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Gestão escolar: Os processos e dificuldades do gestor escolar

RC: 32163
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/processos-e-dificuldades

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

DIAS, Renan Italo Rodrigues [1]

DIAS, Renan Italo Rodrigues. Gestão escolar: Os processos e dificuldades do gestor escolar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 06, Vol. 07, pp. 13-20. Junho de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Pensar na escola e na sua função social é extremamente necessário na atualidade. Observar a dinâmica social que existe dentro da escola é fundamental para se entender a configuração da sociedade, além de ser o espaço para que o desenvolvimento pleno do ser humano possa ser alcançado com eficácia. É através destes pensamentos que surge a necessidade de se pensar a gestão escolar e o papel do gestor dentro deste ambiente distinto, na sua configuração única de relacionamento social e construção do conhecimento. A partir dos questionamentos frente ao modo tradicional de administração escolar é que este trabalho visa estabelecer as conexões entre o papel de uma gestão democrática e do próprio gestor como difusor deste modelo de administração, na sua contribuição para uma forma coletiva de desenvolvimento escolar, que possa dar suporte democrático e participativo a todos os envolvidos no sistema de ensino. Através de pesquisas e leituras referentes a este tema, busca-se compreender a dinâmica social do gestor e suas especificidades frente às novas demandas sociais de gerir o espaço escolar, absorvendo e conduzindo de forma democrática toda a sua gestão escolar.

Palavra-chave: Gestão escolar, educação, dificuldades.

INTRODUÇÃO

A gestão escolar é um processo pelo qual toda instituição deve passar, seja repensando seus métodos como a própria mentalidade no interior da escola. Todo o processo que envolve a gestão escolar, deve estar pautado numa administração que inclua e abra espaço para a participação de todos, não devendo restringir-se apenas a alguns sujeitos do interior da escola. A apropriação das decisões escolares deve passar pelo debate democrático, no qual todos os envolvidos tenham voz ativa e participativa.

De uma forma geral é necessário que sejam repensados o poder no interior da escola, para que este seja redistribuído, transformando a instituição escolar, seu sistema de autoridade e distribuição do próprio trabalho, que deve passar pelas camadas trabalhadoras, em suas diversas formas de apropriação.

A gestão ou administração se relacionam às ciências sociais, que tem por objetivo estudar e sistematizar diversos tipos de conhecimentos, permitindo a ampliação dos recursos e resultados, com objetivos pré-definidos. A gestão está vinculada às relações pessoais, que busca objetivos comuns que possam garantir a estrutura organizacional de uma instituição, no uso racional dos seus recursos.

O gestor deve fixar metas e objetivos com planejamento prévio, avaliando problemas que podem surgir, além de suas respectivas resoluções. O gestor deve fixar metas, analisar e conhecer os diferentes problemas a serem enfrentados, solucionar problemas, organizar os recursos financeiros e tecnológicos, ser líder, comunicativo, saber motivar as pessoas, tomar decisões e avaliar, controlando o conjunto como um todo.

A gestão não é uma mera forma de controle coercitivo na administração, uma mecanização autoritária de controle, todo gestor é parte integrante de um corpo, uma equipe, que busca nas ciências sociais os métodos para uma gestão que atente para o lado humano de seu trabalho e das pessoas que fazem parte deste meio.

A gestão deve flexibilizar a convivência entre todos que dela fazem parte. Mas isto ainda é um grande desafio para todos os sujeitos que constantemente pensam no papel da escola na sociedade e, consequentemente, sua gestão. O gestor escolar ocupa uma posição estratégica, pois está entre os níveis organizações e a execução, como uma ponte de ligação, cumprindo uma função marcante dentro da organização escolar (SANTOS, 2008).

DESENVOLVIMENTO

Como todo gestor necessita estar em constante aprimoramento, há necessidades intrínsecas na sua função que devem viabilizar um conhecimento científico amplo, possibilitando que sua gestão seja eficaz, sendo abrangente e dinâmico. Neste trabalho, o foco será entender quais são os meios do gestor estabelecer conexões com todos os componentes do grupo escolar, tendo uma forma democrática e dinâmica de gerir esta instituição. Será observado como o papel do gestor é importante nas suas funções, garantindo uma qualidade social à equipe, serviços e práticas pedagógicas que sejam democratizadas viabilizando a participação coletiva de todo o corpo escolar.

