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Startups e meio ambiente: estudo de caso da ciclo limpo (Botucatu/SP)

RC: 123300
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL 

BARBISAN, Elizabete [1], VASQUES. Eltiza Rondino [2]

BARBISAN, Elizabete. VASQUES. Eltiza Rondino. Startups e meio ambiente: estudo de caso da ciclo limpo (Botucatu/SP). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 08, Vol. 01, pp. 74-95. Agosto de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-ambiental/ciclo-limpo

RESUMO

Considerando a problemática da gestão dos resíduos sólidos orgânicos no país, esta pesquisa baseia-se na seguinte questão: como a startup Ciclo Limpo atua em conscientização ambiental e no desenvolvimento de novos hábitos, quando se fala em destinação dos resíduos orgânicos? Este artigo tem como objetivo geral investigar e destacar a atuação ambiental e social da startup Ciclo Limpo, localizada  na cidade de Botucatu, estado de São Paulo. Nos dias atuais, o modelo empresarial que se destaca pelo caráter de inovação é o modelo startup, que envolve pessoas que abrem uma empresa, focadas em ideias diferentes, que assumem o risco do seu negócio, entrando, primeiramente no mercado e somente depois, buscando o capital. As metodologias utilizadas neste artigo foram: pesquisa bibliográfica em sites especializados, em redes sociais confiáveis e em artigos científicos e jornalísticos sobre o tema; e estudo de caso com a empresa Ciclo Limpo. O estudo permitiu concluir que a startup Ciclo Limpo, com suas ações de compostagem de resíduos sólidos orgânicos domiciliares, coletou e comportou 270 toneladas de resíduos, desde o início das suas atividades, produziu 70 toneladas de composto e evitou que 208 toneladas de gases de efeito estufa fossem lançadas na atmosfera. Estes números, apesar de pequenos, em relação às 1.500 toneladas que o aterro da cidade de Botucatu recebe todos os meses, incluindo os resíduos orgânicos, demonstram como as ações da startup Ciclo Limpo beneficiam o meio ambiente, ao conscientizar e estimular as pessoas a separar e destinar adequadamente seus resíduos orgânicos domiciliares.

Palavras-chave: PNRS, startups, Ciclo Limpo, compostagem, Botucatu.

1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa baseia-se na seguinte questão: como a startup Ciclo Limpo atua em conscientização ambiental e no desenvolvimento de novos hábitos, quando se fala em destinação dos resíduos orgânicos? Nos dias atuais, o modelo empresarial que se destaca pelo caráter de inovação é o modelo startup. O universo desse segmento de negócios tem se expandido e fortalecido em diversas áreas de atuação (ABSTARTUPS, 2017).

Startup é “um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente, escalável e em condições de extrema incerteza” (SEBRAE, 2014).

No tradicional modelo econômico a ordem é: buscar o recurso, implantar o negócio e evitar riscos. A maioria das startups faz o caminho inverso: assume o risco, entra no mercado e só então, parte em busca do capital. O fundamento desta estratégia firma-se na confiança que o empreendedor tem na ousadia de sua ideia; nos produtos e soluções inovadoras; no compromisso com a necessidade do consumidor; e no investimento em um modelo de negócio escalável e replicável. Essas são características que estimulam a competitividade no mercado e geram novos negócios (HUMAIRE, 2020).

Este artigo tem como objetivo geral investigar e destacar a atuação ambiental e social da startup Ciclo Limpo, localizada  na cidade de Botucatu, estado de São Paulo. Os objetivos específicos envolvem: avaliar o que são e como atuam as startups e demonstrar a importância da compostagem como gestão dos resíduos sólidos orgânicos domiciliares.

