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Pontuação para ingresso em um curso de mestrado: artigos científicos sem DOI, anais de congresso e periódicos – O que você deve saber sobre o sistema de pontuação?

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O sistema para ingresso em um curso de mestrado: elementos básicos que você deve saber sobre o sistema de pontuação

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão fundamental que pode lhe ajudar a ingressar em um programa de mestrado que tenha a ver com as suas aspirações enquanto pesquisador. Estamos nos referindo ao sistema de pontuação. Embora cada instituição tenha as suas próprias regras, há alguns mecanismos básicos que podem lhe ajudar a compreender como esse sistema funciona e o que costuma ser avaliado em um processo seletivo. Algo que pode variar bastante de instituição para instituição é a quantidade de pontos a ser atribuída para cada uma das atividades acadêmicas fundamentais (publicação de artigos científicos e participação em eventos científicos com apresentação de trabalho, mas não só). Pretendemos esclarecer neste post quais são os materiais científicos que podem ou não serem pontuados em um processo. Há uma pluralidade de atividades que têm especificidades.

Quais os tipos de publicações contabilizadas em um processo seletivo?

O post de hoje pretende responder à seguinte questão: os artigos científicos publicados em anais de evento ou periódicos são pontuados em um processo seletivo para ingresso em um curso de mestrado/doutorado? Para ingresso em um programa desse tipo, há materiais que são pontuados mais ou menos que os artigos publicados em periódicos (anais, por exemplo)? Os artigos com DOI pontuam mais? Há materiais científicos que não podem ser pontuados de nenhuma forma nesse processo? Essas são algumas das variáveis sobre as quais iremos conversar hoje. O primeiro aspecto que precisamos pontuar é que o mundo acadêmico é composto por uma série de peculiaridades. Há uma série de informações e questões com as quais não estamos acostumados, e, dessa forma, é preciso que compreendamos esses processos de pesquisa. Assim, é muito comum que tendamos a inserir tudo em uma mesma situação.

Como funciona o processo seletivo?

Como funciona o processo seletivo?Antes de mais nada, é de suma importância que compreendamos como funcionam os processos seletivos. Embora tenham as suas especificidades, há alguns aspectos gerais que podem lhe ajudar a se preparar para o ingresso em um programa de mestrado ou doutorado. É essencial que você saiba que cada processo seletivo tem a personalidade da instituição que o está oferecendo. Para saber o que está em jogo nesse processo seletivo, é crucial que você consulte o edital a fim de que compreenda quais são as exigências devidas e as etapas. Entretanto, a CAPES, que é quem regula a nossa pós-graduação, determina que todo processo seletivo a ser oferecido deve ater-se a uma questão específica. Para que as vagas para ingresso nesse programa sejam legítimas, é fundamental que a instituição, antes de qualquer coisa, lance um edital. Cada instituição e programas a ela vinculados têm um edital específico.

Consulte o edital de sua instituição

O primeiro passo nesse processo de preparação é baixar o edital que irá nortear toda a sua atuação nesse processo seletivo. O edital aponta o que você pode ou não fazer; o que pode ser pontuado e o que não pode, assim como aquilo que é pontuado em uma menor proporção. Nesse sentido, não podemos afirmar que um critério vale mais do que o outro, pois essa maior pontuação varia de acordo com cada contexto. Com isso, podemos pensar na publicação em anais de congressos e em periódicos científicos. A primeira coisa que precisamos compreender é o que caracteriza os anais de eventos. Os anais nada mais são do que materiais que apresentamos após a nossa participação em um evento científico. Dentre os materiais que podem ser solicitados, temos os artigos científicos. Todavia, em primeiro lugar, o mais comum é que o evento solicite que você apresente um resumo simples ou um resumo expandido.

