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Oito erros fatais na Delimitação do Tema

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Erros ao delimitar um tema

Erros ao delimitar um tema

Assim sendo, iremos apresentar oito erros ou problemas que são cometidos pelos mais diversos pesquisadores com certa frequência.

O primeiro problema sobre o qual iremos conversar está relacionado com a terminologia.

Há quem confunda o tema com o processo de delimitação de tema ou com o título do trabalho.

Embora esses processos estejam conectados, cada um diz respeito à uma etapa da pesquisa e precisam ser devidamente compreendidos para que não sejam mais confundidos.

A fim de que essas dúvidas sejam, enfim, esclarecidas, começaremos essa discussão apontando as diferenças básicas entre o tema e o título.

O que são o título e o tema de pesquisa?

Embora sejam confundidos, tema e título não são a mesma coisa.

Como em nosso site já possuímos posts sobre a diferença entre tema e título e sobre a delimitação do tema, apenas iremos recapitular.

Começando pelo tema, deve ficar claro que ele, na verdade, é a sua grande área de estudo, ou seja, o assunto que você deseje investir que está ligado à uma determinada linha temática/de pesquisa.

Suponhamos que você deseja  estudar a oncologia.

Temos, aqui, um tema que é repleto de subtemas, isto é, a ideia por si só é bastante ampla e não pode ser abordada totalmente em uma única pesquisa.

É preciso, portanto, que façamos um recorte para chegarmos a esse tema.

Essa é uma realidade que perpassa todas as áreas do conhecimento.

Sempre que você ouvir falar em tema a pessoa que está te questionando está se referindo ao seu tema de pesquisa propriamente dito.

O que significa a ideia de delimitação?

Via de regra, quando nos é requerida a delimitação do tema, espera-se que escolhamos, dentro de um tema, um dos seus eixos para que a pesquisa fique focada, uma vez que uma única pesquisa não dá conta de abordar todas as dimensões que perpassam um assunto, visto que o conhecimento é multidisciplinar e está sempre se renovando.

Com a delimitação, reduz-se esse tema. Você pode pensar nesse processo como um funil, pois é justamente o que você irá fazer: afunilar esse tema.

Com essa delimitação, vem a metodologia correta a ser utilizada.

Existem certos assuntos que podem ser melhor abordados a partir de um estudo de caso, porém, há diversas metodologias que podem ou não se encaixar dentro da sua proposta.

Assim, quando escolher este tema, defina, também, a metodologia, uma vez que é ela quem ajudará você a desenvolver esse tema.

Por que tema e título são confundidos?

Um dos principais motivos para que título e tema sejam confundidos é que, na verdade, o seu tema é quase um título, pois é a partir desse tema, isto é, do assunto, que conseguimos criar não apenas o título principal, mas também os títulos de todos os capítulos e subcapítulos que irão compor a sua produção.

Durante muito tempo, acreditou-se que ao se delimitar um tema o pesquisador já tinha em mãos o título.

Na prática, temos percebido que os pesquisadores apresentam títulos prévios ao delimitarem o tema, porém, à medida que a pesquisa vai ganhando forma, são modificados para melhor se adequarem à proposta em desenvolvimento.

A fim de que o seu trabalho possa ser lido por muitas pessoas, é interessante que você adote algumas estratégias, como, por exemplo, escolher um tema que seja interessante para o público-alvo da sua pesquisa é um tema inovador e atual.

Não ter um problema de pesquisa

O segundo erro que não poderíamos deixar de mencionar é a falta de um problema de pesquisa.

Esse é um dos principais problemas.

Quando as pessoas estão começando a se aventurar no mundo acadêmico, sobretudo aqueles que começaram a fazer pesquisa recentemente, pensa-se, automaticamente, em um tema de pesquisa, e, posteriormente, faz-se a delimitação e define-se o título.

Esse tema, por sua vez, costuma fazer parte do seu campo de atuação profissional ou advém de um interesse pessoal específico.

Entretanto, nem sempre o problema de pesquisa é considerado nesse processo, o que pode prejudicar o andamento da pesquisa.

Todo trabalho científico deve propor um problema de pesquisa, e, mais do que isso, ele deve ser solucionado e a proposta de intervenção/reflexão deve impactar de maneira positiva a realidade relacionada com esse problema em questão.

