MARQUI, Amanda Cavalli [1], MIGUEL, Diego Felipe [2], MAGALHÃES, José Cássio de Almeida [3]
MARQUI, Amanda Cavalli; MIGUEL, Diego Felipe; MAGALHÃES, José Cássio de Almeida. Comparação entre a Técnica Plasma Rico em Plaquetas e Fibrina Rico em Plaquetas e sua Utilização na Odontologia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Vol. 13. pp 268-276, Janeiro de 2017. ISSN:2448-0959
RESUMO
O presente artigo buscou compilar estudos referente aos concentrados autólogos de Plasma rico em Plaquetas (PRP) e Fibrina rico em Plaquetas (FRP) e a sua utilização em procedimentos odontológicos, afim de empregá-las na bioengenharia tecidual. O plasma rico em plaquetas (PRP) e o Fibrina rico em plaquetas (FRP) têm sido bastante estudados na área de odontologia, sendo empregado principalmente em pequenos enxertos ósseos na região alveolar para implantes dentários, em cirurgias periodontais e maxilo-faciais. Estes concentrados propõem uma aceleração na cicatrização de tecidos moles e duros através do aumento da concentração de fatores de crescimento, como o Fator de transformação do crescimento beta (TGF-b), Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1), fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), fator de crescimento fibroblástico (FGF), fator de crescimento epidermal (EGF) e fator de crescimento epidermal derivado de plaquetas (PDEGF), obtendo a capacidade hemostática (controle de hemorragias) e ao mesmo tempo o aumento da intensidade da vascularização (angiogênese) dos tecidos, tornando-se métodos eficazes na rápida recuperação pós-cirúrgica.
Palavras-chave: Plasma rico em plaquetas, fibrina rico em plaquetas, fatores de crescimento, concentrado plaquetário, cicatrização, material autólogo.
INTRODUÇÃO
Diferentes áreas das ciências da saúde buscam encontrar novas biotecnologias, a fim de empregá-las na bioengenharia tecidual. O plasma rico em plaquetas (PRP) e o Fibrina rico em plaquetas (FRP) têm sido bastante estudados na área de odontologia, sendo empregado principalmente em pequenos enxertos ósseos na região alveolar para implantes dentários, em cirurgias periodontais e maxilo-faciais. Sua utilização em medicina ainda é pequena, porém os estudos existentes sobre estes produtos mostram um grande potencial de melhorar os resultados em diversos procedimentos ortopédicos, neurocirúrgicos e de cirurgia plástica. O PRP é uma concentração autóloga de plaquetas em um pequeno volume de plasma, utilizando tubos para coleta de sangue venoso com a presença de anticoagulante ou gel separador. com a conseqüente presença de fatores de crescimento (FC) liberados por estas plaquetas, além de proteínas osteocondutoras, que também servem de matriz para migração epitelial e formação óssea e de tecido conectivo. Consiste em um pequeno volume de plasma contendo alta concentração de plaquetas, e se trata de um método potencial para fornecer um complexo de fatores de crescimento que favorecem o reparo de diferentes tecidos no âmbito da medicina regenerativa. O FRP é um coágulo natural otimizado, sem nenhum aditivo, que pode melhorar o processo de cicatrização natural, no qual o carreador, uma matriz de fibrina homogênea e forte sem as células vermelhas do sangue, transportam plaquetas, leucócitos e células mesenquimais indiferenciadas circulantes em seu concentrado. Essa estrutura forma um suporte natural complexo, que permite o repovoamento com células do próprio paciente. O FRP é produzido sem qualquer modificação do sangue e, é a consequência natural da coagulação durante a centrifugação, sendo um tecido vivo e um biomaterial sólido capaz de preencher um espaço que necessita de recuperação. Estes concentrados plaquetários propõem uma aceleração na cicatrização de tecidos moles e duros através do aumento da concentração de fatores de crescimento, como o Fator de transformação do crescimento beta (TGF-b), Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1), fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), fator de crescimento fibroblástico (FGF), fator de crescimento epidermal (EGF) e fator de crescimento epidermal derivado de plaquetas (PDEGF), obtendo a capacidade hemostática (controle de hemorragias) e ao mesmo tempo o aumento da intensidade da vascularização (angiogênese) dos tecidos, tornando-se métodos eficazes na rápida recuperação pós-cirúrgica.
