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JOÃO CALVINO 500 ANOS: INTRODUÇÃO AO SEU PENSAMENTO E OBRA

RC: 24062
158
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-religiao/joao-calvino

CONTEÚDO

RESENHA

DENDASCK, Carla Viana [1]

DENDASCK, Carla Viana. COSTA, Hermisten Maia Pereira da . João Calvino 500 anos: Introdução ao seu pensamento e obra. Editora: Cultura Cristã, 1a ed. 2009, 399pp. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 12, Vol. 05, pp. 110-115 Dezembro de 2018. ISSN:2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-religiao/joao-calvino, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-religiao/joao-calvino

A obra prefaciada por Antônio Coine, é divida em duas (2) partes principais, e composta por dez (10) capítulos além das conclusões finais. A primeira parte, abriga os dois primeiros capítulos, fazendo uma alusão histórica do contexto que antecedeu a Reforma Protestante, bem como, os pressupostos de um dos maiores nomes envolvidos nesta. Já na segunda parte, composta pelos 8 capítulos são exploradas temáticas pertinentes a teologia defendida por Calvino, o qual preocupa-se em explorar com o máximo de totalidade, embasado sempre pelas Escrituras, são demonstrados princípios não apenas teológicos, mas também, éticos, morais, sociais, dentre outros, conforme será demonstrado no decorrer deste trabalho.

No capítulo 1, Costa (2009) retoma o contexto que antecedeu a Reforma (corrupção política, econômica e moral generalizada da igreja. Detenção do poder econômico, carência espiritual da igreja, critica ao culto, dentre outros), que caracterizaram a reforma como um movimento religioso e teológico embasado por um contexto renascentista e humanista que tinha como objetivo central retornar à igreja de acordo com as Escrituras.

No segundo capítulo, intitulado “O Surgimento de um Reformador”, Costa (2009) apresenta Calvino, personagem central, figura histórica que deixou seu legado mesmo que tenha falecido com pouco tempo de vida se comparado aos dias atuais (54 anos).

Uma data importante, para o que foi apontado posteriormente como Reforma Calvinista, é o dia de 28 de abril de 1564, quando Calvino convoca os ministros em Genebra e expressa seu posicionamento sobre a Igreja. Filho de pais humildes, Calvino teve a oportunidade de frequentar excelentes instituições devido seu pai ser secretário apostólico de Charles de Hangest- Bispo de Noyon. Dentre as instituições que compuseram sua formação estão: o Collège de La Marche; Collège de Montaigu; Universidade de Orléans; Universidade de Bourges.

Ainda neste capitulo Costa (2009) retrata sobre os aspectos relacionados a conversão de Calvino, bem como, os fatores que foram determinantes para seu posicionamento Reformado, como o humanismo e suas influencias.

Iniciando a segunda parte, o terceiro capítulo traz tópicos da teologia e prática. Em sua construção traz a suficiência das Escrituras em sua fé e prática pastoral, deixando transparecer os motivos com que Calvino ganhou seguidores, e a admiração mesmo daqueles que não o seguiam (embora também fosse muito criticado).

A fé, o respeito pelas Escrituras (evidenciado por suas explicações de diversos assuntos), suas posturas de líder, bem como seu caráter impecável, professavam aquilo que pregava, além de se tornar parte de um conjunto de atributos que seriam capazes por reunir “coro” para o alcance da Reforma.

Pode-se dizer, ainda, que a grande contribuição de Calvino se deu através de uma composição da aplicação do contexto das Escrituras em várias escalas da sociedade. Segundo Costa (2009, p.89): “Deve-se enfatizar que Calvino usou todas as ferramentas então acessíveis para uma boa exegese, dispondo seu material de forma clara, lógica e simples”.

Dentre as temáticas que mais marcam seus delineamentos estão o reconhecimento das Escrituras e suas respectivas aplicações, as contribuições e compromissos da vida pastoral, e a aplicabilidade das Escrituras em todas as esferas sociais, inclusive na importância de se criar instituições que direcionassem o homem, como por exemplo as instituições educacionais ( mais tarde exploradas no capítulo 8), pois segundo Calvino, é dever do homem cuidar do ambiente que Deus criou, mesmo esperando um porvir.

No quarto capítulo, intitulado “A eleição divina”. Costa (2009) continua os apontamos acerca das concepções de Calvino perante as Escrituras. O apóstolo Paulo é usado no início do capítulo com grande pontualidade dentro das elucidações de Calvino, e, durante o capítulo, os desdobramentos se dão dentro de uma teologia , que pode-se dizer, sistematizada, por Calvino, porém, dentro das explicações que se dão por si só, no contexto de que Calvino, não usou outras e quaisquer explicações além daquelas existentes já na Escritura, e daí, mais uma vez retoma-se a defesa de Calvino como sendo as Escrituras capaz por sustentar todos as respostas para uma conduta moral, ética, e social , capaz ainda por levar o homem a salvação.