Como abordar o problema de pesquisa?

Como abordar o problema de pesquisa?

Para que a sua pesquisa seja, de fato, relevante, é preciso que ela parte de um problema e que ele seja respondido, trabalhado e solucionado. Para isso, precisa-se de uma base teórica e metodológica que irá lhe auxiliar a chegar a essa resposta, e, consequentemente, a proposta de intervenção.

Todos os seus capítulos girarão em torno desse problema que você se propôs a solucionar/refletir.

Atualmente, tanto o MEC quanto a CAPES exigem que esse problema de pesquisa parta da vida real, isto é, precisam ser atuais e impactar uma determinada comunidade, pois apenas dessa forma a pesquisa será relevante, sendo esse um dos critérios para que ela seja validada e aprovada.

Você pode discutir um autor célebre e as suas principais fases, contudo, essa discussão precisa estar ligada a um problema da realidade brasileira atual.

Você pode analisar desde leis até propor projetos laboratoriais, desde que sejam relevantes.

Não pensar nos objetivos

Não pensar nos objetivos

O terceiro erro está bastante ligado ao anterior, pois, para que um problema de pesquisa seja bem apresentado e solucionado, é preciso que se parta de alguns objetivos, sendo ele o geral e os específicos, que nada mais são do que os caminhos a serem percorridos para responder esse problema delimitado.

Tanto o problema de pesquisa, quanto os objetivos e a metodologia caminham sempre de forma interligada, e, dessa forma, ao não atender um deles, os outros ficam prejudicados, devendo, portanto, serem abordados de forma conjunta.

Ao delimitar o seu tema, é fundamental que você pense, também, em seus objetivos e na metodologia adequada para se solucionar esse problema, independentemente do tipo de trabalho que está desenvolvendo.

Os objetivos, por exemplo, são etapas que irão responder o seu problema.

São essas etapas que irão garantir a competência científica do seu material.

A falta de uma metodologia

A falta de uma metodologiaA metodologia inadequada ou a ausência dela também é um problema que pode comprometer todo o andamento da sua pesquisa.

Ao discutirmos sobre a metodologia precisamos chamar a sua atenção para algo muito importante: a viabilidade da sua realização.

É muito importante que tomemos cuidado com aquilo que propomos.

Existem metodologias que em certas áreas/linhas de pesquisa não seriam possíveis ao menos em uma tese, e, em um artigo, tornam-se totalmente inviáveis, o que impossibilita a sua publicação até que uma metodologia mais condizente seja escolhida.

Há casos de pesquisadores que escolhem diversas metodologias para um único artigo.

Tais escolhas também impedem que o artigo possa circular, porque a fim de que várias metodologias possam ser aplicadas, é preciso que se proponha uma tese, por exemplo.

A metodologia deve ser sempre viável e aplicável.

É impossível, em certos trabalhos, abordarmos mais de uma metodologia.

Mantenha em mente, também, que todo trabalho científico precisa obedecer a certos padrões.

Até mesmo para aplicar um questionário que, em tese, já está pronto, é preciso tomar diversos cuidados, pois para que um questionário seja viável é preciso que ele parta de uma metodologia que o viabilize, o que demanda uma certa abordagem e o domínio das suas respectivas técnicas de pesquisa.

Você sempre terá que comprovar a validade da metodologia, sem exceção.

Caso esses cuidados não sejam tomados, as perguntas a serem propostas podem não estar adequadas ao seu problema de pesquisa, ou, ainda, pode ser que essas perguntas induzam o seu entrevistado a falar algo que, caso a pergunta fosse diferente, poderia mudar todo o rumo da pesquisa.

Induzir o entrevistado a uma certa interpretação invalida o seu trabalho.

Pensar que pode fazer uma tese

O quinto erro é quando o pesquisador acha que está fazendo uma tese. Uma tese sempre é feita em um programa de doutorado.

Ela leva, em média, quatro anos para ser construída.

Mesmo que seja uma tese, ela não pode ser esgotada nessa única produção, e, dessa forma, sempre haverá um novo vértice que você poderá explorar em um outro momento, com uma nova produção.

