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A importância da Fisioterapia Laboral na prevenção da Síndrome do Túnel do Carpo

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SILVA, Camila Sampaio da [1]

SILVA, Camila Sampaio da. A importância da Fisioterapia Laboral na prevenção da Síndrome do Túnel do Carpo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 04, Vol. 03, pp. 102-107. Abril de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/fisioterapia-laboral

RESUMO

 A síndrome do túnel do carpo (STC) é considerada a neuropatia mais comum por compressão periférica. Constitui aos chamados DORTs Distúrbios osteomusculares relacionados ao ambiente de trabalho, quando o trabalho é o principal fator de risco.  É uma importante causa de afastamento e/ou incapacidade para o trabalho.  Nesta revisão bibliográfica abordaremos a patologia, a sua relação com atividades laborais e o papel da Fisioterapia Laboral atuando na sua prevenção.

Palavras-Chave: Síndrome do Túnel do Carpo, Fisioterapia Laboral, doenças ocupacionais.

1. INTRODUÇÃO

A síndrome do túnel do carpo foi abordada inicialmente em 1854 por Sir. James Paget. Resulta da compressão do nervo mediano ao passar pelo túnel do carpo, apresentando como sintomatologia dores, sinais parestésicos nos dedos da mão (polegar, indicador, médio e metade do anular), limitação de movimento e diminuição de força muscular que são muito incapacitantes ao portador.  De acordo com Oliveira (2000, p.1442): “a síndrome do túnel do carpo é uma importante causa de incapacidade para o trabalho e motivo de regulações extensas e dispendiosas no ambiente de trabalho”. Muitos ficam impossibilitados de exercer suas funções temporariamente ou até mesmo acabam tendo sua carreira profissional cancelada. A Fisioterapia Laboral é de extrema importância na prevenção desta síndrome, evitando assim o seu desenvolvimento e agravamento, consequentemente o afastamento do empregado de suas atividades funcionais até uma cirurgia muitas vezes desnecessária e na maioria dos casos sem êxito.

O Fisioterapeuta laboral atua dentro da empresa com o objetivo de minimizar e/ou prevenir possíveis DORTs (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) popularmente conhecidos como LER (lesões por esforço repetitivo), melhorando assim a qualidade de vida do funcionário e contribuindo para sua maior produtividade evitando seu afastamento precoce. O Fisioterapeuta Laboral  orienta sobre as adaptações ergonômicas, desenvolve programas de exercícios laborais, colabora nas questões judiciais relacionadas às doenças ocupacionais, e com isso o profissional adquire maior rendimento dentro da instituição e um melhor bem estar físico e social também fora dela. (ALVES; OLIVEIRA; PREDONI, 2009). O objetivo desta pesquisa é descrever a patologia e a importância da Fisioterapia na prevenção e saúde do trabalhador.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O tipo desta pesquisa é uma  revisão bibliográfica e este tema abordado é de grande importância para a população, principalmente as que trabalham diariamente utilizando o computador e bastante as mãos para digitação, pois são bastante acometidos desta síndrome. Esta pesquisa contribui para todos como mais um trabalho referente aos inúmeros casos relacionados à Síndrome do Túnel do Carpo (STC) e a importância da Fisioterapia  atuando na prevenção desses casos, reduzindo doenças ocupacionais, trazendo grandes benefícios para as empresas e os trabalhadores.

3. SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

“A síndrome do túnel do carpo (STC) representa a neuropatia mais comum, mais bem definida e mais estudada do ser humano” (KOUYOUMDJIAN, 1999, p.505). É caracterizada pela compressão do nervo mediano na passagem do túnel do carpo causada por qualquer alteração que diminua o espaço dentro do túnel ou faça com que seus conteúdos se alarguem comprimindo a mobilidade do nervo. É uma constante causa de afastamento do trabalhador. O túnel carpal encontra-se abaixo do músculo palmar longo, e é determinado por quatro proeminências ósseas: proximalmente, pelo pisiforme e pelo tubérculo do escafóide; distalmente, pelo hámulo do hamato e pelo tubérculo do trapézio (HOPPENFELD, 2005, p. 85). Por essas quatro proeminências ósseas corre uma faixa rígida de tecido conjuntivo conhecida como ligamento transverso do carpo formando uma bainha fibrosa que contém anteriormente o túnel carpal no interior de um túnel fibro-ósseo. Esse túnel conduz os tendões flexores dos dedos e o nervo mediano.