Este estudo justifica-se pela importância em contextualizar os resultados positivos das startups verdes, caracterizadas pelo empenho em unir soluções criativas a necessidades sociais e ambientais

As metodologias utilizadas neste estudo foram: pesquisa bibliográfica e estudo de caso com a empresa Ciclo Limpo, envolvendo: análise das informações contidas no site e Instagram da empresa; depoimentos dos sócios e colaboradora da empresa; aplicação de questionário com clientes da empresa; e transcrição das entrevistas realizadas.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Em uma década, de 2010 e 2020, a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados no país cresceu 24% e atingiu 72,7 milhões de toneladas, das quais aproximadamente 60% seguiram para disposição final adequada em aterros sanitários. Ainda assim, em 2020, a disposição inadequada teve aumento de 16% em relação a 2010, uma vez que, no Brasil há carência de educação ambiental e estruturas preparadas para receber e tratar todo o resíduo que se gera. Nesse período, apenas 4% foram reciclados. Isso impactou diretamente 77,65 milhões de brasileiros, além de engendrar um custo ambiental e de tratamento de saúde de cerca de US$ 1 bilhão por ano (ABRELPE, 2020).

É notório o fato de que a produção de resíduos no Brasil, vem aumentando exponencialmente. Segundo ABRELPE (2021), o país alcançou, em 2020, a marca de aproximadamente 82 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (resíduos domiciliares e de limpeza urbana). Deste total, 60,2% foram dispostos adequadamente; no entanto, os lixões e aterros controlados, ainda ativos no país, receberam o montante de 39,8%, dispostos inadequadamente. Os custos giram na casa de bilhões de dólares e o impacto negativo na saúde alcança 77,5 milhões de pessoas.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/2010, identifica, atribui e esclarece as responsabilidades de empresas e cidadãos; é inclusiva e democrática; aborda a questão do desenvolvimento de produtos e embalagens; além de ressaltar a importância do catador e do poluidor na cadeia de produção de resíduos secos e orgânicos (BRASIL, 2010). A narrativa da legislação é eficaz. Porém, a problemática se estabelece no fato de que as projeções indicam que até 2050, o Brasil terá um aumento de quase 50% no montante de resíduos sólidos urbanos, em comparação ao ano base de 2019 (ABRELPE, 2020).

No Brasil, os resíduos sempre foram denominados e considerados como “lixo”, palavra que, por definição, significa: “Tudo o que não presta e se joga fora. Sujidade, sujeira, imundície. Coisa ou coisas inúteis, velhas ou sem valor” (FERREIRA, 1986). Não desmerecendo a importância ou significado das palavras, o fato que aqui deve ser considerado é que o Brasil deixa de ganhar cerca de R$14 bilhões por ano com a falta de reciclagem adequada do “lixo”. Isso se traduz no fato de que o país desperdiça 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos que, ao invés de gerarem dinheiro e emprego, acabam descartados no meio ambiente (MAURICIO; FORSTER, 2020).

2.1.2 RESÍDUOS ORGÂNICOS

A composição gravimétrica refere-se ao percentual da massa de cada componente em relação à massa total dos resíduos. A estimativa é que, no Brasil, a principal fração dos resíduos sólidos urbanos é matéria orgânica, que corresponde a 45,30%, e vem seguida de plásticos, que somam 16,80% (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2022). Se forem considerados os resíduos de podas, folhas e galhos, é possível dizer que mais da metade dos aterros sanitários, aterros controlados e lixões é ocupada por excedentes e restos orgânicos. É o caso da cidade de Botucatu onde este número é de 62,90%, para citar apenas um exemplo (SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, 2014).

Compartilhar a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos é uma das premissas contempladas no inciso V, do artigo 36 da Lei 12.305/2010, onde se lê que cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, a obrigação de “implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido” (BRASIL, 2010).

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) aponta que mais de 20 milhões de brasileiros não têm acesso a nenhum tipo de serviço de coleta de resíduos. Este número representa, aproximadamente, 9% da população brasileira. Isto significa que estas pessoas precisam destinar seus resíduos por sua conta. O estudo sobre as características gerais dos domicílios e moradores do país mostra que essa parcela da população deposita os materiais em valas ou os queima em sua própria residência (RECICLA SAMPA, 2020).

