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A relevância da prescrição do exercício físico para a promoção da qualidade gestacional: Uma revisão de 2002-2019

RC: 41420
273
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

NERO, Dario da Silva Monte [1], MACIEL, Pedro Paulo Cerqueira [2]

NERO, Dario da Silva Monte. MACIEL, Pedro Paulo Cerqueira. A relevância da prescrição do exercício físico para a promoção da qualidade gestacional: Uma revisão de 2002-2019. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 11, Vol. 03, pp. 91-104. Novembro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/relevancia-da-prescricao

RESUMO

A prática de exercícios físicos, quando planejada por um profissional capacitado, respeitando a individualidade biológica, pode ser de fundamental importância para a saúde da gestante. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo geral compreender a relevância da prescrição do exercício físico na promoção da qualidade gestacional. Para o desenvolvimento deste, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, para a qual foram pré-selecionados 35 artigos usando as palavras-chave aqui citadas, sendo pesquisadas isoladamente e/ou relacionadas. Dentre tais documentos, encontrou-se: artigos, relatos de experiência e monografia publicados no Google Acadêmico, Scielo, Lilacs, em bancos de teses e dissertações de Universidades brasileiras. Após uma leitura mais minuciosa, apenas 08 artigos foram escolhidos, pois abordavam o tema desejado com mais precisão. Eles têm recorte temporal de 2002 a 2019. Ficou evidente, após conclusão dos estudos, que nem sempre os exercícios físicos para gestantes foram bem vistos, pois achava-se que estes poderiam fazer mal ao bebê. Contudo, através das leituras, ficou evidente que um trabalho acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, nutricionistas e professores de Educação Física, devidamente capacitados, é de fundamental importância para o bem-estar da mãe e do feto.

Palavras-chave: prescrição, exercício físico, gestantes.

1. INTRODUÇÃO

A prática de atividade física tem sido um fator bastante discutido no contexto atual, pois estudos têm mostrado que uma vida ativa proporciona benefícios para a saúde, sendo dessa forma uma alternativa para a prevenção e controle de patologias. Sendo assim, Ciolac e Guimarães (2004) citam que o desenvolvimento regular de exercícios físicos tem sido apontado como ferramenta de prevenção e reabilitação de doenças por diferentes associações de saúde no mundo e que estas prescrições têm apresentado diversos benefícios. Diante disto, observa-se os avanços científicos na compreensão desses benefícios, não só quanto ao bem-estar físico, mas também pelo bem-estar mental e social de quem os prática. Ressalta-se, ainda, estudos recentes e enfatizadores de que a prática regular de exercícios físicos traz benefícios para o feto assim como para a gestante.

Desta maneira, compreende-se que o exercício físico pode ser uma alternativa significativa para as gestantes durante a preparação para o parto. Mas estas mulheres possuem diferentes práticas e crenças sobre os exercícios físicos pré-natais, influenciadas por contextos culturais errôneos e, por isto, dão aos exercícios físicos um significado negativo que precisa ser mudado através de conscientização em relação aos pontos positivos e significativos deles.

Com base no que fora exposto até aqui, o presente artigo busca compreender a relevância da prescrição do exercício físico na promoção da qualidade gestacional. Para tanto, esta proposta justifica-se pela abrangente relevância sobre tema, bem como as recentes pesquisas e publicações acerca do assunto em questão. Desta maneira, a partir de observações e regências com o público citado, ficou perceptível a necessidade de sistematizar o conhecimento acerca desta temática, já que faz parte da realidade de profissionais dá área de saúde.

Assim, a questão que inquietou tal pesquisa foi procurar conhecer qual a real relevância da prescrição do exercício físico na promoção da qualidade gestacional. Portanto, ao desenvolver esse estudo, pretende-se disseminar o conhecimento entre os profissionais e estudantes da área de educação física, além de gerar uma maior aproximação dos mesmos com esse objeto de estudo em crescimento constantemente na sociedade. Portanto, as reflexões traçadas neste estudo servirão, também, como fonte de pesquisa para futuros estudiosos, contribuindo, assim, para o despertar da sociedade quanto à importância da diversidade da cultura corporal nos espaços de formação.