“O nervo mediano pode ser comprimido na região do túnel do carpo por qualquer proliferação tenossinovial, anormalidade da articulação do punho, tumor ou anomalia muscular” (KOUYOUMDJIAN, 1999, p.505). Qualquer destas condições afetam a condução nervosa. Aproximadamente 20% das gestantes podem apresentar sintomas dolorosos do nervo mediano pelo fato de reter líquido, causando edema do túnel do carpo, os sintomas são especialmente na região distal ao punho (MAGEE, 2005, p.404). O índice é relativamente alto em pessoas que trabalham realizando tarefas manuais repetitivas como digitadores, empacotadores, auxiliares de enfermagem, operadores de caixa de registradora, telefonistas, mecânicos, etc.

As causas da STC são inúmeras, como exposição a vibração, cistos sinoviais, trombose, anomalias anatômicas, patologias sistêmicas, metabólicas, fraturas, entre outras (SEVERO et al, 2001, p.331). São citados na literatura a artrite reumatóide, o lúpus eritematoso sistêmico, tenossinovites, osteoartrites, os tumores ou pseudotumores, diabetes, neurofibroma, tuberculose, artrite séptica do punho, o uso crônico de corticosteróides e de estrogênios (anticoncepcional). Movimentos repetitivos, o excesso de força, posição inadequada, compressão e exposição a vibrações no trabalho contribuem muito para a sua aparição e agravamento. Conforme Deliberato (2002) casos de patologias ocupacionais vem crescendo muito atualmente nos países industrializados, que as características de organização do trabalho seguem o modelo da alta produtividade e a qualidade do produto sem preservar a saúde do trabalhador. Esta prática muito comum adotada por muitas empresas justifica o alto índice de afastamento de funcionários por doenças ocupacionais. “Quanto maior o tempo de exposição à repetitividade, maior a probabilidade de aparecimento dessa síndrome” (BARBOSA, 2002, p.43). Com o uso do computador, por exemplo, o digitador não muda de posição, não precisa fazer pausas. O tempo de uso é mais prolongado. Na máquina de escrever, era necessário fazer pequenos intervalos para retirar e colocar papel e procurar a grafia certa de algumas palavras. O que na época essa síndrome não era vista com muita frequência em digitadores.

4. FISIOTERAPIA LABORAL

A Fisioterapia Laboral é a especialidade da fisioterapia que atua na prevenção e tratamento de patologias ocasionadas no ambiente de trabalho e que prejudica não só de fato a saúde do trabalhador, mas seu desempenho nas suas atividades laborais levando até o seu afastamento.  Aborda aspectos da ergonomia, biomecânica e exercícios preventivos com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e desempenho do funcionário.  A Ergonomia é um dos principais recursos utilizados na Fisioterapia Laboral, tem por objetivo adaptar todo o ambiente de trabalho às necessidades do trabalhador. A atividade diária realizada em condições adversas, ao longo do tempo, pode acarretar diversos problemas à saúde física e mental e é por isso que o empregador deve compreender bem a relação entre as condições de trabalho e seus possíveis efeitos na produtividade dos funcionários. (SILVA E LUCAS, 2009). Existem acessórios que favorecem e muito e evitam um maior desgaste da articulação. O apoio de punho mouse/teclado de computador, por exemplo, evita que o punho permaneça em flexão acima de 25 graus. As orientações a respeito dos princípios ergonômicos contribuem para o paciente tanto na prevenção, quanto ao retorno às suas atividades laborais, melhorando seu desempenho. Algumas medidas simples como manusear de forma correta as ferramentas,  pegar objetos utilizando todos os dedos; utilizar a posição de pinça, utilizar posturas e posições corretas ao longo do dia contribuem efetivamente à saúde do trabalhador. Outra técnica fisioterapêutica é a Cinesioterapia Laboral, que consiste em uma prática saudável de exercícios físicos específicos e personalizados para cada empresa e setor. São feitas atividades diversificadas, porém a ênfase está nos exercícios de alongamento muscular, promovendo o relaxamento e fortalecimento de certos grupos musculares. Os benefícios dos exercícios são diversos. Além de prevenção, proporciona melhor saúde mental e intelectual como o todo gerando melhor qualidade de vida. Além disso, a prescrição de atividades físicas, visando aumentar a força muscular, é uma forma de reforçar regiões específicas diminuindo a sobrecarga nas articulações. O fortalecimento de grupos musculares, associados a um enfoque ergonômico, reduzem a possibilidade de os trabalhadores apresentarem doenças ocupacionais.(MENDES E LEITE, 2004).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A síndrome do túnel do carpo por levar uma perda significativa da função da mão, as pessoas acometidas ficam impossibilitadas de trabalhar. O portador dessa síndrome queixa-se principalmente dos problemas relacionados às suas limitações e incapacidades comuns, como realizar tarefas simples, suas atividades de vida diárias e dependendo de sua intensidade, até mesmo sua higiene pessoal. Muitos trabalhadores geralmente acabam sendo afastados das suas atividades ocupacionais ou até mesmo tendo sua carreira cancelada devido aos comprometimentos. Podendo levar ainda a um quadro depressivo, diante do seu futuro ameaçado.

