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Organização da busca sistemática

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O fluxo intenso de informações diário

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir sobre uma temática de suma importância que pode ajudar todo e qualquer pesquisador: a busca sistematizada.

Nesse sentido, iremos reunir, nesse post, uma série de motivos para que você possa começar a fazer uso dessa poderosa ferramenta hoje mesmo.

Discutiremos sobre o que é a busca sistematizada, sobre as suas principais características e apresentaremos algumas dicas para que você possa fazer do pensamento sistematizado um hábito em todas as dimensões da sua vida.

Como temos destacado ao longo dos nossos mais diversos posts, lidamos, hoje, com um fluxo intenso de informações, apesar de isso ser algo bastante positivo, pois temos, ao nosso dispor, dados reais e atualizados de todas as áreas do conhecimento, contudo, não é fácil administrar essas informações, pois, a depender do que selecionamos, podemos perder o foco.

De que forma o pensamento sistematizado pode contribuir conosco?

De que forma o pensamento sistematizado pode contribuir conosco?

Ao pensarmos de forma sistematizada, conseguimos lidar de forma mais eficaz com todas as diversas informações com as quais nos deparamos, lemos e absorvemos ao longo de nossos dias.

Entretanto, esse processo não é tão simples quanto aparente: é preciso que tenhamos inteligência estratégica para lidar com esse poderoso e intenso fluxo diário de novos dados.

É nesse sentido que a busca sistematizada, sobre a qual iremos nos aprofundar hoje, pode ajudar você a se tornar uma pessoa mais crítica em relação ao que lê  e defende, não apenas no contexto acadêmico, mas na vida, como um todo.

Contudo, como iremos explorar, para que consigamos lidar da melhor forma possível com esse fluxo de dados, é preciso que compreendamos os processos de seleção e escolha das informações que são mais necessárias em um determinado momento de nossas vidas.

Assim, iremos apresentar algumas dicas.

O que vem depois da escolha das palavras-chave?

O que vem depois da escolha das palavras-chave?

Não é possível discutir sobre busca sistematizada sem que nos deparemos com uma ferramenta tão importante quanto: o estado da arte.

Esses dois instrumentos, quando somados, conseguem tornar o desenvolvimento da sua pesquisa muito mais fluido e prazeroso.

Como ressaltamos em outros momentos, todo processo de coleta de dados feito da forma correta, isto é, sem escolher materiais de forma aleatória, sem qualquer tipo de critério, começa com a escolha de boas palavras-chaves (ou descritores, como preferir chamar).

Após essa escolha dos descritores, muitos pesquisadores não sabem ou não conseguem colocar em prática as próximas etapas da busca sistematizada.

A primeira coisa que você precisa manter em mente é que tão importante quanto ter bons descritores é a escolha de uma base de dados que seja realmente capaz de fornecer bons materiais ao seu estudo.

Cada área tem uma base de dados mais ideal.

A base de dados me retornou muitos artigos: como proceder?

A base de dados me retornou muitos artigos: como proceder?

Ao digitar os descritores em uma ou mais base de dados, muito provavelmente você obterá uma quantidade imensa de resultados e, como sabemos, é impossível ler todos os materiais relacionados à palavra-chave que digitamos, mesmo que façamos uso da técnica de leitura do resumo e das considerações para saber se esse material irá contribuir.

A melhor forma de reduzir essa quantidade de materiais é por meio da delimitação de alguns filtros, que, na sequência, funcionarão como os seus critérios de inclusão e exclusão. Eles devem ser mencionados em seu estado da arte.

Alguns desses filtros são o idioma, o recorte temporal (materiais dos últimos cinco anos, por exemplo), textos disponíveis na íntegra (não apenas o resumo, mas o texto todo), textos gratuitos, dentre outros critérios que julgar como relevantes.

Preciso mencionar a quantidade de artigos no estado da arte?

Como sabemos, a cada dia, o estado da arte ganha mais popularidade na academia e, embora não seja um elemento obrigatório, ele pode facilitar e muito a vida do pesquisador.

Um dos aspectos que não pode deixar de ser mencionado e descrito é a quantidade de materiais totais. É muito comum que se pule certas etapas nessa descrição.

Além de mencionarmos a quantidade final obtida com cada descritor, antes disso, devemos mencionar a quantidade total disponibilizada pela plataforma com cada palavra-chave.