2. A IMPORTÂNCIA DA PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO

A ociosidade é considerada o quarto fator de risco de mortalidade a nível mundial, sendo que esta falta de atividade física tem se elevado.

A expressão ‘atividade física’ é compreendida como qualquer movimento corporal produzido pela contração muscular que resulte num gasto energético acima do nível de repouso. Ela é definida como movimentos corporais planejados, organizados e repetidos com o objetivo de manter ou melhorar um ou mais componentes da aptidão física (SANTA-CLARA, 2015).

Ressalta-se, também, a importância da prática de exercícios físicos para a manutenção da saúde física e dos aspectos psicológicos e sociais do indivíduo. Pois, observa-se que a atuação do profissional de educação física evidencia sua importância na sociedade no que concerne o acompanhamento de atividades físicas com orientação e planejamento individualizado. Isto porque a prática do exercício físico é considerada um cuidado com a saúde, tendo em vista que proporciona um maior bem-estar físico, mental e emocional, bem como uma melhoria significativa na qualidade de vida e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida (PACHECO, 2017).

Assim, para combater ociosidade e as enfermidades causadas pela falta de atividade física, destaca-se a importância do profissional de educação física para o atendimento de aconselhamento, prescrição, acompanhamento, prevenção, motivação e promoção da saúde nos projetos dos Programas da Saúde da Família (CARVALHO et al., 2017).

Pacheco (2017) expõe que o exercício físico tem se acentuado na rotina de muitos indivíduos, tornando-se um hábito em busca da saúde. Enfatiza-se que é de grande relevância o trabalho dos profissionais de educação física na prescrição destes exercícios físicos como forma de prevenção às doenças adquiridas pela má condução das atividades, principalmente as de caráter crônico degenerativo.

Em consonância com Carbone e Reis (2015), a especialização profissional é de grande relevância na hora de prescrever e avaliar exercícios físicos para se alcançar resultados satisfatórios, aumentando o sucesso em relação aos exercícios elaborados, compreendendo os pontos mais importantes a se trabalhar, a atenção de forma correta na execução dos exercícios e o respeito à individualidade biológica que cada indivíduo apresenta, buscando evoluir as capacidades físicas dos praticantes.

Portanto, a prática de prescrição de exercícios físicos, são procedimentos de responsabilidade prioritária do profissional de educação física, os quais devem ser avaliados e prescritos em termos de intensidade, frequência, duração, modo e progressão. Além disso, a escolha do tipo de atividade física deverá ser orientada de acordo com as preferências individuais, respeitando as limitações impostas pela idade. (CARVALHO et al., 2017).

3. MUNDO MATERNO: O EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA QUALIDADE GESTACIONAL

Com base no que se observa em relação às diferentes mudanças acontecidas no corpo da mulher durante o período gestacional, há concordância de opiniões quanto aos benefícios trazidos pela prática da atividade física, tanto para a gestante quanto para o feto. (SILVA; LOPES, 2018).

Desta maneira, Lima, Bispo e Cordeiro (2016) ressaltam que para melhora da qualidade de vida das gestantes devem ser feitas intervenções com o objetivo de controlar o peso, as dores posturais, o estresse, o risco de depressão puerperal e de aumentar a autonomia no trabalho de parto.

Diante das diversas modificações observadas no período gestacional, para Alves (2011), as modificações mais relevantes deste período são: o crescimento do útero, mudanças no sistema musculoesquelético, na circulação e na respiração da gestante. Diante destas alterações físicas, observa-se que 79,8% das grávidas relatam dor em alguma região da coluna vertebral e/ou pelve; na região lombar observa-se 80,8% de manifestação; bem como na região torácica 36,7% e na cervical 95,6%.

