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Transposição ou dessalinização? comparativo do ponto de vista da engenharia civil

RC: 133628
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

ALMEIDA, Marco Aurélio de Faria [1], ÁVILA, Mateus Pinho de [2], RIBEIRO, Kátia Daniela [3]

ALMEIDA, Marco Aurélio de Faria. ÁVILA, Mateus Pinho de. RIBEIRO, Kátia Daniela. Transposição ou dessalinização? comparativo do ponto de vista da engenharia civil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 14, pp. 63-78. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/transposicao-ou-dessalinizacao

RESUMO

Na região nordeste do Brasil, os problemas de abastecimento de água são constantes e a seca intensa nessa região sempre foi uma grande preocupação devido à miséria que costuma emergir deste contexto. A transposição do Rio São Francisco é um importante projeto de infraestrutura que surgiu com o intuito de solucionar tais problemas, entretanto, esse projeto apresenta-se hidraulicamente superdimensionado, resultando em uma obra de grande investimento para o governo brasileiro. E esse investimento poderia ter sido feito em outra solução para o abastecimento de água no semiárido nordestino, como a implantação de plantas de dessalinização de água do mar? Para responder essa pergunta, o presente trabalho objetivou analisar, comparativamente e sob o ponto de vista da engenharia civil, por meio de dados disponíveis na literatura, dois tipos de soluções para o mesmo problema (a dificuldade de acesso à água no nordeste brasileiro), sendo eles a transposição do rio São Francisco e a implantação de plantas de dessalinização de água do mar. Utilizou-se como metodologia a comparação dos custos para implantação dos dois projetos, transposição e dessalinização, tendo em vista o gasto final estimado para a realização das obras de transposição, que foi atualizado para o ano de 2022 e comparado com o valor investido pelo governo de Israel para a criação da usina de dessalinização de Sorek, adotada como modelo neste estudo. Verificou-se que o valor investido nas obras da transposição do rio São Francisco possibilitaria a construção de onze usinas de dessalinização com a capacidade e porte semelhante a Sorek, sendo que as vazões fornecidas por elas atenderiam à demanda estimada para suprir o consumo de água dos moradores da região. Sendo assim, num ponto de vista unicamente construtivo, conclui-se que a adoção do sistema de dessalinização proporcionaria uma economia relevante aos cofres públicos, além de ser um método promissor que pode ser aplicado para aumentar a quantidade de recursos hídricos no país.

Palavras-chave: Crise hídrica, Acesso à água, Problemas sociais, Analogia.

1. INTRODUÇÃO

A desigualdade no acesso à água, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, acarreta problemas sociais importantes. Jacobi, Empinotti e Schmidt (2016) estimam que mais de um bilhão de pessoas não possuem acesso adequado à água potável e mais de 40% da população do planeta viverá, a curto prazo, em regiões crescentemente afetadas por estresse hídrico.

Wolkmer (2010) afirma que recorrer à água não é uma questão de escolha, pois ela é uma necessidade vital. Por sua relevância, por se tratar da base da vida, a água deve ser vista sobretudo como um bem social e cultural, e não somente como um bem econômico, portanto, um direito de todos.

O Brasil é um país conhecido por apresentar diversas riquezas naturais, merecendo destaque os recursos hídricos espalhados ao longo do seu território. Segundo a Empresa Brasil de Comunicação – EBC (2017, p. 1), “cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta está em território brasileiro”. Ainda segundo dados da EBC (2017), mesmo com essa grande quantidade de água doce disponível, a sua distribuição não é igualitária, estando a maior parte concentrada nas regiões norte, centro-oeste e sudeste, que apresentam as maiores áreas de água superficial. A região sul apresenta um vasto manancial de águas subterrâneas, o aquífero Guarani. Já a região nordeste e o extremo norte de Minas Gerais sofrem com severas estiagens.