MÉTODO
Refere-se a uma pesquisa retrospectiva realizada no ano de 2015 e 2016, com Levantamento em bases de dados, com vista a coletar de artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais nos anos de 2010 a 2016, sobre os concentrados autógenos de plasma rico em plaquetas e fibrina rico em plaquetas e sua utilização como agente eficaz na regeneração e cicatrização tecidual e seus métodos de utilização na prática odontológica.
A busca bibliográfica foi realizada em estudos indexados nas bases de dados nacionais e internacionais, tais como: Literatura Latino-Americana (LILACS) e na coleção Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Pub Med, Google Acadêmico, dentre outras.
Foram utilizados uni-termos: Plasma rico em Plaquetas, Fibrina rico em Plaquetas, Regeneração tecidual, cicatrização tecidual, concentrado plaquetário, fatores de crescimento, biomaterial, material autógeno. Quarenta e seis artigos relacionados à pesquisa foram selecionados e analisados, dos quais doze foram escolhidos para nortear a pesquisa, incluindo somente os que apresentaram maior relevância à mesma.
REVISÃO DE LITERATURA
- PLASMA RICO EM PLAQUETAS
O plasma Rico em plaquetas (PRP) é um produto derivado do processamento laboratorial de sangue autógeno, colhido no período pré-operatório e rico em fatores de crescimento, sua terapêutica fundamenta-se na aceleração da cicatrização, por meio da concentração dos fatores de crescimento, que são os iniciadores de quase todos os eventos cicatriciais (Marx et. AL. 1999).
Durante muito tempo, o PRP foi utilizado como principal fonte de fatores de crescimento relacionada com implantes dentários quando necessitam de enxertos ósseos orais, podendo também ser aplicado em extrações de grande complexidade, pois é resultado de um produto orgânico, atóxico e, que potencializa a cicatrização tecidual, vemos a abrangência que essa técnica pode ser aplicada em situações menos invasivas para cirurgias periodontais podem ser muito satisfatórias em questões de estética e menor tempo de recuperação para o paciente, cirurgias menores também devem adentrar ao processo pelo motivo de oferecer o melhor em questão de recuperação cirúrgica na área odontológica.
Essas proteínas que carregam os fatores de crescimento são produzidos por diversas células de natureza mesenquimal (Lynch, 1991) o PDGF, quimiotático para células especificas como macrófagos, fibroblastos e células e musculatura lisa, que são proteínas responsáveis por replicação das células endoteliais que por sua vez, acelera a síntese de DNA ÓSSEA mostrando assim serem os osteoblastos as células mais sensíveis à ação desse fator. Além da estimulação de colágeno e outros fatores que agrupam uma continuação modificada com mais reativos de osteogênese e osteoblastos já existentes. O preparo do PRP utiliza trombina bovina e associação de cloreto de cálcio para iniciar a última fase de coagulação e de polimerização de fibrina súbita. (CHOUKROUN, 2006).
Este procedimento pode ser realizado em consultório odontológico ou em banco de sangue. Independente do local a ser realizado é importante para o sucesso deste procedimento que as plaquetas apresentem qualidade e quantidade favoráveis para obtenção do PRP (SCAR, 2001).