Em consonância com as modificações observadas, ressalta-se que quase todos os sistemas sofrem modificações anatômicas e fisiológicas, como o sistema cardiovascular, o hematopoiético, o digestivo, o urinário, o tegumentar e o endócrino. Dentre as alterações locais, o útero e as mamas são os órgãos que mais sofrem modificações. As mamas sofrem ações dos hormônios estrógenos e progesterona, no qual o primeiro proporciona o crescimento dos ductos lactíferos e suas ramificações, enquanto o segundo induz a elevação das células produtoras de leite nos alvéolos, preparando a mama para a lactação (GIACOPINI; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2016).

De acordo com estas mudanças observadas, Silveira e Segre (2012) salientam que gestantes que praticam atividades físicas conquistam diversos benefícios para a saúde, dentre eles: a contribuição para o parto vaginal, efeito protetor contra parto prematuro, aumento do índice do líquido amniótico e redução de edemas, além de proporcionar a redução do risco de adquirir o diabetes gestacional.

Anteriormente, as mulheres em período gestacional eram desestimuladas a praticar exercícios físicos, sendo estimuladas à adoção da prática sedentária, pois acreditava-se que estes pudessem ser prejudiciais ao feto. No entanto, atualmente, compreende-se que os exercícios físicos na gravidez têm benefícios potenciais, quando são bem dirigidos, porque proporcionam uma melhor condição de vida durante a gravidez. Exercícios de intensidade leve à moderada podem promover melhoria na resistência aeróbica, diminuir o risco de lesões e ajudar a prevenir outras complicações na gestação e até reduzir consequências relativas ao peso do feto ao nascer (GIACOPINI; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2016).

De acordo com Silveira e Segre (2012), o desenvolvimento de atividades físicas praticadas de forma moderada, no período gestacional, contribui, ainda, para menor ganho de peso, melhora da capacidade funcional e diminuição da intensidade da algias lombossacra. Além disso, os exercícios nos músculos do assoalho pélvico, neste período, diminuem a prevalência de incontinência urinária durante a gestação e após o parto.

Diante disto, observa-se também que a prática de atividades físicas, neste período, também possibilita uma melhora nas condições cardiorrespiratórias, tendo em vista que o sangue que é transportado para a placenta é responsável pelo fornecimento de uma melhor oxigenação e nutrição ao bebê. Portanto, o coração da gestante deve ser mais forte para bombear sangue para o feto e para seu próprio organismo (ACENCIO, 2016), desta maneira, um sistema cardiovascular saudável será benéfico para que esse transporte ocorra.

Dentre os diversos benefícios observados pela prática de exercícios em gestantes, mensura-se que tais melhoras foram atribuídas à minimização dos sintomas de desconfortos do período gestacional, ao controle da ansiedade e depressão, à diminuição do tempo de realização do parto e ao menor índice de indicação de parto cesariano. (ALVES, 2011).

Já de acordo com Giacopini, Oliveira e Araújo (2016), aos benefícios apresentados acrescenta-se que as mulheres sedentárias apresentam um considerável declínio do condicionamento físico durante a gravidez. Além disto, a falta de exercício físico regular é um dos fatores atrelados a uma maior susceptibilidade a enfermidades durante e após a gestação.

Salienta-se que grávidas com diagnóstico ou suspeita de pré-eclâmpsia devem tomar cuidado quanto à prática de exercício físico tentando evitá-los ao máximo, visto que o exercício eleva ainda mais a pressão arterial e minimiza o fluxo uteroplacentário, o qual já apresenta deficiência. Em grávidas de baixo risco, alguns trabalhos feitos através de observações, apontam que a prática regular de exercício antes e logo no início da gestação está ligada à minimização do risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia (GIACOPINI; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2016).