Os resíduos orgânicos, quando descartados de forma incorreta, atraem vetores de doenças, transformam-se em fonte de emissões de gases de efeito estufa, deterioram-se e liberam chorume, que contamina o solo e os níveis freáticos. Ainda que depositado em aterros sanitários, o impacto desse resíduo é grande: diminui seu tempo de vida útil, gera custos extras, uma vez que impõem a implementação de tecnologias voltadas ao tratamento, captação do lixiviado e dos gases de efeito estufa gerados, em especial o metano (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2017).

O ideal seria reduzir drástica e imediatamente a geração de resíduos. De acordo com Mucelin; Bellini (2008), “a problemática ambiental gerada pelo lixo é de difícil solução e a maior parte das cidades brasileiras apresenta um serviço de coleta que não prevê a segregação dos resíduos na fonte”. Uma vez criadas as condições para que o excedente orgânico seja separado na fonte, é possível tratá-lo e realizar sua reciclagem, além de monetizar este resíduo por meio de sua transformação em adubo ou energia.

As instruções legais que dão amparo a essas condições estão disponíveis na legislação brasileira, tanto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), quanto na Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999). Esta determina, no artigo 4º, que “são princípios básicos da educação ambiental, vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais”. Os fatos de que cerca de 30% dos municípios brasileiros destinam seus resíduos sólidos sem nenhum tratamento prévio (ABRELPE, 2021) e de que poucas iniciativas positivas e de âmbito nacional têm sido implementadas, não podem ser associados exclusivamente à falta de políticas públicas e muito menos, podem ser dissociados da lacuna educacional.

Conforme Layargues (2002), o tema é complexo. Apesar disto, programas de educação ambiental nas escolas são implementados de formas reducionistas, pois desenvolvem ações de coleta seletiva de resíduos, mencionando somente reciclagem. Ao invés disso, o autor coloca que deveriam ser estimuladas reflexões críticas e abrangentes a respeito dos valores culturais da sociedade de consumo, do consumismo, do industrialismo, do modo de produção capitalista e dos aspectos políticos e econômicos da questão dos resíduos.

2.1.3 STARTUPS

Startup é um termo que começou a ser utilizado nos anos 90 e, segundo o Sebrae (2014), é “um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente, escalável e em condições de extrema incerteza”. Um conceito que, em se tratando de mercado financeiro, remete imediatamente às ideias de risco e prejuízo.

No tradicional modelo econômico a ordem é: buscar o recurso, implantar o negócio e evitar riscos. A maioria das startups faz o caminho inverso: assume o risco, entra no mercado e só então, parte em busca do capital. O fundamento desta estratégia firma-se na confiança que o empreendedor tem na ousadia de sua ideia; nos produtos e soluções inovadoras; no compromisso com a necessidade do consumidor; e no investimento em um modelo de negócio escalável e replicável. Essas são características que estimulam a competitividade no mercado e geram novos negócios (HUMAIRE, 2020).

O boom das startups nas últimas décadas evidenciou tanto sua importância e relevância quanto suas dificuldades em obter recursos para se manter no mercado e ultrapassar o temido vale da morte – período em que a startup opera consumindo recursos financeiros, mesmo que ainda não consiga faturar o suficiente para pagar sua própria operação (BOOMING; 2022). Esse cenário alavancou a atuação de dois outros setores do mercado: as incubadoras e as aceleradoras. Incubadoras atuam no início do negócio ajudando a maturar a ideia a partir de cursos, troca de informações e interação com outras empresas. O apoio estende-se aos custos tradicionais de uma empresa no início de suas operações, como internet, recepção, endereço de correspondência, mobiliário. As aceleradoras, por sua vez, constituem uma opção para desenvolver network, gerar oportunidades, obter mentoria e aporte financeiro (DISTRITO, 2020).