- FIBRINA RICO EM PLAQUETAS
O Fibrina rico em plaquetas foi desenvolvido na França por Choukroun et al, 2006 para uso específico em cirurgia oral e maxilo-facial. Esta técnica não exige anticoagulante, ou trombina (ou qualquer outro agente de geleificação). É o sangue centrifugado sem qualquer adição, o qual torna possível evitar todas as restrições da lei francesa relacionada ao reimplante de um produto derivado do sangue. O protocolo FRP consiste de uma amostra de sangue processada sem anticoagulante em tubos de 10 ml que são imediatamente centrifugadas a 3000 rpm (aproximadamente 400g) por 10 minutos. A ausência de anticoagulante implica a ativação em poucos minutos, da maioria das plaquetas da amostra de sangue em contato com as paredes do tubo e liberação da cascata de coagulação. O fibrinogênio é inicialmente concentrado na parte alta do tubo, antes da trombina circulante transformada em fibrina. Um coágulo de fibrina é então obtido no meio do tubo, entre os glóbulos vermelhos da parte inferior e de plasma acelular na parte superior (DOHAN et al, 2006).
As plaquetas são teoricamente presas maciçamente nas malhas de fibrina. O sucesso da técnica depende inteiramente da velocidade de coleta de sangue e transferência para a centrífuga. De fato, sem anticoagulante, o sangue começar coagular quase imediatamente após o contato com o tubo de vidro, e é preciso um mínimo de alguns minutos de centrifugação para concentrar o fibrinogênio no meio e uma parte superior do tubo. Movimentação rápida é a única maneira de se obter um coágulo de FRP clinicamente utilizável. Se a duração necessária para coletar sangue e lançar centrifugação é excessivamente longa, a falha irá ocorrer: A fibrina vai polimerizar de uma forma difusa no tubo e apenas uma pequena quantidade de coágulo sanguíneo sem consistência será obtida. A FRP é um gel autólogo de fibrina com propriedades cicatriciais, um novo conceito de concentrado de plaquetas. Seu protocolo de produção faz tentativas para acumular as plaquetas e liberar citocinas em um coágulo de fibrina. (MARX et al,1998; DOHAN et al, 2003).
O fibrinogênio é o substrato final de todas as reações de coagulação. Sendo uma proteína solúvel, o fibrinogênio é transformado em fibrina insolúvel pela trombina, enquanto o gel de fibrina polimerizada constitui a primeira matriz cicatricial da ferida local. (CLARK, 2001; HINSBERGH et al, 2001).
A fibrina é a forma ativada de uma molécula plasmática chamada fibrinogênio. (MOSESSON et al, 2001).
Esta molécula fibrilar solúvel massivamente presente tanto no plasma e nas plaquetas desempenha um papel determinante na agregação plaquetária durante a hemostase. Ela é transformada num tipo de cola biológica capaz de consolidar o agrupamento inicial de plaquetas, constituindo, assim, uma barreira de proteção ao longo de violações vasculares durante a coagulação. (CLARK, 2001).
A rede de fibrina assim formada apresenta uma organização particularmente homogênea, tridimensional, ainda mais altamente coerente do que coágulos de fibrina naturais. (DOHAN et al, 2006 – 2).
Além disso, um modo de polimerização progressiva significa aumento da incorporação das citocinas circulantes nas malhas da fibrina (citocinas intrínsecas). Tal configuração implica um aumento do tempo de vida para estas citocinas, porque elas serão liberadas e utilizadas apenas no tempo de remodelação inicial da matriz cicatricial (efeito em longo prazo). As citocinas são assim mantidas disponíveis in situ durante um período conveniente, quando as células cicatriciais começam a remodelação da matriz, ou seja, quando elas têm que ser estimuladas para lançar a reconstrução do local lesionado. (DOHAN et al, 2006 – 2).
DISCUSSÃO
FRP contém fatores de crescimento de plaquetas, bem como, estas citocinas parecem ter uma regra secundária na bioatividade do PRF. Esta hipótese é reforçada pela avaliação histológica do número de osteócitos tanto nas amostras em grupo controle e teste, que é idêntico. Portanto, PRF não parece aumentar a proliferação celular em longo prazo, mas pode desempenhar um importante papel na revascularização do enxerto, apoiando a angiogênese. (CHOUKROUN, et al, 2006).