Portanto, dispõe-se que as gestantes, antes de iniciar um programa de exercícios físicos, deverão ser encaminhadas a um médico obstetra, tendo em vista a necessidade de se fazer uma avaliação clínica geral. Apesar de o exercício físico apresentar inúmeras vantagens para gestante, é imprescindível o acompanhamento médico durante sua execução. Desta maneira, a atividade física direcionada à gestante deve ser feita por um preparador físico habilitado e capacitado, mas sempre acompanhada pelo médico obstetra.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Em função do objetivo da pesquisa, que foi de compreender a relevância da prescrição do exercício físico na promoção da qualidade gestacional, a referência metodológica que orientou este estudo foi a pesquisa bibliográfica, que é definida por Gil (2002) como toda produção construída a partir de outras já existentes, sendo normalmente desenvolvida através de artigos e/ou livros. Tendo sua abordagem qualitativa, o que, segundo Minayo (2002), é aquela que trabalha com uma gama de significados, valores crenças, preocupando-se com questões que não podem ser mensuráveis ou quantificáveis, apenas qualificáveis.

O caráter do estudo é exploratório, o qual, segundo Gil (1989), é aquele realizado com o objetivo proporcionar um entendimento geral de determinado assunto, tendo como finalidade a explicação de um problema, além de contribuir como embasamento para futuras pesquisas.

A amostra do estudo foi composta por artigos, livros, relatos de experiência e monografias, publicados no Google Acadêmico, Scielo, Lilacs e banco de teses e dissertações de universidades brasileiras. Para o desenvolvimento do referencial teórico foi elencado diferentes artigos, entretanto para uma análise mais aprofundada, foram utilizados artigos e publicações com o recorte temporal de 17 anos, com pesquisas entre 2002 e 2019, com o intuito de ressaltar a relevância das pesquisas na área analisada desde anos anteriores. Para o tratamento analítico dos dados, utilizou-se a análise descritiva que, de acordo com Gil (2008), é aquela que tem como objetivo descrever as características de uma população, uma experiência ou um fenômeno.

Ainda segundo o mesmo autor, o referido protocolo é aquele realizado a partir dos quatros tipos de leitura: exploratória, seletiva, analítica e interpretativa. Leitura exploratória, com a finalidade de reconhecer todo o material; leitura seletiva, que permite eleger os materiais que interessaram para pesquisa; leitura analítica dos textos, momento de diagnóstico e avaliação das informações, notando os principais aspectos abordados sobre o tema; e, por último, a leitura interpretativa que apoiada em as outras leituras tem o significado mais amplo dos resultados obtidos com a leitura analítica.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram encontrados inúmeros estudos acerca do conteúdo da pesquisa. Porém, apenas 35 deles mostraram-se significativos dentro de tal temática, sendo que após uma leitura mais minuciosa apenas 08 foram selecionados, pois tratam com clareza o objeto dessa pesquisa, como pode ser observado abaixo (Quadro 1).

Quadro 1 – Síntese da produção científica publicada no Brasil sobre a relação entre exercícios físicos e gestação.

Tipo da obra Autores Título Objetivo do estudo Ano
Artigo 01 Rossane Frizzo de Godoy Benefícios do exercício físico sobre

a área emocional

Auxiliar profissionais de diversas áreas, principalmente os da psicomotricidade, a entenderem qual o impacto dos problemas relacionados à saúde mental e suas revelações mais comuns na sociedade atual: a ansiedade, a depressão, alterações de auto-imagem e autoestima. 2002
Artigo 02 Vinícius Dias Rodrigues;

Alisson Gomes da Silva;

Camila Sarmento Câmara;

Rutênia Jardim Lages;

Waldney Roberto de Matos Ávila.

Prática de exercício físico na gestação Mostrar a relevância da atividade física durante a gestação desde a melhora na pressão arterial, diabetes até as interações psicossociais e eventual facilitação do trabalho de parto. 2008
Artigo 03 Adriana Magalhães Ribeiro;

Aline Teixeira Alves;

Denise Maria Simão Castro;

Larissa de Lima Cordeiro;

Lorena de Lima Cordeiro;

Exercício físico e gravidez: prescrição,

benefícios e contraindicações.

