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Melodias de resistência: a música como voz e força transformadora no Brasil

RC: 150879
548
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/arte/melodias-de-resistencia

CONTEÚDO

ESTADO DA ARTE

BARBOSA JUNIOR, Elenisio Rodrigues [1], CORREA, Thiago Pessanha [2]

BARBOSA JUNIOR, Elenisio Rodrigues. CORREA, Thiago Pessanha. Melodias de resistência: a música como voz e força transformadora no Brasil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 08, Ed. 12, Vol. 04, pp. 54-72. Dezembro de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/arte/melodias-de-resistencia, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/arte/melodias-de-resistencia

RESUMO

Este artigo aborda o papel da música como forma de expressão e resistência no contexto social brasileiro. Explora-se como artistas têm utilizado a música para confrontar desigualdades e injustiças, se tornando uma voz coletiva em busca de mudanças. O objetivo deste estudo é analisar o uso da música como ferramenta de mobilização nas lutas por direitos civis, liberdade e justiça social no Brasil, destacando sua relevância na transformação da sociedade. Realizou-se uma análise crítica de casos emblemáticos de artistas e movimentos musicais no Brasil, que se tornaram símbolos de resistência. Foram examinadas as diferentes formas pelas quais a música tem sido empregada como instrumento de conscientização e mobilização. A música demonstrou ser uma poderosa forma de expressão e mobilização, capaz de inspirar e influenciar gerações, além de desempenhar um papel fundamental nas lutas por justiça social. Assim sendo, a música desempenha um papel relevante na promoção de mudanças sociais no Brasil, fornecendo uma plataforma para enfrentar questões sociais e políticas de forma impactante e coletiva. Portanto, este estudo contribuiu para a compreensão do potencial da música como meio de transformação social, destacando sua importância como forma de resistência e conscientização.

Palavras-chave: Música, Resistência, Transformação social no Brasil, Mobilização, Justiça social.

1.    INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A música sempre teve um papel de grande importância na sociedade, ultrapassando fronteiras culturais e servindo como uma forma de expressão humana. Dessa maneira, no Brasil, Neto; Dias e Gomes (2022, p. 15) apontam “o poder da música popular brasileira na construção de representatividades e na criação de marcos teóricos na história, que influenciam gerações.” Nesse sentido, ao longo do tempo, a Música Popular Brasileira tem desempenhado um papel primordial na resistência social, concedendo voz às lutas por direitos civis, liberdade e justiça. Por esse ponto de vista, na história do Brasil, artistas e movimentos musicais têm utilizado a música como uma poderosa ferramenta de mobilização e conscientização, impulsionando mudanças sociais e políticas. No entanto, é crucial compreender tanto as vantagens quanto as limitações desse uso musical, levando em conta as complexidades que permeiam esse fenômeno. Neste contexto, busca-se analisar: De que maneira a música no Brasil tem desempenhado um papel unificador? Como a expressão musical tem sido capaz de mobilizar as pessoas em prol de transformações sociais e como tem influenciado a consciência coletiva? Além disso, quais são os desafios enfrentados pela música ao abordar questões sensíveis e complexas, como a política, a cultura e a história, e de que forma esses desafios podem impactar sua eficácia como agente de mudança? Essas são as questões fundamentais que esta pesquisa visa explorar, destacando o potencial transformador da música brasileira e suas implicações profundas na dinâmica social.

1.2. OBJETIVOS

A música possui o notável poder de transcender fronteiras linguísticas e culturais, unindo indivíduos de diversas origens e crenças por meio de sua linguagem universal. Ela atua como um elo emocional, capaz de evocar sentimentos compartilhados e experiências comuns, criando uma conexão profunda entre pessoas que, de outra forma, poderiam parecer distantes.

Essa capacidade singular da música de superar barreiras humanas torna-a uma forma de expressão verdadeiramente global, capaz de unificar e inspirar, independentemente das diferenças culturais ou linguísticas que possam existir entre as pessoas. Por este ponto de vista, Santo e Moreira, apud De Faria, Nascimento e Barbosa (2021, p. 2), corroboram que “é inegável a forte presença e influência da música na sociedade, desde os primórdios da humanidade até os dias atuais.” Assim sendo, o propósito deste artigo é analisar o papel da música como voz e força transformadora no Brasil, enfatizando o seu potencial como meio de resistência social. Dessa forma, pretendemos investigar como a música tem sido utilizada como uma poderosa ferramenta de mobilização e conscientização, identificando casos marcantes de artistas e movimentos musicais que se tornaram símbolos de resistência no país. Ademais, buscamos compreender as potencialidades e limitações da música como instrumento de transformação social, levando em conta as implicações políticas, culturais e históricas desse fenômeno.