Segundo Pena (2020), o sertão nordestino é uma região que fica situada entre o agreste e o meio norte da região nordeste, com o clima semiárido que proporciona longos períodos de seca. O sertão nordestino estende-se por cerca de 900 mil km2 e caracteriza-se por médias pluviométricas anuais oscilando entre 300 e 800 mm. Em sua porção central, correspondente a cerca de 500 mil km2, a pluviometria anual é inferior a 600 mm (CONTI, 2005). Em comparação a outras regiões do país, como os locais onde predominam a Mata Atlântica, com média de precipitação entre 2.000 a 2.500 mm/ano e, na região central do país, onde esse índice chega a 1.300 mm/ano (TOMAZ, 2003), confirma-se a deficiência hídrica associada ao sertão nordestino ao longo da história.

Particularmente na região nordeste, os problemas de abastecimento de água são constantes, mesmo o Nordeste possuindo o maior volume de água represada em regiões áridas do mundo (FIUZA, 2018).  A Agência Nacional de Águas – ANA (2012) cita que o Nordeste se caracteriza pela pouca disponibilidade de águas subterrâneas e conta com temperaturas elevadas, o que gera um aumento da evapotranspiração e dificulta a regularidade das chuvas e, por consequência, a perenidade dos cursos d’água superficiais. Logo, o problema da seca intensa nessa região sempre foi uma grande preocupação devido à miséria que costuma emergir deste contexto.

O Relatório da Conjuntura Recursos Hídricos de 2017, da ANA, aponta que em dezembro de 2016, 132 cidades do Nordeste Setentrional, onde estão 1,46 milhão de habitantes, encontravam-se em colapso de abastecimento. No Semiárido, mais de 24 milhões de habitantes, distribuídos por 1.133 municípios entre o norte de Minas Gerais e a região Nordeste, enfrentam períodos críticos de prolongadas estiagens. (EBC, 2017, p. 1).

De forma complementar, estudos mostram que o principal problema não é exclusivamente o clima semiárido, e sim a falta de sistemas de distribuição dessa água para os locais que necessitam (REBOUÇAS, 1997; TREVIZAN, 2015; SILVA et al., 2016). No Brasil, como alternativa para resolução desse problema, foi adotada, em 2007, a transposição do rio São Francisco.

Os questionamentos envolvidos com o projeto de transposição do rio São Francisco, principalmente com relação à sua eficácia no combate à seca, são discutidos até hoje, dentro de vários segmentos científicos (FERREIRA, 2019; OLIVEIRA, 2020; LOPES et al., 2022).

Considerando-se que a escassez hídrica não é um problema enfrentado apenas pela região nordeste brasileira, mas também em outras partes do mundo, um questionamento interessante a se fazer seria se outra solução, alternativa ao projeto de transposição do rio São Francisco, poderia ter sido adotada no Brasil. Isso porque em outros lugares do mundo, como no exemplo de Israel, que também sofre com a escassez hídrica, tentou-se resolver esse problema com outra estratégia, que foi a implantação de plantas de dessalinização da água do mar (BARBOSA, 2018).

De acordo com Szklarz (2021), Israel optou por essa estratégia e, hoje em dia, é um país referência no assunto, tendo boa parte da água doce consumida no país proveniente de usinas de dessalinização. Assim, considerando-se a extensão do litoral brasileiro, a resposta ao questionamento do parágrafo anterior apresenta forte tendência a se tornar afirmativa.

Enfim, tem-se que a transposição do Rio São Francisco é um importante projeto de infraestrutura que surgiu com o intuito de solucionar problemas para o abastecimento do semiárido nordestino, entretanto, esse projeto apresenta-se hidraulicamente superdimensionado, resultando em uma obra de grande investimento para o governo brasileiro. E esse investimento poderia ter sido feito em outra solução para o problema, como a implantação de plantas de dessalinização de água do mar?

Para responder este questionamento, faz-se pertinente a realização de uma análise comparativa entre essas duas técnicas a fim de identificar os prós e contras e, por conseguinte, a efetividade de cada uma delas na tentativa de resolver os problemas relacionados aos sistemas de distribuição de água à população do semiárido nordestino.