A lógica de um congresso científicoA lógica de um congresso científico

Um evento científico pode solicitar a apresentação de um resumo sistematizado ou expandido ou, ainda, um artigo científico de antemão. Esse material será apresentado no evento científico em questão, e, depois, pode ser convertido em um material mais profundo, que explore de forma mais detalhada as questões apresentadas no evento. Esse material pode ou não ser publicado online, porém, é nosso dever afirmar que, hoje em dia, a maioria dos ingressos que abrem espaço para que essas discussões sejam publicadas em anais publicam esses resultados online, para que todos tenham acesso (até mesmo aqueles que não participaram do evento). Todavia, é fato que o alcance desse material é menor do que o de um periódico (a não ser que os organizadores desses anais insiram a discussão em uma revista indexada em uma base de dados).

O que você deve saber sobre a publicação em congressos?

A partir do momento em que escolhemos publicar nos anais de um congresso, devemos manter em mente que é preciso que participemos primeiro desse evento (seja de forma presencial ou online, como é comum nesse momento pandêmico que estamos vivendo). Contudo, antes de podermos nos apresentar nesse evento, é preciso que submetemos o material prévio que está sendo solicitado (um resumo ou artigo). Todos os materiais recebidos para comporem esse evento estão passíveis a serem publicados em anais. A publicação destes anais costuma ser feita no próprio site do evento (ou da instituição que está sediando). Para que você tenha acesso ao conteúdo reunido pelos organizadores do evento é preciso que você acesse o site e baixe o material. Assim sendo, quando discutimos sobre os anais, é preciso que você compreenda como eles são organizados e divulgados à comunidade (científica ou não).

O que configura um periódico?

 O alcance é o que mais diferencia a publicação em anais e em periódicos. Os periódicos são revistas científicas que, de forma periódica, publicam materiais científicos nas áreas e linhas de pesquisa selecionadas. A Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, por exemplo, funciona no formato de fluxo contínuo. Nós não fechamos uma única edição, de modo que temos novos materiais com bastante frequência. Uma vez que muitas revistas já fazem isso, esta é uma tendência mundial, mas ainda tem sido popularizada no Brasil. Há várias revistas que publicam a cada três meses, semestralmente, quadrienalmente, anualmente etc. Nesse sentido, acreditamos que o que irá impactar nesse processo seletivo não é apenas o alcance desse material, porém, se você escolhe uma revista que se compromete a fazer com que o seu material chegue às pessoas, ele será citado, logo, as pessoas depositarão um voto de confiança em você.

Os critérios de um editalOs critérios de um edital

Como temos frisado, o sistema de pontuação nos processos seletivos ocorre de forma muito específica a depender da instituição na qual você deseja ingressar, porém, podemos pensar em alguns exemplos que podem lhe ajudar a compreender melhor esse processo. Por exemplo, podem ser atribuídos dois pontos para a publicação de artigos em periódicos, porém, a depender da qualis da revista responsável por essa publicação, o candidato pode não conseguir atingir  os dois pontos redondos. Outros editais podem aceitar outros tipos de publicações, porém, eles podem pedir para que você comprove o impacto que esse material tem na sociedade (citações, por exemplo). Se o seu material estiver publicado em uma base de dados aberta, será avaliado o seu índice H para mensurar tal impacto. Se a publicação pertencer a uma base fechada, os índices serão outros (cada base fechada nomeia o seu índice).

Qual o melhor: periódicos ou anais?Qual o melhor: periódicos ou anais?

Do ponto de vista estratégico, pensando que certos tipos de materiais podem fazer com que você pontue melhor em um processo seletivo, acreditamos que os materiais que têm um notável alcance, isto é, impacto (que será mensurado a partir dos indicadores da base na qual foi publicado), que chegam até a sociedade, são mais valorizados, contabilizados. Os anais, portanto, podem ser pontuados em uma menor proporção, porém, como temos reiterado, tudo irá depender do sistema de pontuação adotado pelo programa de mestrado no qual você deseja ingressar. Pode ser que você se depare com uma situação inversa (anais sendo bem pontuados, por exemplo). Entretanto, quando participamos de uma seleção para ingresso em um programa desse tipo, há outras variáveis que devem ser levadas em consideração. É preciso que você saiba quais são os interesses daqueles responsáveis por avaliar o seu engajamento com a ciência.