1.3. METODOLOGIA

A pesquisa científica é um procedimento intricado e multifacetado, fundamentado em uma base teórica robusta e na meticulosa análise de diversas fontes de informação. No escopo deste estudo, direcionamo-nos à investigação aprofundada da interseção entre música e resistência no contexto brasileiro.

Nessa conjuntura:

A finalidade da pesquisa é permitir que o pesquisador conheça diretamente todo o material escrito sobre determinado assunto, contribuindo para o uso destas informações. Assim, ela pode ser considerada como primeira etapa de toda a pesquisa científica. (Brigagão, 2019, p. 193).

Neste diapasão, este artigo fundamenta-se em uma pesquisa bibliográfica e análise crítica de fontes relevantes, como artigos acadêmicos e materiais fonográficos que abordam a relação entre música e resistência no contexto brasileiro.

Paralelamente, Ventura (2007, p. 383) destaca que “toda pesquisa científica necessita definir seu objeto de estudo e, a partir daí, construir um processo de investigação, delimitando o universo que será estudado.” Nessa perspectiva, a pesquisa incorpora casos de artistas e movimentos musicais que se destacaram como agentes de transformação social.

Dessa forma, a análise crítica dessas fontes possibilitará uma compreensão aprofundada dos aspectos sociais, políticos e culturais envolvidos na utilização da música como uma forma de resistência

2. A MÚSICA COMO EXPRESSÃO E RESISTÊNCIA

2.1. O PODER DA MÚSICA COMO FORMA DE EXPRESSÃO

A música, como uma forma de expressão artística, possui uma capacidade única de transmitir emoções, ideias e experiências humanas de maneira intensa e envolvente.

Nesse contexto,

[…] a música é um indicador da época, revelando, para os que sabem como ler suas mensagens sintomáticas, um modo de reordenar acontecimentos sociais e mesmo políticos. […] o ambiente acústico geral de uma sociedade pode ser lido como um indicador das condições sociais que o produzem e nos contar muita coisa a respeito das tendências e da evolução da sociedade (Schafer 2011, p. 23 apud De Campos Neto; Franco; Silva, 2022, p. 260).

Assim, por intermédio de sua linguagem sonora, melódica e poética, a música viabiliza a comunicação de sentimentos intensos e intrincados, cuja expressão frequentemente se revela desafiadora somente através do uso das palavras.

Por este ponto de vista, De Campos Neto, Franco e Silva (2022, p. 260) enfatizam que “a música apresenta outros elementos que a constituem e que representam a produção do homem em um determinado período histórico” e, por meio da combinação de elementos musicais como ritmo, melodia, harmonia e letra, os compositores e intérpretes conseguem criar obras que refletem suas visões de mundo, experiências pessoais e críticas sociais. Dessa forma, a música ultrapassa barreiras linguísticas e culturais, atingindo um vasto público e estabelecendo conexões emocionais poderosas entre artistas e ouvintes.

2.2. A MÚSICA COMO FERRAMENTA DE RESISTÊNCIA

A música tem exercido um papel essencial como uma ferramenta de resistência social e política em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Por esse ponto de vista:

é de fundamental importância apresentar artistas que adquiriram sua ascensão em meio a um cenário que ignora, desde muito tempo, certos sujeitos […]. A utilização dessas músicas como um possível instrumento de resistência propõe uma inovação na forma de se discutir sobre temas que vêm sendo discutidos nos movimentos sociais e em outros espaços, tais como assuntos relacionados a questões sociais, LGBTs, a população negra e as mulheres (Brandão; Bueno, 2019, p.129).

Nessa perspectiva, através de letras e melodias, os artistas têm empregado a música como uma forma de manifestar insatisfação, protestar contra injustiças e estimular ações coletivas em prol de transformações sociais.