A Fisioterapia Laboral é de extrema importância à saúde do trabalhador. Prevenir sempre será o melhor remédio.  Como foi descrito, os exercícios antes e durante a atividade laboral impede que patologias como está se instalem, evitando assim o afastamento deste empregado da empresa, gastos trabalhistas e o mais importante, que é contribuir para o bem estar dos trabalhadores e aumento da produtividade da empresa.

6. REFERÊNCIAS

ALVES, Henrique; OLIVEIRA, Izalvina; PEDRONI, Wemerson. Fisioterapia do Trabalho. FisioBrasil, Laranjeiras, Edição nº 96,p. 38-46, 2009.

ABRAHAMS, P.H; HUTCHINGS, R.T; MARKS, Jr. S.C. Atlas colorido de Anatomia Humana. 4º ed. São Paulo: Manole, 2003.

BARBOSA, Luz Guilherme. Fisioterapia nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. 1º Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

DANGELO, J. C; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3º ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

DANTAS, Fábio Galvão et al. Dor e parestesia nos membros superiores e diagnóstico da síndrome do túnel do carpo. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v64n4/a21v64n4.pdf. Acessado em 15/10/2018 às 13h.

DELIBERATO, Paulo C.P . Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Manole, 2002.

DIAS, Manuella; MEGIA, Dayana. A Influência da Fisioterapia Ergonômica para prevenção e tratamento de LER e DORT. Disponível em: http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/143_-_A_influYncia_da_Fisioterapia_ErgonYmica_para_prevenYYo_e_tratamento_de_LER_e_DORT.pdf. Acessado em 28/12/2018.

HOPPENFELD, Stanley. Propedêutica Ortopédica: Coluna e Extremidades. São Paulo: Atheneu, 2005.

KAROLCZAK, A.P.B et al. Síndrome do Túnel do Carpo. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/61877/000670269.pdf?sequence=1. Acessado em 30/09/2018 às 14h.

KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas.São Paulo: Manole, 2005.

KOUYOUNMDJIAN, João. Síndrome do Túnel do Carpo – Aspéctos Atuais. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v57n2B/1459.pdf. Acessado em 20/09/18 ás 15h.

MAGGE, D.J. Avaliação Músculo Esquelética. 4º ed. Manole, 2005.

MENDES, R.A.; LEITE, N. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. Manole, 2004.

OLIVEIRA, José. Controvérsias a respeito do diagnóstico clínico e eletrofisioológico e a relação com o trabalho. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext. Acessado em 20/10/2018 às 16h.

PRZYSLEZNY, Wilson Luiz. Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho : Um enforque ergonômico. Disponível em: https://docplayer.com.br/10654318-Disturbios-osteomusculares-relacionados-ao-trabalho-um-enfoque-ergonomico.html. Acessado em 12/10/2018 às 12:30

SEVERO, Antônio et al. Síndrome do Túnel Carpiano: Análise de 146 casos operados pela miniincisão. Disponível em: https://www.rbo.org.br/detalhes/365/pt-BR/sindrome-do-tunel-carpal–analise-de-146-casos-operados-pela-miniincisao.  Acessado em 14/10/2018 às 17:30

SILVA, Andréa; LUCAS, Elaine. Arbodagem ergonômica do  ambiente de trabalho na percepção dos trabalhadores: Estudo de caso em biblioteca universitária. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/578. Acessado em 14/10/2019 às 12:00

WICZICK, Rodrigo et al. A eficácia da fisioterapia preventiva do trabalho na redução do número de colaboradores em acompanhamento no ambulatório de fisioterapia de uma indústria de fios têxteis. Disponível em: http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/763.pdf. Acessado em 27/12/2018.

[1] Fisioterapeuta. Pós-graduada em Fisioterapia Laboral.

Enviado: Março, 2020.

Aprovado: Abril, 2020.

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Camila Sampaio da Silva

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