A avaliação em um processo seletivoA avaliação em um processo seletivo

Além dos aspectos que perpassam pela dimensão documental, há outros critérios levados em consideração por aqueles responsáveis por analisar o seu currículo, projeto e engajamento com a ciência. A nossa principal missão em um processo seletivo, sobretudo se você está tentando ingressar em uma instituição na qual nunca estudou antes, é a de demonstrar que estamos interessados na ciência e nas atividades dela sucedidas. Essas questões são importantes de serem apresentadas, porque os orientadores possuem uma quantidade máxima de pesquisadores que podem orientar, e, dessa forma, eles precisam adotar alguns critérios para que escolham alunos que tenham a ver com os seus interesses de pesquisa (escolher por aqueles que trabalham com uma linha de raciocínio próxima a desse professor). Esses professores certamente darão preferência para os alunos que estejam alinhados.

O que os professores avaliam em um processo seletivo?

Além da verificação dos interesses de pesquisa desse candidato (se há um alinhamento), os professores, nesse processo seletivo, avaliam se o candidato consegue escrever de forma científica, embasada na ciência e não em informações sem sentido, sem respaldo, meros achismos. O que queremos reiterar nesse processo é que as pessoas que estão na banca de avaliação estão procurando por pesquisadores engajados com a ciência. Assim, ao notarem que você já está envolvido com as atividades que perpassam pela publicação de materiais científicos, depositarão um voto de confiança, o que pode ampliar as suas chances de aprovação nesse processo. Isso é vantajoso para você, pois muitas pessoas que estão passando por esse processo seletivo não têm o hábito da publicação, o que lhe coloca à frente. Nunca se esqueça que um curso de mestrado e doutorado contribuem com aqueles que querem ser pesquisadores.

É apenas a dissertação ou tese que estão em jogo em um curso de mestrado/doutorado?

É fato que o produto final de um curso de mestrado é a elaboração de uma dissertação, e, no caso do doutorado, de uma tese, porém, muito se enganam as pessoas que acham que esses serão os únicos materiais que deverão desenvolver ao longo desse curso. A pressão pela publicação de artigos de forma conjunta é comum, e, além disso, muitas instituições estão trocando essa elaboração convencional pela dissertação/tese escrita a partir de artigos científicos. Há instituições, como é o caso do núcleo de saúde da USP, que preferem que esses pesquisadores apresentem, ao invés de um tese convencional, cinco artigos escritos, submetidos e aprovados por revistas científicas expressivas nas áreas nas quais atuam. Cada programa pode definir uma quantidade de artigos que substituirão o produto final convencional. Os elementos pré e pós textuais continuam, mas o corpo do texto é substituído pelos artigos.

A tendência da publicação de artigos científicos

Como temos demonstrado, acreditamos que a substituição do modelo convencional de trabalho final pelos artigos submetidos e aprovados por revistas significativas é uma tendência que veio para ficar, pois já notamos que a pressão pela publicação de artigos é uma realidade na maior parte de nossas instituições de ensino espalhadas por todo o país. Essa lógica tem sido bem aceita, porque os programas têm sido pressionados pela CAPES para incentivarem a produção massiva e contínua de artigos, uma vez que essa tendência aumenta a nota a ser recebida pelo programa, logo, o seu acesso a recursos e investimentos em pesquisas. Entende-se que é essa publicação que fará com que esses programas atinjam o impacto tão cobrado.

Hoje em dia não é apenas a comunidade científica que cobra desses pesquisadores, professores e instituições o feedback por meio da apresentação dos resultados de suas pesquisas. A própria sociedade civil cobra pelo impacto, isto é, por soluções e reflexões que possam tornar a vida em comunidade melhor para todos. Nesse sentido, é de suma importância que você compreenda como funciona esse universo da publicação para que você possa ser beneficiado dentro dessa comunidade. Por fim, sobre o DOI, você precisa saber que ele se trata de um registro que garante que a publicação possa ser acessada para sempre. É um mecanismo que tem sido cobrado pela própria plataforma Lattes, logo, pelas instituições mais tradicionais.

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