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Gestão de resíduo sólidos na Amazônia: necessidades e benefícios com implantação do serviço de descarte responsável no hospital Galileu

RC: 29512
279
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

MAGALHÃES, Diego Ventura [1], OLIVEIRA, Eriany Dara Pereira de Araújo [2], SILVA, Louhanna Sandy Teixeira da [3], FERREIRA, Marilia Matos Gonçalves [4]

MAGALHÃES, Diego Ventura. Et al. Gestão de resíduo sólidos na Amazônia: necessidades e benefícios com implantação do serviço de descarte responsável no hospital Galileu. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 02, pp. 32-47. Maio de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Este trabalho tem como estudo principal a gestão de resíduos sólidos como instrumento de responsabilidade organizacional, destacando os benefícios e elementos necessários para implantação do descarte responsável no Hospital Galileu. Como problema de pesquisa “quais os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu?”, tendo como objetivo discutir sobre os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos na empresa lócus, aprestando referencial teórico sobre o tema, o processo de implantação e benefícios gerados. O método utilizado para este estudo será através de uma técnica descritiva, aplicando um estudo de caso, com a coleta dos dados levantados de forma qualitativa, por meio de guia de entrevista e em seguida realizando análise dos dados obtidos. Como resultado, observou-se que as necessidades e benefícios com implantação do serviço de descarte responsável no Hospital Galileu, com base no que foi apresentado pela empresa in loco, observou-se a preocupação da instituição desde o manuseio até o descarte de todo material produzido pela mesma assim dando um destino final de forma sustentável aos resíduos, assim, contribuindo também a comunidade em volta.

Palavras-chave: Gestão, Resíduos Sólidos, Responsabilidade empresarial socioambiental.

INTRODUÇÃO

Diante do atual cenário, em que mudanças contínuas impulsionam as organizações a se engajarem a questões sociais, pode-se identificar um fator altamente relevante para as organizações, chamado de responsabilidade socioambiental. Nesse sentido, a implantação pelas organizações de serviços que diminuam os impactos negativos ao meio ambiente e a sociedade onde estão inseridos é crucial para manutenção de um mercado ecologicamente sustentável, neste sentido destaca-se a gestão de resíduos sólidos.

A gestão de resíduos sólidos é um serviço necessário a ser implantado nas organizações, considerando o crescente avanço da globalização, as informações fizeram-se presentes de uma forma desordenada onde muitas pessoas não conseguiram acompanhar a evolução e transformação da sociedade. Os resíduos produzidos nas atividades cotidianas dos diversos serviços que se prestam nas organizações, em especial em um estabelecimento de saúde, os quais produzem uma apreciável quantidade de resíduos, alguns com características que podem representar riscos à saúde da comunidade hospitalar, à população em geral e ao meio ambiente. Necessitando, portanto, de um tratamento adequado a estes, de forma que se garanta aos Estabelecimentos de Serviços de Saúde controlar e reduzir, com segurança e economia, os riscos para a saúde e ao meio ambiente associados a estes.

Para o serviço de Gestão de Resíduos Sólidos é necessário à adequação de toda a estrutura organizacional, considerando a necessidade de adequação dos processos internos já implantados para incorporação de novas atividades, tecnologias de produção, gestão financeiro e de custos, capacitação legislação e trabalhista, além de ser utilizada como uma forte estratégia de marketing a ser usada para promoção social da empresa.

A partir do tema, o problema desta pesquisa é quais os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu?

Baseado no tema da pesquisa, o objetivo geral desse trabalho é discutir sobre os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu. Como objetivos específicos são: I. Apresentar referencial teórico sobre gestão de resíduos sólidos, impactos financeiros e benefícios gerados; II. Exibir o processo de implantação do serviço de gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu, III. Expor a estrutura organizacional, com destaque na gestão de pessoas, legislação trabalhista, contabilidade de custos, administração de produção e marketing e suas contribuições no processo implantação de serviço de gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu e IV. Demonstrar os benefícios gerados com a implantação da Gestão de resíduo sólido para responsabilidade socioambiental das organizações.