Neste contexto, o presente trabalho objetivou analisar, comparativamente e sob o ponto de vista da engenharia civil, por meio de dados disponíveis na literatura, dois tipos de soluções para o mesmo problema (a dificuldade de acesso à água no nordeste brasileiro), sendo eles a transposição do rio São Francisco e a implantação de plantas de dessalinização de água do mar. Para tanto, foram analisados dados referentes aos custos de implantação de ambas as soluções, além de inferir sobre aspectos logísticos, ambientais e sociais relevantes.

2. A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

O rio São Francisco ou Velho Chico, como também é conhecido, é um dos maiores rios que existem no território brasileiro; ele nasce no interior de Minas Gerias como um pequeno olho d’água e vai ganhando enormes proporções de acordo com o que vai avançando. Ele passa por cinco estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas) até desaguar no Oceano Atlântico, como citado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF (2022). Graças à sua enorme quantidade de água, o projeto da sua transposição se tornou relevante com o objetivo de levar recursos hídricos para o sertão brasileiro.

O projeto da obra da transposição do rio São Francisco, de acordo com o Ministério de Desenvolvimento Regional – MDR (2022a), visou beneficiar mais de 12 milhões de pessoas no Nordeste, previa inicialmente 699 km em obras e teve seu início no ano de 2007, com previsão de entrega para o ano de 2012, com um orçamento inicial de 4,5 bilhões de reais.

Porém, em 2013, o projeto original foi reduzido para 477 km e seu gasto final, até 2021, foi de aproximadamente 14,6 bilhões de reais (MDR, 2022a).

O projeto conta com uma capacidade máxima de abastecimento de 127 m³/s, porém, a vazão média evidenciada ao longo do ano é de 65 m³/s, conforme informações apresentadas por Pereira Júnior (2005).

A obra implantada, segundo Jácome (2022), é composta por canais concretados por onde a água é distribuída, estações de bombeamentos que ajudam a água a vencer desníveis que chegam a 190 metros de elevação, e também por reservatórios, aquedutos e túneis.

Segundo Vanderlei (2017), o percurso das águas é feito por canais com seções que podem variar entre trapezoidais, triangulares ou retangulares, que são utilizados de acordo com a variação de vazão que chega até no destino final.

Quando é feita uma obra de grande porte em uma região onde existem fatores desfavoráveis, como a seca e a falta de estrutura, ações fora do planejado podem causar danos consideráveis e, consequentemente, acarretar um aumento de gastos devido ao retrabalho. O Ministério Público Federal – MPF (2019), em perícias realizadas nas obras do sistema de transposição do rio São Francisco, ao longo de sua execução, identificou problemas no revestimento de concreto, rachaduras, mato, erosão, assoreamento, entre outros. Cada uma dessas patologias, ao serem detectadas, exigem sua recuperação ou reforço, gerando retrabalho, alteração no cronograma físico e financeiro, além de refletir a ocorrência de problemas na concepção e/ou execução do projeto.

A transposição ainda exerce influência em alguns pontos ambientais e sociais. Em relação aos aspectos ambientais, Santos (2022) cita os impactos oriundos das grandes áreas desmatadas ao longo das construções dos canais, destruindo habitats e afetando a biodiversidade. Del Sant (2022) também aponta a criação de uma alteração no bioma nas proximidades dos canais onde agora têm água. A intensidade da deságua do rio no oceano, segundo Domingues (2019), também é um ponto negativo, pois já existe o avanço de aproximadamente 40 km da água do mar dentro do rio, alterando características do corpo d’água.

Apesar dos inconvenientes supracitados, é válido ressaltar que a ideia da transposição, por si só, já é um ponto positivo, cujo objetivo foi ajudar uma região do país que sofre com a falta de recursos hídricos. Conforme Gonzaga (2019), a obra trouxe melhora na qualidade de vida das pessoas, trouxe também oportunidades de desenvolvimento e aumento de renda para os municípios e a geração de empregos para a população.

3. PLANTAS DE DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA DO MAR

As plantas de dessalinização vêm se tornando ótimas opções para tentar solucionar a falta de recursos hídricos que algumas regiões apresentam (SANCHEZ MUNGUIA, 2020), pois não dependem de um investimento tão alto e entregam um produto final com qualidade (CHAMBLAS; PRADENAS, 2018) e, com o avanço tecnológico, elas tendem a melhorar ainda mais a sua relação custo-benefício (LEE, 2020).