Busca avaliar a relação entre o exercício físico e a gravidez, tentando entender os seus reais benefícios, possíveis prescrições e suas contraindicações. 2009
Artigo 04 Denise Maria Martins Vancea

Simone Storino Honda Barros

Joana Marcela Sales de Lucena

Ladyodeyse da Cunha Silva

Natalia Nunes de Lima

Exercício físico na prevenção e tratamento

da diabetes gestacional

Esse artigo tem como objetivo:

Levantar informações científicas sobre a relação do exercício físico e Diabetes Gestacional.

2009
Artigo 05 Ivan Carlos Bagnara Prescrição de exercícios físicos

para gestantes: cuidados e recomendações

Este artigo tem como objetivo, orientar os profissionais que desenvolvem trabalhos com mulheres gestantes, quanto aos cuidados e recomendações. 2010
Artigo 06 Ana Carolina Godoy

Fernanda Garanhani Surita

Simony Lira do Nascimento

Pinto e Silva JL

Recomendações para a prática de

exercício físico na gravidez: uma revisão

crítica da literatura

Este artigo tem como objetivo a informação e a disseminação entre profissionais de saúde, que assistem às gestantes no Brasil, sobre as atuais recomendações acerca do exercício físico durante a gestação, baseadas em pesquisas científicas. 2014
Artigo 07 Letícia Lopes Dos Santos Pereira Da Silva

Jheniffer Luana Dos Santos Lopes

Orientação de atividades físicas para gestantes que realizam o pré-natal Determinar se as gestantes que realizam o pré-natal recebem orientação quanto à realização ou não de atividades físicas durante a gestação. 2018
Artigo 08 Fábio Ricardo Acencio

Katiane Aparecida Soaigher

Maria Theodora Ferracini Del Col

Diógenes Aparício Garcia Cortez

Efeitos fisiológicos decorrentes do exercício físico no organismo materno durante a gestação. Identificar os benefícios, através da fisiologia, o que a prática de exercício físico pode trazer ao organismo materno, baseados em testes já realizados, 2019

Fonte: Autor (2019).

Godoy (2002), fala sobre a crescente preocupação com o bem-estar emocional com os seres humanos. A autora salienta que tal tema vem ganhando forças através de uma série de estudos e contribuições. Esse artigo busca direcionar profissionais de diversas áreas da saúde, destacando os das Ciências do Movimento a compreenderem, de maneira ampla, o impacto dos problemas relacionados à saúde mental e suas aparições mais comuns na atualidade: a ansiedade, a depressão e autoestima. Procurando oferecer maneiras alternativas, citando os exercícios físicos como forte aliado no tratamento desses problemas. A autora não direciona um público alvo, aponta os seres humanos como um todo, além de não ficarem perceptíveis os malefícios da prática de exercícios físicos.

Rodrigues et al., (2008), direciona-nos para o público feminino, o qual relata que o estímulo à atividade física é crescente em todo âmbito da saúde e relata que a cada dia aumenta o número de mulheres que a praticam. Os autores apontam que a gravidez é um período de diversas modificações no organismo das gestantes, mostrando tanto o lado positivo da prática de exercícios: melhor sensibilidade, melhor controle na gordura corporal, facilitação no trabalho de parto. Como também apontam os riscos desta prática, dentre eles: hipoglicemia, lesões musculoesqueléticas, hipertermia. Dessa forma, salientam que a prática de exercício físico deve possuir uma duração média, com uma intensidade baixa de no máximo 40 minutos para evitar riscos à mãe e ao feto, e que somente profissionais habilitados podem atuar na elaboração do programa de exercício físico para a gestante.