Esta pesquisa visa como base em um estudo de caso no Hospital Galileu Belém/PA, levando-se em consideração principalmente às normas e legislações vigentes relacionadas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde como deve ser feito o correto gerenciamento dos resíduos nos estabelecimentos de serviços de saúde e os impactos positivos e elementos necessários para implantação.

A presente pesquisa justifica-se por possuir como objetivo de analisar no Hospital Galileu a existência da gestão de resíduos sólidos como um instrumento, no qual pode ser um fator de extrema importância no âmbito empresarial, podendo mudar seu quadro atual, principalmente em sua economia com práticas que podem ser adotadas para seu crescimento sem agredir o meio ambiente.

2. GESTÃO DE RESÍDUO SÓLIDOS

2.1 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUO SÓLIDOS

Atualmente existe uma preocupação universal com os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), preocupação esta que vem sendo discutida, por muitas décadas, na esfera Internacional bem como na esfera nacional. Neste contexto a legislação ambiental sofreu consideráveis avanços nas últimas décadas.

Atualmente existe, no cenário nacional, uma série de políticas e leis que normatizam a questão do ponto de vista jurídico. Para melhor gerenciar os problemas a lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 publicada no DOU 03.08.2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos: dentre outros tópicos a lei trata da coleta de resíduos sólidos, destinação final ambientalmente adequada, destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

A lei define a gestão integrada de resíduos sólidos como um conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. O Brasil passou a ter um marco regulatório na área de Resíduos Sólidos. A lei faz a distinção entre resíduos (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é passível de reaproveitamento).

A lei tem como objetivo a não geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos, bem como a destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos. Redução do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo de produção de novos produtos, trata da intensificação das ações de educação ambiental, e do aumento da reciclagem no país, promove a inclusão social, a geração de emprego e renda de catadores de materiais recicláveis.

2.2 POLÍTICA PARAENSE DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Tem-se como instrumento maior a Lei nº 12.305/10, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que define o PGRSS e exige a elaboração deste para abstenção da licença de funcionamento do estabelecimento de serviço de saúde.

A Lei nº 12.305/10 prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.

No Estado do Pará, a Lei nº 6.517/02 determina que é obrigação dos estabelecimentos de saúde coletar, transportar e dá um destino final adequado dos seus RSS e cabendo a fiscalização do manejo dos RSS aos órgãos de controle ambiental e de saúde.

A Lei nº 6.517/02 foi aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Almir Gabriel em 16 de dezembro. Esta lei determina que caberá aos estabelecimentos de saúde a prestação de serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos de serviços de saúde, produzidos por hospitais, laboratórios, farmácias, clínicas, ambulatórios, clínicas veterinárias, consultórios e congêneres. O município de Belém possui um documento que menciona os RSS, que é a Lei nº 8.012/00, que dispõe sobre a coleta, transporte e destinação final de lixo patológico. Esta lei está regulamentada pelo DECRETO № 39.091/01, cabendo a fiscalização do manejo dos seus RSS aos órgãos municipais de saneamento, saúde e meio ambiente.

2.3 REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS EMPRESAS

Os resíduos são gerados de várias formas, seja no escritório, no refeitório ou na produção, quando um material não pode ser aproveitado integralmente, este se torna um rejeito ou um resíduo. A adequada gestão interna de resíduos permite que a empresa se organize e se torne mais competitiva no mercado.

Não apenas por questões mercadológicas, mas também pelo fato de as empresas terem de cumprir obrigações legais inerentes às suas atividades, a gestão interna de resíduos faz parte do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), sendo que este último é item obrigatório para empresas públicas e privadas de determinados setores, exigido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/2010.

Grupo A (resíduos com possível presença de agentes biológicos, e podem apresentar risco de infecção, denominados resíduos infectantes), Grupo B (resíduos contendo substâncias químicas), Grupo C (rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos), Grupo D (materiais equiparados aos resíduos domiciliares) e Grupo E (materiais perfurocortantes ou escarificantes)10.