Nas usinas de dessalinização, a ideia é retirar água do mar e transformá-la em água potável. Segundo Torri (2015), um dos métodos utilizados nesse processo é a osmose reversa, onde a água do mar é bombeada por membranas semipermeáveis que permitem a passagem da água e retém os sais. A água que passa por esse processo recebe tratamentos para o ajuste do pH, dentre outros, para adequação aos padrões de potabilidade, saindo do processo em condições de consumo.

Há também, de acordo com Costa (2019), a dessalinização por destilação multiestágios, em que a água do mar é bombeada para um recipiente com alta pressão e temperatura elevada, causando a evaporação, resultando em água destilada e, depois, passa-se por um tratamento de remineralização para que se torne potável.

A água já tratada, independente do processo adotado, é transmitida ao consumidor por sistemas de distribuição pressurizados. Assim, impede-se que a água tenha contato com agentes contaminantes, refletindo numa diminuição de gastos relacionados ao tratamento.

Um aspecto desfavorável das plantas de dessalinização, segundo Torri (2015), é que esses processos geram água residual com alta concentração de sais, que comumente são retornadas ao mar. Com seu retorno ao mar, essas águas residuais podem ocasionar agressões na fauna e flora da região, alterando o bioma, impactando na vida marinha existente no local.

As usinas de dessalinização já são uma realidade internacional. Em Israel, somando-se todas as usinas, estas tratam e distribuem uma vazão que representa mais da metade da água potável consumida pelo país, conforme informa o Consórcio Intermunicipal das Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí – Consórcio PCJ (2015).

Em 2011, ainda segundo Consórcio PCJ (2015), o governo de Israel investiu US$ 500 milhões para a criação de Sorek, uma usina de dessalinização que representa 20% do abastecimento da água doce do país, atendendo a aproximadamente 2 milhões de pessoas, com capacidade de produção de 624.000 m³/dia, equivalente a 7,22 m³/s.

A Espanha, que teve sua primeira usina de dessalinização implantada em 1965, faz investimentos desde então nessa tecnologia e na criação de novas usinas. Em 2010, foi construída uma usina na cidade de Torrevieja, com um custo de US$ 408 milhões, com a capacidade de produzir 240.000 m³/dia, equivalente a 2,77 m³/s, segundo Torri (2015).

O Brasil ainda se apresenta tímido com relação a essa tecnologia, cuja primeira usina de dessalinização de água do mar foi implantada em 2020, no município de Caucaia-CE. Com capacidade de 1.200 m³/dia, a usina vai garantir água de qualidade a mais de 12 mil famílias de Caucaia, o equivalente a 11% da população do município (ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DO PECÉM – AECIPP, 2020).

Ainda pode-se citar a planta de dessalinização de água do mar da empresa ArcelorMittal de Tubarão, na Grande Vitória (ES), caracterizada como a maior do país e implantada no ano de 2021. A estrutura tem capacidade inicial de produção de 500 m³/h, ou 0,14 m³/s, que, segundo ArcelorMittal (2021), é o suficiente para abastecer aproximadamente 80 mil pessoas por dia.

4. TRANSPOSIÇÃO X DESSALINIZAÇÃO

Retornando ao problema de crise hídrica no nordeste brasileiro, e recordando o fato de que o projeto da transposição do rio São Francisco surgiu da tentativa de resolver esse problema, segundo MDR (2022b), cerca de 16,47 milhões de pessoas, distribuídas por 565 municípios, foram beneficiadas pela transposição do rio São Francisco, cujas obras foram consideradas como concluídas em fevereiro de 2022.

Segundo a Superintendência de Água e Esgoto (2021), o consumo per capta médio mundial é de 110 litros/dia, podendo chegar no Brasil a 200 litros/dia. Logo, considerando o valor médio para os consumos per capta apresentados, seria necessária a adução de aproximadamente 2,55 bilhões litros/dia para atender a população beneficiada pela transposição do rio São Francisco, correspondente a uma vazão média de 29,55 m³/s, desconsiderando-se as perdas em seu transporte.