Além disso, a música como meio de resistência pode adotar diversas formas e abordar uma variedade de questões. Ela pode ser utilizada para denunciar a opressão, a desigualdade, a violência policial, a corrupção e outras formas de injustiça social. Dessa maneira, a música também pode ser um veículo para reivindicar direitos civis, liberdade de expressão e igualdade de oportunidades.

2.3. O PAPEL HISTÓRICO DA MÚSICA NA RESISTÊNCIA SOCIAL

A história do país possui inúmeros casos em que a música teve um papel fundamental na luta contra a opressão e a busca por mudanças sociais.

Durante períodos de ditadura militar, por exemplo:

O governo objetivava controlar ou redefinir o papel da representação estudantil, com a delimitação de quais entidades a atuação seria permitida, se estivessem em consonância com seus interesses. (Silva, 2020, p. 104).

Nesse cenário, artistas e coletivos musicais conseguiram transmitir mensagens de crítica e resistência por intermédio de suas músicas, mesmo em um contexto de censura e repressão.

No movimento artístico da Tropicália, durante os anos 1960, artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil empregaram a música como meio de resistência cultural e política, questionando as normas estabelecidas e desafiando o autoritarismo em vigor.

[…] esse período foi marcado por diversos compositores que viram na música uma forma de resistência e denuncia em um período marcado pela repressão e a falta de liberdade […] (Da Silva Santos; De Araújo Marinho; Soares, 2014, p. 1061).

Ademais,

O início da década de 1980 era o período em que estava se falando de abertura política no país de redemocratização, os jovens estavam se engajando em coletivos que buscavam lutar contra o autoritarismo da Ditadura. (Da Silva, 2019, p. 45).

Em meio a isto, no contexto da redemocratização do país, o rock brasileiro e o movimento “Diretas Já”[3] se uniram, valendo-se da música como uma poderosa ferramenta de mobilização popular.

Assim, ao longo do tempo, até os dias atuais, nota-se que a música brasileira tem sido uma voz coletiva para pleitear direitos, suscitar reflexões críticas e incitar ações transformadoras. Portanto, a relevância histórica da música na resistência social ressalta sua importância como uma forma de expressão artística com capacidade de impulsionar mudanças e influenciar a consciência coletiva.

Deste modo, por meio da presente pesquisa, almejamos explorar de maneira mais aprofundada como a música tem sido utilizada como voz e força transformadora no Brasil, analisando casos específicos de artistas e movimentos musicais que se sobressaíram nesse contexto de resistência.

3. MÚSICA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL NO BRASIL

3.1. MÚSICA E LUTAS POR DIREITOS CIVIS

A música tem sido de suma importância nas batalhas por direitos civis no Brasil, atuando como uma poderosa ferramenta de resistência e mobilização. Em momentos históricos significativos, como no movimento negro brasileiro, a música exerceu um papel central na conscientização e na luta contra o racismo e a discriminação racial.

O movimento tem como sua característica mais marcante o grito-denúncia às precárias condições de vida, ao descaso do poder público em ofertar os serviços públicos essenciais ao bem-estar coletivo, racismo, xenofobia e demais preconceitos correlatos. (Vidal; Oliveira; De Carvalho Alves 2020, p. 1).

Assim, por intermédio de letras impactantes e ritmos que refletem a rica cultura afro-brasileira, artistas como Gilberto Gil (1977)[4], Caetano Veloso (1982)[5], Elza Soares (2015)[6] e outros tornaram-se porta-vozes da causa negra, incentivando a reflexão e a mobilização contra as desigualdades sociais e a exclusão racial.

3.2. MÚSICA E MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL

A música tem sido uma aliada relevante nos movimentos sociais do Brasil. Durante as manifestações populares que demandaram melhores condições de trabalho e direitos para os trabalhadores rurais, a música foi empregada como um meio de união e motivação.

De Faria; Nascimento; Barbosa (2021, p. 3) apontam que “usando produções musicais, […] como um instrumento para a publicidade”, artistas notáveis, como Chico Buarque (1978)[7], Geraldo Vandré (1968)[8] e Gilberto Gil (1973)[9], criaram composições que se tornaram símbolos da resistência camponesa, transmitindo mensagens de apoio e esperança em períodos de adversidade.