Alguns cases de sucesso como por exemplo Apple, Urbe, Netflix, Facebook e Google, começaram como startups e hoje são os unicórnios mais conhecidos do planeta. Estes unicórnios são mais conhecidos, até mesmo que a história mitológica, que envolve esses animais. Uma vez que a literatura business tomou a palavra para si, unicórnio passou a denominar as startups que alcançaram valor de mercado de US$ 1 bilhão. Segundo o site Startupbase, o Brasil tem hoje cerca de 22.088 startups (STARTUPBASE, 2022).

A primeira delas a se tornar unicórnio foi a 99, em janeiro de 2018, quando a empresa de transporte particular obteve um aporte de US$ 100 milhões cedido pelo conglomerado japonês SoftBank. Entre os decacórnios, empresas avaliadas em US$10 bilhões, o Brasil está representado pelo Nubank fintech que trabalha para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro de cartão de crédito sem anuidade e conta bancária digital sem taxas (PICKERT, 2022).

Outro dado relevante é o apurado pelo Mapeamento do Ecossistema de Startups de Cleantech, feito em 2019. Nele pode-se identificar 136 cleantechs em atuação no Brasil., com a maior parte estabelecida nas regiões Sul e Sudeste. O Estado de São Paulo concentra 43% das startups (MAPEAMENTO DO ECOSSISTEMA DE STARTUPS DE CLEANTECH NO BRASIL, 2019).

2.1.4 STARTUPS – NEGÓCIOS DE IMPACTO

Fazem parte do universo das startups, ações como ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance) que se refere à Governança Corporativa, Social e Ambiental das organizações e ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), compostos por 17 metas criadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) que devem ser alcançadas até 2030 (PIPELABO, 2022).

À parte da polêmica sobre até que ponto isso seja unânime entre as empresas, os conceitos ESG, ODS e o propósito de impacto positivo estão postos, lado a lado, na mesa dos investidores. Eles direcionam as decisões de grandes empresas que cada vez mais se preocupam, e se pode afirmar também, são pressionadas por questões socioambientais. O grau de ativismo empresarial pode gerar engajamento ou rejeição ao seu produto. Em outros tempos, na maioria das vezes, o grande poluidor era, quando muito, multado ou ignorado. Hoje ele é questionado, denunciado nas redes, cancelado e boicotado. O prejuízo é contabilizado pela perda de investimentos, mácula à marca e à imagem da empresa, valores tangíveis e globais que precisam ser preservados (PIPELABO, 2022).

Isso posto, é possível reconhecer que a importância da atuação das startups verdes é fundamental, e que não se contrapõe às políticas positivas das empresas. Se por um lado, a onda ESG ganha força, do outro, há uma participação ativa e cada vez mais intensa das fundações e institutos (empresariais, independentes e familiares) e uma diversidade relevante quanto aos mecanismos de apoio financeiro. O Brasil, para a América Latina, parece ser a referência nos modelos de Venture Philanthropy – ou investimento por impacto – que tem potencial para destravar um mercado crescente de negócios de impacto ainda em fases iniciais de desenvolvimento e em busca de todo tipo de suporte para se desenvolverem (PIPELABO, 2022).

O potencial para investimentos existe, mas o levantamento de 536 negócios de impacto feito pela PipeLabo evidencia os proveitos da região Sudeste: 51% dos negócios mapeados estão sediados nesta região. Os 48% restantes encontram-se distribuídos pelo interior do país; no entanto esta é justamente a parcela que tem mais dificuldade de alcançar a rede de aceleração disponível nos grandes centros (PIPELABO, 2022).

