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Metodologia Bim: modelagem do centro de convenções da universidade federal do Maranhão

RC: 98928
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SAMPAIO, Francisco Rodrigo Caldas [1], SANTOS, Gabriel Pereira [2], PAIXÃO, Louryval Coelho [3], RAPOSO, Ana Karoliny da Silva [4]

SAMPAIO, Francisco Rodrigo Caldas. Et al. Metodologia Bim: modelagem do centro de convenções da universidade federal do Maranhão. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 10, Vol. 04, pp. 100-116. Outubro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/centro-de-convencoes

RESUMO

A utilização da metodologia BIM – Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção, vem crescendo no mercado da construção civil. Dentre suas vantagens, modelos de projetos com informações compartilhadas são de grande relevância, pois promovem o acompanhamento do desenvolvimento do projeto, planejamento da execução da obra e até mesmo a manutenção. No entanto, para que a metodologia entre em prática, é necessário a permissibilidade da interoperabilidade de informações entre softwares distintos. O Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão é um edifício que necessita de reformas, mas devido à grande dimensão da edificação é difícil localizar pontos de erros de execução da obra ou que necessitem de manutenção, logo este trabalho teve como objetivo, através da metodologia BIM, a modelagem tridimensional do Centro de convenções da UFMA em um modelo BIM para auxílio do planejamento de manutenção e reformas, além de identificar pontos de conflito na execução da obra do prédio. Como metodologia de pesquisa foi utilizado o método de estudo de caso, no qual foram empregados softwares BIM como o REVIT e NAVISWORK para modelagem 3D, verificação de compatibilidade dos projetos da edificação e realização da extração de dados de quantitativos. Os resultados deste presente trabalho é um modelo 3D BIM da edificação, que possibilitou identificar pontos de conflitos entre projetos, quantitativos de dados de esquadrias, áreas por metro quadrado, pisos e itens de banheiros, possibilitando planejamentos e orçamentos de manutenções de reformas da edificação. Então, concluímos que um modelo BIM é essencial para um edifício de grande porte, pois, para o Centro de convenções, verificamos que este é indispensável, pois possibilita planejamentos de manutenções necessárias em tempo hábil, além disso, percebe-se a importância de implementar o método em outras edificações do Campi.

Palavras-chave: BIM, Compatibilização, Interoperabilidade, REVIT, NAVISWORK.

1. INTRODUÇÃO

BIM é uma tecnologia da informação aplicada à construção civil, consolidada em softwares que oferecem ferramentas aplicáveis a todo ciclo de vida de um projeto, possibilitando em uma única plataforma de informações a modelagem, o armazenamento, gerenciamento de dados entre as várias áreas de especialidades sobre uma edificação. Facilitando, assim, o acesso a informações sobre uma edificação ou instalação que se deseja construir, não apenas possibilitando a modelagem e visualização gráfica tridimensional, mas também oferecendo soluções fundamentadas em elementos que permitem atualizações automatizadas (AGÊNCIA CBIC, 2019).

Por muito tempo era frequente diversos tipos de erros na execução de uma obra devido a incompatibilidades de projetos durante sua concepção, decorrente de uma ineficaz comunicação entre as áreas atuantes da empreitada. Para mitigar esses erros foi necessário que a comunicação e compartilhamento de dados entre os profissionais da obra seja constantemente atualizado. Então como resposta para esse problema surge a metodologia BIM – Building information Model. O conceito BIM, que traduzindo para o português significa modelo de informação da construção, é um conjunto de informações obtidas de um projeto de construção desde a concepção a execução, com a permissibilidade de atualizações durante todo o ciclo de vida da obra (VENÂNCIO, 2015).

Para Eastman (2021) o BIM pode ser entendido como a preparação de modelos computacionais 3D de uma edificação em escala dentro de um ambiente virtual, esses tipos de modelo podem ser exatos em qualquer escala, são gravados e carregados na forma digital, além de maneira automatizada permitem o detalhamento e análise de seus dados estruturais, custos, elementos e uma variedade de ferramentas computacionais, informações que o modelo físico em escala não permite.

O Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão como qualquer outra edificação necessita de manutenções, por ser um edifício de grande porte é difícil localizar áreas ou pontos que necessitem de reformas ou erros de execução da obra, logo, o objetivo deste artigo é conceber um modelo tridimensional BIM para o Centro de Convenções da UFMA, para que seja utilizado em planejamentos de futuras reformas e para demonstrar a aplicação da metodologia BIM por meio de um estudo de caso, utilizando ferramentas BIM de modelagem e compatibilização de projetos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 VANTAGENS BIM

 Entre as principais vantagens da tecnologia BIM está o desenvolvimento de projetos completos e seguros, exigindo um planejamento mais completo, com a finalidade de assegurar precisão nos modelos. As correções realizadas pelos especialistas são compartilhadas em tempo real, logo os dados das demais disciplinas do projeto correlacionados sejam atualizados de forma simultânea, evitando interferências ou conflitos, possibilitando sanar problemas e assegurar a compatibilidade antes da execução da obra (GONÇALVES JR, 2017).

Outra vantagem encontrada nos projetos com metodologia BIM, é sem dúvida, o desenvolvimento de projetos completos e confiáveis, exigindo um aprofundamento ainda maior no planejamento, a fim de garantir precisão em especificações, compatibilização de informações e demais documentações do projeto (PEREIRA, 2017)

2.2 INTEROPERABILIDADE

De acordo com Praia (2019) a compatibilização de projetos pode ser compreendida como uma forma de comunicação entre diversas áreas de especialidades de projetos de uma obra, trazendo garantias e eficiência para o edifício, além de identificar conflitos causados por interferências antes da etapa de execução do modelo. Essa metodologia pode contribuir para solucionar a fragmentação das informações, que resulta em problemas como falta de compatibilidade entre os projetos de arquitetura e engenharia, perda de documentos e baixa produtividade (BASTO; LORDSLEEM JR, 2016).

A tecnologia BIM possibilita o compartilhamento de dados de um projeto entre softwares, pois de acordo com Eastman (2021) a interoperabilidade é a capacidade de transferência de dados entre softwares, que extingue a necessidade de se copiar manualmente dados gerados em outros programas, além de colaborar para que múltiplos softwares trabalhem de forma conjunta no projeto. Segundo Barros; Melo (2020) a interoperabilidade é definida como um processo de múltiplas fases e com vários integrantes, que precisam de troca de informações durante todo ciclo de vida do projeto. Por outro lado, poucas trocas de informações reduzem a eficiência da interoperabilidade e limita o uso método BIM no projeto.

 2.3  SOFTWARES BIM

Os softwares BIM se dividem entre dois grupos: o grupo de modelagem que possuem a tarefa de modelar arquiteturas, estruturas e instalações, e o segundo grupo que tem a responsabilidade de reunir os dados gerados pelo modelo BIM, com o objetivo de facilitar a coordenação de um projeto em todo seu ciclo de vida (MONTEIRO et al., 2017).

Atualmente existem várias opções destes softwares disponíveis no mercado, com diferentes soluções para executar diferentes tarefas. Entre os mais utilizados e conhecidos no mercado podemos citar o AUTODESK REVIT, AUTODESK NAVISWORKS, ARCHICAD (GRAPHISOFT), NAVIGATOR (BENTLEY), CYPECAD (CYPE).

O AUTODESK REVIT apresenta ferramentas e mecanismos automatizados para que profissionais da construção civil possam coordenar e gerenciar com precisão projetos completos através da modelagem de informações de construção para arquitetura, engenharia Civil e diversos tipos de construção. Já o AUTODESK NAVISWORKS é voltado para gestão ou compatibilização de projetos, que possibilita que os profissionais da área de construção civil integrem modelos de diferentes disciplinas em um único arquivo, possibilitando coordenação e planejamento do projeto (AUTODESK, 2021)

2.4 NÍVEIS DE DETALHAMENTO DO MODELO – LOD BIM

O Nível de Desenvolvimento (Level of Development – LOD), é definido como um critério de maturidade e usabilidade de um Modelo BIM para as diferentes fases de um projeto (SOUZA, 2020). LOD refere-se à quantidade níveis de informações e detalhes que um modelo (elemento) irá agregar, sendo este dividido em seis níveis de categorias, na qual cada uma dessa categoria possui níveis de detalhamento que se enquadra em um LOD específico.