Assim,

as sociedades musicais além de serem protagonistas na produção musical de muitas cidades, desempenham um papel de guardiãs de memórias relacionadas à tradição popular, contribuindo para a afirmação de identidades musicais no país. (Costa, 2022, p. 89).

Por essa perspectiva, a música tem sido igualmente um elemento indispensável nas batalhas indígenas e na proteção dos direitos das comunidades tradicionais no Brasil. Cantos, ritmos e instrumentos musicais de tradição têm sido empregados como um meio de salvaguardar a herança cultural, fortalecendo a identidade e a resistência dessas comunidades perante as dificuldades do presente. Assim, artistas indígenas como Marlui Miranda (1992)[10] e Djuena Tikuna (2017)[11] têm se destacado como significativos defensores dessa causa, empregando a música como veículo para enaltecer e tornar visíveis as culturas indígenas, além de denunciar as violações de direitos enfrentadas por esses povos.

3.3. CASOS EMBLEMÁTICOS DE ARTISTAS E MOVIMENTOS MUSICAIS

No contexto da música brasileira, diversos casos notáveis destacam-se como exemplos de artistas e movimentos musicais que se tornaram ícones da resistência. O coletivo musical “Secos & Molhados” (1973)[12], com sua estética andrógina e letras que abordavam temas relacionados a gênero e sexualidade, consolidou-se como uma representação da resistência cultural durante o período da ditadura militar. Abramo, (1996, p. 2) aponta que “o pai do rock brasileiro, Raul Seixas[13] […] não tinha nenhum projeto estético ou ideológico […], entretanto, sua atitude radicalmente roqueira influenciou de forma definitiva as gerações que o sucederam.” Dessa maneira, suas composições foram utilizadas para questionar o autoritarismo e fomentar reflexões sobre a sociedade.

Outro exemplo relevante é o movimento hip-hop, que teve origem nas periferias do Brasil e trouxe à tona questões como o racismo, a violência policial e a exclusão social. Rappers notáveis, como MV Bill (2002)[14], Criolo (2011)[15] e Emicida (2013)[16], empregam a música como meio de denúncia e mobilização, trazendo à luz as realidades marginalizadas e estimulando transformações sociais.

Essas situações marcantes ilustram como a música se tornou um meio poderoso de transformação social no Brasil, exercendo influência e inspiração em pessoas e movimentos engajados na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.

4. POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DA MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

4.1. IMPACTOS SOCIAIS E POLÍTICOS DA MÚSICA

A música apresenta um potencial notável de influência social e política, tendo a capacidade de sensibilizar e conscientizar as pessoas acerca de temas sociais cruciais. Através de suas letras, melodias e performances, a música possui a habilidade de transmitir mensagens, evocar emoções e estimular a reflexão crítica. Ela pode confrontar narrativas dominantes, revelar injustiças e inspirar ações transformadoras.

A música, como produto cultural, é uma expressão de grande circulação em tais contextos, se tornando uma interessante forma de comunicação entre pessoas de lugares distantes, mas também produtora de diferentes modos de uniformização de práticas e sentidos ou, pelo contrário, de reação a tais uniformizações e grandes mensagens ideológicas. (Marcon, 2013, p. 377).

Deste modo, no contexto social, a música desempenha um papel fundamental ao fortalecer a identidade coletiva e cultivar um senso de pertencimento em comunidades marginalizadas. Ao dar voz às experiências e lutas de grupos oprimidos, a música viabiliza o empoderamento e a formação de resistência. Além disso, ela pode fomentar a empatia e a solidariedade entre diferentes segmentos sociais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Ademais, Oliveira (2014, p. 85) salienta que “os meios de expressão artística de maneira geral são considerados como caminho para se entrar na disputa por significação no espaço social.” Nessa perspectiva, no âmbito político, a música possui a capacidade de questionar as estruturas de poder e de exercer influência sobre os discursos públicos.

Por meio da música, é possível engajar as pessoas em questões sociais, incentivando a participação cívica e impulsionando transformações políticas. Assim, artistas e movimentos têm a oportunidade de dar voz aos silenciados, questionar políticas opressivas e pleitear por mudanças sociais.

4.2. O PAPEL DA INDÚSTRIA MUSICAL NA RESISTÊNCIA

No âmbito das expressões culturais, as bandas de música desempenham um papel significativo.