A gestão escolar contém em si a área organizacional com a ação administrativa e seus elementos, que possibilitam à escola obter sua própria organização específica, com aspectos administrativos físicos, pedagógicos e sociais. A gestão pedagógica e a gestão administrativa complementam a gestão escolar, funcionando de forma interligada, de um modo integrado ou sistêmico. Como se sabe, a gestão pedagógica lida com a parte da área educativa, que é considerada a parte mais significativa e importante, que merece atenção especial da gestão escolar. Já a gestão administrativa tem a função de cuidar da parte física e institucional da escola.

O gestor está sempre envolvido em situações múltiplas no cotidiano escolar, tendo que desempenhar seu papel de forma satisfatória, e a forma como será desenvolvida essa prática irá determinar o convívio entre todos os sujeitos da comunidade escolar.

[…] o diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega aos membros da equipe escolar, conforme suas atribuições específicas, as responsabilidades decorrentes das decisões, acompanha o desenvolvimento das ações, presta contas e submete à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões tomadas coletivamente (LIBÂNEO, 2003, p. 335).

O gestor deve se atentar para questões fundamentais na análise da escola, decidindo e reorganizando o trabalho pedagógico, trazendo para dentro da sala de aula as questões cotidianas da sociedade, fazendo paralelos entre o exterior com o interior da escola. Seu papel deve ser de coordenar e dispor sobre a utilização de todos os recursos e meios de forma adequada, organizando situações que visem fins determinados, conforme afirma Paro em relação à atividade administrativa (PARO, 1996, p. 19-20).

O gestor deve conhecer toda a atividade técnica executada dentro da escola, e com isto participar das atividades-fim:

A administração não é um processo desligado da atividade educacional, mas, ao contrário, acha-se inexplicavelmente envolvido nela, de tal forma que o diretor precisa estar sempre atento às consequências educativas de suas decisões e atos.

Quando desempenha sua função, ou decide alguma coisa, o diretor é antes de tudo um educador, preocupado com o bem-estar dos alunos, e não apenas um administrador em busca de eficiência. (DIAS, apud, MENESES, 1998, p. 274).

O gestor é um administrador e deve assumir a liderança, para assegurar a conquista de todos os objetivos da instituição da qual faz parte, coordenando os esforços, organizando o trabalhando, planejando e avaliando os resultados. “Quando o diretor é dedicado e capaz, ele encontra sempre meios para remediar as eventuais deficiências de sua escola” (DIAS apud, MENESES, 1998, p.275).

A função do gestor deve ser desempenhada com profundo conhecimento em administração além do campo pedagógico, que é essencial, por se tratar de trabalhar em uma escola, que necessita desta abrangência multidisciplinar.

A direção é um dos fatores mais importante para a normalidade dos trabalhos e consecução dos objetivos da escola. O diretor cumpre sua medida em que orienta, estimula e facilita o desempenho de professores, funcionários e alunos.

A administração, porém, não é privilégio de uma pessoa, mas função que se reparte entre todos os participantes do empreendimento, sob liderança do diretor.

Só o esforço conjunto e harmônico pode levar a escola a alcançar seus objetivos. (BREJON, 1986, p.211).

Segundo Sperb (1976), o gestor por ter uma formação ampla de conteúdos na administração escolar, há inúmeras responsabilidades que devem ser realizadas com sucesso e, para isso, as qualidades pessoais distintas do administrator são essenciais na figura do gestor.

A formação contínua para manter-se atualizado e fundamental para o gestor, na sua busca por novos conhecimentos e práticas. O gestor deve buscar a satisfação coletiva, trabalhando com o aluno e a comunidade sua própria realidade, sempre tendo como foco a qualidade e igualdade no ensino, e que a educação é o que irá garantir o futuro de todos (PERRENOUD, 2000)

Sendo a liderança na escola uma característica inerente à gestão escolar pela qual o gestor mobiliza, orienta e coordena o trabalho de pessoas para aplicarem o melhor de si na realização de ações de caráter sociocultural voltadas para a contínua melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, ela se assenta sobre uma atitude proativa e pelo entusiasmo e elevadas expectativas do gestor em sua capacidade de influenciar essa atuação e seus resultados. (LUCK, 2012, p.20).

Todo o trabalho de gestão deve estar em favor da criação de um clima organizacional que vise auxiliar todo relacionamento profissional e interpessoal, construindo uma convivência responsável e solidária. Deverá ser valorizada e apoiada iniciativas que possam promover o desenvolvimento profissional, pessoal e social, além de otimizar o uso dos lugares coletivos disponíveis na escola e do tempo.