De acordo com Cezar (2017) os seis níveis de desenvolvimento por categoria são:

(a) LOD 100: o primeiro nível de desenvolvimento, é um modelo conceitual que contará com o mínimo de informações e com poucos detalhes. É indicado para fase de análise da concepção do projeto, com os estudos de volumes, áreas e alturas, e para estimativas de custos e prazos. Todos os parâmetros nesse nível são genéricos;

(b) LOD 200: neste segundo nível tem-se um modelo representado com um sistema genérico, sendo equivalente a fase do anteprojeto, os elementos possuem geometrias e dimensões definidas, quantitativos e localização próximas a realidade, onde se é possível identificar o objeto, possui informações básicas necessárias para uma análise inicial do projeto estrutural, também possibilitando iniciar a fase de coordenação de projetos;

(c) LOD 300: Os elementos modelados possuem geometrias com formas, tamanhos, quantidades precisas e localização que projetam as condições reais da edificação. Neste nível permite a vinculação de informações não geométricas ao modelo;

(d) LOD 350: neste nível, os elementos possuem detalhes que representam a forma de interação entre os objetos e os diversos sistemas da edificação com outros elementos gráficos e definições escritas.

(e) LOD 400: Os elementos do modelo possuem detalhes adicionais e estruturas completas, com detalhamento, montagem, quantitativo, tamanho, formas, orientações e localizações precisas. Possibilita a obtenção de documentação legal, possibilitando o modelo a ser usado durante a execução da obra;

(f) Neste último nível de desenvolvimento, além das características do LOD 400, tem-se um modelo equivalente ao projeto construído, os elementos possuem a modelagem visando manutenção, operações e criações de manuais.

2.5 LEGISLAÇÃO BIM PARA OBRAS PÚBLICAS

Através do Decreto N º 10.306 de 2 de abril de 2020, no Art. 1º:

Este Decreto estabelece a utilização do Building Information Modelling – BIM ou Modelagem da Informação da Construção na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia, realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal, no âmbito da Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling– Estratégia-BIM BR, instituída pelo Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019.

2.6 BIBLIOTECA BIM BRASIL

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) disponibiliza uma biblioteca gratuita, que conta em seu conteúdo para downloads elementos construtivos que são divididos por categorias, subcategorias, software e tipos. Na plataforma, também é disponibilizado para downloads de forma gratuita normas, manuais e guias relacionados a tecnologia BIM, a Plataforma BIMbr promove o uso da tecnologia BIM (CBIC, 2019).

2.7 MODELAGEM DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS DO PROJETO

De acordo com Netto (2016) todos os elementos do AUTODESK REVIT pertencem a uma família. A família é um conjunto de objetos da mesma categoria e com parâmetros e funcionalidades análogos. Para exemplificar o que é uma família no software podemos citar grupos de janelas, portas, vasos sanitários, móveis ou quaisquer elementos construtivos. Segundo a autora da bibliografia Revit Architecture as famílias são divididas em três tipos, sendo Famílias do sistema, Famílias RFA (carregáveis) e Famílias modeladas no local.

2.8 DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

O Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão encontra-se em fase de construção concluída e já entregue a Universidade. Está localizado na Cidade Universitária Dom Delgado, no bairro Vila Bacanga. Trata-se de um edifício de grande porte, possui uma área de 8.802 m² e conta com quatro miniauditórios, vestiários, camarins, cozinha industrial, uma cantina, salas de administração, almoxarifado, palco, sala de som e sanitários.

Figura 1 – Centro de convenções da Universidade Federal do Maranhão

Fonte: Portal UFMA

3. METODOLOGIA

Como metodologia de pesquisa, o trabalho utiliza o estudo de caso, tendo como objeto de estudo o Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão. Com a obtenção das plantas baixas dos projetos de arquitetura e estruturas de concreto armado, foi realizada a escolha dos softwares disponíveis no mercado que se encaixaram com o objetivo do estudo. Para as tarefas de modelagem e análise de interferências na compatibilidade, respectivamente, foram escolhidos os softwares AUTODESK REVIT (2021) e NAVISWORKS MANAGE (2022), ambos com licença estudantil.

Definiu-se o nível de desenvolvimento (LOD 200 a 300) para a modelagem do projeto, suficiente para alcançar o objetivo proposto deste artigo. Inicialmente modelou-se o projeto arquitetônico a partir da planta baixa de arquitetura, criou-se famílias de portas, janelas e outros elementos construtivos, utilizando como guia o livro Revit Architecture da autora Claudia Campos Netto. O próximo passo foi a modelagem do projeto estrutural utilizando da planta baixa, criando vigas e pilares paramétricos para atender a necessidade do projeto.

