”, oferecendo a montaria ao sol. Observa-se, no decorrer do enredo, uma integração de ambos, um preparo que se faz necessário para estar com o outro.
A figura do cavalo ocupou a localização central da folha, revelando o quanto ele foi significativo para o contato com os conteúdos internos da criança (busca de segurança, autovalorização e afeto). A propósito, o coração do Universo, tão enfatizado durante a IAA, ganha destaque já no primeiro desenho.
Figura 7. Desenho 2: o capim
O capim, desenhado num verde intenso, na linha inferior da folha sugere que a experiência vivida ampliou o contato com a realidade. A textura do capim pode sinalizar a intensidade dessa vivência. O relato é compatível com essa interpretação: “a gente pisa no capim, o cavalo come”. Realidade e afetos harmonizados.
Figura 8. Desenho 3: o céu
O céu, desenhado em um azul intenso, na linha superior da folha, sugere possibilidades, desejos; em uma clara oposição gráfica do desenho anterior (tão assentado no real).
Aqui, vale o relato da criança na íntegra: “Estava um dia lindo, o céu falou: eu acho que está faltando alguma coisa. Ah sim, faltaram as nuvens. Daí, as pessoas choraram, porque o sol e o céu decidiram fechar o tempo. O filho chorou e disse para a mãe que o céu tinha fechado o tempo. A mãe disse que voltaria a fazer sol. E, no outro dia, o céu abriu e todo mundo ficou animado e contente”.
Mais uma vez, a luminosidade se esvai, o que revela possível angústia diante das limitações visuais. Mas, a mãe “promete” que o sol voltará a brilhar; amparando a criança e estimulando sua esperança. A mãe garante que o tempo vai “abrir” (a vida seguirá); o que parece caracterizar de fato a relação entre ambas.
Figura 9. Desenho 4: a bala na boca
Esse desenho sugere retorno à fantasia, suspensão da realidade. A figura semelhante a um círculo, é integralmente preenchida em roxo (cor que sugere conflito) e acompanhada do lacônico relato: “Um dia eu fui pegar a bala, quando vi ela estava suja. Lavei e a tinta saiu, a cor saiu. Só”. De volta à angústia representada pela limitação visual. “Lavei” (como lavou o cavalo, que ficou limpo e deu montaria ao sol), mas a cor “saiu”.
Figura 10. Desenho 5: a casa que anda
O desenho (uma casa com rodinhas) volta a ocupar o canto superior esquerdo da folha, em diminuto tamanho, na ausência de cores. Nesse sentido, guarda forte semelhança com o primeiro desenho realizado no D-E pré-IAA
Mais uma vez, vale citar o relato na íntegra: “A filha falou: socorro mamãe! Aí a mamãe falou: que houve filha? A casa está andando mãe, desliga a tomada, a energia. A mãe desligou a tomada, mas a casa continuava andando. Mamãe, tem alguma coisa estranha… Daí a mãe viu que a casa tinha rodinhas”.
O conteúdo dessa unidade sugere movimentação instável: a casa seria uma representação do seu próprio corpo em movimento afetado por dificuldades motoras e visuais, que foi também experimentada na montaria, quando o cavalo caminhava com energia própria.
O conteúdo da unidade 1 (o sol “cavalgando” feliz no Universo) agora aparece em conflito com uma sensação de insegurança e receio. É preciso pedir “socorro” à mãe diante das próprias limitações.
Uma síntese comparativa do material obtido nos procedimentos D-E pré e pós-IAA, parte do pressuposto de que em todo trabalho interpretativo, o desenho representa facetas do indivíduo e, a folha de papel, o ambiente (KOLCK, 1984).
Assim, algumas considerações emergem:
– A luminosidade e o afeto estiveram presentes em ambas as situações, emblematicamente representados pelo sol e pelos corações.
– A expansão dos traços dos desenhos nas folhas somente ocorreu após a IAA.
– Os conteúdos expressos pós-IAA trouxeram elementos das experiências ali vividas, em contraponto com aqueles fantasiosos predominantes no material pré-IAA.
– Foi possível observar, em ambas as situações, os conflitos internos da criança decorrentes da angústia frente ao contato com as suas limitações físicas. Contudo, eles foram significativamente potencializados e expressos pós-IAA.