O projeto da transposição, que segundo Pereira Júnior (2005), pode aduzir uma vazão máxima de 127 m³/s, apresenta uma vazão predominante em 56% dos meses igual a 26 m³/s e, nos outros 44%, a vazão chega a 114 m³/s, resultando numa vazão média ponderada de 64,72 m³/s. Assim sendo, o projeto de transposição do rio São Francisco apresenta-se hidraulicamente superdimensionado, quando se compara a vazão média aduzida com a demanda média estimada.

Já uma usina de dessalinização no porte de Sorek, segundo o Consórcio PCJ (2015), tem a capacidade de produzir 7,22 m³/s por dia. Para atender a demanda estimada, seriam necessárias a implantação de quatro usinas no porte de Sorek.

Para implantar Sorek, Israel investiu 500 milhões de dólares; já o projeto da transposição teve o valor inicial de 4,5 bilhões de reais, em 2007.

Para comparação desses custos, efetuou-se a correção dos valores através da calculadora financeira on-line do Banco Central do Brasil (BCB), com base no Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de janeiro do ano de cada projeto para janeiro de 2022. Obtiveram-se os seguintes valores atualizados: 2,23 bilhões de reais na obra de Sorek, considerando o valor do dólar segundo o BCB como R$ 2,03 reais em janeiro de 2013, e 14,5 bilhões de reais na obra da transposição.

Com o valor corrigido investido na transposição do rio São Francisco, seria possível a construção de seis usinas de dessalinização com o porte de Sorek, com capacidade de geração de água potável total de 43,32 m³/s, sendo essa vazão suficiente para atender à necessidade das 16,47 milhões de pessoas beneficiadas com a transposição.

Com relação às obras da transposição, de 2007 até 2021, houve o aumento da demanda de recursos, o que pode ser observado na Tabela 1.

Realizando-se a correção dos valores da Tabela 1 para janeiro de 2022, têm-se 16,6 bilhões de reais pagos entre 2008 e 2015; 4,82 bilhões de reais pagos entre 2016 e 2018; e 4,2 bilhões de reais pagos entre 2019 e 2021; resultando num valor final das obras de transposição igual a 25,62 bilhões de reais. Por sua vez, poderiam ser construídas onze (11) usinas iguais à Sorek, entregando uma vazão de 79,42 m³/s, vazão consideravelmente maior que a demanda das 16,47 milhões de pessoas beneficiadas com a transposição.

Tabela 1: Gastos com as obras de transposição

  2008 a 2015 2016 a 2018 2019 a 2021 Total pago
Valor pago R$ 8,27 bilhões R$ 2,83 bilhões R$ 3,49 bilhões 14,59 bilhões
Percentual 56,68% 19,38% 23,94% 100%
Média anual R$ 1,03 bilhão R$ 942,4 milhões R$ 1,16 bilhão R$ 1,042 bilhão

Fonte: Adaptado de MDR, 2022b.

A Tabela 2 a seguir resume a discussão apresentada anteriormente e ainda acrescenta valores relativos à adução e ao tratamento da água tanto para a transposição quanto para a dessalinização.

Tabela 2: Valor atualizado de implantação, vazão produzida, custos de adução e tratamento relativos à transposição do rio São Francisco e à uma usina de dessalinização semelhante à Sorek

Item (valores atualizados para janeiro de 2022) Transposição rio São Francisco Usina de dessalinização Sorek
Valor de implantação (R$) R$ 25,62 bilhões R$ 2,23 bilhões
Vazão 64,72 m³/s 7,22 m³/s
Custo para adução (m³) R$ 0,47 R$ 9,29
Custo para tratamento (m³) R$ 8,83

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Logo, do ponto de vista unicamente construtivo, o valor investido nas obras da transposição do rio São Francisco tornaria exequível a construção de 11 usinas de dessalinização iguais a Sorek.

Ressalta-se que o objetivo principal deste trabalho foi comparar as duas alternativas de abastecimento de água para o semiárido nordestino, mediante o ponto de vista construtivo.