Ribeiro et al., (2009), dialoga com o trabalho de Rodrigues et al., (2008) e começa relatando sobre a mulher durante a gestação e suas diversas modificações fisiológicas, tais como: alterações do sistema hormonal, musculoesqueléticas, cardiovasculares, respiratórias, tegumentares, urinárias, gastrointestinais e alterações psicológicas. Os autores relatam que os benefícios trazidos pela prática de exercícios físicos são reais em qualquer fase da vida, pois trazem melhora em âmbito geral à saúde, às relações sociais, à qualidade de vida e à prevenção de diversas doenças. Entretanto salientam que não existe um consenso em relação aos seus reais benefícios, prescrições e contraindicações no período gestacional. O que se sabe é que grande parte da literatura concorda que exercícios nos últimos meses de gravidez podem ter riscos associados, quando feitos acima do alcance máximo da gestante em condições desfavoráveis. E, além disso, é citada a necessidade de que haja o acompanhamento de um profissional capacitado para tal prática.

Vancea et al., (2009), aponta diretamente para a Diabetes Gestacional (DG), está sendo vista como uma variação da intolerância ao carboidrato durante a gravidez. Aponta como tratamentos: a dieta, o exercício físico e, muitas vezes, a aplicação de insulina. Os autores discutem que o exercício físico deve ser um componente indispensável, pois pode prevenir tal patologia, se a mulher praticar exercício físico antes e durante a gestação. Fica notório, também, que exercício físico pode controlar o peso da mãe durante a gestação, porém é preciso verificar os riscos do exercício físico sem um acompanhamento profissional. Os autores puderam concluir que a maioria dos estudos mostra que o exercício físico apresenta efeitos positivos sobre os níveis de controle metabólico e sobre a diminuição da incidência de complicações perinatal e deve ser incluído como parte integral do tratamento de gestantes com DG.

Bagnara (2010), dialoga com o Rodrigues et al., (2008) e Ribeiro et al., (2009), pois apresenta-nos que a busca constante pela saúde e forma física vem trazendo diversas pessoas a procurem profissionais para auxiliá-las em seus objetivos. Com isso, o mercado onde atuam os profissionais com formação em Educação Física está em frequente crescimento. Porém, no meio desse público, existem mulheres gestantes preocupadas com o bem-estar gestacional e com a saúde do seu bebê. Os autores relatam que alguns estudos e observações estão sendo desenvolvidos para auxiliar tais profissionais na determinação correta da instrução de exercícios físicos, os quais trarão orientações de grande relevância para os professores que desenvolvem trabalhos com gestantes, pois existem peculiaridades e particularidades que evitam riscos à saúde e até mesmo à vida da mãe e do bebê.

Godoy et al., (2014), aborda que os exercícios físicos podem e devem ser recomendados para todas as grávidas com boa saúde. Praticá-los regularmente durante a gestação, pode proporcionar variados benefícios físicos e psicológicos, os quais dialogam com os artigos anteriormente citados. Entretanto, poucas gestantes desenvolvem esta prática e muitas ainda possuem receios e dúvidas quanto à segurança de seu desenvolvimento. Desta maneira, tal artigo teve como objetivo a informação, além da disseminação das novidades acerca das indicações referentes às atividades físicas no período dá gestação. Envolvendo profissionais de área de saúde, que auxiliam às gestantes no Brasil, tendo como base as melhores evidências científicas disponíveis, incluindo recomendações quanto às indicações, contraindicações, modalidades, frequência, intensidade e duração dos exercícios para cada trimestre do período gestacional. Abordando recomendações de exercícios físicos tanto para as gestantes de baixo risco quanto para grupos especiais de mulheres hipertensas, diabéticas e obesas. Devido às gestantes estarem mais próximas dos especialistas, é ideal que façam exames de rotina, retornos frequentes e supervisão médica, para uma série de novas atividades que possam refletir, em longo prazo, em sua saúde e na de seu bebê.