De acordo com o art. 20 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos, os setores obrigados a elaborar o PGRS são: Geradores de resíduos de serviços públicos de saneamento básico; Geradores de resíduos industriais; Geradores de resíduos de serviços de saúde; Geradores de resíduos de mineração; Estabelecimentos comerciais de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos ou que sejam definidos como de responsabilidade privada por sua natureza, composição, natureza ou volume; Empresas de construção civil; Terminais ou outras instalações de serviços de transporte; Atividades agrossilvopastoris, conforme exigência do órgão ambiental ou de vigilância sanitária.

Estando esses classificados em cinco grupos, segundo Mota,

2.3.1 NECESSIDADES RELACIONADAS AO PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

O processo de Gestão de Pessoas e Legislação trabalhista tem elaboração, implantação e desenvolvimento do PGRSS devem envolver os setores de higienização e limpeza, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH ou Comissões de Biossegurança e os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho – SESMT, onde houver obrigatoriedade de existência desses serviços, através de seus responsáveis, abrangendo toda a comunidade do estabelecimento, em consonância com as legislações de saúde, ambiental e de energia nuclear vigentes. Devem fazer parte do plano de ações para emergências e acidentes, ações de controle integrado de pragas e de controle químico, compreendendo medidas preventivas e corretivas assim como de prevenção de saúde ocupacional (Brasil, Ministério da Saúde – ANVISA 2006).

Um instrumento essencial para a promoção da saúde ocupacional e segurança do trabalho é o programa de educação continuada, previsto na RDC ANVISA № 306/04, este visa orientar, motivar, conscientizar e informar permanentemente a todos os envolvidos sobre os riscos e procedimentos adequados de manejo, de acordo com os preceitos do gerenciamento de resíduos. De acordo com a RDC ANVISA № 306/04, os serviços geradores de RSS devem manter um programa de educação continuada, independente do vínculo empregatício dos profissionais.

Em relação aos perigos que os catadores correm, Ferreira Abrantes afirma que.

Por muitas vezes, coletores do lixo hospitalar, catadores de aterros sanitários se feriram com objetos perfurocortantes e nunca souberam do que se tratava sendo comum encontrarem, seringas e agulhas em “lixos domésticos”, que na verdade deveria ser considerado como Lixo Hospitalar Doméstico, ou encontrados até mesmo em Lixo Hospitalar, sendo mal acondicionado por funcionários dos próprios hospitais. Isto significa então, que este lixo é simplesmente descartado como lixo comum. O que é um perigo a Saúde Pública. Um inimigo invisível e silencioso.

Quando se fala em saúde ocupacional e segurança no trabalho há de se destacar os cuidados ou recomendações específicas, que se deve ter com relação aos RSS do Grupo B; estes são aqueles que apresentam características de corrosividade, inflamabilidade, reatividade e/ou toxicidade. Por estes motivos os profissionais de serviços de saúde que trabalham com insumos químicos devem ter atenção especial com os resíduos químicos perigosos. O risco elevado das atividades implicadas no setor requer procedimentos de prevenção e segurança muito específicos, por tipo de produto. Com base na gama de legislações ambientais, devem ser nomeados profissionais da área química para realização das atividades nesses estabelecimentos. Com um profissional da área química, o estabelecimento tem uma dimensão mais clara dos problemas e riscos decorrentes das atividades que desenvolve. Como recomendações específicas para o gerenciamento dessas substâncias, temos as orientações destacadas por Brasil, Ministério da Saúde – ANVISA (2006).

2.3.2 NECESSIDADES RELACIONADA ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO E CONTABILIDADE DE CUSTOS

A tecnologia tem causado impacto até mesmo adequação ao processo produtivo de diversas empresas, assim, as organizações tendo que se adequar a essas evoluções, o gerenciamento de resíduos pede um investimento em tecnologia da informação, com alguns softwares que podem ser utilizados na melhoria da qualidade, eficiência e destinação dos produtos processados e descartados no ambiente.

As tecnologias de processo são as maquinas, equipamentos e dispositivos que ajudam a produção a transformar materiais e informações e consumidores de forma a agregar valor e atingir objetivos estratégicos da produção. (SLACK, 2010, p.179).