Sendo assim,

Vinculadas a diferentes momentos de uma comunidade, as bandas de música caracterizam-se por seu aspecto coletivo e integrador. Ao longo do tempo foram elaborando novas práticas e reinventando suas tradições, contribuindo para a construção de uma identidade cultural e legitimação de sua atividade musical. (Costa, 2022, p. 89).

Desta perspectiva, a indústria musical assume uma posição ambivalente na resistência social. Por um lado, ela pode funcionar como um meio para amplificar vozes e disseminar mensagens de mudança social. As empresas de gravação, produtores e meios de comunicação possuem a capacidade de apoiar artistas engajados e suas mensagens de resistência, alcançando um público mais amplo e maximizando seu impacto.

Por outro lado, a indústria musical pode impor limitações à liberdade artística e tentar instrumentalizar movimentos de resistência. De Paula (2012, p. 143) afirma que “tal prévia torna-se necessária, uma vez que a criação deste setor do mercado se deu para atender preferencialmente aos gostos musicais.” Desse modo, frequentemente, há pressões para que os artistas se conformem com padrões comerciais e amenizem suas mensagens para se alinharem aos interesses do mercado. Assim, a busca por lucro pode desviar a música de seu potencial transformador, comprometendo sua genuinidade e impacto social.

4.3. OS DESAFIOS E CONTRADIÇÕES DA MÚSICA COMO RESISTÊNCIA

A música possui um potencial expressivo como meio de resistência, embora também enfrente desafios e contradições. Neste sentido, a música pode ser uma valiosa ferramenta de conscientização, promovendo a reflexão e impulsionando mudanças sociais. Por este ângulo, Guerra (2022) destaca que a música “têm um público, um conjunto de pessoas que, independentemente do seu número, para os ouvir e para prestar atenção ao que dizem, ao que querem debater”, contudo, a música nem sempre possui capacidade para promover transformações estruturais de forma abrangente. Seu alcance pode ser restrito, especialmente para aqueles que já estão engajados em movimentos sociais.

Além disso, as mensagens transmitidas pela música podem ser interpretadas de maneiras diversas, levando frequentemente a debates e controvérsias sobre suas intenções e efeitos.

Outro obstáculo consiste na busca por equilibrar a dimensão estética e a dimensão política da música como forma de resistência.

Por este ângulo,

a arte é parte da identidade cultural e como expressão do humano é permeada pelo campo da educação, da cultura e da política, e ao mesmo tempo em que produz o humano é produzida por ele e oportuniza o registro estético da história, dos diferentes costumes e visão de mundo. (Vaz, et al., 2020, p. 3).

Nesse contexto, embora a música deva ser cativante emocionalmente e esteticamente atraente para alcançar um público mais amplo, é igualmente relevante que ela transmita mensagens claras e coerentes. Essa tensão entre a arte e a política pode gerar desafios para os artistas, que necessitam conciliar sua expressão artística com seu engajamento na transformação social.

Assim, de modo resumido, a música como ferramenta de transformação social apresenta possibilidades marcantes, porém, também confronta limitações e obstáculos. A apreensão dessas questões é crucial para uma análise crítica do papel da música na resistência, permitindo uma reflexão mais profunda sobre suas implicações sociais, políticas e culturais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O papel da música como meio de expressão e mobilização na resistência social, política e cultural no Brasil é inegavelmente relevante ao longo da história. Ao longo dos tempos, tanto artistas quanto movimentos musicais têm se valido desse poderoso meio para conceder voz às lutas em prol de direitos civis, liberdade e justiça, ultrapassando fronteiras e exercendo influência sobre a consciência coletiva.

A música, por meio de suas letras de impacto, melodias envolventes e performances marcantes, detém um potencial expressivo de efeito social e político, capaz de despertar emoções, provocar reflexões críticas e mobilizar ações coletivas. Ao fortalecer identidades e fomentar a solidariedade entre grupos diversos, ela se manifesta também como uma força questionadora das estruturas de poder. Entretanto, é imperativo reconhecer as limitações impostas pela indústria musical, a qual pode restringir a liberdade artística e cooptar movimentos de resistência.