5. DISCUSSÃO
Foi possível observar que se criou um ambiente de confiabilidade nas relações estabelecidas com a criança. O vínculo estabelecido com a pesquisadora, o ambiente equestre, a presença e a interação (revestida de cuidados) com o cavalo Universo, se tornaram condições favoráveis à expressão dos conteúdos surgidos no D-E, especialmente pós-IAA. A propósito, é somente nos ambientes sentidos como seguros, passíveis de confiança, que o sujeito poderá revelar seu mundo interno, como propõe Winnicott (2019). Nessa direção, Trotter e Baggerly (2019), enfatizam que a interação do humano–equino, quando pautada na confiança, promove a mobilização de conteúdos psíquicos nos humanos.
Nessa pesquisa, as atividades lúdicas desenvolvidas com o cavalo constituíram um “brincar cuidando”, nas quais o animal funcionou como uma espécie de espelho, para que a criança olhasse para si mesma, sentisse e expressasse conteúdos singulares por meio dos desenhos e relatos sobre eles. Tal constatação é subsidiada por Sedin (2021), ao afirmar, em palestra online promovida pela Organização Não Governamental Instituto Cão Terapeuta, que os seres humanos nascem com a tendência em direção ao desenvolvimento, ocorrendo o amadurecimento quando há um ambiente que possibilita a integração, o existir no mundo real. Assim, acrescenta, a autora, que os animais são objetos subjetivos, que podem decodificar necessidades humanas primitivas, a saber: o animal possibilita o olhar de espelho, limitando o próprio corpo e o do outro, favorecendo com que as necessidades humanas mais primitivas, como ser visto/ouvido, possam ser vivenciadas.
Especificamente quanto aos equinos, ressalta-se que se trata de animais de grande porte e suscitam fortes e variadas reações/sentimentos nas pessoas que interagem com eles. Conforme Black (2012), os equinos podem agir como facilitadores sociais e potenciais catalisadores para o contato entre os indivíduos, o que influencia a interação social em favor da saúde mental.
Foi possível observar que as atividades de manejo equestre, aproximação, limpeza de baia, encilhamento, condução e montaria despertaram reações emocionais significativas na criança em estudo. Ao tocar, olhar e cuidar do cavalo Universo, a criança cuidou de si mesma, entrou em contato com seu mundo interno, com seus conflitos e com seus desejos.
Nessa direção, destaca-se que as atividades de manejo equestre possibilitam efeitos psíquicos significativos nos humanos, sendo relevante mencionar Silva et al. (2021), que analisaram a interação entre treze pessoas diagnosticadas com transtornos mentais e a espécie equina, no contexto de TAA em uma Unidade Básica de Saúde na cidade de Pelotas (RS); utilizando à aproximação, à interação e o toque ao animal. Neste trabalho, foi possível observar que a intervenção foi positiva para os pacientes, na medida em que os equinos foram mediadores na comunicação e interação social dos participantes com transtornos psiquiátricos.
Outra pesquisa que focou em atividades de manejo equestre, foi a de Hauge et al. (2014), na qual adolescentes noruegueses se relacionaram com o equino em atividades de limpeza, encilhamento, escovação, arrumação do estábulo, alimentação, retirada do animal do campo e montaria (as mesmas utilizadas no presente estudo). O objetivo dessa pesquisa foi avaliar se uma intervenção composta por atividades com equinos em uma fazenda teria efeitos sobre o apoio social percebido (sentir-se cuidado, amado), autoestima e autoeficácia em comparação com um grupo controle; como também, investigar se esses aspectos seriam potencializados de maneira a gerar benefícios em termos interacionais, o que foi constatado.
Ou seja, a pesquisa demonstrou que o manejo equestre provocou efeitos psíquicos significativos nos jovens que participaram das atividades. O mesmo ocorreu no caso aqui estudado.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há evidências, no caso estudado, de que a interação humano-equino suscitou efeitos psíquicos singulares; revelados nos resultados do procedimento D-E.
Sugere-se, portanto, o aprofundamento de estudos sobre IAA – predominantemente desenvolvidos com cães – realizados com equinos.
Se faz necessário a expansão de estudos nas variadas modalidades de IAE, especificamente em manejo equestre (atividades de solo/chão). As poucas pesquisas recentes em IAE revelam o quanto os benefícios da interação humano-equino ocorrem também nas diversas áreas de intervenção.
É preciso ampliar os estudos na área equestre, tanto nas nomenclaturas específicas para cada intervenção, quanto no funcionamento e estruturação de cada tipo de modalidade de intervenção, favorecendo conhecimentos assertivos dos benefícios surgidos da interação com o equino para cada objetivo a ser delineado.
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Enviado: Dezembro, 2022.
Aprovado: Fevereiro, 2023.