Assim sendo, se o seu objetivo, agora, é escrever um trabalho científico, mantenha em mente que o conhecimento nunca se esgota e sempre haverá algo a ser abordado.

Todo trabalha deixa lacunas e são elas que fazem com que a ciência não se estagne, isto é, ela continuará a evoluir.

Cada trabalho tem um foco diferente, e, dessa forma, a cada vez que você for propor um novo tema, escolher uma vertente desse grande tema é essencial para que não abracemos o mundo, pois, assim, as discussões ficam mais profundas.

Há certos limites colocados à pesquisa.

Manter essas questões em mente é fundamental, pois nos tornamos mais assertivos e racionais, e, dessa forma, saberemos abordar esse tema sem que os limites, que, inclusive, dão vida às novas pesquisas, sejam extrapolados.

Além de sermos mais assertivos quanto à esse tema, somos, também, mais felizes com esse tema, pois a pesquisa se torna mais produtiva e realmente irá impactar o seu público-alvo.

 

Não saber como lidar com os prazos da pesquisa

Não saber como lidar com os prazos da pesquisa

Um sexto erro que pode comprometer toda a qualidade do estudo é a falta de organização com os prazos da pesquisa.

Algo muito importante que precisamos frisar é que todo trabalho científico tem um começo, um meio e um fim.

Para que possa ser bem digerido tanto pelo pesquisador quanto pelo professor-orientador, propõe-se alguns prazos.

Segui-los é fundamental para que o processo de pesquisa seja algo mais prazeroso e não caótico.

Nesse sentido, o principal desafio é manter uma rotina de escrita e de leitura para que você tenha mais tempo para se debruçar em cada capítulo.

Ter um cronograma e metas de leitura/escrita para o seu dia é algo crucial.

Esse hábito deve fazer parte da sua rotina como qualquer outra atividade.

Contudo, mantenha em mente que é impossível, em um único trabalho, abordarmos tudo, pois sempre ficam lacunas, é algo inevitável.

Lições que aprendemos com a delimitação do tema

Quando você for delimitar o seu tema, mantenha em mente que é crucial que você analise com muito cuidado todos os pontos anteriores que abordamos.

É muito importante que o problema de pesquisa, os objetivos, a metodologia e o recorte de tema adotados sejam abordados de forma focada, pois, lembre-se: a sua pesquisa precisa ser validada para que possa ser lida.

Ainda sobre o tempo, precisamos ressaltar que todo programa de pós-graduação possui o seu próprio tempo, e, dessa forma, atender todos os prazos propostos tanto pelo programa quanto pelo seu professor-orientador é crucial para que a pesquisa seja desenvolvida da melhor forma.

Ao pensar em seu tema de pesquisa, defina, também, um cronograma, pois à medida em que perceber que certas atividades são inviáveis por causa do tempo, essa pesquisa poderá ser melhor adaptada ao tempo hábil que possui para desenvolvê-la.

O não atendimento ao tipo do trabalho e a falta do estado da arte

Suponhamos que, nesse momento, você precise realizar uma monografia.

Esse tipo de trabalho demanda, dos pesquisadores, propostas que partam de uma determinada corrente teórica.

Assim sendo, todo o seu trabalho precisará girar em torno dessa corrente escolhida, uma vez que o seu principal objetivo, em virtude do formato desse tipo de material, é compreender os pressupostos teóricos dessa corrente em específico.

No caso de TCC, por sua vez, verifique o que é comum na sua instituição: uma revisão teórica, um estudo de caso ou uma pesquisa aplicada.

Saber o que a sua instituição pede é crucial para que você entregue uma proposta que esteja de acordo com o que costuma ser exigido dos alunos pesquisadores.

Já no caso de artigos científicos, o mais interessante é que o seu material seja direcionado para o formato que a revista costuma publicar, e, ainda, para um tema que esteja dentro do seu escopo, isto é, dos seus objetivos.

Compreenda os tipos de materiais antes mesmo de delimitar o tema.

Por fim, é essencial que você faça uma busca sistematizada para chegar aos materiais que embasarão o seu tema, pois você poupará tempo e justificará, ao leitor, as suas escolhas.

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