Silva e Lopes (2018), direcionam às diretrizes dos exercícios físicos para gestantes que realizam o pré-natal. Desta maneira, objetivou-se verificar se, de fato, ocorre uma orientação quanto à prática de atividade física durante o período gestacional pelos profissionais de saúde. Com isto, o referido artigo buscou identificar quais são as orientações dadas às gestantes sobre atividades físicas por parte da equipe profissional de saúde nas consultas de pré-natal. Assim sendo, a pesquisa foi classificada como descritiva e para a coleta de dados foi utilizado um questionário PAR-Q como critério de exclusão de sujeitos com restrição para prática de atividades físicas, e um questionário com perguntas objetivas e de múltipla escolha elaborado pelos próprios pesquisadores com base na literatura e na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde do Governo Federal. Neste ínterim, o presente artigo concluiu que os profissionais da saúde, envolvidos no pré-natal, atualmente, têm feito recomendações para que as gestantes pratiquem atividades físicas, porém o que fica em aberto é se essas recomendações estão de acordo com as necessidades individuais da população em questão.

Acencio et al., (2019), trata sobre efeitos fisiológicos decorrentes do exercício físico no organismo materno durante a gestação. Com isto, buscou-se reconhecer os benefícios fisiológicos que a prática de exercício físico pode trazer ao organismo materno, tomando como base, diversos testes já realizados. Assim, o presente artigo teve uma metodologia de caráter bibliográfico, na qual selecionou-se 32 artigos publicados entre 1999 a 2014 em inglês e português encontrados por meio das palavras-chave: efeitos fisiológicos do exercício físico; gestante; organismo materno. Assim, concluiu-se que o exercício físico durante a gestação pode melhorar o sistema cardiovascular, melhorar a circulação sanguínea, além de promover uma melhor apreensão, transporte e utilização do oxigênio. Pode, ainda, prevenir o surgimento da diabetes gestacional e reduzir a taxa de glicose no sangue.

6. CONCLUSÃO

Com base no levantamento bibliográfico realizado durante esse estudo, pôde-se concluir que ainda existem receios por parte das gestantes quanto os reais benefícios e prejuízos da prática de exercícios físicos para a promoção da saúde dela e do bebê. Isso se deu por meio de falsos paradigmas de que tais atividades prejudicariam a gestação e, consequentemente, o feto. Contudo, através de diversos estudos, ficou comprovada a real eficácia de tais práticas na promoção da saúde gestacional. Sendo assim, os profissionais de Educação Física devem propagar os reais valores das práticas corporais para esse público gestante. Entretanto esses mesmos profissionais devem estar capacitados, para que se possa respeitar a individualidade biológica de cada grávida.

A partir das leituras feitas, também ficou evidente que ainda não existe consenso no estabelecimento do procedimento ideal para esses exercícios na gestação. Não se encontrou na literatura qualquer tipo de uniformização de atividade recomendada por órgãos competentes. Portanto, tendo por base a revisão, concluiu-se que, quando indicada, a prática de atividade física regular, moderada, controlada e orientada pode produzir efeitos benéficos sobre a saúde da gestante e do feto.

Assim, o objetivo de compreender a relevância da prescrição do exercício físico na promoção da qualidade gestacional foi alcançado. Nele ficou perceptível que a prática planejada e acompanhada por médicos, nutricionistas e professores de Educação Física habilitados traz grandes resultados na vida da gestante como a facilidade no parto, melhora nas condições cardiorrespiratórias, desenvolvimento do tônus muscular, diminuição da glicemia, dentre outras.

REFERÊNCIAS

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[1] Mestrado em Gestão social e Políticas Publicas – UFRB (em conclusão), Especialização em Bases Nutricionais Da Atividade Física- UGF, Especialização em Obesidade E Emagrecimento – UGF, Especialização em Fisiologia Do Exercício – Prescrição Do Exercício- UGF, Graduação em Licenciatura Plena em Educação Física – UEFS.

[2] Graduação em Educação Física.

Enviado: Outubro, 2019.

Aprovado: Novembro, 2019.

5/5 - (1 vote)
Dario da Silva Monte Nero

Uma resposta

  1. Que orgulho ao ver o meu artigo publicado em uma revista de qualidade. Obrigado Senhor!

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