Porém, essa análise tende a ser muito mais complexa e profunda, uma vez que vários fatores, além dos construtivos, precisam ser considerados para a avaliação da viabilidade de ambas as soluções aqui apresentadas, entre eles: custo de adução, custo de consumo, custo de tratamento, tempo de implantação, impactos ambientais, geração de resíduos, aspectos sociais, etc.

Em relação ao custo de adução, existe uma diferença considerável entre os prováveis preços. Segundo Pitombo e Valadares (2019), o valor do metro cúbico ao dessalinizar a água do mar gira em torno de US$ 1,50 em 2019, cerca de R$ 5,86 na época; realizando a correção do valor, o metro cúbico em relação a janeiro de 2022 fica em torno de R$ 9,29. Assim sendo, para a construção de uma usina de dessalinização da água do mar no porte de Sorek, demanda-se menor investimento, no entanto, a distribuição dessa água dessalinizada ficaria muito onerosa para os cofres públicos.

Já com relação ao custo de consumo, de acordo com ANA (2021), o valor definido pela Companhia de Desenvolvimento dos Valos do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF a ser cobrada dos estados receptores da água advinda da transposição é de cerca de R$ 0,47 por metro cúbico destinado ao consumo. Nota-se, portanto, a necessidade de estudos futuros que poderão apontar qual a melhor opção em relação à adução e ao consumo.

Tendo em vista a comparação em relação ao tratamento da água para se tornar potável, coloca-se em evidência que a transposição do rio São Francisco necessita passar por essa etapa. Segundo Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais ARSAE-MG, utilizando o simulador de faturas da COPASA com tarifas vigentes a partir de 01/08/2021, o custo referente a 1 m³ é equivalente a R$ 8,83; enquanto a água proveniente da usina de dessalinização não possui esse gasto, pois já sai tratada da usina para ser distribuída.

Obras desse porte trazem consigo impactos ambientais, sendo que tanto a transposição do rio São Francisco quanto a dessalinização da água do mar geram grandes impactos, que se não forem mitigados podem gerar problemas graves nos habitats e na biodiversidade.

Quanto aos aspectos sociais, ambas alternativas promoverão a geração de novos empregos e a necessidade de pessoas com mão de obra especializada que, de certa forma, leva ao sertão nordestino um incentivo de buscar esse tipo de especialização à população e, de acordo com Castro (2013), com a chegada de recursos hídricos, existe a possibilidade do desenvolvimento da agricultura e da agropecuária.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na construção civil, diferentes pontos de vista se fazem relevantes para gerar possíveis soluções para um problema, sendo que o engenheiro tem habilidades que o torna capaz de analisar a alternativa mais viável e que melhor atende à demanda. Assim sendo, sabe-se que os problemas de abastecimento de água assolam a região nordeste do Brasil e trazem consigo preocupações de âmbito econômico, social e ambiental.

A transposição do Rio São Francisco e as plantas de dessalinização de água do mar são exemplos de soluções aplicadas no mundo para a questão do abastecimento de água em regiões de clima árido.

A transposição do Rio São Francisco trata-se de uma infraestrutura hidraulicamente superdimensionada, que gerou um grande investimento para o governo brasileiro, investimento esse que poderia ter sido feito em outra solução para o abastecimento de água no semiárido nordestino, como a implantação de plantas de dessalinização de água do mar. E foi no intuito de responder a essa problemática que esse trabalho apresentou uma análise comparativa, sob o ponto de vista da engenharia civil, para essas duas soluções relativas à  dificuldade de acesso à água no nordeste brasileiro), analisando-se a transposição do rio São Francisco e a implantação de plantas de dessalinização de água do mar considerando-se aspectos econômicos, logísticos, ambientais e sociais.

Tendo em vista as informações supracitadas, foram empregados 25,62 bilhões de reais na transposição do rio São Francisco até 2021. Tendo este número como referência e comparando com os custos da implementação de usinas de dessalinização como Sorek, conclui-se que seria possível construir onze usinas de dessalinização com o mesmo valor investido. Estas onze usinas entregariam juntas uma vazão de 79,42 m³/s de água potável, vazão está aproximadamente 22,18% superior à alternativa da transposição, com vazão anual média de 64,72 m³/s.