A mudança na estrutura das organizações quanto à tecnologia, e um reembolso necessário e indispensável para obtenção de um bem ou serviço que irá gerar renda.

Segundo, JARDIM (1995), as vantagens são ordem ambiental e econômica, no caso dos benefícios econômicos, a redução de custos com a disposição final é a vantagem econômica que mais sobressai.

2.3.3 NECESSIDADE RELACIONADA COM A ESTRATÉGICA DE MARKETING DA ORGANIZAÇÃO

No Geral o conceito de Marketing é satisfazer as necessidades e desejos do consumidor. Já o marketing ambiental caracteriza-se como uma fase do marketing tradicional, esse novo marketing visa atender e satisfazer não apenas o indivíduo, mas também as necessidades da sociedade como um todo. As políticas mercadológicas com cunho ambiental contribuem para o desenvolvimento sustentável da economia e da sociedade, bem como, ajudam na melhora e preservação do meio ambiente.

Nesse contexto é que surge uma vertente do marketing […] que está envolvida com as necessidades recentes do cliente cidadão, consciente da importância da preservação da natureza, à qual foram atribuídas várias denominações: marketing ecológico, marketing verde, marketing ambiental, eco marketing e marketing sustentável. (DIAS, pág. 73, 2014).

O marketing ambiental quando analisado sob o âmbito da percepção empresarial, passa a ter ligação direta com as legislações vigentes. De acordo com Gonçalves-Dias (2008) diferente das primeiras legislações, cuja tendência era que os governos locais fossem responsáveis pelo impacto ambiental causado pelos resíduos sólidos, atualmente a percepção básica que orienta as novas legislações é que o responsável direta e indiretamente pelo impacto dos seus produtos ao meio ambiente é o próprio fabricante. Uma das legislações mais recentes é a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que dispões sobre a destinação final ambientalmente correta. Ela prevê e regulamenta questões no âmbito empresarial que versam sobre a destinação de resíduos, reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, aproveitamento enérgico, e outras destinações dos resíduos sólidos gerados por organizações empresariais.

2.4 ESTUDO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO COMO FERRAMENTA PARA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUO SÓLIDO NAS ORGANIZAÇÕES

Para implantação de uma boa gestão de resíduos sólidos, deve ser feito um planejamento financeiro de suma importância para organização, tendo que elaborar corretamente o orçamento assim tendo controle da operação, o orçamento ajuda as organizações a mensurar efetivamente seus esforços e de forma que os objetivos possam ser atingidos e tornando possível uma coordenação geral e transparente.

As decisões financeiras devem ser tomadas com base em informações geradas por sistema de informações contábeis e financeiras adequadamente estruturadas. Um dos instrumentos mais importantes utilizados em tomadas de decisões financeiras é o orçamento empresarial, que é representado pelo orçamento geral que, por sua vez, é composto pelos orçamentos específicos. (MASAKAZU, 2004, p.383.)

2.5 BENEFÍCIOS GERADOS COM A IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUO SÓLIDO NAS ORGANIZAÇÕES

Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em uma organização é uma ferramenta importantíssima na gestão, organização e redução de custos no seu processo produtivo, um dos principais objetivos é diagnosticar possíveis pontos de geração de resíduos, propor medidas de redução e orientar a correta segregação dos mesmos, assim, evitando que os resíduos sejam destinados de forma errada o que acarreta diretamente no aumento dos custos de destinação. Tem também como objetivo diagnosticar e criar indicadores de desempenho e desperdício de matéria prima ao longo dos processos industriais, contribuindo na identificação de possíveis falhas no processo de sua empresa.

Quando realizado de maneira correta tem por objetivo determinar a quantidade, tamanho, tipo e localização das lixeiras, “containers” de armazenamento temporário e principalmente a quantidades de profissionais necessários realização da gestão dos resíduos.  O PGRS tem por objetivo determinar a melhor localização para o armazenamento de resíduos e também a periodicidade ideal para a coleta dos mesmos, contribuindo com a liberação de espaço e organização da empresa, assim também, a correta gestão dos resíduos sólidos promove também a redução dos riscos do trabalho.