2.2 METODOLOGIA

As metodologias utilizadas neste estudo foram:

  • Pesquisa bibliográfica em sites especializados, em redes sociais confiáveis e em artigos científicos e jornalísticos sobre o tema;
  • Estudo de caso com a empresa Ciclo Limpo, envolvendo:
    • Estudo detalhado e análise das informações contidas no site e Instagram da empresa;
    • Depoimentos dos sócios e colaboradora, feitos via plataforma Zoom, sobre os processos internos da empresa contemplando, dentro do modelo de negócios: coleta, destinação de resíduos, demandas do dia a dia e estratégias de atendimento ao cliente; levantamento das informações sobre o resíduo orgânico coletado e o produto gerado pela startup (composto, adubo orgânico.
    • Aplicação de um questionário criado no software Google Forms e enviado a 170 clientes, em março de 2020. O prazo estipulado para resposta foi de sete dias e 97 clientes responderam. O questionário foi dividido em quatro seções e as perguntas versavam sobre dados como idade; gênero; tipo de moradia; renda mensal; e a relação que cada cliente estabelece com o meio ambiente, os resíduos e com a startup Ciclo Limpo.
  • Transcrição das entrevistas, compilação das informações obtidas e avaliação dos questionários, com a utilização do software Excel, para elaboração de gráficos.

A base teórica baseia-se em aspectos pertinentes à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010) e ao referencial teórico apresentado neste artigo.

É importante destacar que o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE foi assinado pelos participantes da pesquisa.

2.3 RESULTADOS

A história da startup Ciclo Limpo começou no interior do estado de São Paulo, na cidade de Botucatu, com três amigos. A compostagem dos resíduos orgânicos em casa já era rotina para os três, que se incomodavam muito com o mal que esse resíduo causa ao meio ambiente e com a lentidão da gestão pública em atender os ditames da Lei Federal 12.305/2010.

Segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Botucatu (PMGIRS) (SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, 2014), instituído pelo Decreto Municipal do ano de 2016, a cidade conta com mais de 140 mil habitantes e gera em média 3 mil toneladas de resíduos por mês. Deste montante cerca de 62,9% são de resíduos orgânicos. Um número ainda mais expressivo ao se considerar que a média nacional gira em torno dos 45%. São 60 toneladas de resíduos descarregados todos os dias diretamente no aterro sanitário, sem qualquer tratamento ou separação.

O biólogo de formação e “lixólogo” de coração, Júlio Pinhel, um dos sócios da empresa, completou, em 2022, onze anos sem colocar resíduos orgânicos para fora de casa e diz:

Vendo o interesse que isso despertava em nossos vizinhos e familiares, começamos a ajudá-los a também destinar corretamente seus resíduos orgânicos. A partir daí entendemos que existia a demanda pela coleta e compostagem dos resíduos orgânicos, pois Botucatu estava carente deste tipo de serviço. Em julho de 2016, fundamos o Ciclo Limpo que iniciou as suas atividades em outubro deste mesmo ano (CICLO LIMPO, 2021b).

A startup se inspirou em dois projetos, sendo o primeiro a “Revolução dos Baldinhos”:

Experiência de gestão comunitária de resíduos sólidos orgânicos a partir do Projeto Revolução dos Baldinhos […] Florianópolis/SC. Cerca de 200 famílias e 09 instituições de ensino do bairro separam e destinam seus resíduos orgânicos para uma compostagem administrada por um grupo comunitário, transformando-os em adubo e condicionador do solo, insumo primordial para a prática da agricultura urbana na comunidade. (ABREU, 2013).

O segundo projeto inspirador foi a startup “Ciclo Orgânico” (CO): “[…] empreendimento social que teve suas origens nas atividades do Projeto de Extensão Mutirão de Agroecologia da UFRJ. O CO oferece um serviço de assinatura de coleta domiciliar e compostagem de resíduos orgânicos” (CHIABI, 2017). O modelo de negócios da empresa carioca foi o adotado pelo Ciclo Limpo.