Para verificação de interferência entre os projetos, importamos os arquivos do modelo concebido no REVIT no formato de extensão industry foundation classes (IFC) para o software NAVISWORKS, então realizamos testes de conflitos entre arquitetura e a estrutura. Após a conclusão das etapas anteriores, para finalizarmos fez-se a geração das tabelas quantitativas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROJETO ARQUITETÔNICO

A modelagem do projeto arquitetônico foi um processo demorado em função da dimensão e complexidade da edificação. Apesar das plantas baixas necessárias para a concepção do projeto, algumas informações deixaram dúvidas e incoerências sobre a localização de alguns elementos do edifício. Não obstante, o fato de o REVIT permitir uma visualização tridimensional da edificação, facilitou para sanar as dúvidas e incoerências, possibilitando a verificação imediata de erros. Circunstância, importante a ser ressaltada, pois não permitiria que um projeto com incompatibilidades chegasse na fase de execução da obra, causando prejuízos ao construtor. A Figura 2 é uma renderização do projeto arquitetônico.

Figura 2 – Renderização do Modelo

Fonte: Autores (2021)

4.2 PROJETO ESTRUTURAL

O AUTODESK REVIT oferece ferramentas intuitivas para modelagem de elementos estruturais. Por padrão, o software já vem instalado com vigas e pilares genéricos, no qual a parametrização dos objetos nos permite modelarmos diferentes seções e dimensões dos elementos estruturais. O Grid de eixos de localização facilita a inserção desses elementos no modelo, otimizando tempo nesta etapa. A Figura 3 é um render do projeto estrutural.

Figura 3 – Renderização da estrutura

Fonte: Autores (2021)

4.3  MODELO BIM DO CENTRO DE CONVENÇÕES

Aplicando a metodologia BIM, através da ferramenta de vínculos, uniu-se o projeto arquitetônico e estrutural em um só modelo, facilitando a verificação de interferências entre as disciplinas, possibilitando que os especialistas trabalhem de forma conjunta e tenham atualizações de dados em tempo real, desta maneira praticando o método e logrando o objetivo desse estudo. Na imagem podemos visualizar os projetos de arquitetura e estrutural vinculados. A Figura 4 é uma renderização do modelo BIM.

Figura 4 – Render do modelo Vinculado.

Fonte: Autores (2021)

4.4 COMPATIBILIZAÇÃO DOS PROJETOS ARQUITETÔNICO E ESTRUTURAL

A fim de explorar a permissibilidade de interoperabilidade da metodologia BIM, uma vez modelados os projetos de estruturas e arquitetura, ambos foram importados para o AUTODESK NAVISWORKS. Através deste software foi possível vincular os dois arquivos, e de forma automatizada localizar conflitos de elementos construtivos que estavam se sobrepondo numa mesma posição.

Ao realizar o teste de interferência entre a arquitetura e a estrutura foram localizadas 1523 interferências entre os objetos dos modelos analisados. A maior incidência é devido ao encontro entre lajes e pilares, paredes e vigas ocupando o mesmo espaço no modelo. De acordo com a Figura 5 podemos visualizar um conflito entre viga e parede.

Figura 5 – Conflito entre viga e parede

Fonte: Autores (2021)

Também foram encontrados conflitos entre elementos estruturais e arquitetônico conforme mostrado na figura 6. Pode-se visualizar que a viga está se chocando a rampa, sendo assim, seria necessário que o projeto voltasse a fase de concepção para devida correção.

Figura 6 – Conflito entre viga e rampa

Fonte: Autoria própria.

4.5  TABELAS QUANTITATIVAS

A extração automatizada de objetos de um modelo BIM é uma das funcionalidades mais aproveitadas por aqueles que começam a utilizar a plataforma. Ela garante consistência, precisão e celeridade de acesso às informações das quantidades, que poderão ser divididas e organizadas de acordo com as fases definidas no planejamento e cronograma de execução da obra (CBIC, 2016).