Na sequencia destas considerações, o quinto capítulo “O homem como a imagem e semelhança de Deus”. Costa (2009) demonstra como Calvino aborda a questão da vida humana, partindo das alusões sobre a tentativa de explicar o que é o homem , desde os filósofos da Grécia, passando pelo humanismo renascentista, o iluminismo, sendo Calvino, novamente o grande responsável por esgotar o assunto dentro de uma solidificação bíblica, explorando o lugar do homem na criação, o significado das palavras imagem e semelhança, o coração e a mente como fundamento principal da imagem, a imagem de Deus no homem pós queda, a restauração. Neste capítulo, ainda é possível compreender que a “questão antropológica é, na realidade, uma questão teológica” (p. 223).

“A espiritualidade de João Calvino: Anotações sobre a oração” é o titulo do sexto capítulo, que mais uma vez traz à tona as considerações de Calvino, usando exclusivamente as Escrituras para justificar os argumentos da oração na prática de uma vida santa. A justificativa para que Calvino constantemente recorre as Escrituras estava baseada justamente pelo fato de “Calvino ser avesso a especulações, fruto de nossa imaginação” (p.225). Neste capítulo também é explorado a piedade obediente de João Calvino, a felicidade humana, a oração como ato de elevar-se, o espirito de oração- privilégio e responsabilidade, a oração como exercício de fé e providencia de Deus, a firmeza nas promessas e a prática da oração.

Sequenciando as explicações teológicas em suas múltiplas esferas, o sétimo capítulo é dedicado a explicar sobre o Culto Cristão, desde o significado da liturgia, a adoração, a Santa Ceia como sacramento, os Cânticos, o culto como profissão de fé, concluindo com a chamada de uma cosmovisão unificada cujo deve ter o Reformado, e daí, abre espaço, para as reflexões a cerca da educação no contexto reformado, tema explorado no capítulo 8.

Nos três últimos capítulos (8, 9, 10) , Costa (2009) optou por explorar a prática de toda teologia de Calvino saindo das “paredes da igreja”, aludindo sobre as questões de educação, ética e a ciência no contexto reformado. O que mais chama a questão nestes capítulos é a cosmovisão que Calvino foi capaz e aplicar no exercício da vida cristã, instruindo diretamente as bases de uma sociedade saudável, trazendo para o ser humano, a responsabilidade de zelar por aquilo que Deus lhe deu.

De acordo com Costa (2009) nos Estados Unidos, a história do inicio da tipografia se confunde com a criação de uma das instituições mais reconhecidas da atualidade “Harvard”, que recebeu este nome em homenagem a um pastor puritano. A educação para Calvino, era a base para que as Escrituras fossem não apenas aplicadas, mas perpetuadas, pois, a ignorância foi um dos motivos pelos quais a igreja havia por muitos anos sucumbido aos princípios das Escrituras em prol seu enriquecimento e poder indiscriminado.

Para Costa (2009, p.332): “Calvino dispunha de uma visão ampla da cultura, entendendo que Deus é Senhor de todas as coisas”, colocando mais uma vez, sua fé, inabalável, e, busca dentro das próprias Escrituras para as inquietações que permeavam quaisquer assuntos. Neste contexto, chama-se a atenção das convicções de Calvino serem reflexo até mesmo de sua oportunidade e alcance a uma educação privilegiada, responsável por fornece-lhe base para uma postura incontestável, capaz de transitar com respeito e admiração em todas as esferas sociais, conquistando senão seguidores, admiradores por onde quer que passasse.

Como já aludido, a ética social e a ciência são focos dos últimos capítulos, que acabam por esgotar a compreensão sobre a capacidade de Calvino, dentro de uma visão teológica, fornecer soluções, pontuais, de forma a subsidiar quaisquer dúvidas quanto ao pensamento e postura reformada.

Por fim, Costa (2009) preocupa-se em fazer algumas considerações finais que acabam por resumir os pontos principais da obra, encerrando com o significado de ser reformado.

A obra de Costa (2009) chama a atenção pelas notas de rodapé, responsáveis por situar o leitor constantemente, não apenas as bases teóricas que foram utilizadas para defesa da construção de seu pensamento, mas também, para situar o leitor, em inúmeros momentos, das peculiaridades que envolvem o contexto apresentando.

Acredita-se que esta obra é fundamental não apenas para os reformados, mas também para os teólogos, e até mesmo para os estudiosos, especialmente neste ano, onde comemora-se os 500 anos da Reforma Protestante (como já aludido no introito do livro).

Compreender os pensamentos, e bases do Calvino, desmistifica qualquer dúvida a respeito da fé e conduta de Calvino, levando o leitor a tomar uma posição se não de adesão, se simpatia e admiração a Calvino. Em nossa visão, Costa (2009), foi capaz de sintetizar com grandiosidade os principais desdobramentos de Calvino, não deixando suas concepções pessoais ( se é que precisaria), sobrepor-se a cosmovisão com que Calvino explorou assuntos diversos.

[1] Teóloga, Doutora em Psicanálise Clínica. Atua há 15 anos com Metodologia Científica ( Método de Pesquisa) na Orientação de Produção Científica de Mestrandos e Doutorandos. Especialista em Pesquisas de Mercado e Pesquisas voltadas a área da Saúde.

Enviado: Dezembro, 2018

Aprovado: Dezembro, 2018

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Carla Dendasck

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