A correta gestão dos resíduos sólidos aumenta a credibilidade da empresa perante seus fornecedores e clientes, assim como perante o órgão fiscalizador, contribuindo desta forma para a agilidade dos processos de renovação da licença ambiental de operação e também reduzindo o risco de multas.

3. METODOLOGIA

A pesquisa em questão é abordada de forma descritiva, onde teve o intuito de alcançar informações necessárias sobre a problemática, ou seja, apresentar os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu? Segundo Vergara (2010, p.42) conceitua pesquisa descritiva é “A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno“. Utiliza-se em conjunto o estudo de caso, como objetivo discutir sobre os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu, sendo “o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. (GIL, 2010, p. 29-37)”.

A abordagem da pesquisa será de forma qualitativa, considerando o produto final de aprestar referencial teórico sobre o tema, o processo de implantação e benefícios gerados, segundo Menga (1986) apud Lakatos e Marconi (2011, p. 271) “O estudo qualitativo é o que se desenvolve numa situação natural; é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”.

O universo da pesquisa é Hospital Galileu, o hospital pertence ao Governo do Estado do Pará. A sua Administração é feita pela Pró Saúde, Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretariaria de estado de Saúde Pública (Sespa), o hospital publico Estadual Galileu possui 104 leitos, sendo 70 ortopédicos, 28 de clínica médica/cardiologia, e seis de UTI. O centro Cirúrgico é composto por duas salas cirúrgicas. Cerca de 400 profissionais atuam na unidade, que possui como especialidades médicas a ortopedia, cardiologia, clínica médica e intensivistas.

Segundo Lakatos; Marconi (2011) é considerado um conjunto de seres que representam uma porção ou uma parcela na pesquisa que se pretende investigar. E, como amostra desta pesquisa tem-se o setor de Higienização, onde o Sr. Anderson Aquino é o responsável pela supervisão do serviço de Gestão de Resíduos Sólidos no Hospital Galileu, que conforme Lakatos; Marconi (2011, p. 27), “amostra é uma porção, convenientemente selecionada do universo (população)”.

Para desenvolvimento deste artigo, foi realizada pesquisas bibliográficas para construção do referencial teórico e elementos base desse projeto, sendo segundo Köche (2009, p.122 e 124), “pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres”. Juntamente como realização de entrevista, por meio de aplicação de guia com perguntas, aberta, fechada e mista. A entrevista possui natureza, segundo Lakatos; Marconi (2011), uma relação amistosa, sem debate de ideias, não demonstrando insegurança ou admiração excessiva e buscar um clima natural, deixar que as questões fluam “naturalmente” e com teor de objetividade e encorajamento do entrevistado.

Após a coleta dos dados, os quais são coletados por meio da aplicação de entrevista, é realizado um estudo sobre os mesmos, podendo-se assim, identificar as características e necessidades do processo de implantação e benefícios gerados com a Gestão de Resíduos Sólidos no Hospital Galileu.

4. ANALISE DOS RESULTADOS

4.1 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS DO HOSPITAL GALILEU

A gestão de resíduos vem sendo implantada no Hospital Público Estadual Galileu há três anos, o processo de implantação dos serviços de gestão de resíduos sólidos ocorreu com mapeamentos dos resíduos gerados, classificação dos resíduos conforme RDC 306, criação do PGRSS e treinamento dos colaboradores, com isso houve a necessidade de contratação de empresa terceirizada para o processo, que é a empresa Cidade Limpa, responsável pelo Transporte externo e destinação final dos resíduos. Atualmente cinco pessoas trabalham no setor/departamento “Serviço de Controle de infecção Hospitalar”.

4.1.1 GESTÃO DE PESSOAS E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Para a implantação da Gestão Resíduos Sólidos houve necessidades de relacionadas à Gestão de Pessoas e Legislação trabalhista no Hospital Galileu, houve contratação, treinamento, adicional de salário e encargos sociais dos funcionários envolvidos.

Após a criação do PGRSS, todos os colaboradores foram treinados pela comissão de Resíduos sobre a segregação correta, baseada na RDC 306, além do treinamento da equipe do SML para manuseio e transporte de resíduos conforme a NR32.