Foi utilizada a ferramenta de tabelas do Autodesk Revit, para a extração de quantitativos de dados dos elementos da edificação do Centro de Convenções da UFMA, como a contagem da área de paredes, janelas, portas, informações que podem ser utilizadas para planejamento, permitindo eficiência e eficácia na fase orçamentária de custos. Utilizando a ferramenta de tabelas podemos extrair qualquer dado e informação do Modelo BIM, facilitando e otimizando o tempo de trabalho, essas tabelas se tornam importante na fase orçamentária, pois permite maior precisão de materiais e dados sobre os materiais. Na Tabela 1 contém as informações obtidas das janelas.

Tabela 1 – Quantitativo e Dimensões de Janelas obtido através do REVIT.

Janela   Quantidade   Largura   Altura
J1 26 0,60 m 0,60 m
J2 38 0,60 m 1,80 m
J3 10 1,80 m 0,60 m
J4 5 1,80 m 1,50 m
J5 4 2,40 m 0,60 m
J6 3 2,40 m 1,00 m
J8 1 0,60 m 1,20 m
J9 17 0,60 m 1,20 m
J10 11 0,60 m 1,20 m
J14 18 0,60 m 1,80 m
J15 2 1,80 m 1,20 m
J17 6 1,80 m 1,20 m
Total geral: 141

Fonte: Autores (2021)

Na Tabela 1 extraímos informações sobre as janelas com suas devidas dimensões e modelos, no qual facilitada a identificação da esquadria, podemos visualizar a quantidade de janela de cada modelo e o total. Na Tabela 2 Temos as mesmas opções de dados para as portas, quantidade de cada modelo e dimensão, logo, as informações sobre esses dois elementos são bem precisas.

Na Tabela 2 está contida as informações obtidas das portas.

Tabela 2- Quantitativo e Dimensões de Portas obtido através do REVIT.

Tipo   Quantidade   Altura   Largura
P1 34 2,10 m 0,80 m
P2 13 2,10 m 1,40 m
P3 1 2,10 m 1,60 m
P4 3 2,10 m 1,60 m
P5 1 2,10 m 2,00 m
P11 12 3,08 m 1,45 m
P12 2 2,80 m 1,40 m
P13 1 2,80 m 2,20 m
P17 2 2,10 m 1,00 m
Total Geral 69

Fonte: Autores (2021)

Na tabela 3 está contida as informações obtidas de alvenaria, extraímos dados de acordo com o tipo, temos dados de metro quadrado por tipo e o total.

Tabela 3 – Área da alvenaria obtido através do REVIT.

Tipo   Área
Alvenaria externa 86.83 m²
Parede 0,15 m 4124.95 m²
Parede 0,20 m 562.56 m²
Parede 0,20 m x 1,00 m 61.53 m²
Parede 0,25 m 63.95 m²
Parede 0,90 m 1949.25 m²
Parede 1,00 m 2.09 m²
Parede balcão 15.72 m²
Parede cortina – vidro com montantes 149.38 m²
Parede da bancada do bar 12.45 m²
Parede externa 0,15 m 300.34 m²
Parede Gesso 206.28 m²
Parede painel metal 110.46 m²
Parede palco 37.56 m²
Total geral 7683.35 m²

Fonte: Autores (2021)

Na tabela 4 está contida as informações obtidas sobre pisos, no qual conseguimos dados sobre o modelo de piso, a área e o total, facilitando identificação de ambiente no qual ele seria inserido e na fase de orçamento para compras.

Tabela 4 – Área de pisos obtido através do REVIT.

Tipo Área
Soleira 4.13 m²
Piso Sanitários 328.28 m²
Piso Salão 3214.14 m²
Piso palco 463.16 m²
Piso Jardim interno 60.35 m²
Piso Granito Cinza Corumbá 1990.33 m²
Piso Cerâmico Gyotoku granitti bianco 2386.95 m²
Patamar escada 8.31 m²
Painel lateral 1.16 m²
Mármore Preto 4.98 m²
Laje externa 0,10 m 986.83 m²
Concreto aparente 849.00 m²
Bancada granito cinza andorinha 5.56 m²
Total geral 10303.18 m²

Fonte: Autores (2021)

Logo, podemos verificar que através dos dados obtidos dos softwares, expostos nas tabelas, é possível realizar um planejamento para reformas e manutenções do Centro de Convenções da UFMA, pois possuímos dados de quantitativos de áreas, esquadrias e portas, utilizando deste modelo BIM, podemos extrair até mais dados para realizações de planejamentos e orçamentos.