Nesse contexto, é essencial que artistas, movimentos sociais e a sociedade como um todo estejam atentos aos desafios e dilemas da música como meio de resistência. Encontrar um equilíbrio entre a dimensão estética e a dimensão política da música é de suma importância para assegurar a clareza e a coerência das mensagens sem comprometer a autenticidade. Ademais, a conscientização proporcionada pela música deve ser acompanhada por outras formas de ação visando efetivar mudanças estruturais e promover uma sociedade mais justa e igualitária.

Em síntese, a música, como força motriz e veículo de expressão no contexto brasileiro, desempenha uma relevância marcante na resistência social. Por meio de suas melodias e letras, ela possui a capacidade de transmitir mensagens de empoderamento, denunciar injustiças e mobilizar ações coletivas, apresentando-se como uma poderosa ferramenta para a expressão e defesa de direitos no Brasil. A análise crítica das potencialidades e limitações da música como veículo de transformação social assume um caráter essencial, devendo-se levar em conta seus impactos nas esferas sociais, políticas e culturais. Nesse sentido, a música desempenha um papel preponderante na edificação de uma sociedade mais justa e inclusiva, tornando-se uma força significativa na promoção da luta por direitos no contexto brasileiro. A compreensão aprofundada das dimensões expressivas e mobilizadoras da música, bem como a apreensão das restrições impostas pela indústria musical, possibilitam a exploração mais profícua do potencial transformador dessa manifestação artística em prol do desenvolvimento sociopolítico do país.

Por fim, a valorização da música como meio de resistência social requer uma abordagem científica crítica para avaliar os diversos aspectos que permeiam sua atuação como ferramenta de transformação. A análise dos impactos sociais, políticos e culturais permite um entendimento abrangente das contribuições que a música oferece à construção de uma sociedade mais equitativa e inclusiva, sendo uma aliada fundamental na luta pela conquista e afirmação de direitos no cenário brasileiro. Dessa forma, a investigação cuidadosa das múltiplas facetas da música como expressão e força mobilizadora se mostra indispensável para ampliar o conhecimento sobre seu papel ativo e relevante na construção de uma realidade social mais justa e coesa.

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VIDAL, V. C.; OLIVEIRA, B. F.; DE CARVALHO ALVES, R. O movimento hip hop na zona leste da cidade de São Paulo (Brasil): o grito-denúncia da juventude periférica. GEOFRONTER, v. 6, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3DpGd6k. Acesso em: 01 mai. 2023.

APÊNDICE – NOTA DE RODAPÉ

3. O movimento “Diretas Já” foi uma mobilização popular que ocorreu no Brasil durante a década de 1980, marcada pela ditadura militar. Seu principal objetivo era garantir que os cidadãos pudessem votar diretamente para escolher o presidente da República, sem a interferência do Congresso Nacional. A campanha ganhou força em 1983, com manifestações e comícios que expressavam o desejo de eleições diretas. Apesar da intensa mobilização, a emenda constitucional necessária não foi aprovada, resultando na eleição indireta de Tancredo Neves em 1985. O movimento, contudo, teve um papel crucial na abertura política do país, contribuindo para a redemocratização e a promulgação da Constituição de 1988.

4. Gilberto Gil – “Refavela” (1977): Álbum icônico que conecta a cultura brasileira à diáspora africana, unindo ritmos brasileiros e influências do reggae jamaicano. Reflete sobre raízes afro-brasileiras e a importância da conexão entre povos negros. Disponível em: https://bit.ly/3K9kyDf.

5. Caetano Veloso – “Cores, Nomes” (1982): Álbum que eleva a voz de Caetano como porta-voz da causa negra, explorando temas como racismo, identidade e resistência cultural. Desafia a sociedade a confrontar contradições e promove reflexão sobre a história dos negros no Brasil. Disponível em: https://bit.ly/3K8qdct.

6. Elza Soares – “A Mulher do Fim do Mundo” (2015): Álbum visceral que aborda violência contra a mulher, discriminação racial e desigualdades sociais. Elza denuncia injustiças e mobiliza contra a opressão, sendo uma poderosa porta-voz por uma sociedade mais justa e inclusiva. Disponível em: https://bit.ly/43CdMg9.

7. Chico Buarque, com “Apesar de Você” (1978), simboliza a resistência camponesa na ditadura militar, criticando o regime autoritário com metáforas e encorajando a luta pela liberdade. Disponível em: https://bit.ly/3Q3UBZq.