4.1.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E CONTABILIDADE

Houve planejamento financeiro ou controle dos custos durante o processo de implantação Gestão Resíduos Sólidos, alguns recursos financeiros necessários para implantação foram à aquisição do quantitativo suficientes de lixeiras com pedal, sacos com as cores padronizadas pela RDC 306 e adesivos ilustrativos, segundo a norma regulamentadora 32-segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, no item 32.8.5 Todas as áreas dos estabelecimentos de assistência à saúde deverão ser mantidas, permanentemente, em perfeitas condições de limpeza e providas de: lixeiras com tampa, de acionamento por pedal. Já os treinamentos internos são feitos in loco com profissionais envolvidos na área.

4.1.3 MARKETING

O Hospital Galileu utilizou a Gestão Resíduos Sólidos como estratégia de marketing junto a seus clientes, um dos princípios do Hospital é a sustentabilidade, com isso o hospital foca na gestão ambiental. A divulgação e feita através do site para a comunidade e através de um boletim informativo que fica nos murais do hospital assim dando acesso aos seus colaboradores à informação.

4.1.4 ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO

A coleta interna dos resíduos e realizados diariamente pela equipe do SHL e sempre que houver necessidade (2/3 da capacidade de acondicionamento) do setor gerador para armazenamento temporário (expurgo), a remoção e realizada de forma cuidadosa para evitar rompimento dos sacos plásticos com o auxilio do carrinho de limpeza, onde os resíduos são transportados devidamente fechados, além da utilização de equipamentos de proteção individual como uniforme, luvas e sapatos fechados. No caso de acidente ou derramamentos realizar imediatamente a limpeza e desinfecção simultânea do local. O transporte interno deixa a unidade geradora respeitando frequência e horários estipulados, evitando o cruzamento com horários de fornecimento de refeições e medicamentos. A coleta dos resíduos do expurgo para abrigo externo feito através dos carros de transportes fechados, laváveis, separados e identificados para cada tipo de resíduo. A coleta de todos os resíduos onde são retirados primeiro os resíduos comuns /recicláveis, químicos e por ultimo os resíduos infectantes/perfurcortantes. Os carros são higienizados a cada transporte para o abrigo com agua corrente, detergente neutro, hipoclorito de sódio.

4.2 O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO HOSPITAL GALILEU

O Hospital Público Estadual Galileu, com o comprometimento da alta direção, de seus colaboradores e da equipe envolvida na questão ambiental, tendo como um dos princípios a sustentabilidade, atua de forma integrada com o sistema municipal e estadual de saúde promovendo a assistência hospitalar segura e humanizada aos seus usuários, visando melhoramento contínuo dos processos de segurança, buscando a conscientização e capacitação de todos para a minimização dos riscos associados ao manejo dos resíduos.

A disposição inadequada desses resíduos decorrentes da ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, cria condições ambientais potencialmente perigosas que modificam esses agentes e propicia sua disseminação no ambiente, o que afeta, consequentemente, a saúde humana tendo impacto negativo aos nossos valores.

Esse manual foi descrito baseado na Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 da ANVISA e na Resolução nº 283/01 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

4.3 OS IMPACTOS POSITIVOS E NECESSIDADES PARA A IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO HOSPITAL GALILEU

Planejar as ações de gerenciamento de resíduos, assegurando o correto manuseio final para manter em conformidade com a legislação vigente, além de eliminar as fontes de contaminação, reduzindo os índices de acidentes de trabalho relacionados á segregação incorreta dos resíduos, garantindo a preservação da saúde pública e do meio ambiente, elevando assim a qualidade da atenção dispensada ao assunto.

Estimular a reciclagem de resíduos comuns não contaminados, através da seleção dos resíduos na fonte geradora, auxiliando no aumento da vida útil dos aterros sanitários municipais, padronizando no Hospital Público Estadual Galileu as condutas para a correta segregação, acondicionamento, armazenamento, manuseio, seleção, coleta e transporte.

Promover a formação e capacitação de recursos humanos envolvidos com o PGRSS, através de treinamentos, palestras e campanhas de conscientização.