O diretor precisa estar acessível a todas as famílias e é preciso que seja fácil chegar ao diretor, o qual precisa demonstrar interesse em atender à demanda dos pais, retornando toda comunicação, possivelmente, em um prazo máximo de 24 horas. Quando não for possível, nesse prazo, o encaminhamento da solicitação, a comunicação deve ser feita para fazer saber aos pais que há interesse institucional no encaminhamento do pedido. Esta demonstração consiste de interesse é fundamental para envolver os pais nas decisões que afetam a vida escolar de seus filhos. (GOMES, 2003, p. 51).

Existe a expectativa de que a educação possa atender a todas as necessidades econômicas, políticas e sociais, conduzindo a uma avaliação dessas mesmas necessidades, no controle de execução dos projetos discutidos na escola e, posteriormente, a verificação do atingimento dos objetivos que foram propostos (MACHADO, 1982, p.34).

Por estas questões é imprescindível manter e reproduzir as relações sociais. Saviani (2004, p. 20) afirma que existe um problema no que diz respeito à questão do curso de pedagogia que ficou subordinado a uma educação que atende a lógica do mercado. Essa formação ministrada nas escolas deveria atender a estas mesmas leis, a produtividade social, que se ajustaria às demandas do mercado de trabalho que são determinadas pelas leis mercadológicas que regem a sociedade que vivemos.

Ao mesmo tempo em que essa lógica do mercado estabelece normas, há a necessidade de se construir novos comportamentos em decorrência dos processos de organização e gestão do trabalho, em que o coletivo passa a substituir as práticas individuais no compartilhamento de responsabilidades, conhecimentos, informações e formas de controle, que estão internamente ligadas ao grupo (KUENZER, 1999, p.30).

Ao analisar todos estes paradigmas e mudanças ideológicas além das influências no âmbito educacional, todos os profissionais desta área devem promover uma educação que possa ajudar os alunos a solucionarem os mais variados desafios do mundo contemporâneo.

CONCLUSÃO

A sociedade contemporânea é complexa e as escolas são as principais instituições que dão continuidade a toda cultura, por intermédio do ensino aprendizagem, sendo o lócus da atividade profissional do professor em sua relação com o aluno. Gerir este complexo sistema de relações humanas não está apenas ligado ao aspecto administrativo e burocrático, o gestor tem uma das atividades mais importantes na educação e construção dessa sociedade e, consequentemente, a necessidade da liderança competente em sua ação pedagógico administrativo.

O gestor não deve resolver todos os problemas que envolvem a escola sozinho, há a necessidade de delegar a todos os integrantes da escola as mais variadas tomadas de decisões para que as metas e objetivos institucionais possam ser atingidos. A isto se deve somar o ambiente propício à interação coletiva que deve existir entre toda a comunidade escolar, interna e externamente, com os professores, funcionários, alunos, pais, professores, comunidade e órgãos do governo.

Todas as ações que se envolvem à liderança do gestor devem estar intimamente ligadas aos processos que fazem das escolas espaços eficazes no aprendizado de alunos. Para isto é necessário que haja uma comunicação eficaz entre todos os sujeitos da escola, promovendo um ambiente de confiança e interação, motivando e buscando a realização de todos, tendo como horizonte o aluno e seu desenvolvimento ético e social como meta.

BIBLIOGRAFIA

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[1] Pós-graduado em MBA Executivo Em Coaching; Pós-graduado em MBA Em Gestão De Pessoas; Pós-graduado em Orientação Profissional e de Carreira; Pós-graduado em Gestão Escolar Integrada – Gestão/ Supervisão/ Orientação; Pós-graduado em Educação Especial com Ênfase em Deficiência Intelectual; Pós-graduado em Tutoria em Educação a Distância e Docência do Ensino Superior; Pós-graduado em Ensino de Braille e Libras; Pós-graduado em Psicopedagogia Institucional E Clinica; Pós-graduado em Ensino Religioso; Pós-graduado em Ciência da Religião; Graduado em Pedagogia – Licenciatura; Graduado em Teologia – Bacharelado; Graduado em Educação Física – Licenciatura.

Enviado: Agosto, 2018.

Aprovado: Junho, 2019.

 

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Renan Italo Rodrigues Dias

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