5. CONCLUSÃO

Consideramos que o objetivo foi alcançado, utilizando o software AUTOSDEK REVIT e NAVISWORKS foi desenvolvido o modelo BIM do Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão, há de ressaltar que o processo da metodologia BIM foi realizado de acordo com as referências bibliográficas. Além disso, chegamos à conclusão de que através do estudo de caso foi possível entender o conceito BIM, perceber a relevância do seu uso na concepção e gerenciamento de projetos, e devemos lembrar que BIM é o método e os softwares BIM são as ferramentas desse método.

Ao modelar e compatibilizar os projetos de arquitetura e estruturas, foi possível detectar centenas de interferências, devido baixa a perícia de utilização dos softwares e o nível de desenvolvimento (LOD) do projeto. Como o Centro de Convenções já está finalizado e entregue a Universidade, acredita-se que os dados gerados neste trabalho podem contribuir para futuras manutenções na edificação e difundir a utilização da tecnologia BIM, além de facilitar sua implantação na Universidade Federal do Maranhão – UFMA, proporcionando a modernização e manutenção de todos os edifícios do Campi.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA CBIC, ABDI disponibiliza maior biblioteca pública BIM do mundo. 2019 Disponível em: < https://cbic.org.br/es_ES/35015-2/ >:Acesso em 19 mar. 2021.

AUTODESK, Disponível em: < https://www.autodesk.com.br/products/revit/overview?term=1-YEAR> acesso em: 20/04/2021, às 18:20.

BARROS, Fernando da Costa. MELO, Humberto Coelho de. Estudo sobre os benefícios do BIM na interoperabilidade de projetos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol. 08, pp. 74-91. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenhariacivil/interoperabilidade-de-projetos, DOI:10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/interoperabilidade-de-projetos. Acesso: 17 mar. 2021

BASTO, P. E. de A.; Lordsleem Junior, A. C. O ensino de BIM em curso de graduação em engenharia civil em uma universidade dos EUA: estudo de caso. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 16, n. 4, p. 45-61, out./dez. 2016. ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212016000400104

BRASIL, 2020. DECRETO Nº 10.306, DE 2 DE ABRIL DE 2020, Acessado em https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.306-de-2-de-abril-de-2020-251068946. 20/04/2021, às 18:20.

CBIC (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ). Implementação BIM – Parte 1: Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras. Brasília, 2016.

CEZAR, Ricardo Teixeira Almeida. Estimativa inicial de custos através de características geométricas, programação visual por algoritmo e BIM. 117f. il. 2017. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso) – Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017.

EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: Um guia de modelagem da informação da construção. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2021.

GONÇALVES JR, F. Os ganhos que o Building Information Modeling (BIM) traz para uma obra. Disponível em: < https://www.sienge.com.br/blog/os-ganhos-que-o-building-information-modeling-bim-traz-para-uma-obra/> Acesso em:17 mar. 2021.

NETTO, Cláudia Campos. Autodesk Revit Architecture 2016 – Conceitos e Aplicações. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MONTEIRO, Ana Caroline Nogueira. et al. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: IMPORTÂNCIA, MÉTODOS E FERRAMENTAS. Revista Campo do Saber, Cabedelo, v.3 – n 1 – jan/jun de 2017

PEREIRA, Nilton de Jesus. Utilização da tecnologia Bim no desenho arquitetônico: Um Estudo De Caso. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, 2017.

PRAIA, Pedro. A plataforma BIM na compatibilização de projetos de arquitetura e estrutura: estudos de caso. Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília. Brasília-DF, 126 p. 2019

SOUZA, Marcus Vinicius de Souza Lima. Contribuições do Building Information Modeling (BIM) para obras públicas [manuscrito]: um estudo de caso para a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) da subestação de energia, 67f, 2020, monografia (Trabalho de conclusão de curso), Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto,2020.

VENÂNCIO, M. J. Avaliação da Implementação de BIM – building information modeling em Portugal. 2015. 374 p. Dissertação (mestrado) – Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia Universidade do Porto, Porto. 2014.

[1] Bacharel em Ciência e Tecnologia.

[2] Bacharel em Ciência e Tecnologia.

[3] Orientador. Doutor.

[4] Coorientador. Doutoranda.

Enviado: Abril, 2021.

Aprovado: Outubro, 2021.

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