Por exemplo, se ao digitar o descritor x você obteve 1.200 materiais, esse dado deve ser mencionado e, na sequência, você indicará quantos materiais foram selecionados e, por fim, escolhidos, uma vez que nem todos os selecionados irão, de fato, fazer parte do seu estudo.

Com isso, torna-se necessário discutirmos um pouco sobre os critérios de inclusão e exclusão.

Critérios de inclusão e exclusão

Critérios de inclusão e exclusão

O mais certo é que antes de optar por um material em detrimento de outro é que você tenha certos critérios de inclusão e de exclusão.

Um deles pode ser, inclusive, os arquivos que se repetem em mais de uma base de dados. Você terá em mãos uma quantidade muito alta de materiais e precisará reduzi-la.

É nesse momento que os critérios começam a agir.

Eles irão afunilar ainda mais esses resultados.

Além dos filtros que mencionamos, você pode analisar, a partir do resumo, elementos mais relacionados ao conteúdo para tomar essa decisão, como é o caso de materiais que possuam um problema de pesquisa semelhante, com objetivos parecidos e com uma metodologia que é viável dentro do seu contexto de pesquisa.

Os filtros, que são critérios de inclusão, são muito benéficos, pois é impossível que nossa pesquisa faça uso dos 1200 artigos, como é o caso do exemplo que mencionamos no tópico anterior.

Exemplo prático de como fazer uma busca sistematizada

Exemplo prático de como fazer uma busca sistematizada

Suponhamos que, em sua pesquisa, você deseje pesquisar sobre a Diabetes Mellitus do tipo 2.

Para começar, todos os materiais que não discutem sobre esse tipo de Diabetes (2) estão automaticamente excluídos.

Esse é um critério de exclusão que pode ser mencionado em seu estado da arte.

Contudo, apenas isso não basta para reduzir a quantidade de materiais.

A próxima etapa é a leitura de alguns materiais.

Aconselhamos que apenas o resumo e as considerações finais sejam consultados para agilizar o processo.

Existem casos em que os próprios títulos da pesquisa já nos dizem que esse estudo não se encaixa em nossos critérios de inclusão, o que dispensa a leitura do resumo.

O público-alvo também é importante.

Caso o seu foco seja analisar a Diabetes do tipo 2 em crianças do gênero feminino, todos os outros que não se encaixam nesse critério também estão excluídos.

Os filtros de pesquisa

Para reduzir ainda mais a quantidade de artigos totais, averigue se os filtros foram aplicados da maneira correta, isto é, se o recorte temporal, por exemplo, dos últimos cinco anos está sendo respeitado, se o idioma delimitado está sendo atendido, se os textos, de fato, encontram-se disponíveis para leitura e se o acesso é gratuito.

Todas essas questões são bastante decisivas no processo da coleta de dados e precisarão ser mencionadas em seu estado da arte, assim como as bases de dados em que esses filtros foram ativados.

O estado da arte é bastante vantajoso, pois ajuda você a se proteger de possíveis contestações em relação a um ou mais autores não terem sido considerados.

Mencionar os critérios de inclusão e exclusão justificam, ao seu leitor, a pertinência de certas obras para o desenvolvimento da sua própria produção.

Tome cuidado para extrair apenas os materiais que servem ao seu estudo.

Como justificar a escolha de certos critérios?

Suponhamos que você deseja investigar, em seu estudo, as infecções sexualmente transmissíveis.

Essa é uma temática bastante ampla e, para reduzir os resultados, precisamos eleger um público, que, nesse caso, seriam os adolescentes.

Automaticamente, estudos que discorram sobre essas infecções em outros públicos não podem ser escolhidos, pois não condizem com os critérios previamente delimitados.

Para que essa escolha seja mais certeira, é de suma importância que o seu tema de pesquisa, as palavras-chave, o problema de pesquisa, os objetivos e a metodologia já tenham sido delimitados.

Esse processo é fundamental, pois você estará apresentando ao leitor alguns subsídios que amparam as suas escolhas teóricas, metodológicas e analíticas.

A melhor forma de se chegar a esses resultados é por meio da leitura dos resumos dessas produções.

Como ler o resumo de uma produção?