Toda compostagem do resíduo coletado pela startup é feita no Laboratório de Resíduos Sólidos e Compósitos – RESIDUALL, na Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, Botucatu/SP. No método de compostagem, são utilizadas composteiras (baias) de concreto de 1 m³ cada, num total de 32 baias. Todas possuem canos coletores para o biofertilizante, que é levado para uma caixa de armazenamento. Dentro de cada baia é feita a pilha de compostagem, com aproximadamente 700 kg de materiais por pilha, sendo 400 kg de resíduos orgânicos e 300 kg de serragem (matéria fonte de carbono) (figuras 1 e 2). No processo, é utilizada serragem de Pinus sp (maravalha ou pó) (CICLO LIMPO, 2021b). Em depoimento, um dos sócios declarou que esse método de baias foi o único utilizado pela empresa até final de 2021, mas o aumento de demanda fez com que fosse necessário implantar leiras também e isso foi motivo de comemoração na equipe. Cada leira tem aproximadamente 1,00 m de largura × 1,20 m de altura e capacidade para receber até 5 toneladas de resíduos orgânicos (figura 3).

Figura 1 – Compostagem nas baias

Compostagem nas baias
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

Figura 2 – Compostagem nas baias

Compostagem nas baias 2
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

 

Figura 3 – Compostagem nas leiras

Compostagem nas leiras
Fonte: TV UNESP (2022).

Segundo depoimento dos sócios, para fazer a adesão à coleta do Ciclo Limpo, o primeiro passo é a escolha de um plano que se adeque às necessidades da pessoa. Basicamente estas necessidades são mensuradas pela quantidade de pessoas na residência, tipo de alimentação e a consequente quantidade de resíduo orgânico produzido. Nos planos residenciais, o cliente recebe um balde de 18 litros com tampa, identificado com o logo do Ciclo Limpo e um saco de bioplástico compostável. Nesse caso, o resíduo é coletado uma vez por semana, ou a cada 15 dias (a depender da escolha do cliente e do volume de resíduo produzido). A coleta do Ciclo Limpo ocorre em dias diferentes da convencional, dessa forma não há risco de o serviço municipal levar o resíduo orgânico para o aterro.

Condomínios com mais de cinco clientes podem optar por um pacote, sendo que a vantagem está no desconto no valor da assinatura. Independentemente do tipo de assinatura, assim que o saco com composto é recolhido, ele é pesado (figura 4). Essa informação é muito importante, pois ela compõe um relatório individual que todos os clientes recebem mensalmente, além de um brinde à sua escolha: uma muda de hortaliça (figura 5), de tempero ou 1 kg de adubo, que é justamente o produto obtido a partir do seu resíduo (figura 6).

Figura 4: Pesagem do composto recolhido na casa da cliente

Pesagem do composto recolhido na casa da cliente
Fonte: TV UNESP (2022).

Figura 5: Muda de espinafre

Muda de espinafre
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

 

Figura 6: Mudas e pacotes com composto

Mudas e pacotes com composto
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

 

O que diferencia a oferta do plano oferecido às empresas (restaurantes, lanchonetes, escolas, estabelecimentos comerciais) é o tamanho do balde coletor, que no caso desses geradores, é uma bombona plástica com capacidade para 35 litros (figuras 7 e 8). A quantidade de bombonas e a periodicidade das coletas varia conforme a demanda do cliente e o volume produzido em cada local. Além disso, o Ciclo Limpo oferece uma palestra e um treinamento para os funcionários da empresa contratante (figura 9).

Figura 7: Bombonas Ciclo Limpo

Bombonas Ciclo Limpo
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

Figura 8: Bombonas de empresa na sede do cliente da startup

Bombonas de empresa na sede do cliente da startup
Fonte: CICLO LIMPO (2021b).

 

Figura 9: Treinamento para funcionários

Treinamento para funcionários
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

Em entrevista feita com os integrantes do Ciclo Limpo ficou claro que os processos da startup ainda não são mecanizados, mas isso está nos planos para o futuro da empresa. Segundo eles, atualmente, a rotina de trabalho é compartilhada entre os três sócios e uma colaboradora. O dia a dia da produção inclui: coletas, condução e manutenção do veículo, montagem da compostagem, lavagem das bombas, peneiragem, separação e embalagem do composto que será distribuído como brinde e do que será comercializado e manutenção e preparo das mudas. As funções burocráticas, administrativas e de gestão são análogas às de qualquer empresa. Além disso, a equipe atua na parte de adesão, comunicação, assessoria e elaboração dos relatórios sobre o composto de cada um de seus clientes.