4.4 OS BENEFÍCIOS GERADOS COM A IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUO SÓLIDO PARA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS ORGANIZAÇÕES

Segundo a RDC ANVISA no 306/04, o gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde consiste em um conjunto de procedimentos planejados e implementados, a partir de bases cientificas e técnicas, normativas e legais. Tem o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar aos mesmos um manejo seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente.

O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS. Redução da geração de resíduos infectantes por paciente-dia e diminuição de erros na segregação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Necessidades e benefícios com implantação do serviço de descarte responsável no Hospital Galileu, com base no que foi apresentado pela empresa in loco, observou-se a preocupação da instituição desde o manuseio ate o descarte de todo material produzido pela mesma assim dando um destino final de forma sustentável aos resíduos, assim, contribuindo também a comunidade em volta.

Quanto ao problema proposto “quais os impactos positivos e necessidades para a implantação da gestão de resíduos sólidos no Hospital Galileu?”, observou-se que todos os resíduos provenientes aos resíduos de saúde devem seguir rigorosamente as legislações da ANVISA com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

A gestão de resíduos vem sendo implantada no Hospital Público Estadual Galileu a 3 anos,

Para a implantação da Gestão Resíduos Sólidos houve necessidades de contratação, treinamento, adicional de salário e encargos sociais dos funcionários envolvidos, que foram devidamente incluídos no planejamento financeiro e controle dos custos durante o processo de implantação Gestão Resíduos Sólidos. O Hospital Galileu utilizou a Gestão Resíduos Sólidos como estratégia de marketing junto a seus clientes e a coleta interna dos resíduos e realizada diariamente pela equipe do SHL e sempre que houver necessidade (2/3 da capacidade de acondicionamento) do setor gerador para armazenamento temporário (expurgo).

Para atender que a legislação determina foi feito um mapeamento dos resíduos gerados e a classificação deles, assim foi contratado um serviço terceirizado na qual a empresa cidade limpa e responsável pelo transporte externo e destinação final dos resíduos, o treinamento dos colaboradores foi criado para atender o objetivo que e reduzir a geração de resíduos por paciente dia e diminuição de erros na sua segregação.

Com a realização da pesquisa observou-se que no Hospital Galileu existe a gestão de resíduos sólidos como um instrumento de responsabilidade socioambiental do Hospital com seu público interno e externo, no qual é um elemento fundamental a no âmbito empresarial, ligado a utilização de práticas que possibilitam seu crescimento sem agredir o meio ambiente.

REFERÊNCIAS

BRAISL, LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília,  2  de  agosto  de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

BRASIL, L E I Nº 6.517, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2002. Dispõe sobre a responsabilidade por acondicionamento, coleta e tratamento dos Resíduos de Serviços de Saúde no Estado do Pará, e dá outras providências. DOE Nº 029.845 de 17/12/2002

BRASIL, lei 8085/01 | lei nº 8085 de 12 de setembro de 2001. Altera dispositivos da lei nº 8.012/00, de 02 de junho de 2000 e dá outras providências.

FUNDAÇÃO DOM CABRAL. A importância da gestão adequada dos resíduos sólidos em empresas. Disponível em:<http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=484>. Acessado em 5 set 2017.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 28. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI. Metodologia Cientifica. 6.ed.-São Paulo: Atlas, 2011.

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[1] Mestre em Ciência da Educação pela Universidad de Asunción- UAA . Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Faculdade pela Faculdade Faci. Graduado em Administração Comércio Exterior pelo Centro Universitário do Pará- CESUPA.

[2] Graduanda do Curso de Administração da Faculdade da Amazônia.

[3] Graduanda do Curso de Administração da Faculdade da Amazônia.

[4] Mestre em Economia pela Universidade Federal do Pará – UFPA. Especialista em Auditoria e controladoria pela Faculdade Faci. Graduada em Administração Comércio Exterior pelo Centro Universitário do Pará- CESUPA.

Enviado: Outubro, 2018

Aprovado: Maio, 2019

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Diego Ventura Magalhães

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