Quanto mais o seu tema estiver delimitado, mais produtiva será a leitura desse artigo e, desse modo, você terá certeza que esse material irá verdadeiramente lhe servir neste momento da sua pesquisa.

Além do tema, caso o seu problema de pesquisa também esteja bem delimitado, já pelo título você conseguirá identificar se esse material irá verdadeiramente te servir.

Após apresentar ao seu leitor os seus critérios de inclusão e exclusão, você pode detalhar a sua busca.

Nós sugerimos que você escolha por materiais que possam ser lidos na íntegra, pois, do contrário, você terá problemas para ter acesso a essa obra e, certamente, o seu leitor também o terá, caso deseje consultar essa obra por você utilizada.

Nesse sentido, não basta ler o resumo sem baixar o PDF, pois todas as bases de dados, sejam elas abertas ou fechadas (em que pagamos para ler), fornecem os resumos.

O caso da Pubmed (e das bases fechadas)

A Pubmed, embora seja considerada como uma base de dados aberta, não fornece apenas materiais que podem ser acessados na íntegra de forma gratuita.

A maioria deles não se encontram disponibilizados no próprio site da Pubmed, pois ela redimensiona o pesquisador para a revista em que esse material está publicado. Lá você consegue consultar na íntegra apenas os resumos.

Assim sendo, ao escolher um material apenas analisando o resumo, pode ter problemas para ter acesso a essa produção como um todo, pois terá que pagar para ler até o final.

Verificar se esse material se encontra disponível na íntegra é crucial, pois caso você precise analisar os conceitos adotados e a metodologia antes de tomar a decisão pela inclusão, não conseguirá obter mais detalhes, ao menos que você pague para ter acesso a esse material.

Nesse sentido, escolher por materiais na íntegra e gratuitos é um bom critério.

Papel social do resumo

Como destacamos, o resumo é um elemento bastante decisivo para que um pesquisador opte pela inclusão ou exclusão de um material.

Assim sendo, enquanto pesquisadores, devemos respeitar esse leitor e facilitar a sua vida, pois, como frisamos no início dessa conversa, a cada dia, novos dados surgem a partir de um fluxo intenso e frenético de conhecimento.

Não temos tempo para ler todas essas informações e precisamos escolher de forma ágil e eficaz os materiais que irão realmente contribuir para com o desenvolvimento do nosso estudo.

Dessa forma, apresentar as informações chave que podem ajudar esse leitor a tomar a decisão mais rapidamente é a nossa principal missão ao elaborarmos essa etapa.

Nós analisamos, antes de mais nada, o tema e o título e, dessa forma, nossos materiais também devem apresentar essas etapas da melhor maneira possível.

Inclua aqueles materiais que aproximam-se dos seus objetivos

Existem materiais que alguns forçam a barra para que possam ser incluídos apenas porque são muito citados.

É preciso que tomemos cuidado, pois, caso ele não contribua, por mais relevante que seja, poderá te colocar em uma espécie de saia justa.

A melhor forma de se livrar desse tipo de situação é escolher por aqueles materiais que de forma quase que natural e instintiva sentimos que irá contribuir.

São aqueles que estão bastante conectados com o nosso problema de pesquisa e com os nossos objetivos.

A sua inclusão é espontânea.

Tome cuidado com o excesso de informação.

Escolha por uma quantidade de materiais ideal para a abordagem do seu assunto.

Ela não pode ser nem excessiva e nem insuficiente, é preciso, portanto, encontrar um ponto de equilíbrio.

Escolha materiais que farão com que o texto flua.

Para deixar a sua busca sistematizada ainda mais afunilada, você pode fazer como alguns pesquisadores: para reduzir ainda mais a quantidade de materiais a ser obtida, os pesquisadores, em algumas das vezes, acabam escolhendo apenas por materiais que fazem uso de uma metodologia mais específica.

Contudo, alguns outros critérios que ajudam a reduzir essa quantidade podem ser acionados no próprio site da base de dados que está consultando.

Alguns deles são padrões e se repetem em quase todas as bases de dados.

Sobre o recorte temporal, caso você tenha delimitado os materiais dos últimos cinco anos e ainda assim tem um volume grande de dados, experimente usar um outro recorte, reduza, pois você terá, inclusive, artigos mais recentes sobre essa temática.

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