Referente ao aspecto ambiental, os dois métodos geram impactos diferentes. A transposição gera um impacto intenso e único, no decorrer do processo; já a dessalinização gera um impacto contínuo, no descarte da água salobra no mar. Vale ressaltar que esta dimensão deve continuar sendo estudada e avaliada por profissionais qualificados para tal, tendo em vista que não é a pretensão deste artigo esgotar tal tema.

A criação de mapas logísticos do sistema de adução/distribuição das usinas de dessalinização também se apresenta como essencial, a fim de se estabelecer pontos estratégicos na costa brasileira para implantação dessas usinas, o que permitirá uma discussão do tema do ponto de vista logístico e pode gerar novas conclusões em termos de viabilidade de ambas as obras. A distribuição da água dessalinizada até áreas mais distantes da costa ainda é um fator questionável economicamente, sendo necessário demonstrar até onde é pertinente a construção de dutos e onde a construção de centros de distribuição possa ser uma opção viável. Ressalta-se que as obras de transposição somaram 477 km em obras de adução.

A qualidade das águas também é um fator que pode ser comparado. As usinas de dessalinização distribuem a água em condutos fechados, água que já passou por tratamentos para se tornar potável. Enquanto a transposição, por contar com canais abertos, torna a água sujeita a contaminação durante seu curso, necessitando de tratamento para se tornar potável, aumentando então seu custo.

Quanto às questões sociais, as duas obras tendem a ser importantes para o desenvolvimento socioeconômico de uma região de baixa disponibilidade de recursos hídricos.

Do ponto de vista da engenharia civil, as usinas de dessalinização poderiam sim ter sido adotadas em substituição às obras de transposição do rio São Francisco, uma vez que apresentam vantagens, especialmente comparando o aspecto financeiro da implementação. As usinas de dessalinização tratam de uma alternativa que apresenta métodos que ainda estão em evolução, podendo apresentar inovações e melhorar os seus resultados, sendo que o Brasil possui uma característica que favorece essa técnica que é a grande extensão litorânea, aumentando as opções e facilitando a locação das usinas em pontos estratégicos.

Por fim, sugerem-se estudos futuros que avaliem outros aspectos relacionados a essas soluções, complementando o ponto de vista unicamente construtivo apresentado neste trabalho, uma vez que estes outros aspectos foram apontados, porém, não foram avaliados em profundidade na comparação da presente pesquisa.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA. A questão da água no Nordeste. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, Agência Nacional de Águas. Brasília, DF: CGEE, 2012. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/61861/1/agua-nordeste.pdf>. Acesso em 04 jun. 2022.

AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA estabelece tarifas para pagamento pelo serviço de adução de água bruta do Projeto de Integração do São Francisco em 2021. 2021.Disponível em: <https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/noticias-e-eventos/noticias/ana-estabelece-tarifas-para-pagamento-pelo-servico-de-aducao-de-agua-bruta-do-projeto-de-integracao-do-sao-francisco-em-2021#:~:text=O%20custo%20total%20previsto%20para,R%24%20118%2C9%20milh%C3%B5es.>. Acesso em 07 jun. 2022.

AGÊNCIA REGULADORA DE SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS – ARSAE-MG. Tarifas. Disponível em <http://www.arsae.mg.gov.br/tarifas/>. Acesso em 12 jun. 2022.

ARCELORMITTAL. ArcelorMittal Tubarão inaugura a maior planta de dessalinização de água do mar do país. 2021. Disponível em <https://brasil.arcelormittal.com/dessalinizacao>. Acesso em 02 jul. 2022.

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[1] Graduando em Engenharia Civil. ORCID: 0000-0001-5744-7573.

[2] Graduando em Engenharia Civil. ORCID: 0000-0001-6234-3074.

[3] Orientadora. ORCID: 0000-0003-4111-447X.

Enviado: Julho, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Kátia Daniela Ribeiro

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