Uma ferramenta que se destaca nesse modelo de negócios é o relatório, pois ele é praticamente um espelho do consumo, do descarte e dos hábitos dos integrantes da casa ou empresa que aderem à proposta da cleantech (startups que utilizam tecnologia limpa e se destacam pela associação entre inovação e sustentabilidade). Esse feedback prova que os impactos são visíveis, considerando que algumas casas já destinaram à compostagem cerca de 2 toneladas de resíduos e restaurantes chegaram a 25 toneladas em um único ano.

Ao devolver a informação para as pessoas, cria-se o engajamento, pois elas conseguem ver o impacto que causam ao meio ambiente. O conhecimento do que acontece com o resíduo gerado é um estímulo para que continuem fazendo a separação adequada. A partir do momento que a prática desperta a consciência e a compreensão, é muito difícil que a pessoa volte a ter uma atitude diferente. É como se o resíduo tivesse o poder de mudar os hábitos.

Além disso, os baldes do Ciclo Limpo vedam e acondicionam os resíduos orgânicos, sem que exista qualquer problema de vazamento ou de mau cheiro. Os baldes (figura 10) e os sacos de bioplástico compostável (figura 11) são ferramentas de conscientização e de educação ambiental. Quando colocados do lado de fora das casas em condomínios horizontais, chamam a atenção, refletem o movimento de uma comunidade participando do processo de compostagem e despertam o sentimento de colaboração.

Figura 10: Balde usado na coleta

Balde usado na coleta
Fonte: CICLO LIMPO (2021a).

Figura 11: Saco de bioplástico colocado no balde para ser coletado

 

Saco de bioplástico colocado no balde para ser coletado
Fonte: CICLO LIMPO (2022)[3].

Entrevistas com os clientes da Ciclo Limpo

Com o objetivo de traçar e conhecer o perfil dos clientes que aderiram às coletas, 170 clientes da Ciclo Limpo receberam o questionário; 97 clientes responderam, ou seja, pouco mais de 57%.

O primeiro resultado revelou que a maioria dos clientes é de mulheres (81,4%) (figura 11).

Figura 11: Gênero dos clientes entrevistados na pesquisa

Gênero dos clientes entrevistados na pesquisa
Fonte: Dos próprios autores (2021)

O resultado relacionado às idades dos entrevistados mostra valores próximos entre as faixas etárias (figura 12), o que é um aspecto positivo, pois demonstra um equilíbrio e interesse comum entre gerações distintas por um serviço de bom impacto ambiental.

Figura 12: Faixa etária dos clientes entrevistados na pesquisa

Faixa etária dos clientes entrevistados na pesquisa
Fonte: Dos próprios autores (2021)

Ao serem questionados sobre a razão pela qual contrataram o Ciclo Limpo, os clientes poderiam escolher mais de uma alternativa entre as nove oferecidas. As três mais votadas foram: 1. Me importo com o meio ambiente – 86,6%; 2. Me identifico com movimentos de sustentabilidade – 81,4%; e 3. Me identifico com a proposta da empresa – 79,4% (figura 13).

Figura 13: Interesse dos clientes entrevistados na pesquisa pelo Ciclo Limpo

Interesse dos clientes entrevistados na pesquisa pelo Ciclo Limpo
Fonte: Dos próprios autores (2021)

Também se pode aferir o grau de engajamento às questões ambientais e ao propósito dos negócios de impacto quando se observa o resultado de outras três outras questões:

  • Além do resíduo orgânico, você separa outros resíduos? 99% dos entrevistados, responderam que sim (figura 14);
  • Você contrataria outros serviços que pudessem dar destino correto aos resíduos que você produz? 90,7% das respostas foram positivas (figura 15); e
  • De 1 a 10, qual seu grau de engajamento na separação adequada dos resíduos? 84,5% é o resultado da soma das três maiores escalas de engajamento escolhidas, que foram 8, 9 e 10 (figura 16).