8. Geraldo Vandré, através de “Pra não dizer que não falei das flores (Áudio Oficial)” (1968), torna-se um ícone de protesto e esperança na resistência camponesa, inspirando a busca por justiça social apesar da repressão. Disponível em: https://bit.ly/44N0GxK.

9. Gilberto Gil, em parceria com Chico Buarque, cria “Cálice” (1973), poderoso símbolo de resistência camponesa e de repúdio à censura e opressão, transmitindo solidariedade e esperança por tempos melhores. Disponível em: https://bit.ly/3Dqceek.

10. “Olho d’Água” (1992) de Marlui Miranda a consagra como defensora da causa indígena, enaltecendo suas culturas com ritmos e cantos tradicionais. A música denuncia violações de direitos e celebra a riqueza cultural indígena, lutando pela sua preservação e conscientizando a sociedade. Disponível em: https://bit.ly/3K5FomI.

11. “Inkiri Om” (2017) de Djuena Tikuna é um álbum que reafirma a causa indígena, misturando tradições Tikuna com influências contemporâneas. Suas letras abordam direitos indígenas, defesa da natureza e luta contra o preconceito. Disponível em: https://bit.ly/44Us8JP.

12. O álbum “Secos & Molhados” (1973) liderado por Ney Matogrosso desafiou o regime autoritário, tornando-se símbolo de resistência e liberdade de expressão na contracultura brasileira. Canções como “Sangue Latino” e “O Vira” se tornaram hinos da juventude, abrindo espaço para discussões e representando a diversidade da época. Disponível em: https://bit.ly/44RAPVh.

13. “Gita” (1974) é um álbum icônico de Raul Seixas, que o tornou uma figura emblemática da música brasileira. Suas composições provocam reflexões sobre a sociedade, questionando o autoritarismo e denunciando injustiças e opressões. Consolidou seu estilo contestador e influenciou gerações com sua música. Disponível em: https://bit.ly/45dfm9B.

14. “Traficando Informação” (2002) de MV Bill é um álbum poderoso que denuncia violência, desigualdade, racismo e a realidade das favelas. Suas letras poéticas destacam a urgência de mudanças por justiça e igualdade, dando voz às comunidades marginalizadas e estimulando transformações sociais. Disponível em: https://bit.ly/3ry6e0x.

15. “Nó na Orelha” (2011) de Criolo o consagrou na música de denúncia e mobilização. Com diversos ritmos, retrata a realidade das periferias, a luta contra a opressão e busca por transformação social, dando voz aos excluídos e estimulando reflexões por uma sociedade mais justa. Disponível em: https://bit.ly/3O4mL45.

16. “O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui” (2013) de Emicida destaca-se por sua abordagem corajosa e crítica da realidade brasileira. Suas letras denunciam violência urbana, desigualdade, racismo e retratam a vida nas periferias, exaltando a resistência do povo. O álbum estimula mobilização por mudanças e enaltece a força daqueles que lutam por uma sociedade mais justa e inclusiva. Disponível em: https://bit.ly/3NZeZbz.

[1] Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Especialização em Artes e Educação pela Faculdade Luso Capixaba, Especialização em História da Música Ocidental pela Faculdade Iguaçu, Graduação em Bacharelado em Música com Habilitação em Piano pela Faculdade de Música do Espírito Santo “Maurício de Oliveira” e Licenciatura em Música pela Faculdade Dynamus de Campinas. ORCID: 0000-0002-7460-7206. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4752049148424983.

[2] Mestrado em Ciência da Educação pela EBWU – Emil Brunner World University, Especialização em Artes e Educação pelo Instituto Superior de Educação de Afonso Cláudio, MBA em Marketing Digital pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Especialização em Produção Fonográfica pela Faculdade Unyleya, Graduação em Licenciatura em Música e Técnico em Música Popular com Habilitação Profissional em Piano pela Faculdade de Música do Espírito Santo “Maurício de Oliveira”. ORCID: 0000-0003-2541-8238. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9253628986879620.

Enviado: 3 de novembro de 2023.

Aprovado: 21 de novembro de 2023.

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Elenisio Rodrigues Barbosa Junior

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