Uma das principais diferenças entre as colas de fibrina PRP e FRP é atribuível a partir do modo de gelificação. O PRP utiliza trombina bovina e associação de cloreto de cálcio para iniciar a última fases de coagulação e de polimerização de fibrina súbita. (CHOUKROUN, 2006).
A velocidade desta reação é ditada pelo uso destes aditivos cirúrgicos, e sua função hemostática implica uma configuração quase imediata e, por conseguinte, significativas quantidades de trombina. Este modo de polimerização irá influenciar consideravelmente as propriedades mecânicas e biológicas da matriz de fibrina, PRF tem a característica de polimerização naturalmente e lentamente, durante a centrifugação. (CHOUKROUN, 2006).
Pelo fato do FRP ter a forma de polimerização sem aditivos, torna a técnica mais fácil de ser realizada. A explicação da técnica juntamente com seus benefícios mostra para o paciente a importância do seu uso, porém isso não significa que todos aceitem esse procedimento. Muitos pacientes ansiosos, por já estarem submetidos a um procedimento cirúrgico preferem não retirar sangue. (CHOUKROUN, 2006).
De um ponto de vista fundamental, ainda é difícil para saber se a adição de um coágulo de fibrina realmente permite valorização do novo depósito de ossos. No entanto, esses resultados histológicos concordam com outros estudos enfocando a rede de fibrina na regeneração do tecido. (CLARK, 2001; VINAZZER, 1985).
As fibrinas ricas em plaquetas vieram para agregar a regeneração tecidual, tornando uma cicatrização mais eficaz e qualificada, tanto óssea quanto tecidual. O fato de usá-la para regenerar tecidos pode reparar muitos danos causados pelas recessões periimplantares, no levantamento de seio maxilar ajuda numa cicatrização rápida acelerando a osseointegração dos implantes lá instalados. (CHOUKROUN, 2006).
CONCLUSÃO
A comparação com o entre as técnicas de PRP e FRP é inevitável e, uma das principais vantagens que obtemos é a praticidade e a facilidade de obtenção. Enquanto no PRP precisamos realizar a coleta de sangue, será adicionado algum produto não autógeno, artificial, para se obter o resultado final, no FRP a obtenção é imediata. Depois de coletado o sangue, nenhum produto não autógeno é adicionado, bastando somente colocar o tubo na centrífuga e aguardar 12 minutos que o produto estará pronto, podendo ser utilizado em até quatro horas após sua obtenção.
Na Implantodontia, é utilizado em levantamentos de seio maxilar, como membrana, material de preenchimento e no tratamento das perfurações da membrana de Schneider; coadjuvante a regeneração óssea guiada, no ganho horizontal e/ou vertical podendo ser utilizado puro ou em associação a outros biomateriais; tratamento de peri-implantite; preenchimento de alvéolo pós-exodontia, podendo inclusive ser suturado nas bordas do retalho; manutenção do volume ósseo em implantes imediatos; aumento de tecido mole e recobrimento de implantes.
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[1] Graduação em Odontologia – Universidade São Francisco.
[2] Graduação em Odontologia – Universidade São Francisco.
[3] Doutor e Mestre em Odontologia (Diagnóstico Bucal) pela Universidade de São Paulo. Docente do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade São Francisco (Bragança Paulista-SP ). Docente do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos (Santos-SP ). Foi Coordenador e Docente do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Camilo Castelo Branco Campus São Paulo. Foi Professor do Programa de Mestrado do Centro de Pós Graduação São Leopoldo Mandic. Experiência na área de Odontologia, com ênfase em Diagnóstico Bucal, atuando principalmente nos seguintes temas: Implantodontia, Medicina Periodontal, Biomateriais, Pacientes com necessidades especiais. Professor Coordenador de Pós Graduação em implantodontia da Unicastelo. Coordenador da Odontologia do Pronto Socorro Municipal de Perus (SP) e do atendimento Odontologico dos Pacientes com Necessidades Especiais do Pronto Socorro Municipal de Perus (SP).