Figura 14: Resposta à pergunta: Além do resíduo orgânico, você separa outros resíduos?

Resposta à pergunta Além do resíduo orgânico, você separa outros resíduos
Fonte: Dos próprios autores (2021)

Figura 15: Resposta à pergunta: Você contrataria outros serviços que pudessem dar destino correto aos resíduos que você produz?

Resposta à pergunta Você contrataria outros serviços que pudessem dar destino correto aos resíduos que você produz
Fonte: Dos próprios autores (2021)

Figura 16: De 1 a 10, qual seu grau de engajamento na separação adequada dos resíduos?

De 1 a 10, qual seu grau de engajamento na separação adequada dos resíduos
Fonte: Dos próprios autores (2021)

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com 216 pontos de coleta, segundo depoimento dos sócios, desde sua implantação em 2016, a startup Ciclo Limpo coletou e compostou 270 toneladas de resíduos, produziu 70 toneladas de composto e evitou que 208 toneladas de gases de efeito estufa fossem lançadas na atmosfera. Esses números, aferidos até abril de 2022, não são vultosos, na verdade podem até parecer irrisórios se comparados às 1.500 toneladas que o aterro na cidade recebe todos os meses, incluindo os resíduos orgânicos. Mas demonstram como os produtos e ações da startup Ciclo Limpo beneficiam o meio ambiente, ao conscientizar e estimular as pessoas a separar seus resíduos orgânicos domiciliares.

Embora a Lei Federal 12.305/2010 determine que nada do que possa ser reciclado, reaproveitado ou reutilizado, deva ir para o aterro sanitário, se não fosse o trabalho da startup, o destino das 270 toneladas coletados pela cleantech, seria o aterro sanitário.

Neste contexto, o presente artigo objetivou responder à questão: como a startup Ciclo Limpo atua em conscientização ambiental e no desenvolvimento de novos hábitos, quando se fala em destinação dos resíduos orgânicos? Foi possível constatar que, embora o Ciclo Limpo tenha muito que crescer, o benefício do trabalho realizado pela startup vai além dos números. A empresa presta um serviço ambiental, envolvendo a população e atendendo ao que preconizam as legislações inerentes aos resíduos sólidos.

Em diferentes momentos, durante as entrevistas com a equipe do Ciclo Limpo, ficou claro o orgulho que cada um deles sente de poder colocar em prática um dos objetivos fundamentais da educação ambiental: “o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos” (BRASIL, 1999). E, indiscutivelmente, a startup faz isso e estimula os clientes a fazerem o mesmo.

A conclusão é lógica: enquanto muitos não cumprem com o que preconizam os regimentos legais e minimizam as consequências negativas destas ações para o planeta, o trabalho de startups que se pautam por inciativas de preservação de recursos naturais, colabora com a preservação e, ao mesmo tempo, não desperdiça a oportunidade de gerar recursos financeiros.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE – REFERÊNCIA NOTA DE RODAPÉ

3. Imagem doada pela empresa Ciclo Limpo; créditos: Flávio Kenji.

[1] Bacharel em Comunicação Social (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), Técnica em Meio Ambiente (ETEC Getúlio Vargas) ORCID: 0000-0002-9646-7734.

[2] Orientadora.  Doutora em Ciências (USP), Mestre em Agronomia (USP), Pós-graduada em Gestão Ambiental (FGV), Engenheira Agrônoma e Geógrafa (USP). ORCID: 0000-0002-0113-8349.

Enviado: Maio, 2022.

Aprovado: Agosto, 2022.

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Eltiza Rondino Vasques

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